Comentarista: César Moisés Carvalho
TEXTO DO DIA
“Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu; não temais” (Mt 14.27).
— Êx 14.15-31 O mar se abriu para o povo passar
— Js 4.14-18 O rio se abriu para o povo passar
— 2Rs 2.8,9 O rio se abriu para os profetas passarem
— 2Rs 2.13,14 O rio se abriu para o profeta passar
— Jó 9.8 Deus anda sobre os altos do mar
— Sl 77.19 O caminho de Deus pelo mar
OBJETIVOS
COMPARAR a postura dos discípulos com a perspectiva do Reino;
ILUSTRAR a situação do “mar”, explicando que na verdade trata-se de um imenso lago de água doce;
APONTAR as evidências de que Jesus, em sua resposta, pronunciou o nome de Deus.
Quantas vezes já nos decepcionamos? E o quanto ainda iremos nos decepcionar? Ao pensar a respeito disso, é bom lembrar que muito de nossas decepções é resultado das próprias expectativas que alimentamos em relação às coisas e ao outro. Essas expectativas, que posteriormente se revelam equivocadas, podem ser formadas pelas pessoas ou por nós mesmos. Contudo, raramente pensamos o quanto já decepcionamos também. Será que já não criamos expectativas irreais — para impressionar alguém — e depois nos tornamos reféns da própria personagem que criamos? Os discípulos do Mestre estavam “chateados” por conta da expectativa que eles nutriam e não por alguma promessa feita por Jesus. Se seguíssemos o conselho do apóstolo Paulo em Romanos 12.16 certamente evitaríamos muito do nosso sofrimento neste aspecto.
Grande parte do ministério do Senhor Jesus fora desenvolvida às margens do mar da Galileia. Uma vez que na verdade se trata de um grande lago de água doce, muitas pequenas cidades se formavam em seu entorno por causa de suas águas.
TEXTO BÍBLICO
João 6.16-21. 16 — E, quando veio a tarde, os seus discípulos desceram para o mar.17 — E, entrando no barco, passaram o mar em direção a Cafarnaum; e era já escuro, e ainda Jesus não tinha chegado perto deles.18 — E o mar se levantou, porque um grande vento assoprava.19 — E, tendo navegado uns vinte e cinco ou trinta estádios, viram Jesus andando sobre o mar e aproximando-se do barco, e temeram.20 — Porém ele lhes disse: Sou eu; não temais.21 — Então, eles, de boa mente, o receberam no barco; e logo o barco chegou à terra para onde iam.
INTRODUÇÃO
O fato de Jesus andar sobre o mar consolidou seu senhorio sobre a natureza, evidenciando sua divindade.
Seguindo seu propósito de demonstrar que Jesus é o Cristo, o Ungido (Jo 20.30,31), João relata o “quinto sinal”. Cotejado com as narrativas de dois dos Sinóticos — Mateus (14.23-36) e Marcos (6.45-56) — o material joanino parece estar incompleto. Todavia, como já foi dito, cada Evangelho possui suas peculiaridades e o de João não é diferente. Como poderá ser visto, para os propósitos do quarto Evangelho, as informações constantes nesta pequena porção bíblica são suficientes.
I. OS DISCÍPULOS E A PERSPECTIVA DO REINO
1. Jesus retira-se sozinho para o monte. O texto estudado anteriormente termina com duas informações, sendo que a ênfase da lição passada recaiu apenas sobre a primeira delas. Neste tópico, a segunda será mais bem explorada para se entender o contexto do quinto sinal. João diz que Jesus “tornou a retirar-se, ele só, para o monte” (Jo 6.15). Não poucas vezes o Mestre retirou-se para períodos a sós com o Pai (Mc 1.35; Lc 5.16; 6.12).
2. Os discípulos com o coração endurecido. No texto paralelo de Marcos para essa narrativa, o evangelista observa que os discípulos “não tinham compreendido o milagre dos pães; antes, o seu coração estava endurecido” (Mc 6.52). Acostumados à ideia de que um grande feito como aquele deveria culminar com nada menos que o coroamento e a ascensão definitiva do seu Mestre, os discípulos certamente ficaram decepcionados e, por isso mesmo, com o coração “endurecido” pela atitude de Jesus.
3. “Jesus não tinha chegado perto deles”. O texto joanino diz que no período da tarde os discípulos desceram para o mar (v.16). Eles então embarcaram “em direção a Cafarnaum; e era já escuro, e ainda Jesus não tinha chegado perto deles” (v.17). Esse tempo que Jesus se deteve em oração talvez tenha sido oportuno para que os discípulos refletissem melhor e, quem sabe, entendessem a diferença entre a perspectiva humana e a do Reino.
Pense!
Onde adquirimos o costume de achar que todo grande feito, em prol das pessoas, precisa redundar em benefício para nós?
Ponto Importante
Ao permitir que, em alguns momentos, fiquemos sozinhos, Deus certamente dá-nos grandes lições espirituais.
II. O MAR E O MILAGRE
1. A situação do mar. Os discípulos haviam descido para o mar e já era noite quando zarparam rumo a Cafarnaum. Devido à topografia da região, cercada por montes, onde está situado o “mar” da Galileia, trata-se na verdade de um imenso lago de água doce cuja superfície encontra-se 210 metros abaixo do nível do mar. Ventos originados no mar Mediterrâneo sopram pelo vale do grande lago, fazendo com que as águas deste se agitem tornando-se perigosas (Mc 4.35-41). É exatamente isso que o texto informa ao dizer que “o mar se levantou, porque um grande vento assoprava” (v.18).
2. O progresso da viagem. Os discípulos haviam remado por muitas horas, praticamente a noite inteira, e não conseguiram navegar mais que cinco ou seis quilômetros, pois o grande vento que assoprava não permitira o progresso da viagem (vv.18,19). Isso aconteceu a despeito de alguns deles serem pescadores e, consequentemente, experientes na arte da navegação.
3. Jesus anda sobre o mar. Foi em meio a este momento difícil que os discípulos avistaram algo inusitado, que os fez temer mais ainda: uma pessoa andando sobre o mar (v.19). Se dentro de um barco a situação era desesperadora, o que dizer daquela experiência? Felizmente, não se tratava de nada do imaginário que povoava o folclore judaico (Mt 14.25,26; Mc 6.48,49), mas era o Mestre que, de forma sobrenatural e milagrosa, andava sobre as águas tempestuosas e revoltas do mar da Galileia.
Pense!
A longa experiência, em uma determinada área, garante que sempre teremos sucesso?
Ponto Importante
O inusitado pode não ser necessariamente o que imaginamos, por isso, é importante estar atento para novas experiências.
III. “O EU SOU”
1. Na resposta, a afirmação do nome de Deus. Reconhecendo o pavor que tomara conta dos discípulos, o Mestre identifica-se desde onde está, dizendo a eles que não temessem. Contudo, os melhores comentaristas são unânimes em dizer que o texto vai muito além de uma resposta que visava apenas um reconhecimento superficial; antes, ao afirmar “Sou eu” (v.20), Jesus alude a um dos mais conhecidos nomes divinos do Antigo Testamento (Êx 3.14; Is 43.10,11,25).
2. A divindade do Senhor. Com a resposta do Senhor aos discípulos, identificando-se com Deus, somado ao fato de Ele estar andando sobre as águas, ao colégio apostólico, bem como aos leitores de João, não resta nenhuma dúvida: Jesus é Deus, pois somente o Criador, desde o Antigo Testamento, tem tal poder (Jó 9.8; Sl 77.19).
3. Do assombro à esperança. Do primeiro momento em que estavam endurecidos, e posteriormente espantados, os discípulos passaram então à esperança, pois receberam o Mestre, diz João, “de boa mente”, conseguindo chegar, em segurança, à outra margem, para o local onde tinham por destino (v.21).
Pense!
Quantos de nós, em meio ao desespero, conseguimos reconhecer ao Senhor Jesus?
Ponto Importante
Em meio às dificuldades Deus pode revelar grandes coisas, basta apenas prestar a atenção.
CONCLUSÃO
O grande ensinamento desta lição é justamente o fato de Jesus ter “deixado” seus discípulos por um período de tempo, permitindo que estes refletissem e enfrentassem as dificuldades de uma viagem corriqueira. Isso fez com que eles experimentassem a verdade de que se o Senhor estiver no barco tudo vai bem.
Quantos de nós, em meio ao desespero, conseguimos reconhecer ao Senhor Jesus?
Ponto Importante
Em meio às dificuldades Deus pode revelar grandes coisas, basta apenas prestar a atenção.
CONCLUSÃO
O grande ensinamento desta lição é justamente o fato de Jesus ter “deixado” seus discípulos por um período de tempo, permitindo que estes refletissem e enfrentassem as dificuldades de uma viagem corriqueira. Isso fez com que eles experimentassem a verdade de que se o Senhor estiver no barco tudo vai bem.
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