Comentarista: Elienai Cabral
TEXTO ÁUREO
“Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete” (Mt 18.21,22).
VERDADE PRÁTICA
Assim como somos perdoados por Deus, devemos perdoar os nossos ofensores.
— Mt 5.23,24 O perdão precede a adoração
— Is 55.7 O perdão de Deus é grandioso
— Mt 6.14,15 Somos perdoados conforme perdoamos
— Sl 86.5 O Senhor quer perdoar
— Lc 23.34 O perdão de Jesus é gracioso
— 1Pe 4.8 Perdoar é uma expressão do amor divino em nós
LEITURA BÍBLICA
Mateus 18.23-35. 23 — Por isso, o Reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos;
24 — e, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos.25 — E, não tendo com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher, e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse.26 — Então, aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.27 — Então, o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida.28 — Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem dinheiros e, lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves.29 — Então, o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.30 — Ele, porém, não quis; antes, foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida.31 — Vendo, pois, os seus conservos o que lhe acontecia, contristaram-se muito e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara.32 — Então, o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste.33 — Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?34 — E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia.35 — Assim vos fará também meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.
PONTO DE CONTATO
Estaremos falando a respeito do perdão hoje. Sobre relacionamento interpessoal e a dificuldade de manter a comunhão com nossos irmãos. É importante mencionar que se tratando de pessoas, sempre haverá falhas, erros, decepções, mágoas e até mesmo traições. Como irmãos em Cristo, devemos estar sempre dispostos a relevar as falhas de nossos semelhantes, a fim de que todo o Corpo de Cristo permaneça unido.Reconcile-se com aqueles que os ofenderam ou que, porventura, tenham ofendido.
OBJETIVOS
Analisar a parábola dentro de seu contexto.
Valorizar o bom relacionamento entre todos, especialmente, entre os irmãos.
Praticar o perdão gracioso de Deus.
Na palavra PERDÃO, resumimos um acróstico, a primeira letra de cada linha compõe a palavra-chave.
LEITURA BÍBLICA
Mateus 18.23-35. 23 — Por isso, o Reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos;
24 — e, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos.25 — E, não tendo com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher, e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse.26 — Então, aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.27 — Então, o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida.28 — Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem dinheiros e, lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves.29 — Então, o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.30 — Ele, porém, não quis; antes, foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida.31 — Vendo, pois, os seus conservos o que lhe acontecia, contristaram-se muito e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara.32 — Então, o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste.33 — Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?34 — E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia.35 — Assim vos fará também meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.
PONTO DE CONTATO
Estaremos falando a respeito do perdão hoje. Sobre relacionamento interpessoal e a dificuldade de manter a comunhão com nossos irmãos. É importante mencionar que se tratando de pessoas, sempre haverá falhas, erros, decepções, mágoas e até mesmo traições. Como irmãos em Cristo, devemos estar sempre dispostos a relevar as falhas de nossos semelhantes, a fim de que todo o Corpo de Cristo permaneça unido.Reconcile-se com aqueles que os ofenderam ou que, porventura, tenham ofendido.
OBJETIVOS
Analisar a parábola dentro de seu contexto.
Valorizar o bom relacionamento entre todos, especialmente, entre os irmãos.
Praticar o perdão gracioso de Deus.
Na palavra PERDÃO, resumimos um acróstico, a primeira letra de cada linha compõe a palavra-chave.
P erdoar para ser perdoado
E nsinar o perdão
R econciliar-se com o ofendido
D esejar o perdão
A mar a quem nos tem ofendido
O rar por aqueles que nos maltratam
INTRODUÇÃO
Esta parábola nos ensina que a abundância da misericórdia é que deve formar a base da moral cristã. Aqui vemos que o rei pôde compreender e perdoar a ignorância, a desonestidade, os erros e as falhas humanas, mas não a injustiça, a desumanidade, a crueldade e a ingratidão. Aquele servo foi maldoso, egoísta e imoral. Não compreendeu o perdão, a misericórdia e a generosidade do rei. Fora-lhe perdoada uma dívida tão grande, que muitos atos de bondade de sua parte não seriam suficientes para expressar gratidão ao seu credor. Entretanto, não teve compaixão de quem lhe devia; pelo contrário, agiu de modo exatamente oposto, lançando seu humilde servo no cárcere.
A bondade do rei fora tão grande que ninguém seria capaz de explicar a razão de sua atitude. Todos nós encontramo-nos na situação daquele homem cruel. Fomos alvos da compaixão divina e recebemos o perdão de Deus por intermédio de Jesus Cristo. Jamais pagaríamos nossa dívida! Se ela era tão grande, e fomos perdoados, como não perdoarmos as ínfimas dívidas dos nossos devedores (Mt 6.12)?
A Parábola do Credor Incompassivo tem por tema principal o perdão divino, originando o esperado e correto procedimento do cristão perdoado por Deus: perdoar também o seu próximo. Nesta lição, estudaremos a ofensa cometida, o perdão e o relacionamento entre ofensor e ofendido.
No ensino de Jesus, temos alguns princípios para perdoar de coração aos que nos ofendem, como Deus nos perdoou e continua a nos perdoar. “Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4.32). A doutrina contida na parábola não trata apenas do perdão de Deus para o homem, mas também deste para com o próximo.
I. O PONTO DE PARTIDA PARA O PERDÃO (Mt 18.1-20)
1. O contexto da parábola (Mt 18.1-6). Esta parábola é devidamente compreendida quando meditamos nas palavras de Jesus concernente à criança e o Reino dos céus (vv.1-4). A ênfase de Jesus à humildade da criança mostra a importância de ser dócil e a condenação do espírito inflexível, irredutível e vingativo. Tal humildade propicia um espírito submisso e perdoador necessário aos que desejam servir a Jesus. Quando nos tornamos simples como uma criança, isto é, sem malícia, preconceito, e prevenção, recebemos a graça de Deus para suportar e perdoar as ofensas, pois é pela graça de Deus que somos perdoados (Ef 1.7; 2.8).
2. A iniciativa para o perdão (Mt 18.15-17). Como Jesus já ensinava em Mt 5.23,24, a atitude inicial para o perdão e reconciliação deve partir do ofendido (v.15).
Quando alguém ofende o seu próximo, peca contra ele. Se for pessoa sensível, de boa fé e temente a Deus, fica inquieta, receosa, temerosa e envergonhada. Esta é uma das razões pelas quais o ofendido deve, confiando na Palavra de Deus, tomar a iniciativa de perdoar o ofensor. Caso o ofensor não reconheça o seu pecado, nem se arrependa, Jesus aponta a disciplina eclesiástica.
II. O PERDÃO PROCEDE DA COMPAIXÃO (Mt 18.23-35)
Jesus em seu ensino sobre o perdão entre os irmãos ilustrou-o com uma parábola.
1. Um ajuste de contas (Mt 18.23). O versículo 23 declara que um certo rei resolveu acertar as contas com os seus servos e um deles, que devia “dez mil talentos”, foi chamado para pagar a dívida. Dez mil talentos corresponde hoje, segundo alguns cálculos, a quase 30 milhões de reais. Uma dívida extremamente alta, cuja quitação era impossível para um súdito ou servo do rei pagar. Certamente isto fala da nossa incalculável dívida com Deus (nossos pecados, Mt 6.12), que homem nenhum pode saldar. Ver Rm 3.9-18; Ed 9.6; 1Jo 1.7,9; Tt 2.14.
2. A imensa dívida contraída (vv.23,24). Embora a dívida deste servo fosse muito maior do que ele poderia pagar, o generoso rei cancelou todo o débito. É isso que Deus faz com os pecados inumeráveis daquele que vem a Cristo e pela fé o aceita como seu Salvador. Assim como Deus nos perdoou, também devemos perdoar aos nossos devedores (Mt 6.14,15).
3. A dívida é impagável (Mt 18.25). Diz o texto que o servo “não tendo com que pagar” apelou à compaixão do seu senhor. De acordo com a Bíblia, somos pecadores insolventes, incapazes de pagar nossas dívidas diante de Deus. A justiça divina requer a reparação do erro, por esta razão “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23), ou seja, a justa retribuição de quem vive a pecar é a morte. Sem o perdão divino, a morte eterna é inevitável, porém a justiça divina foi satisfeita quando Cristo morreu em nosso lugar: “levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados” (1Pe 2.24).
4. A compaixão graciosa perdoa toda a dívida (Mt 18.26,27). Desesperado, o súdito apela ao rei para prolongar o prazo do pagamento do débito. A despeito da vultosa quantia, o monarca, compadecido, perdoa-lhe a dívida. Isto ilustra o que Deus fez por nós. Não somos capazes de expiar nossa culpa por nossos méritos, entretanto, pela compaixão de Deus, todos os nossos pecados são perdoados. O pagamento exigido pela justiça foi pago por Jesus. Ele assumiu a nossa dívida e nos perdoou! (1Jo 1.7-9).
III. A INCLEMÊNCIA DO SERVO PERDOADO (Mt 18.28-35)
1. A crueldade do servo do rei (vv.28-30). Logo que aquele servo saiu da presença de seu senhor, já perdoado da sua apavorante e sinistra dívida, encontrou um seu conservo que lhe devia uma quantia incomparavelmente menor. Ele ali mesmo cobrou-lhe a dívida, agredindo-o violentamente sem qualquer misericórdia. Sua crueldade para com o seu devedor contrastava com a bondade e grandeza de alma do seu senhor. O servo perdoado queria misericórdia, mas não queria proceder assim com o seu semelhante. Enquanto o servo perdoado devia dez mil talentos, o seu conservo lhe devia “cem dinheiros”, o que equivale, a grosso modo, menos de cem reais. Esqueceu-se da compaixão de seu senhor e não mediu as consequências de seus atos. Foi cruel, desumano, iracundo e violento. O monarca, ao saber da crueldade, indignou-se e o chamou a fim de retribuir-lhe conforme a incomplacência demonstrada (Mt 18.32,33), condenando-o a pagar toda a dívida.
2. O perdão revogado (Mt 18.34). A atitude do rei desfaz a ideia de “uma vez salvo, salvo para sempre”, pois a salvação requer de todos nós que cuidemos bem daquilo que recebemos. Ver Hb 3.12; Fp 2.12; 1Co 10.12. O servo não soube conservar a bênção do perdão quando o negou ao seu próximo. Quando um pecador se converte ao Senhor, toda a dívida de seus pecados é perdoada graciosamente por Deus em virtude do sacrifício redentor que Cristo ofereceu ao Pai no Calvário (Hb 10.12-14). A redenção do pecador só Deus pode efetuar, bem como perdoar todos os seus pecados (Sl 49.7,8; Mc 2.10).
3. Aplicação da parábola (Mt 18.35). O texto diz que: “Assim vos fará também meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas”. Ao perdoar alguém, devemos fazê-lo com amor, de coração, pois o perdão nos assemelha ao caráter de Deus (Ef 4.32). Aprendemos nesta parábola que “o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa sobre o juízo” (Tg 2.13).
Aprendemos também que um dia Deus acertará as contas com o ser humano; não importa quem você é. O leitor está preparado para encontrar-se com Deus?
Outra lição decorrente do infame comportamento do servo mau é que com facilidade o ser humano — eu e você — fica contrariado, ofendido, rancoroso e vingativo em relação ao próximo por suas ofensas contra nós. Entretanto, não nos afligimos angustiados, humilhados e arrependidos quando pecamos contra Deus.
CONCLUSÃO
Que é, pois, o perdão? O perdão no âmbito humano é o ato de anularmos a dívida de cometimento de faltas, ofensas, erros e pecados que nosso irmão contraiu de nós, sem jamais lançar isso em rosto, ou ficar lembrando. Assim como Deus fez por nós, conforme está escrito em sua Palavra: “Porque serei misericordioso para com as suas iniquidades e de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais” (Hb 8.12).
E nsinar o perdão
R econciliar-se com o ofendido
D esejar o perdão
A mar a quem nos tem ofendido
O rar por aqueles que nos maltratam
INTRODUÇÃO
Esta parábola nos ensina que a abundância da misericórdia é que deve formar a base da moral cristã. Aqui vemos que o rei pôde compreender e perdoar a ignorância, a desonestidade, os erros e as falhas humanas, mas não a injustiça, a desumanidade, a crueldade e a ingratidão. Aquele servo foi maldoso, egoísta e imoral. Não compreendeu o perdão, a misericórdia e a generosidade do rei. Fora-lhe perdoada uma dívida tão grande, que muitos atos de bondade de sua parte não seriam suficientes para expressar gratidão ao seu credor. Entretanto, não teve compaixão de quem lhe devia; pelo contrário, agiu de modo exatamente oposto, lançando seu humilde servo no cárcere.
A bondade do rei fora tão grande que ninguém seria capaz de explicar a razão de sua atitude. Todos nós encontramo-nos na situação daquele homem cruel. Fomos alvos da compaixão divina e recebemos o perdão de Deus por intermédio de Jesus Cristo. Jamais pagaríamos nossa dívida! Se ela era tão grande, e fomos perdoados, como não perdoarmos as ínfimas dívidas dos nossos devedores (Mt 6.12)?
A Parábola do Credor Incompassivo tem por tema principal o perdão divino, originando o esperado e correto procedimento do cristão perdoado por Deus: perdoar também o seu próximo. Nesta lição, estudaremos a ofensa cometida, o perdão e o relacionamento entre ofensor e ofendido.
No ensino de Jesus, temos alguns princípios para perdoar de coração aos que nos ofendem, como Deus nos perdoou e continua a nos perdoar. “Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4.32). A doutrina contida na parábola não trata apenas do perdão de Deus para o homem, mas também deste para com o próximo.
I. O PONTO DE PARTIDA PARA O PERDÃO (Mt 18.1-20)
1. O contexto da parábola (Mt 18.1-6). Esta parábola é devidamente compreendida quando meditamos nas palavras de Jesus concernente à criança e o Reino dos céus (vv.1-4). A ênfase de Jesus à humildade da criança mostra a importância de ser dócil e a condenação do espírito inflexível, irredutível e vingativo. Tal humildade propicia um espírito submisso e perdoador necessário aos que desejam servir a Jesus. Quando nos tornamos simples como uma criança, isto é, sem malícia, preconceito, e prevenção, recebemos a graça de Deus para suportar e perdoar as ofensas, pois é pela graça de Deus que somos perdoados (Ef 1.7; 2.8).
2. A iniciativa para o perdão (Mt 18.15-17). Como Jesus já ensinava em Mt 5.23,24, a atitude inicial para o perdão e reconciliação deve partir do ofendido (v.15).
Quando alguém ofende o seu próximo, peca contra ele. Se for pessoa sensível, de boa fé e temente a Deus, fica inquieta, receosa, temerosa e envergonhada. Esta é uma das razões pelas quais o ofendido deve, confiando na Palavra de Deus, tomar a iniciativa de perdoar o ofensor. Caso o ofensor não reconheça o seu pecado, nem se arrependa, Jesus aponta a disciplina eclesiástica.
II. O PERDÃO PROCEDE DA COMPAIXÃO (Mt 18.23-35)
Jesus em seu ensino sobre o perdão entre os irmãos ilustrou-o com uma parábola.
1. Um ajuste de contas (Mt 18.23). O versículo 23 declara que um certo rei resolveu acertar as contas com os seus servos e um deles, que devia “dez mil talentos”, foi chamado para pagar a dívida. Dez mil talentos corresponde hoje, segundo alguns cálculos, a quase 30 milhões de reais. Uma dívida extremamente alta, cuja quitação era impossível para um súdito ou servo do rei pagar. Certamente isto fala da nossa incalculável dívida com Deus (nossos pecados, Mt 6.12), que homem nenhum pode saldar. Ver Rm 3.9-18; Ed 9.6; 1Jo 1.7,9; Tt 2.14.
2. A imensa dívida contraída (vv.23,24). Embora a dívida deste servo fosse muito maior do que ele poderia pagar, o generoso rei cancelou todo o débito. É isso que Deus faz com os pecados inumeráveis daquele que vem a Cristo e pela fé o aceita como seu Salvador. Assim como Deus nos perdoou, também devemos perdoar aos nossos devedores (Mt 6.14,15).
3. A dívida é impagável (Mt 18.25). Diz o texto que o servo “não tendo com que pagar” apelou à compaixão do seu senhor. De acordo com a Bíblia, somos pecadores insolventes, incapazes de pagar nossas dívidas diante de Deus. A justiça divina requer a reparação do erro, por esta razão “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23), ou seja, a justa retribuição de quem vive a pecar é a morte. Sem o perdão divino, a morte eterna é inevitável, porém a justiça divina foi satisfeita quando Cristo morreu em nosso lugar: “levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados” (1Pe 2.24).
4. A compaixão graciosa perdoa toda a dívida (Mt 18.26,27). Desesperado, o súdito apela ao rei para prolongar o prazo do pagamento do débito. A despeito da vultosa quantia, o monarca, compadecido, perdoa-lhe a dívida. Isto ilustra o que Deus fez por nós. Não somos capazes de expiar nossa culpa por nossos méritos, entretanto, pela compaixão de Deus, todos os nossos pecados são perdoados. O pagamento exigido pela justiça foi pago por Jesus. Ele assumiu a nossa dívida e nos perdoou! (1Jo 1.7-9).
III. A INCLEMÊNCIA DO SERVO PERDOADO (Mt 18.28-35)
1. A crueldade do servo do rei (vv.28-30). Logo que aquele servo saiu da presença de seu senhor, já perdoado da sua apavorante e sinistra dívida, encontrou um seu conservo que lhe devia uma quantia incomparavelmente menor. Ele ali mesmo cobrou-lhe a dívida, agredindo-o violentamente sem qualquer misericórdia. Sua crueldade para com o seu devedor contrastava com a bondade e grandeza de alma do seu senhor. O servo perdoado queria misericórdia, mas não queria proceder assim com o seu semelhante. Enquanto o servo perdoado devia dez mil talentos, o seu conservo lhe devia “cem dinheiros”, o que equivale, a grosso modo, menos de cem reais. Esqueceu-se da compaixão de seu senhor e não mediu as consequências de seus atos. Foi cruel, desumano, iracundo e violento. O monarca, ao saber da crueldade, indignou-se e o chamou a fim de retribuir-lhe conforme a incomplacência demonstrada (Mt 18.32,33), condenando-o a pagar toda a dívida.
2. O perdão revogado (Mt 18.34). A atitude do rei desfaz a ideia de “uma vez salvo, salvo para sempre”, pois a salvação requer de todos nós que cuidemos bem daquilo que recebemos. Ver Hb 3.12; Fp 2.12; 1Co 10.12. O servo não soube conservar a bênção do perdão quando o negou ao seu próximo. Quando um pecador se converte ao Senhor, toda a dívida de seus pecados é perdoada graciosamente por Deus em virtude do sacrifício redentor que Cristo ofereceu ao Pai no Calvário (Hb 10.12-14). A redenção do pecador só Deus pode efetuar, bem como perdoar todos os seus pecados (Sl 49.7,8; Mc 2.10).
3. Aplicação da parábola (Mt 18.35). O texto diz que: “Assim vos fará também meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas”. Ao perdoar alguém, devemos fazê-lo com amor, de coração, pois o perdão nos assemelha ao caráter de Deus (Ef 4.32). Aprendemos nesta parábola que “o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa sobre o juízo” (Tg 2.13).
Aprendemos também que um dia Deus acertará as contas com o ser humano; não importa quem você é. O leitor está preparado para encontrar-se com Deus?
Outra lição decorrente do infame comportamento do servo mau é que com facilidade o ser humano — eu e você — fica contrariado, ofendido, rancoroso e vingativo em relação ao próximo por suas ofensas contra nós. Entretanto, não nos afligimos angustiados, humilhados e arrependidos quando pecamos contra Deus.
CONCLUSÃO
Que é, pois, o perdão? O perdão no âmbito humano é o ato de anularmos a dívida de cometimento de faltas, ofensas, erros e pecados que nosso irmão contraiu de nós, sem jamais lançar isso em rosto, ou ficar lembrando. Assim como Deus fez por nós, conforme está escrito em sua Palavra: “Porque serei misericordioso para com as suas iniquidades e de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais” (Hb 8.12).
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