23 junho 2022

Lição 13: As Bodas do Filho de Deus- Parábolas de Jesus — Advertências para os dias de hoje



Comentarista: Elienai Cabral 

TEXTO ÁUREO
“Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos” (Mt 22.14).

VERDADE PRÁTICA
As bodas e a suprema coroação daqueles que atenderam ao convite divino e foram fiéis ao Rei.

— At 13.46 O convite real rejeitado
— Jo 1.12 O convite real aceito
— 1Jo 3.2 Os convidados assemelhar-se-ão ao anfitrião
— Ap 3.21 O lugar de honra dos convidados vencedores
— Ap 19.9 Os convidados às bodas são bem-aventurados
— Ap 19.7 A noiva deve estar pronta para as bodas


LEITURA BÍBLICA
Mateus 22.2-14.  2 — O Reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho.
3 — E enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas; e estes não quiseram vir.
4 — Depois, enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo já pronto; vinde às bodas.5 — Porém eles, não fazendo caso, foram, um para o seu campo, e outro para o seu negócio;6 — e, os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram.7 — E o rei, tendo noticias disso, encolerizou-se, e, enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade.8 — Então, disse aos servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos.9 — Ide, pois, às saídas dos caminhos e convidai para as bodas a todos os que encontrardes.10 — E os servos, saindo pelos caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e a festa nupcial ficou cheia de convidados.11 — E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste nupcial.12 — E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu.13 — Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o e lançai-o nas trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes.14 — Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos.

OBJETIVOS

Sintetizar a mensagem principal da lição.
Descrever os personagens das Bodas do Cordeiro.
Explicar os aspectos futuro e atual da celebração das bodas.

Os principais assuntos da parábola das Bodas do Cordeiro. Utilize transparências, cartolina ou quadro de giz a fim de auxiliar os alunos a fixarem a aprendizagem.




INTRODUÇÃO
 Os manuais de etiqueta objetivam ensinar como vestir-se adequadamente em cada ocasião. A Bíblia Sagrada é nosso manual de regra e conduta. Por meio dela, aprendemos sobre as vestes espirituais indispensáveis àqueles que desejam participar das Bodas do Cordeiro — vestes de santidade, de justiça e de verdade.

Nesta parábola, a figura de Deus é representada por um rei que vai celebrar as bodas de seu filho e envia seus servos a chamar os convidados. Os primeiros a receberem o convite não fazem caso do mesmo por motivos irrelevantes. Então, o rei estende seu convite a todas as pessoas desprezadas pela sociedade, estas prontamente aceitam-no. No meio da festa, o rei avista um convidado sem os trajes apropriados para a festa e questiona-o a respeito disso. Diante de seu emudecimento, o convidado é expulso da festa. Os primeiros convidados representam a rejeição dos judeus ao Messias. Os outros, nós, os gentios. Como em qualquer festa nupcial, só participarão das Bodas do Cordeiro, preparadas pelo Pai celestial, os que estiverem com suas vestes adequadas, isto é, trajados com a “justiça dos santos” (Ap 19.8).


Esta parábola às vezes é confundida com a de Lucas 14.16-24, porque as duas apresentam uma festa, em que alguns convidados aceitam e outros rejeitam o convite. Porém, as duas são relatos e lições totalmente distintas.

Nesta parábola, Jesus acusa os fariseus e saduceus de rejeitarem o convite de amor que Deus lhes fez, e de desonrarem o Filho e matar os seus servos. A lição principal que Jesus põe em destaque está no versículo 14: “muitos são chamados, mas poucos, escolhidos”.

I. UM CONVITE DO REI (Mt 22.2,3)
1. Quem é o Rei? A figura de Deus assume papéis distintos em cada parábola. Na anterior, Deus é representado pelo viticultor (21.33-46); nesta por “um rei” e “pai”. Na outra parábola, o filho era o herdeiro da vinha; nesta, ele é o filho do Rei que vai se casar (Sl 72.1). Subtende-se que o rei é o nosso Pai Celestial; o filho é Jesus Cristo — o noivo que vai se casar; a noiva é, indiscutivelmente, a igreja.

2. Uma celebração desejada pelo Rei (vv.2,3). A despeito desta parábola ser uma resposta aos seus inimigos religiosos, Jesus estava apresentando-a sob duas perspectivas: uma, no presente e, outra, no futuro. Aqueles que inicialmente foram convidados para as Bodas (vv.4-6) representavam os judeus que rejeitaram ao Filho, Jesus. Ao invés de aceitarem o convite, preferiram cada qual fazer outra coisa. O Rei sempre desejou esta festa e, no tempo devido, chegaria o momento da celebração.

3. O aspecto atual da celebração. A celebração não é apenas futura, escatológica. Podemos observar que Jesus estava falando para a sua geração. O convite é para o povo de Israel, que deveria reconhecer a Jesus como herdeiro do reino (At 13.46). Mas, Israel recusou o convite. Ora, por esse aspecto histórico, entendemos que, uma vez que Israel rejeitou a convocação celeste (Rm 11), a todos quantos não faziam parte desse povo legalista, foi estendido o convite (Rm 10.19-21). Desse modo, a porta da Casa do Rei foi aberta para todos os demais. Na era presente, todos podemos desfrutar de um antegozo deste banquete nupcial (v.4; 2Co 2.18; Ef 1.3).

4. O aspecto futuro da celebração. Esta parábola nos induz à grande festividade nupcial de Apocalipse 19.7-9. No Antigo Testamento, o matrimônio era uma figura da união entre Deus e Israel (Is 54.5), enquanto no Novo Testamento, é uma aliança espiritual entre Cristo e a Igreja, a “esposa do Cordeiro” (Ap 19.7; 2Co 11.2).

II. OS CONVIDADOS DO REI (Mt 22.3-10)
1. Dois Insistentes convites para Israel. No primeiro convite do Rei (Mt 22.1-3), os mensageiros saíram a chamar os convidados, mas estes se recusaram a vir (At 13.46). Criaram obstáculos para não atender ao convite do Rei. No segundo, os servos foram orientados a declarar aos convidados que “o jantar já estava preparado, os bois e os cevados já mortos, e tudo estava pronto para a celebração” (Mt 22.4-7), porém outra vez rejeitaram o convite régio.

Os apóstolos Paulo e Barnabé entenderam esse fato numa das suas primeiras viagens missionárias. Ao chegarem em Antioquia da Pisídia, ambos, compreendendo o plano de Deus, não temeram aplicar as profecias do Antigo Testamento a Cristo e, com base nestas mesmas escrituras, declarar que Jesus era o Messias prometido (At 13.26-41). Mostraram aos judeus o privilégio deles em receber a Palavra de Deus antes dos gentios, no entanto, por rejeitarem o convite, os gentios seriam chamados em lugar deles (At 13.46-48).

2. Três classes de pessoas convidadas (vv.3-6). A primeira classe é a dos indiferentes, porque lhes interessava muito mais cuidar dos negócios materiais do que ir a uma celebração. A segunda é a dos ingratos que, embora amigos do Rei, maltrataram os emissários. A terceira classe, ainda pior do que as duas primeiras, era violenta e assassina. O convite real pareceu-lhes uma afronta, por isso, não hesitaram em ultrajar e matar os servos do Rei (Mt 22.6). A simples recusa não provocaria a reação punitiva do rei, todavia, além de recusarem o convite, agiram como homicidas.

3. O terceiro convite (Mt 22.8-10). Este último convite revela a justiça divina irmanada à misericórdia. Segundo o costume, esses convidados não eram dignos, isto é, eram pessoas comuns, discriminadas pela sociedade e não desfrutavam da amizade do Rei (Mt 22.8). Estes homens, rejeitados pelos judeus, foram receptivos ao convite régio e encheram o palácio para as bodas. Os servos do monarca foram pelos caminhos e convidaram a todos que encontraram, tanto os maus como os bons (Mt 22.10). É interessante notar que o texto se refere “às saídas do caminho”, indicando não apenas as pessoas dentro dos limites de Israel, mas a tantos quantos fossem encontrados fora de suas fronteiras. O livro de Atos dos Apóstolos é um testemunho de que o evangelho ultrapassou os limites de Israel. Ao recusarem o convite real, os judeus mostraram ser menos dignos do que os gentios (Rm 11.11; 15.27; 9.20-21).

4. Os propósitos de Deus não são frustrados. A rejeição dos judeus não frustrou os propósitos divinos, ao contrário, propiciou a entrada dos gentios (vv.8-10). Os convidados não apenas rejeitaram o convite, mas rechaçaram com violência e morte os mensageiros do rei. Não foi exatamente isto que os judeus fizeram com os discípulos de Jesus?

III. A FESTA DO CASAMENTO (Mt 22.10-12)
Os benefícios e delícias do reino messiânico são representados pela figura de uma festa nupcial. Os judeus foram indiferentes ao convite do Rei. Os servos enviados pelo Monarca ao longo da história desse povo foram rechaçados e maltratados, desde os primeiros profetas até o último, João Batista.

1. As vestes adequadas para a festa (v.11). De algum modo, o rei providenciou vestes festivas para os convidados desafortunados, a fim de que se trajassem adequadamente para as núpcias. Qual o sentido simbólico da “veste nupcial”? Significa despojar-se das vestes antigas, dos andrajos do pecado, e vestir-se com trajes santos, purificados com o sangue do Cordeiro.

2. Convidado sem traje adequado (v.11). Não era aceito na sociedade de então que alguém entrasse numa festa sem estar devidamente vestido. Trazendo isto para a realidade espiritual, entendemos que é impossível estar na celebração maior do Reino de Deus sem o traje festivo. Os convidados sem traje nupcial representam aqueles que pensam ser capazes de servir a Deus de qualquer modo, sem demonstrar os sinais da obra purificadora do Calvário. Quem está vestido com sua própria justiça não tem direito de entrar na festa. Somente aqueles que estão trajados com a “justiça dos santos” (Ap 19.8).

3. A visão escatológica das Bodas (Mt 22.10; Ap 19.7-9). Nas Bodas, conforme a parábola, “a festa nupcial ficou cheia de convidados”. Ou seja, daqueles que aceitaram o convite da graça, passando a fazer parte das Bodas do Cordeiro.

a) O “filho do Rei”. É a mesma figura do “Cordeiro”, isto é, a pessoa de Cristo. Ele é o esposo desejado pela Igreja, a esposa.

b) A esposa do Filho do Rei. Não é Israel, mas a Igreja remida no Calvário formada indistintamente por judeus e gentios que receberam a Cristo (2Co 11.2; Ef 5.23-32; Ap 19.7).

c) O tempo da festa. As Bodas do Cordeiro dar-se-ão após o arrebatamento e o Tribunal de Cristo. Enquanto a Igreja se regozija na presença do Noivo, na terra, acontecerá a Grande Tribulação.

CONCLUSÃO
A principal lição dessa parábola está no versículo 14 que mostra a rejeição de Israel à obra de Cristo. Israel era o povo chamado e eleito; o povo convidado para as bodas, mas a sua rejeição propiciou o convite a todos os povos. Não podemos, por conseguinte, desprezar o convite para as bodas do Cordeiro. Como, porém, aceitar este convite? Recebendo a Cristo como o nosso único e suficiente Salvador.

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