Comentarista: Elienai Cabral
TEXTO ÁUREO
“Tudo isso disse Jesus por parábolas à multidão e nada lhes falava sem parábolas, para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta, que disse: Abrirei em parábolas a boca; publicarei coisas ocultas desde a criação do mundo” (Mt 13.34,35).
— Ez 17.2 A parábola é uma comparação
— Mc 4.2 A parábola é um recurso educacional
— Mt 13.36,37 A parábola pode ser interpretada
— Mt 24.32 A parábola pode ser aprendida
— Mc 4.13 É importante aprender todas as parábolas
— Mc 4.30 A parábola é fonte de inesgotáveis recursos
LEITURA BÍBLICA
Salmos 78.1-8. 1 — Escutai a minha lei, povo meu; inclinai os ouvidos às palavras da minha boca.
2 — Abrirei a boca numa parábola; proporei enigmas da antiguidade,3 — os quais temos ouvido e sabido, e nossos pais no-los têm contado.4 — Não os encobriremos aos seus filhos, mostrando à geração futura os louvores do SENHOR, assim como a sua força e as maravilhas que fez.
5 — Porque ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e pôs uma lei em Israel, e ordenou aos nossos pais que a fizessem conhecer a seus filhos,6 — Para que a geração vindoura a soubesse, e os filhos que nascessem se levantassem e a contassem a seus filhos;7 — para que pusessem em Deus a sua esperança e se não esquecessem das obras de Deus, mas guardassem os seus mandamentos
8 — e não fossem como seus pais, geração contumaz e rebelde, geração que não regeu o seu coração, e cujo espírito não foi fiel para com Deus.
Meditaremos nos incomparáveis ensinamentos encontrados nas parábolas de Jesus. Trata-se daquelas narrações alegóricas que, a partir do cotidiano e comum, ensinam ricas e profundas lições espirituais.
Interpretar parábolas não é fácil. No desempenho desta tarefa, é necessário evitarmos o raciocínio equivocado e a imaginação extravagante, pois, a despeito de as histórias bíblicas parecerem simples, poucos são os que conseguem entender seu profundo significado espiritual (Mt 13.13). Que Deus nos ajude neste importante empreendimento!
OBJETIVOS
Definir o termo parábola.
Explicar os dois objetivos das parábolas de Jesus.
Descrever três regras de interpretação das parábolas.
As parábolas eram recursos didáticos usados pelos judeus desde os tempos do Antigo Testamento (Jó 27.1; Hb 2.6). O profeta Ezequiel está entre os inúmeros personagens bíblicos que fizeram uso dessas alegorias a fim de comunicar uma mensagem clara e acessível (Ez 17.2). As parábolas também eram usadas pelo povo e sábios de Israel em forma de provérbios parabólicos (Ez 18.1-3; Sl 78.2). O propósito da parábola está relacionado ao significado do próprio termo, ou seja, “colocar uma coisa ao lado de outra a fim de comparar”. Portanto, quando Jesus ensinava usando a parábola, pretendia comparar um episódio do cotidiano com uma realidade espiritual. Jesus usava essas ilustrações com dois objetivos: didático e teológico.
INTRODUÇÃO
Através de suas parábolas, o Senhor Jesus continua a revelar-nos os grandes mistérios do Reino de Deus.
Além de seu aspecto teológico, suas parábolas são amorosamente voltadas para a prática; levam-nos a exercitar o verdadeiro cristianismo em nosso atribulado e estressante cotidiano.
Agora, pois, em espírito de profunda reverência e humildade, passemos às parábolas que nos deixou o Filho do Homem. Se colocarmos em prática os seus ensinos, viveremos no âmbito do Reino de Deus a partir de agora; imediatamente. E de vitória em vitória, haveremos de chegar às Bodas do Cordeiro.
Não ajamos, pois, como muitos dos ouvintes de Jesus. Apesar da clareza das parábolas que Ele proferiu, jamais conseguiram perceber a chegada do Reino anunciado pelos santos profetas.
I. O QUE É A PARÁBOLA
A parábola, como a encontramos nos evangelhos, é um recurso didático, largamente utilizado por Jesus, a fim de elucidar as grandes verdades e mistérios do Reino de Deus. Vejamos, pois, como podemos defini-la.
1. Definição etimológica. Originária do vocábulo grego parabolé , a referida palavra significa, etimologicamente, colocar uma coisa ao lado de outra; comparação. Não foi exatamente o que escreveu Ezequiel ao povo de Israel ao propor-lhe uma parábola? (Ez 17.2).
2. Definição hermenêutica. Antes de avançarmos nesta definição, vejamos o que é hermenêutica: é a ciência que tem por objetivo interpretar corretamente a Bíblia.
Segundo a hermenêutica, parábola é uma narrativa alegórica constituída de personagens, coisas, incidentes e atitudes que, através de comparações, facilita a compreensão de realidades que se acham além do nosso entendimento.
Exemplo: Objetivando mostrar aos seus contemporâneos o singular e incomparável amor de Deus para com o pecador, o Senhor Jesus narrou-lhes a Parábola do Filho Pródigo. Doutra forma, como poderiam eles ver a Deus como o Amoroso Pai sempre pronto a receber o filho que, caindo em si, resolve retornar à casa paterna?
3. A Bíblia é um livro rico em parábolas. Além das parábolas de Cristo, encontramos muitas outras através das Sagradas Escrituras. Isaías, Jeremias, Ezequiel e Oseias usaram-nas com rara sabedoria. Ao todo, são mais de 250 parábolas na Bíblia.
Surpreendentemente, nenhuma parábola encontramos no Evangelho de João. Por outro lado, neste deparamo-nos com várias figuras de linguagem usadas para ilustrar o ministério de Cristo: a serpente levantada por Moisés no deserto (Jo 3.14-17); a água viva (Jo 4.14), etc.
II. OS OBJETIVOS DAS PARÁBOLAS DE JESUS
Ao proferir as suas parábolas, tinha o Senhor Jesus, em mente, dois objetivos: um didático e outro teológico.
1. Objetivo didático. Como o Mestre dos mestres, Jesus sabia perfeitamente como haveria de alcançar as ovelhas perdidas da Casa de Israel. Por isso, pôs-se a ensinar os seus contemporâneos através de comparações. Ao falar-lhes das coisas terrenas, mostrava-lhes, com toda a clareza, as celestiais. Ele sabia ensinar verdades profundas utilizando-se das coisas que eram comuns no dia-a-dia de seus ouvintes.
2. Objetivo teológico. Além de ser o Mestre dos mestres, o Senhor Jesus era, de igual modo, a fonte de onde manam todos os mistérios do Reino de Deus. Como, porém, falar desses mistérios se a sua audiência era de gente simples? Para alcançar os seus ouvintes, foi ele comparando as coisas celestes com as terrestres, a fim de que estas esclarecessem aquelas. E, assim, através desse recurso educacional, Ele formou a primeira geração de teólogos da Igreja Cristã: os apóstolos.
III. POR QUE JESUS ENSINAVA POR PARÁBOLAS
Ao ensinar através de parábolas, tinha o Senhor Jesus em mente, também, esclarecer os mistérios do Reino de Deus aos pequeninos, e ocultar estes mesmos mistérios daqueles que, julgando-se mestres, recusavam-lhe a doutrina.
1. Esclarecer os mistérios do Reino de Deus aos pequeninos. Como toda a Palavra de Deus, as parábolas do Senhor Jesus eram como uma espada de dois gumes. Se por um lado, explicava os mistérios do Reino de Deus aos pequeninos e humildes (Lc 10.21); por outro, tinha como alvo...
2. Ocultar estes mesmos mistérios dos sábios e inteligentes. Estes, ao contrário daqueles mencionados acima, não estavam dispostos a renunciar a tradição dos anciãos, para terem condições de entender os mistérios do Reino de Deus. Dessa gente presunçosa e orgulhosa, profetizou Isaías (Is 6.9,10).
Por conseguinte, se quisermos aprender os mistérios do Reino de Deus, devemos nos postar aos pés do Divino Mestre e, assim, em profunda humildade, guardar seus ensinamentos em nosso coração. Os que se acham sábios, nada aprenderão; os que anseiam pelo ensino, serão plenamente saciados.
IV. COMO INTERPRETAR PARÁBOLAS
Como poderá você constatar, não é difícil interpretar as parábolas. Aliás, o próprio Jesus encarregou-se de interpretar algumas aos seus discípulos (Mt 13.37,38). Basta termos em mente os seguintes passos, a fim de que possamos alcançar o seu significado:
1. Buscar a verdade (ou verdades) que a parábola ilustra. A pergunta encontra-se, invariavelmente, no início ou no final do texto. Como por exemplo na Parábola da Ovelha e da Dracma perdida (Lc 15.4,8).
2. Ater-se à essência da parábola. Ou seja: que levemos em conta os traços principais da parábola e não propriamente o seu cenário.
Na Parábola do Filho Pródigo, por exemplo, devemos considerar os seguintes elementos: o pai, que representa o Amoroso Deus; o filho mais novo, que ilustra o pecador espiritualmente perdido; e o filho mais velho que lembra o crente inconformado com a misericórdia divina em relação ao filho que volta a usufruir dos favores imerecidos do Pai Celeste.
Por conseguinte, não devemos nos preocupar em achar significado para os porcos, para as alfarrobas que estes comiam, etc.
3. Jamais se esquecer de que as parábolas servem para ilustrar doutrinas e não para estabelecê-las. Infelizmente, não são poucos os intérpretes que, esquecendo-se disso, aparecem com ensinamentos estranhos à Palavra de Deus.
CONCLUSÃO
As parábolas de Nosso Senhor Jesus Cristo continuam tão atuais como nos dias do Novo Testamento. Atentemos ao seu ensino com todo cuidado e desvelo; pois continuam a explicar-nos os mistérios do Reino de Deus.
Que o Senhor nos ajude a estudá-las com um espírito humilde e quebrantado. Tenho certeza de que, ao findar este trimestre, estaremos mais ricos espiritualmente. Porque aprouve a Deus revelar-nos, através das Parábolas, os mistérios de seu Reino. Amém.
Agora, pois, em espírito de profunda reverência e humildade, passemos às parábolas que nos deixou o Filho do Homem. Se colocarmos em prática os seus ensinos, viveremos no âmbito do Reino de Deus a partir de agora; imediatamente. E de vitória em vitória, haveremos de chegar às Bodas do Cordeiro.
Não ajamos, pois, como muitos dos ouvintes de Jesus. Apesar da clareza das parábolas que Ele proferiu, jamais conseguiram perceber a chegada do Reino anunciado pelos santos profetas.
I. O QUE É A PARÁBOLA
A parábola, como a encontramos nos evangelhos, é um recurso didático, largamente utilizado por Jesus, a fim de elucidar as grandes verdades e mistérios do Reino de Deus. Vejamos, pois, como podemos defini-la.
1. Definição etimológica. Originária do vocábulo grego parabolé , a referida palavra significa, etimologicamente, colocar uma coisa ao lado de outra; comparação. Não foi exatamente o que escreveu Ezequiel ao povo de Israel ao propor-lhe uma parábola? (Ez 17.2).
2. Definição hermenêutica. Antes de avançarmos nesta definição, vejamos o que é hermenêutica: é a ciência que tem por objetivo interpretar corretamente a Bíblia.
Segundo a hermenêutica, parábola é uma narrativa alegórica constituída de personagens, coisas, incidentes e atitudes que, através de comparações, facilita a compreensão de realidades que se acham além do nosso entendimento.
Exemplo: Objetivando mostrar aos seus contemporâneos o singular e incomparável amor de Deus para com o pecador, o Senhor Jesus narrou-lhes a Parábola do Filho Pródigo. Doutra forma, como poderiam eles ver a Deus como o Amoroso Pai sempre pronto a receber o filho que, caindo em si, resolve retornar à casa paterna?
3. A Bíblia é um livro rico em parábolas. Além das parábolas de Cristo, encontramos muitas outras através das Sagradas Escrituras. Isaías, Jeremias, Ezequiel e Oseias usaram-nas com rara sabedoria. Ao todo, são mais de 250 parábolas na Bíblia.
Surpreendentemente, nenhuma parábola encontramos no Evangelho de João. Por outro lado, neste deparamo-nos com várias figuras de linguagem usadas para ilustrar o ministério de Cristo: a serpente levantada por Moisés no deserto (Jo 3.14-17); a água viva (Jo 4.14), etc.
II. OS OBJETIVOS DAS PARÁBOLAS DE JESUS
Ao proferir as suas parábolas, tinha o Senhor Jesus, em mente, dois objetivos: um didático e outro teológico.
1. Objetivo didático. Como o Mestre dos mestres, Jesus sabia perfeitamente como haveria de alcançar as ovelhas perdidas da Casa de Israel. Por isso, pôs-se a ensinar os seus contemporâneos através de comparações. Ao falar-lhes das coisas terrenas, mostrava-lhes, com toda a clareza, as celestiais. Ele sabia ensinar verdades profundas utilizando-se das coisas que eram comuns no dia-a-dia de seus ouvintes.
2. Objetivo teológico. Além de ser o Mestre dos mestres, o Senhor Jesus era, de igual modo, a fonte de onde manam todos os mistérios do Reino de Deus. Como, porém, falar desses mistérios se a sua audiência era de gente simples? Para alcançar os seus ouvintes, foi ele comparando as coisas celestes com as terrestres, a fim de que estas esclarecessem aquelas. E, assim, através desse recurso educacional, Ele formou a primeira geração de teólogos da Igreja Cristã: os apóstolos.
III. POR QUE JESUS ENSINAVA POR PARÁBOLAS
Ao ensinar através de parábolas, tinha o Senhor Jesus em mente, também, esclarecer os mistérios do Reino de Deus aos pequeninos, e ocultar estes mesmos mistérios daqueles que, julgando-se mestres, recusavam-lhe a doutrina.
1. Esclarecer os mistérios do Reino de Deus aos pequeninos. Como toda a Palavra de Deus, as parábolas do Senhor Jesus eram como uma espada de dois gumes. Se por um lado, explicava os mistérios do Reino de Deus aos pequeninos e humildes (Lc 10.21); por outro, tinha como alvo...
2. Ocultar estes mesmos mistérios dos sábios e inteligentes. Estes, ao contrário daqueles mencionados acima, não estavam dispostos a renunciar a tradição dos anciãos, para terem condições de entender os mistérios do Reino de Deus. Dessa gente presunçosa e orgulhosa, profetizou Isaías (Is 6.9,10).
Por conseguinte, se quisermos aprender os mistérios do Reino de Deus, devemos nos postar aos pés do Divino Mestre e, assim, em profunda humildade, guardar seus ensinamentos em nosso coração. Os que se acham sábios, nada aprenderão; os que anseiam pelo ensino, serão plenamente saciados.
IV. COMO INTERPRETAR PARÁBOLAS
Como poderá você constatar, não é difícil interpretar as parábolas. Aliás, o próprio Jesus encarregou-se de interpretar algumas aos seus discípulos (Mt 13.37,38). Basta termos em mente os seguintes passos, a fim de que possamos alcançar o seu significado:
1. Buscar a verdade (ou verdades) que a parábola ilustra. A pergunta encontra-se, invariavelmente, no início ou no final do texto. Como por exemplo na Parábola da Ovelha e da Dracma perdida (Lc 15.4,8).
2. Ater-se à essência da parábola. Ou seja: que levemos em conta os traços principais da parábola e não propriamente o seu cenário.
Na Parábola do Filho Pródigo, por exemplo, devemos considerar os seguintes elementos: o pai, que representa o Amoroso Deus; o filho mais novo, que ilustra o pecador espiritualmente perdido; e o filho mais velho que lembra o crente inconformado com a misericórdia divina em relação ao filho que volta a usufruir dos favores imerecidos do Pai Celeste.
Por conseguinte, não devemos nos preocupar em achar significado para os porcos, para as alfarrobas que estes comiam, etc.
3. Jamais se esquecer de que as parábolas servem para ilustrar doutrinas e não para estabelecê-las. Infelizmente, não são poucos os intérpretes que, esquecendo-se disso, aparecem com ensinamentos estranhos à Palavra de Deus.
CONCLUSÃO
As parábolas de Nosso Senhor Jesus Cristo continuam tão atuais como nos dias do Novo Testamento. Atentemos ao seu ensino com todo cuidado e desvelo; pois continuam a explicar-nos os mistérios do Reino de Deus.
Que o Senhor nos ajude a estudá-las com um espírito humilde e quebrantado. Tenho certeza de que, ao findar este trimestre, estaremos mais ricos espiritualmente. Porque aprouve a Deus revelar-nos, através das Parábolas, os mistérios de seu Reino. Amém.
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