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07 setembro 2021

𝐀 𝐑𝐄𝐒𝐓𝐀𝐔𝐑𝐀ÇÃ𝐎 𝐃𝐄 𝐃𝐄𝐔𝐒 𝐍𝐀 𝐓𝐑𝐀𝐆É𝐃𝐈𝐀


Referência: Jó 1, 2, 42
INTRODUÇÃO
1.Um esforço concentrado do inferno para destruir a família
A família está sendo bombardeada com arsenal pesado. Há torpedos mortíferos apontados para a família. É a crise conjugal. É crise dos jovens. É a crise dos valores.
A família está perdida. A educação moderna está perdida. As instituições não sabem o que fazer para reverter essa crise.
2.Seis áreas básicas que o inimigo tenta atacar em nossa vida
a)Nosso relacionamento com Deus
b)Finanças
c)Filhos
d)Saúde
e)Casamento
f)Amizades.
3.Deus proclama o caráter de Jó – 1.8
Deus conhece os que são seus. Deus conhece sua vida. Ele sabe quem é você. Ele sabe o que você não faz e o que você faz. Ele conhece seus pensamentos, seus desejos, seus sonhos. Deus elogia Jó pela sua piedade e integridade.
4.Satanás levanta suspeitas sobre as motivações de Jó – 1.9-11
Ele disse que Jó serve a Deus por interesse.
Disse que Jó serve a Deus porque Deus o tem enriquecido.
Satanás acusa Jó de amar mais o dinheiro, os filhos e a saúde do que a Deus.
5.Deus constitui Jó como seu advogado na terra – 1.12
Deus confia em Jó. Jó não sabia, mas ele havia sido constituído como advogado de Deus na terra ao passar pelas duras provas e revezes da vida. Se Jó naufragasse, era o nome e a reputação de Deus que estava em jogo.
I.OS TORPEDOS DO INFERNO NA FAMÍLIA DE JÓ
1.Satanás acatou os bens de Jó – 1.13-20
a)Ele usou homens – sabeus e caldeus roubaram e saquearam os rebanhos de Jó. Ele foi espoliado, roubado. Jó decretou falência. Foi à bancarrota. Abriu concordata.
b)Ele usou fogo – queimou ovelhas e servos (1.16).
Jó sendo o homem mais rico do Oriente, ficou pobre, sem crédito. Sua empresa faliu, seu negócio acabou.
A crise financeira é a crise de muitas famílias hoje. É o investimento que não deu certo. É o negócio que se frustrou. É a empresa que não reage. É a globalização que solapou sua estabilidade. É o jovem que sai da Faculdade sem perspectiva de emprego. É o pai de família que é mandado embora aos 50 anos e não arranja mais emprego.
Talvez um acidente, uma tragédia, uma mudança de política na empresa pegou você de surpresa e pôs sua vida financeira de cabeça para baixo. Tudo que você construiu durante anos foi de água para baixo.
2.Satanás atacou os filhos de Jó – 1.19
a)Jó era um pai exemplar (1.4,5) – Jó inspirava amizade no coração dos filhos (1.4). Ele tinha comunhão com os filhos (1.5). Ele santificava os filhos (1.5). Ele orava por todos os filhos (1.5). Ele orava pelos filhos de madrugada e continuamente (1.5). Ele priorizava a vida espiritual dos filhos.
b)Satanás atacou os filhos de Jó num dia de festa e comunhão familiar – Todos os filhos morreram num único desastre. Jó vai para o cemitério sepultar todos os seus 10 filhos de uma única vez. Sua dor é indescritível. Jó raspou a cabeça, mostrando que a sua glória havia apagado.
c)Os amigos de Jó o acusam – Disseram que a habitação de Jó havia sido amaldiçoada (5.3). Disseram que seus filhos haviam sido desamparados e destruídos (5.4). Disseram que seus filhos eram rebeldes e por isso Deus os havia destruído (8.4).
d)Quem sabe este é dilema da sua vida hoje – Há muitos filhos que estão sendo atingidos pelos dardos inflamados do maligno. Há muitos pais e mães que estão chorando pelos filhos. Há muitos filhos que estão no mundo, no vício, no pecado. Quem sabe seus filhos são rebeldes, desobedientes e isso está acabando com você.
3.Satanás atacou a saúde de Jó – 2.4-6
Satanás achou que Jó amava mais a sua pele do que a Deus.
Jó então foi ferido: infecção, mau hálito, dor, pele necrosada, corpo encarquilhado. Raspava suas feridas com cacos de telha.
As pessoas cuspiam nele. Seus ossos ardiam. Formavam-se bolhas de pus e ele mordia nessas bolhas para aliviar sua dor.
Sua dor foi tão grande que ele: 1) Desejou morrer no ventre da mãe (3.11; 10.18); 2) Desejou morrer ao nascer (3.11); Desejou que os seios de sua mãe estivessem murchos para morrer de fome (3.12); 4) Procurou e desejou a morte, mas a morte fugiu dele (3.21,22).
Quem sabe você vive o drama de uma enfermidade na família, uma doença crônica, um diagnóstico sombrio e uma cirurgia iminente.
4.Satanás atacou o casamento de Jó – 2.9,10
A mulher de Jó não suportou a pressão. Ela estava acostumada com o sucesso e não com o sofrimento. Ela estava acostumada com as glórias da prosperidade e não com o vale da adversidade.
Ele se insurgiu contra Deus, blasfemou contra ele, ergueu os punhos contra o céu e ordenou seu marido a romper com Deus e morrer.
Jó enfrenta o drama da crise conjugal. Do abandono da esposa na hora da sua maior solidão e aflição. É a dor que supera o romance. É a revolta mostra a carranca. É a crise no casamento que se instala. É o divórcio do cônjuge e depois dos filhos.
5.Satanás atacou as amizades de Jó
Eles são amigos – Vêm de longe.
Eles são solidários – Choram
Eles acusam Jó de:
a)Dizem que Jó não é convertido – 22.21-30ç
b)Dizem que Jó é um pecador endurecido – 11.3
c)Dizem que Jó é rebelde contra Deus – 34.35-37
d)Dizem que Jó é hipócrita – 4.3-5
e)Dizem que Jó é adúltero – 8.6,7ç 22.5
f)Dizem que Jó é ladrão – 18.19
g)Dizem que Jó é explorador dos pobres – 22.6
h)Dizem que Jó é insensível às necessidades dos aflitos – 22.7,9
i)Dizem que Jó é louco – 5.2
Quem sabe seus amigos mais achegados se voltam contra você: é a decepção, a mágoa, a traição, a acusação insolente, injusta.
II. A ATITUDE DE JÓ DIANTE DO DRAMA DO SOFRIMENTO
1.Jó desaba com Deus sobre sua dor
Jó, na sua angústia levou aos céus 16 vezes a pergunta: POR QUE.
a)Por que estou sofrendo
b)Por que perdi meus filhos
c)Por que Deus não responde minhas orações
d)Por que perdi meus bens
e)Por que meu casamento acabou
f)Por que meus amigos me acusam
g)Por que Deus não me mata
Jó estava cheio de queixas. Ele levantou 34 queixas contra Deus.
2.Ninguém entendeu a causa do sofrimento de Jó
a)Satanás – Ele serve a Deus por interesse.
b)A mulher de Jó – Revolta-se contra Deus, abandona-o e pede ao marido para desistir de Deus e morrer.
c)Seus amigos – A causa são os pecados de Jó.
d)Jó – acha que suas aflições foram impostas por Deus.
e)Ninguém discerniu que era Satanás que estava atacando Jó. Ilustração: SARA.
III. A INTERVENÇÃO DE DEUS NA RESTAURAÇÃO DE JÓ
1.Deus não respondeu sequer um dos questionamentos de Jó, mas faz-lhe 70 perguntas.
Onde estavas tu quando eu lançava os fundamentos da terra
Onde estavas tu quando eu espalhava as estrelas no firmamento.
Onde estavas tu quando eu punha limite nas águas do mar.
Deus mostrou para Jó sua soberania.
Quando não pudermos entender o que Deus está fazendo: podemos saber que ele está no controle e é nosso Pai.
2.Tudo que Satanás intentou contra Jó, Deus reverteu em bênção
Satanás tentou afastar Jó de Deus, mas Jó ficou mais perto do Senhor.
Satanás tentou destruir a confiança de Jó através do sofrimento, mostrando que Deus não era nem soberano nem amor; mas Jó se curva diante da soberania de Deus – Ilustração – O satanista que enviou uma compra para uma crente em necessidade.
Satanás tentou azedar o coração de Jó com mágoa de seus amigos, mas Jó intercede por eles.
Satanás tentou tirar tudo de Jó, mas Deus devolveu-o em dobro.
Jó compreendeu seis coisas:
1)Ele entendeu que não há crise que Deus não possa reverter – “Bem sei que tudo podes…” (42.2);
2)Ele entendeu que os desígnios de Deus não podem ser frustrados: “E nenhum dos teus desígnios pode ser frustrado” (42.2);
3)Ele admitiu que o seu conhecimento de Deus era superficial – “Eu te conhecia só de ouvir” (42.5);
4)Ele passou a conhecer a Deus de forma mais profunda a pessoal – “… mas agora os meus olhos te vêem” (42.5);
5)Ele reconheceu sua precipitação no falar – “Na verdade falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia” (42.3);
6)Ele passou a conhecer profundamente a si mesmo – “Por isso me arrependo no pó e na cinza” (42.6).
3.Deus restaurou a sorte de Jó
Deus restaurou todas as áreas atingidas na vida de Jó:
a)Deus restaurou os bens de Jó – dando-lhe o dobro. Hoje Deus pode por em ordem sua vida financeira. Ele pode reerguer você. Ele é o Deus da provisão.
b)Deus restaurou a saúde de Jó – Viveu mais 140 anos. Ele viu seus filhos e os filhos de seus filhos. Ele teve uma vida longa e feliz. Deus pode curar suas enfermidades. Deus pode lhe dar a alegria de ver seus filhos crescendo, se casando. Deus pode lhe dar a alegria de ver seus netos e sendo instrumentos de bênção no mundo.
c)Deus restaurou o casamento de Jó – O casamento de Jó foi curado, transformado. Acabou a mágoa, a revolta, o esfriamento. Deus é especialista em reparar vasos quebrados. Para Deus não há causa perdida nem casamento perdido. Talvez você pensa que o divórcio é a única saída. Mas Jesus pode transformar a água em vinho.
d)Deus restaurou os filhos de Jó – Agora, Jó tem 10 filhos no céu e 10 filhos na terra. Não deu o dobro, porque não perdemos os nossos filhos com a morte. Seus filhos são filhos da promessa. Não abra mão de seus filhos. Aqueles filhos que hoje podem estar lhe trazendo dor, amanhã serão baluartes nas mãos de Deus.
e)Deus restaurou os amigos de Jó – Em vez de guardar mágoa das pessoas que falam mal de você, ore por eles. Porque através da intercessão Deus vai curar você e perdoar seus amigos.
CONCLUSÃO
Deus pode restaurar sua família. Deixe de murmurar. Dobre os joelhos e comece a orar e os céus se manifestarão;
Foi quando Jó começou a orar que a sua cura brotou.
Jó começou esse processo tendo Deus como o ponto principal de relacionamento e terminou com Deus em primeiro lugar.


Autor: Reverendo Hernandes Dias Lopes.

23 julho 2021

Com Deus, sempre haverá um final feliz -L13

 TEXTO ÁUREO
“E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía” (Jó 42.10).

VERDADE PRÁTICA
Deus não se limita a provar o justo. Restaurando-o, Ele o conduz à perfeição espiritual.

LEITURA DIÁRIA
Segunda — Sl 34.19 O Senhor nos livra das aflições
Terça — Jo 16.33 O Senhor nos dá bom ânimo nas aflições
Quarta — 2Co 1.5 O Senhor nos consola nas aflições
Quinta — Cl 1.24 O Senhor nos faz regozijar nas aflições
Sexta — 2Tm 2.3 O Senhor nos faz suportar as aflições
Sábado — 1Pe 4.13 Alegrando-nos nas aflições


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Jó 42.10-17.
10 — E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía.
11 — Então, vieram a ele todos os seus irmãos e todas as suas irmãs e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram de todo o mal que o SENHOR lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e cada um, um pendente de ouro.
12 — E, assim, abençoou o SENHOR o último estado de Jó, mais do que o primeiro; porque teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas.
13 — Também teve sete filhos e três filhas.
14 — E chamou o nome da primeira, Jemima, e o nome da outra, Quezia, e o nome da terceira, Quéren-Hapuque.
15 — E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos.
16 — E, depois disto, viveu Jó cento e quarenta anos; e viu a seus filhos e aos filhos de seus filhos, até à quarta geração.
17 — Então, morreu Jó, velho e farto de dias.

PONTO DE CONTATO
Com base no verso dez do capítulo 42, conversar com os alunos sobre o valor da intercessão. Intercessor é aquele que intervém a favor de outro. Faça-os lembrar que Deus está pronto a ouvir a oração do crente como diz a Bíblia em Tiago 5.16, “a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos”. Além disso, nós somos responsáveis por nosso próximo perante Deus e, se não fizermos nossa parte, Ele nos cobrará tal como fez com Caim ao indagar: “Onde está o teu irmão?”. Deixe bem claro que Jesus é o único intercessor capaz de conduzir o homem a Deus e é por causa de seu sacrifício na cruz que Deus nos atende.

OBJETIVOS
Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:
Identificar as esferas em que Jó foi restaurado.
Descrever de que forma Jó recebeu novamente riqueza.

SÍNTESE TEXTUAL
Há quem afirme ser o livro de Jó um poema. Para nós, cristãos, Jó é parte do Livro-texto, a Bíblia Sagrada, que governa nossa conduta diária como regra de fé e prática. Neste livro particularmente, podemos observar o sofrimento e restauração do servo de Deus. Vemos, também, a confirmação do que nos diz a Palavra em outra passagem: “Mas Deus não nos deixará tentar além do que podemos suportar; antes, com a tentação, dará também o escape”. Não devemos, diante da prova, dar ouvidos às vozes do mundo, mas, confiar inteiramente na graça provedora do Senhor e, ao fim, exclamar como Jó no capítulo 19.25, “Eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra”.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA


Como tornar as aulas expositivas interessantes? Nem sempre o professor tem a oportunidade de variar os métodos de ensino. Há falta de recursos em todos os sentidos: em relação ao espaço físico, à falta de materiais didáticos e até de tempo suficiente para desenvolver a aula de forma dinâmica. Portanto, em algumas situações a aula expositiva deve ser estimulada.

A aula expositiva, se for ministrada por um professor que saiba falar de forma interessante, pode estimular a imaginação e o pensamento dos alunos.

O professor deve se expressar de modo criativo, sem dar voltas no assunto, ser aberto a perguntas e à participação dos alunos em sala de aula. Deve usar casos práticos e histórias que levem seus estudantes a analisarem hipóteses e tirar conclusões. De vez em quando deixe de dar alguma resposta a fim de que seus alunos sejam estimulados a refletir e pesquisar sobre a pergunta.

Também é muito importante saber quando parar para que os alunos não se cansem da aula. Utilize nas paradas exercícios variados relacionados à lição.

INTRODUÇÃO
Afirmou um inditoso crítico literário, certa vez, que dois são os defeitos do Livro de Jó. O primeiro é que o antagonista da história — Satanás — sai de cena ainda no prólogo. E o segundo é que, diferentemente dos dramas gregos, romanos e ingleses, a história de Jó tem um final feliz. Não obstante, acrescenta o crítico, o Livro de Jó é o mais belo poema de todos os tempos.

O que os críticos seculares classificam de defeito, nós chamamos de perfeição. Pois, de uma forma magistral, o autor sagrado pôde conduzir o drama de Jó sem a presença do adversário. E se ele o concluiu com final feliz, é porque se manteve com absoluta fidelidade aos fatos. Se os gregos, romanos e ingleses não se afeitam aos finais felizes, os que servimos a Deus sabemos que, apesar das intempéries, sempre haverá um final surpreendentemente feliz àqueles que confiam nas promessas do Pai Celeste.

I. A PROFUNDA HUMILHAÇÃO DE JÓ
Com profunda e singular humilhação, o melhor dos homens daquela época, ouviu dois pronunciamentos que, judiciosamente, apontaram-lhe as falhas: o discurso de Eliú e o monólogo do Todo-Poderoso. Jó, em momento algum, se exaspera. Agora tem ele certeza de estar sendo provado; na economia divina sempre é possível melhorar o que já é perfeito (Dt 18.13; Pv 4.18; Mt 5.48; Ef 4.13).

1. A confissão de Jó. O que resta, agora, ao patriarca? Não obstante ser tido como um dos três homens mais perfeitos de todos os tempos, confessa Jó a sua falta, e reconhece a sua pequenez diante da imensidade de Deus: “Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42.6). Ver Ezequiel 14.20.

Que diria você ao ouvir tal confissão de um homem cuja integridade era reconhecida e avalizada até pelo próprio Senhor? Sim, era Jó um homem perfeito. Mas, diante de Deus, quão imperfeitas são as nossas perfeições. Diante daquele que é infinito em suas perfeições, o perfeito sempre poderá se aperfeiçoar; o bom sempre poderá melhorar (Fp 3.12; Cl 1.28). Jó o sabia muito bem.

2. Ouvindo e vendo a Deus. Jó teve de se calar para compreender a natureza de seu sofrimento; e, perfeitamente, compreendeu-a. Infelizmente, muitos não logram o mesmo entendimento, pois ainda não aprenderam a ouvir a Deus (Hb 3.7,8). Oram, mas não lhe ouvem a resposta (Is 42.20). Com os seus murmúrios, acabam por encobrir a voz de Deus (Sl 106.25).

Primeiro, ouviu Jó a voz de Deus; depois, seus olhos passaram a vê-lo (Jó 42.6). Até este momento, a fé que o patriarca professava em Deus, conquanto sublime e singularíssima, era apenas intelectual. Mas, agora, que os seus olhos veem o Todo-Poderoso, começa a ter um conhecimento experimental do Senhor.

Como é a sua fé? Intelectual? Ou experimental? O Senhor deseja que você o conheça integralmente (Os 6.1-3).

II. INTERCESSÃO E RESTAURAÇÃO
O Senhor dirige-se, neste momento, aos três amigos de Jó, e gravemente os repreende:

“A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó. Tomai, pois, sete bezerros e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e oferecei holocaustos por vós, e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu vos não trate conforme a vossa loucura; porque vós não falastes de mim o que era reto como o meu servo Jó” (42.7,8).

Desta advertência de Deus, podemos ver alguns fatos bastante interessantes quanto à atuação de Jó. Em primeiro lugar, teria ele de agir como sacerdote.

1. O sacerdócio de Jó. Mesmo em frangalhos, e mesmo não passando de ruínas, deveria Jó, naquele momento, atuar como sacerdote daqueles que muito o feriram com suas palavras. Que incrível semelhança com o Senhor Jesus Cristo! Nosso Salvador, embora tenha sido retratado pelo profeta como alguém desprovido de parecer e formosura, intercedeu por nós pecadores (Is 53.2,3,12). Se este retrato que o profeta revela do Senhor parece forte, o que diremos da pintura que do mesmo Salvador faz Davi: “Mas eu sou verme, e não homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo” (Sl 22.6)?

No auge da angústia, Jó fez-se mui semelhante ao Senhor Jesus. Mas quão distante achava-se ele da glória exterior do sacerdócio araônico! Caber-lhe-ia, pois, orar por seus amigos, e por eles oferecer os sacrifícios prescritos pelo Senhor.

Tem você orado por seus amigos? Tem jejuado por eles? Mesmos se estes o ferirem, não deixe de apresentá-los diante do Senhor, a fim de que sejam salvos.

2. A restauração na intercessão. Muitos crentes não são restaurados, porque, embora orem muito por si mesmos, não intercedem diante de Deus pelos outros. Tinha Jó um amor tão altruísta e de tal forma sacrificial que, ao invés de orar por si, pôs-se a clamar em favor de seus amigos. “E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía” (Jó 42.10).

Mesmo em dificuldades, e ainda que no mais ardente crisol, ore por seus parentes, amigos e por quantos o cercam. Pois o seu cativeiro começará a ser virado exatamente neste momento. Não podemos subestimar a força da oração intercessória. Enquanto você ora por seus amigos, haverá milhares de irmãos intercedendo por você.

III. A RESTAURAÇÃO DE JÓ
Eis que o Senhor põe-se a virar o cativeiro de Jó; restaura-o integralmente. Se tudo ele perdera por completo, e de uma só vez, de forma duplicada o Senhor lhe retribui.

1. Restauração espiritual. Jó se humilha, reconhece a sua pequenez, e mostra haver experimentado um grande conhecimento espiritual: “Então, respondeu Jó ao SENHOR e disse: Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido. Quem é aquele, dizes tu, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso, falei do que não entendia; coisas que para mim eram maravilhosíssimas, e que eu não compreendia. Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu ensina-me. Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos. Por isso, me abomino de me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42.1-6).

2. Restauração material. O Senhor acrescentou duplicadamente a Jó em relação a tudo quanto dantes possuía (Jó 42.10).

3. Restauração social de Jó. Os que desprezaram a Jó, estando este na angústia, agora presenteiam-no como se fora ele um príncipe: “Então, vieram a ele todos os seus irmãos e todas as suas irmãs e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram de todo o mal que o SENHOR lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e cada um, um pendente de ouro” (Jó 42.11).

4. Restauração doméstica de Jó. Embora a Bíblia não o revele, a esposa de Jó veio, evidentemente, a se converter ao Senhor, fazendo-se partícipe de toda a ventura do esposo. Eis os filhos que ela lhe deu à luz: “Também teve sete filhos e três filhas. E chamou o nome da primeira, Jemima, e o nome da outra, Quezia, e o nome da terceira, Quéren-Hapuque” (Jó 42.13,14). Informa o autor sagrado terem sido estas filhas de Jó as mulheres mais formosas de toda a terra.

5. Restauração histórica de Jó. O homem que fora tão caluniado por Satanás, tão incompreendido pela esposa e tão acusado pelos amigos, entra agora para uma exclusivíssima galeria; é posto entre os três mais piedosos homens de todos os tempos: “Ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem filho nem filha eles livrariam, mas só livrariam a sua própria alma pela sua justiça” (Ez 14.20). Pode haver maior honra do que esta?

CONCLUSÃO
Conforte-se na história de Jó! Se as suas angústias são grandes, maiores ser-lhe-ão as consolações. De toda essa provação, sairá alguém bem melhor. Sua história também terá um final feliz.

Querido irmão, não nos esqueça em suas orações: “Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo” (Cl 4.3).

A Deus toda a glória! Aleluia!

Subsídio Teológico

“O Senhor acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía. A restauração das riquezas de Jó revela o propósito de Deus para todos os crentes fiéis. (1) Cumpriu-se o propósito divino restaurador, concernente ao sofrimento de Jó. Deus permitira que Jó sofresse, por motivos que ele não compreendia. Deus nunca permite que o crente sofra sem um propósito espiritual, embora talvez ele não compreenda por quê. Nesses casos o crente deve confiar em Deus, sabendo que Ele, na sua perfeita justiça, fará sempre o que é melhor para nós e para seu reino. (2) Jó reconciliou-se com Deus, passando a ter uma vida abundantemente abençoada. Isto revela que por maiores que sejam as aflições ou dores que os fiéis tenham que passar, Deus, no momento certo, estenderá a mão para ajudar os que perseverarem, concedendo-lhes cura e restauração totais. (3) Todos os que permanecerem fiéis a Deus, nas provações e aflições desta vida, chegarão por fim àquele estado de refrigério e bem-aventurança na presença de Deus, por toda a eternidade.” (Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, p.811).


https://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2003/2003-01-13.htm

A teologia que mais pergunta que responde -L12

TEXTO ÁUREO
“Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (1Co 1.25).

VERDADE PRÁTICA
Os planos de Deus, embora pareçam ilógicos e até loucos, não podem ser desprezados: cada um deles tem um grandioso e insondável propósito.

LEITURA DIÁRIA
Segunda — 1Rs 3.28 A sabedoria de Deus é justa
Terça — 1Co 1.21 A sabedoria de Deus é salvadora
Quarta — 1Co 1.24 A sabedoria de Deus é poder
Quinta — 1Co 2.7 A sabedoria de Deus é eterna
Sexta — Ef 3.10 A sabedoria de Deus é multiforme
Sábado — Pv 8 O cântico da sabedoria


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Jó 38.1-20.
1 — Depois disto, o SENHOR respondeu a Jó de um redemoinho e disse:
2 — Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?
3 — Agora cinge os teus lombos como homem; e perguntar-te-ei, e, tu, responde-me.
4 — Onde estavas tu quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência.
5 — Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel?
6 — Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina,
7 — quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam?
8 — Ou quem encerrou o mar com portas, quando trasbordou e saiu da madre,
9 — quando eu pus as nuvens por sua vestidura e, a escuridão, por envolvedouro?
10 — Quando passei sobre ele o meu decreto, e lhe pus portas e ferrolhos,
11 — e disse: Até aqui virás, e não mais adiante, e aqui se quebrarão as tuas ondas empoladas?
12 — Ou desde os teus dias deste ordem à madrugada ou mostraste à alva o seu lugar,
13 — para que agarrasse nas extremidades da terra, e os ímpios fossem sacudidos dela?
14 — Tudo se modela como o barro sob o selo e se põe como vestes;
15 — e dos ímpios se desvia a sua luz, e o braço altivo se quebranta.
16 — Ou entraste tu até às origens do mar, ou passeaste no mais profundo do abismo?
17 — Ou descobriram-se-te as portas da morte, ou viste as portas da sombra da morte?
18 — Ou com o teu entendimento chegaste às larguras da terra? Faze-mo saber, se sabes tudo isto.
19 — Onde está o caminho da morada da luz? E, quanto às trevas, onde está o seu lugar,
20 — para que as tragas aos seus limites, e para que saibas as veredas da sua casa?

PONTO DE CONTATO
Converse com seus alunos sobre a forma como Deus aproxima-se de Jó no verso 3 do capítulo 38. Note que antes de argui-lo, Deus o anima elevando sua autoestima embora seus quatro amigos o desencorajassem trazendo-lhe à memória, insistentemente, supostos pecados. Veja outros exemplos bíblicos onde Deus, antes de dirigir-se às pessoas, determinava que se colocassem de pé. A autocomiseração não Lhe agrada. Quem confia em Deus mantém a cabeça erguida, ainda que o adversário lhe faça veemente oposição. Esclareça que autoestima elevada, para o cristão, não é sinônimo de arrogância mas sim de confiança.

OBJETIVOS
Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:
Definir, de acordo com a lição, o que é a teologia de Deus.
Identificar o método usado por Deus ao dirigir-se a Jó.

SÍNTESE TEXTUAL
Após ouvir os discursos enfadonhos de seus quatro amigos, Jó, agora, é visitado pelo próprio Deus. Sem demandas, sem forças, sem argumentos espera ele apenas que a justiça divina o alcance. Utilizando o método da arguição, Deus o interpela trazendo-lhe à memória Sua eterna sabedoria e poder. Através de perguntas o induziu a vê-Lo de forma ampla e profunda resgatando-lhe a dignidade e a visão espiritual obscurecida pelo sofrimento.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Como podemos constatar através desta lição, o método de perguntas e respostas ou arguição vem sendo utilizado desde os primórdios da humanidade. Deus mesmo o utilizou nos últimos episódios da história de Jó, quando estava prestes a “virar” seu cativeiro. Arguir não é tão fácil como se imagina, pois quem o faz espera que a pessoa arguida sempre apresente boa e precisa argumentação. Ou seja, não é o mesmo que simplesmente responder a uma pergunta, mas denota explicar, justificar, argumentar sobre as questões propostas.

Este método é muito eficiente, e sua eficácia reside no fato de que as perguntas são sempre desafiadoras. Segundo o professor Antônio Tadeu Aires, “a mente, neste caso, não apenas recebe informações, mas analisa e pondera. Existe um processo de reflexão, análise e avaliação que ocorre no cérebro do aluno enquanto ele recebe a pergunta, medita nas implicações e verbaliza a resposta”.

INTRODUÇÃO
O discurso de Eliú, qual arroio que se avoluma num grande e incontrolável rio, deságua em Deus que, em sua imensidade, dirigir-se-á a Jó, a partir de agora, não através de um mensageiro humano, mas pessoalmente. Não foi o que pedira o patriarca no auge de sua angústia? (Jó 10.2)

Jó vira-se constrangido a sofrer as teologias de Elifaz, Bildade e Zofar. Calado, suportara o longo e persuasivo discurso do jovem teólogo Eliú. A partir deste momento, ouvirá a Deus. Não quer o paciente homem de Uz apresentar suas demandas ante o Todo-Poderoso? Então, que o faça!

Assim também nós. Provados, enfileiramos diante do Senhor virtudes e predicados; apresentamos-lhe a excelência de nossa justiça; exibimos-lhe a correção de nossa crença. E, resguardados pela razão, supomos não ser Deus razoável. Por que permitira Ele viéssemos a sofrer de tal maneira? Ao abrir sua Palavra, contudo, redescobrimos o óbvio: Deus sempre tem razão mesmo quando parece nada razoável.

É o que constatará o patriarca Jó nesta lição.

I. DEUS APARECE A JÓ
Depois do discurso de Eliú, eis que o Senhor, de um redemoinho, aparece a Jó (38.1). Esperava ele ver o Senhor, naquele momento? Justamente quando não tinha mais argumentos? Se diante de Eliú, não tinha o patriarca mais discurso, como se haverá, agora, ante o Todo-Poderoso Deus?

1. Jó se prepara para ouvir a Deus. Estas são as primeiras palavras que o Senhor dirige ao patriarca: “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento? Agora cinge os teus lombos como homem; e perguntar-te-ei, e, tu, responde-me” (Jó 38.2,3).

Em primeiro lugar, deveria Jó saber que nada sabia, embora pensasse tudo entender. Até este instante, agira presumidamente, armando-se de palavras que não retratavam, necessariamente, o verdadeiro conhecimento divino. Não interviesse o Senhor na vida do patriarca, tornar-se-ia ele tão especulativo quanto Elifaz, tão imaginoso como Bildade e tão incoerente quanto Zofar. Por conseguinte, eis a oportunidade de Jó firmar-se, de vez, no legítimo conselho de Deus.

Ato contínuo, ordenou-lhe o Senhor cingisse os lombos, a fim de que lhe ouvisse as palavras. Entretanto, como levantar-se e cingir-se se não passava de ruínas? Deus, porém, não o via assim. Via-o como alguém feito à sua imagem e conforme à sua semelhança.

Deus não nos quer acabrunhados, como se já não nos restasse esperança alguma. Mesmo na hora da morte, insta-nos a que, em atitude de fé, repousemos em Cristo Jesus (At 7.60). Não fique prostrado! Levante-se! Firme-se na Palavra de Deus: “Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz, e a glória do SENHOR vai nascendo sobre ti” (Is 60.1).

II. QUANDO AS PERGUNTAS SÃO MAIS IMPORTANTES DO QUE AS RESPOSTAS
Já devidamente aprumado, e já convenientemente cingido, prepara-se Jó para ouvir a Deus. Não espera você uma resposta de Deus? Às vezes, porém, Ele mais pergunta que responde.

1. A teologia da pergunta. Você não se surpreendeu quando, pela primeira vez, seu filho pôs-se a crivá-lo de perguntas? Certamente, ele lhe encarreirou todas aquelas perguntas, algumas até embaraçosas, porque buscava entender o Universo. Mas, o que faria você, se o próprio Criador do Universo começasse, de repente, a enfileirar-lhe as perguntas que só Ele é capaz de responder? Se você sentiu-se acuado diante das indagações de seu filho, como se haverá ante as perguntas do Pai Celeste?

Esta é teologia de Deus! Uma teologia que, às vezes, mais indaga que responde. Se Jó procurava respostas, encontra agora perguntas; mas, nestas: a luz de que tanto necessitava. A iluminação divina nem sempre se acha na resposta (Gn 3.9; 1Rs 19.13; Lc 18.40-43).

2. As perguntas de Deus. Falta-nos espaço para alinharmos, aqui, todas as perguntas que o Senhor Deus fez a Jó. E este, que julgava ter respostas, emudece diante das perguntas do Deus que responde:

a) Sobre a criação da terra: “Onde estavas tu quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos e de Deus rejubilavam?” (Jó 38.4-7).

b) Sobre os animais: “Sabes tu o tempo em que as cabras monteses têm os filhos, ou consideraste as dores das cervas? Contarás os meses que cumprem ou sabes o tempo do seu parto? Elas encurvam-se, para terem seus filhos, e lançam de si as suas dores. Seus filhos enrijam, crescem com o trigo, saem, e nunca mais tornam para elas. Quem despediu livre o jumento montês, e quem soltou as prisões ao jumento bravo, ao qual dei ao ermo por casa e a terra salgada, por moradas?” (Jó 39.1-6).

c) Sobre a soberania divina: “Porventura, o contender contra o Todo-Poderoso é ensinar? Quem assim argúi a Deus, que responda a estas coisas” (Jó 40.2).

d) Sobre a justiça divina: “Porventura, também farás tu vão o meu juízo ou me condenarás, para te justificares? Ou tens braço como Deus, ou podes trovejar com voz como a sua?” (Jó 40.8,9).

O que poderá Jó responder ao Todo-Poderoso?

III. QUANDO AS RESPOSTAS HUMANAS SE CALAM
Diante das perguntas que lhe faz o Senhor, o paciente patriarca se cala. Em seu silêncio, porém, Jó vai se convencendo da sublimidade da justiça divina e da transitoriedade da humana. Não sabia ele ser o Todo-Poderoso justo e excelso? Teoricamente, sim; experimentalmente, não.

1. Jó se humilha diante do Senhor. Não mais podendo resistir a divina sabedoria, Jó humilha-se diante do Supremo Deus: “Eis que sou vil; que te responderia eu? A minha mão ponho na minha boca. Uma vez tenho falado e não replicarei; ou ainda duas vezes, porém não prosseguirei” (Jó 40.4,5).

Tem você se humilhado diante do Senhor? Tem se curvado ante a sua excelsa face? Atentemos a esta exortação de Pedro: “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo, vos exalte” (1Pe 5.6).

2. Do natural ao sobrenatural. Deus usou o método indutivo Para conduzir a seu servo Jó a um conhecimento mais profundo. Fez-lhe perguntas acerca da natureza, a fim de que ele, ouvindo-as e maravilhando-se, viesse a pisar o terreno do espiritual. É o que constataremos na lição do próximo domingo.

CONCLUSÃO
Nem sempre teremos as nossas perguntas respondidas. Todavia, nosso Pai Celeste, através daquela pedagogia que somente Ele possui, conduzir-nos-á a compreender as maravilhas de sua Palavra.

Até mesmo nas perguntas de Deus, encontramos as respostas de que tanto carecemos. Aleluia! Atentando ao que lhe perguntou o Senhor, começou Jó a encaminhar-se para a completa restauração.

Subsídio Teológico
“Quem é este Deus do universo, que se inclina para interromper a eternidade com a gloriosa aurora de sua história?
Quem é este Deus de glória, cuja simples presença pode nos:
Preencher o vazio…
Curar ao que está enfermo…
Perdoar o pecador…
Libertar o amargurado…
Dar propósitos aos sem objetivos…
Ajudar aos que estão sem socorro…
Dar coragem àqueles que temem…
Dar força aos que estão fracos…
Transmitir realidade aos religiosos…
Dar esperança aos insensíveis…
Quem é esse Deus? Quem é este a quem podemos conhecer?

A gloriosa aurora da história de Deus começa com a atordoante — embora profundamente simples — afirmação de que, no princípio, Ele criou tudo o que existe (Gn 1.1), o que significa que no princípio, Ele já estava lá. Ele é eterno” (A História de Deus. CPAD, XX — prólogo)

Eliú e a Teologia do Sofrimento-L11

 TEXTO ÁUREO

“O SENHOR prova o justo, mas a sua alma aborrece o ímpio e o que ama a violência” (Sl 11.5).

VERDADE PRÁTICA


Deus nos prova não porque desconheça nossa estrutura espiritual. Ele nos prova para que venhamos a nos conhecer melhor, e a fim de que cresçamos na graça e no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.

LEITURA DIÁRIA
Segunda — Dt 8.16 O Senhor prova a nossa obediência
Terça — Dt 13.3 O Senhor prova o nosso amor
Quarta — Pv 17.3 O Senhor prova os corações
Quinta — Zc 13.9 O Senhor nos prova para que o busquemos
Sexta — Rm 5.8 O Senhor prova o seu amor para conosco
Sábado — Tg 1.3 O Senhor nos prova para que sejamos pacientes

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Jó 36.1-11.
1 — Prosseguiu ainda Eliú e disse:
2 — Espera-me um pouco, e mostrar-te-ei que ainda há razões a favor de Deus.
3 — Desde longe repetirei a minha opinião; e ao meu Criador atribuirei a justiça.
4 — Porque, na verdade, as minhas palavras não serão falsas; contigo está um que é sincero na sua opinião.
5 — Eis que Deus é mui grande; contudo, a ninguém despreza; grande é em força de coração.
6 — Não deixa viver ao ímpio e faz justiça aos aflitos.
7 — Dos justos não tira os seus olhos; antes, com os reis no trono os assenta para sempre, e assim são exaltados.
8 — E, se estão presos em grilhões e amarrados com cordas de aflição,
9 — então, lhes faz saber a obra deles e as suas transgressões; porquanto prevaleceram nelas.
10 — E revela isso aos seus ouvidos, para seu ensino, e lhes diz que se convertam da maldade.
11 — Se o ouvirem e o servirem, acabarão seus dias em bem e os seus anos, em delícias.

PONTO DE CONTATO
Discuta com os alunos as definições de prova e castigo. Qual a diferença entre elas? O sofrimento vem de Deus? Por que o crente fiel sofre? De onde provém o sofrimento? Todo sofrimento é consequência de pecado na vida? Como explicar o sofrimento infligido pela inveja? Fale sobre as diversas possibilidades de ataques que deságuam no sofrimento e conclua com o exemplo de Jó que experimentou a tribulação até às últimas consequências, recebendo o consolo ao final. Não se esqueça de refletir sobre a pouca idade de Eliú e sua ansiedade, como acontece com a juventude, em expor sua opinião supondo ele que soubesse realmente o que se passava.

OBJETIVOS
Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:
Distinguir a voz de Deus entre a sabedoria do idoso e a impetuosidade da juventude.
Resumir as arguições de cada um dos quatro amigos de Jó.

SÍNTESE TEXTUAL
Eliú, diferentemente de seus amigos, não põe em dúvida a integridade de Jó. Em lugar disto, expõe a teologia da prova. Jó não estava sofrendo por ter cometido alguma injustiça. Eliú deixa transparecer que Deus não prova para destruir, mas para aperfeiçoar. Guardadas as devidas proporções, o fiel sempre é provado até chegar à estatura de varão perfeito como escreve Paulo aos Efésios 4.13.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Abordando o tema da justiça divina, Eliú expõe o gracioso desígnio das aflições dos justos, exortando Jó a tirar proveito disso (36.1-25). No texto em estudo, Eliú caracteriza sua teologia como sendo a verdade completa (vv.2-4).

Considerando o exposto, destaque no quadro-de-giz duas das grandes verdades proferidas por Eliú em seu discurso. A seguir peça a seus alunos para tecerem um comentário sobre cada uma delas e se posicionarem, de acordo ou contra, justificando a posição escolhida.

1) A grandeza de Deus é uma grandeza de bondade e sabedoria (v.5), de justiça concedida imparcialmente e de graça dada abundantemente ao justo (vv.6,7).

2) As aflições convocam o justo a uma luta espiritual mais ardente e assim constituem mais eficiente de livramento do pecado e suas consequências (vv.8-10,15). Elas desaparecem quando seu propósito específico se realiza (v.11).

INTRODUÇÃO
Seremos apresentados, nesta lição, a um jovem teólogo chamado Eliú. Até este momento, mantivera-se ele calado, enquanto Jó e seus amigos terçavam armas em torno do sofrimento do justo. Mas, agora, quando ambas as partes parecem ter esgotado seus argumentos, resolve Eliú falar.

Acompanhe atentamente esta lição, e veja como será respondida a pergunta que vem você fazendo ao Senhor: “Por que o justo tem de sofrer?”.

I. QUEM FOI ELIÚ
1. Eliú, filho de Baraquel. Ao contrário dos outros personagens do Livro de Jó, incluindo o próprio patriarca, Eliú é o que possui a mais completa biografia. Até uma pequena genealogia temos dele. Era filho de Baraquel, e tinha por avoengo a Rão, pertencente ao clã dos buzitas — uma tribo que habitava a península da Arábia (Jó 32.2).

Em hebraico, Eliú significa Ele é o nosso Deus.

2. Eliú, o teólogo. Mesmo antes de Abraão e Moisés (os dois principais personagens da religião divina no Antigo Testamento), Eliú já reunia condições de apresentar, brilhantemente, as demandas divinas quanto ao aperfeiçoamento dos justos através da pedagogia da prova. Observe que o seu discurso quase que se confunde com o pronunciamento de Deus (42.7-9).

Em virtude de sua sabedoria, Eliú é apontado como um dos prováveis autores do Livro de Jó.

II. A TEOLOGIA DE ELIÚ
Ao invés de acusar a Jó, e duvidar de sua integridade, põe-se o jovem Eliú a apresentar uma teologia que, até aquele momento, não fora sequer cogitada.

1. A teologia da prova. Adiantando-se já em seu discurso, exclama Eliú: “Pai meu! Provado seja Jó até ao fim” (Jó 34.36a). Que palavra mais dura! Não fora o patriarca suficientemente provado? No entanto, Jó teria de saber ainda que, qual barro nas mãos do oleiro, não lhe caberia questionar as ações de Deus (Rm 9.21). Por mais dura e insuportável que lhe fosse aquela prova, caber-lhe-ia entender que, atrás de todo cadinho e de todo crisol, esconde o Senhor um grande, maravilhoso e insondável propósito.

2. A pedagogia da prova. Por intermédio daquela provação, haveria Jó de compreender, de igual modo, estar sendo provado não porque fosse injusto, e, sim: por ser justo e íntegro. Fosse injusto, Deus não o haveria de provar; castigá-lo-ia. A prova divina é para aqueles que, guiados pela graça, encaminham-se para a perfeição (Sl 11.5).

Jó teve condições, até este momento, de rebater seus três amigos; os argumentos destes eram, apesar das aparências, simplórios e inconsistentes (Jó 16.3). No entanto, como repelir a verdade? Não disse Paulo que nada podemos contra a verdade a não ser pela mesma verdade? (2Co 13.8). Embora o melhor dos homens, ainda tinha muito a percorrer no caminho da perfeição espiritual (Fp 3.12-15). Mais tarde, após ouvir o monólogo do Senhor, o patriarca mesmo reconhecerá as imperfeições de seu relacionamento com o Todo-Poderoso.

Se você está sofrendo, não se desespere! Deus lhe está provando a fé, a fim de que tenha você uma vida espiritual mais abundante. Somente Ele sabe como educar-nos através daquele crisol que depura e refina o ouro.

III. TODOS SOMOS PROVADOS POR DEUS

Que homem de Deus ainda não foi provado? Todos temos o nosso quinhão de prova. Uns são provados quanto à sua obediência; outros, sobre o seu temperamento; estes, com respeito ao apego aos bens terrenos; aqueles, respeitante ao amor à família, a fim de que esta não tome o lugar do Todo-Poderoso; estoutro, no que concerne à sua visão do Reino. De uma forma ou de outra, somos provados. Aleluia!


1. A medida da prova. Deus não nos prova, a fim de nos destruir. Pois Ele nos conhece as limitações (1Co 10.13); não nos ignora a fragilidade da estrutura; sabe que somos pó (Sl 103.14; Sl 139.1-3). Por isso, administra-nos as suas provas, a fim de que venhamos a alcançar a medida de perfeitos varões (Ef 4.13).

Ora, se Deus não nos quer destruir, então por que permite Ele que tenham alguns de seus santos mortes violentas? (At 12.2) É que Deus, em sua inquestionável soberania, não prepara apenas heróis; também levanta mártires, a fim de que, através destes, sejamos fortalecidos na fé: “Uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos a fio de espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (homens dos quais o mundo não era digno)” (Hb 11.35-38). Além do mais, tem o Senhor prazer na morte de seus santos (Sl 116.15).

Não são poucos os pais que, diante da perda de seus filhinhos, perguntam: “Não podias tu, Senhor, ter preservado a vida ao meu filho?”. Acontece que, amando-nos Deus como nos ama, prefere Ele que choremos a morte de um ente querido a que lhe lamentemos a sorte. É triste? Todavia, até mesmo na tristeza o Senhor nos surpreende com a sua alegria. Aleluia!

2. A prova que consola. Escrevendo aos coríntios, diz Paulo que somos atribulados, a fim de que, experimentando as consolações do Espírito, possamos administrar as mesmas consolações àqueles que, neste momento, acham-se em desespero (2Co 1.4). Assim é a tribulação do crente — uma tribulação que consola; uma prova que conforta.

CONCLUSÃO
Jesus Cristo, embora verdadeiro Deus, foi submetido às mais insuportáveis provas. Fez-se homem; tomou a nossa forma; colecionou-nos as dores todas (Is 53.3). E já no Calvário, ergueu-se como o nosso perfeitíssimo representante e medianeiro junto ao Pai Celeste (Hb 4.15). Por isso, consola-nos Ele: “No mundo tereis aflições; tende bom ânimo: eu venci o mundo” (Jo 16.33).

Estivera Eliú aqui, ensinar-nos-ia a paciência nas tribulações; através destas é que iremos aperfeiçoando-nos na graça e no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Prezado irmão, aceite esta prova; o refrigério não lhe faltará. Louvado seja o Cordeiro de Deus!

Subsídio Teológico

“Em 1 Pedro 1.7, Pedro utiliza ilustração terrena para mostrar quão valiosa é, como fonte de alegria, a fé que já foi devidamente provada. Ele diz que é ‘muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo’. Nos tempos bíblicos, o ouro era moldado numa variedade de objetos práticos, além de decorativos. Era o metal mais altamente valorizado, servindo também de padrão para todas as transações financeiras (Até mesmo nos tempos modernos, até a década de 1930, os Estados Unidos e outras nações industrializadas usavam o padrão-ouro. Nesse sistema, a moeda de um país tem o valor medido em ouro, podendo ser trocada por ouro). Desta forma, Pedro escolheu um artigo que seus leitores reconheceriam imediatamente como o mais valioso metal, e afirma que mesmo que o ouro fosse trabalhado pelo fogo até atingir o mais alto grau de pureza, ainda assim não seria tão precioso quanto uma fé provada. O ouro, mesmo o mais puro, simplesmente não passa na prova da eternidade. Mas, a nossa fé passa” (O Poder do Sofrimento. John MacArthur Jr., CPAD, p.120).

https://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2003/2003-01-11.htm

Zofar e o perigo do deísmo -L10

TEXTO ÁUREO

“Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade e cujo nome é Santo: Em um alto e santo lugar habito e também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e para vivificar o coração dos contritos” (Is 57.15).

VERDADE PRÁTICA
Deus não se limitou a criar o ser humano. Ele se interessa por nosso destino e, de acordo com a sua soberania, intervém na história. O nosso Deus é o Deus que intervém.

LEITURA DIÁRIA
Segunda — Gn 3.8-24 Deus intervém na história de Adão
Terça — Gn 4.8-16 Deus intervém na história de Caim
Quarta — Gn 6.13-22 Deus intervém no mundo antediluviano
Quinta — Gn 18 e 19 Deus intervém em Sodoma
Sexta — Êx 3.1-22 Deus intervém na história de Israel
Sábado — At 2 Deus intervém na história da Igreja

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Salmos 8.1-9.
1 — Ó SENHOR, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra, pois puseste a tua glória sobre os céus!
2 — Da boca das crianças e dos que mamam tu suscitaste força, por causa dos teus adversários, para fazeres calar o inimigo e vingativo.
3 — Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste;
4 — que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites?
5 — Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos e de glória e de honra o coroaste.
6 — Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés:
7 — todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo;
8 — as aves dos céus, e os peixes do mar, e tudo o que passa pelas veredas dos mares.
9 — Ó SENHOR, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome sobre toda a terra!

PONTO DE CONTATO
Conceitue junto com os alunos imanência e transcendência; deísmo e teísmo. Até que ponto Deus está realmente interessado na história do homem? É Ele um Deus que intervém na história humana? O que significa a condescendência de Deus? O que significa panteísmo? Você sabia que a sociedade em que Jó vivia era astrólatra? Como se justifica o fato de Jó ser monoteísta vivendo em meio a uma sociedade pagã? Traga sempre à mente dos alunos o fato de os amigos de Jó estarem sob influência maligna, e o perigo de darmos ouvido às vozes do mundo em lugar de buscarmos ouvir Deus e aguardar a Sua salvação como fez Jó. Leia Jó 21.34.

OBJETIVOS
Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:
Definir a expressão deísmo.
Diferenciar imanência, transcendência e condescendência de Deus.

SÍNTESE TEXTUAL
Distanciados de Deus, os amigos de Jó alimentavam a ideia de que Deus mantinha com o homem um relacionamento estritamente comercial e mercantilista. Zofar, em sua reflexão solitária, concluiu que, depois de criar o homem, Deus deixara de acompanhá-lo, não perdendo tempo com sua história particular.

Hoje, podemos concluir: Deus tanto é Criador como é, também, o que se preocupa pessoalmente com cada uma de suas criaturas e, por melo de seus atributos está presente em toda a criação, ora manifestando sua grandeza, ora atenuando o sofrimento dos que clamam por ele.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
O autêntico ensino jamais poderá ser uma atividade dissociada da aprendizagem a ser feita pelos alunos. Ensinar, na sua acepção mais legítima, é incentivar e orientar, passo a passo, os alunos na sua aprendizagem. Explanar a matéria é apenas um pormenor incidental de tão somenos importância que pode ser totalmente suprimido sem prejudicar a aprendizagem. De fato, pode-se ministrar um curso inteiro, e com alta eficiência, sem fazer uma única preleção ou palestra, inversamente, um curso constituído de preleções magistrais, mas dissociado da aprendizagem dos alunos, só poderá levar a resultados parcimoniosos e problemáticos.

Todos os procedimentos didáticos têm, no conjunto, o seu relativo valor e a sua função específica que os torna proveitosos e indispensáveis; mas, depois de todos eles postos em prática, chegamos à seguinte conclusão: os alunos só aprendem realmente, num plano sistemático e construtivo quando estudam com bom método, com seriedade, esforço e dedicação.

INTRODUÇÃO
Transcendente ou imanente? A teologia dos últimos dois séculos orbitou em torno de ambos os conceitos. De um lado os teólogos que, realçando a transcendência de Deus, minimizaram-lhe a imanência. Do outro, os teólogos que, sublimando-lhe a imanência, esqueceram-se da transcendência, como se fora algo de somenos importância ao Supremo Ser.

Os amigos de Jó achavam-se divididos em ambos os polos. Elifaz e Bildade haviam de tal forma vulgarizado a imanência de Deus, que supunham estar o Senhor disposto a manter um relacionamento meramente comercial e mercantil com as suas criaturas morais. Enquanto que Zofar, de tal maneira superestimara a transcendência divina, que veio a concluir estar o Todo-Poderoso tão distante de suas criaturas, que não lhes prestava qualquer atenção, nem perdia tempo intervindo na história particular de cada uma destas.

Afinal, Deus é imanente ou transcendente? A resposta, achá-la-emos neste ato da história de Jó.

I. QUEM FOI ZOFAR
Também não temos muitas informações acerca deste outro amigo de Jó. Sabemos apenas que era naamatita. Este designativo revela que Zofar era originário de Naamá, um pequeno reino que se achava, mui provavelmente, situado no território da Arábia Saudita.

De qualquer maneira, estamos diante de um homem que procurava descobrir as verdades divinas através da razão.

II. O QUE É A TEOLOGIA DE ZOFAR
De acordo com a sua cosmovisão, achava-se Deus tão longe do ser humano, e de tal forma arredado dos mortais, que a estes era impossível qualquer contato com Ele (Dt 30.11-15). Logo: por que iria Deus se incomodar com os sofrimentos de Jó?

Era Zofar um consumado deísta.

1. O deísmo. É uma enganosa doutrina, segundo a qual Deus realmente existe, mas não interfere na história humana nem se interessa por relacionar-se com suas criaturas.

Ao contrário do deísmo, o teísmo não se limita a defender a existência de Deus; afirma de igual modo que Ele deseja relacionar-se com o ser humano, e intervém em sua história (Sl 8.1-9).

2. O deísmo de Zofar. Supunha este que o homem, devido a sua pequenez e imperfeições, jamais alcançará os favores de Deus: “Porventura, alcançarás os caminhos de Deus ou chegarás à perfeição do Todo-Poderoso? Como as alturas dos céus é a sua sabedoria; que poderás tu fazer? Mais profunda é ela do que o inferno; que poderás tu saber? Mais comprida é a sua medida do que a terra; e mais larga do que o mar. Se ele destruir, e encerrar, ou juntar, quem o impedirá?” (Jó 11.7-10).

Diante de todo esse palavreado, como ficava Jó? Ora, se estava o Todo-Poderoso de tal forma alongado do ser humano, que esperanças haveria para o patriarca? Quem poderia socorrê-lo naquela instância?

Como encarar, pois, a transcendência e a imanência de Deus?

III. IMANÊNCIA OU TRANSCENDÊNCIA?
Apesar de toda a sua dor, mostra Jó ao seu implacável amigo que, embora seja Deus transcendente, é também imanente:

1. A resposta de Jó. “Na verdade, que só vós sois o povo, e convosco morrerá a sabedoria. Também eu tenho um coração como vós e não vos sou inferior; e quem não sabe tais coisas como estas? Eu sou irrisão para os meus amigos; eu, que invoco a Deus, e ele me responde; o justo e o reto servem de irrisão. Tocha desprezível é, na opinião do que está descansado, aquele que está pronto a tropeçar com os pés. As tendas dos assoladores têm descanso, e os que provocam a Deus estão seguros; nas suas mãos Deus lhes põe tudo. Mas, pergunta agora às alimárias, e cada uma delas to ensinará; e às aves dos céus, e elas to farão saber; ou fala com a terra, e ela to ensinará; até os peixes do mar to contarão. Quem não entende por todas estas coisas que a mão do SENHOR fez isto, que está na sua mão a alma de tudo quanto vive o espírito de toda carne humana?” (Jó 12.1-10).

2. Avaliando a teologia de Zofar. Em sua breve, mas conclusiva alocução, Jó reafirma algumas verdades que os teólogos especuladores deveriam assimilar, ao invés de se perderem em sofismas e falsas premissas: Deus é tanto transcendente quanto imanente. Vejamos, pois, antes de mais nada, o real significado de transcendência e imanência.

a) Transcendência. É o conjunto dos atributos de Deus que lhe ressaltam a infinita superioridade em relação às suas criaturas. Ou seja: eternidade, infinitude, imensidade, imarcescibilidade.

b) Imanência. Embora seja Deus transcendente, não se encontra à parte de sua criação; acha-se presente nesta através destes atributos: onipresença, onisciência e onipotência; e por intermédio de suas qualidades morais. Há de se ressaltar, porém, que, conquanto esteja Ele presente na criação, não se confunde com esta. Portanto, erram aqueles que afirmam: Deus é tudo, e tudo é Deus. O panteísmo é uma doutrina errônea e contrária à Bíblia.

Por conseguinte, não obstante Deus habitar nas alturas mais insondáveis, e apesar de infinito e imenso, não se encontra alheio às suas criaturas. Acompanha-nos desde a concepção (Sl 139.13-17). Ele se preocupa tanto com o destino dos grandes impérios, quanto das coisas que nos parecem mínimas e até desprezíveis (Dn 4.31-37; 1Rs 17.14-16).

A teologia de Zofar, a despeito de grandiloquente e sentencial, não passava de alinhavos de uma sabedoria já folclórica (Jó 12.1). Por isso Jó argui a Zofar estar o Todo-Poderoso tão preocupado com a sua criação que não se descuida sequer das alimárias (Jó 12.7-10).

CONCLUSÃO
Deus não é somente imanente e transcendente. É, acima de tudo, condescendente: “Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade e cujo nome é Santo: Em um alto e santo lugar habito e também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e para vivificar o coração dos contritos” (Is 57.15).

Caso você se encontre atribulado, há um Deus que se importa com o seu sofrer. Ele tanto se ocupa dos grandes negócios do mundo como da falta da farinha em sua panela. Este é o nosso Deus! Aleluia!

Subsídio Teológico

“O teísmo cristão em suas históricas expressões ortodoxas vem sendo entendido como supernaturalista, no sentido de que Deus não apenas cria o universo, mas também o sustenta pelo seu poder e intervém diretamente nele para cumprir seus propósitos. Porém, uma variação do teísmo cristão surgiu na Inglaterra em princípios do século XVII, a qual ficou sendo conhecida como deísmo, e que ainda aparece de vez em quando em maneiras muito sutis e, às vezes, não tão sutis assim. Altamente racionalistas, os deístas logo abandonaram o conhecimento revelador da Bíblia para postular um universo no qual Deus foi reduzido ao papel de ‘causa primeira’. Usando a imagem do relojoeiro, eles afirmaram originalmente que Deus criou o mundo, ‘deu corda’ nos processos naturais e o deixou correr pelo universo, onde o abandonou. Em tal sistema de crença, há pouca necessidade das clássicas doutrinas cristãs, como a trindade, a encarnação de Cristo, a expiação, os milagres ou a inspiração da Escritura.

Basicamente, nesta visão, Deus equipou a espaçonave terra para sua viagem e a deixou entregue a quaisquer aventuras que venham suceder. Considerando que a intervenção divina é difícil de predizer ou verificar, esta ótica tem certa atração para as pessoas que sentem a necessidade de um Criador, mas que pensam que Ele está ausente da vida diária. No uso popular, a palavra deísta é aplicada às vezes a expressões ortodoxas da fé cristã que limitam a vontade ou a capacidade de Deus intervir milagrosamente em seu mundo.” (Panorama do Pensamento Cristão. CPAD, pp.91,92).

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Bildade e a Teologia da Prosperidade -L9

TEXTO ÁUREO

“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).

VERDADE PRÁTICA
A verdadeira prosperidade é ter Cristo no coração. Ele é o nosso supremo bem! Louvado e bendito seja o Cordeiro de Deus!

LEITURA DIÁRIA
Segunda — Sl 30. A prosperidade pode gerar presunção
Terça — Sl 73.3 A prosperidade pode gerar inveja
Quarta — Pv 1.32 A prosperidade pode gerar destruição
Quinta — Jr 22.21 A prosperidade pode gerar apostasia
Sexta — 1Co 16.2 A prosperidade e a sua utilidade no reino de Deus
Sábado — Ec 7.14 A prosperidade deve ser desfrutada com temor

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 6.25-32.
25 — Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo, mais do que a vestimenta?
26 — Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?
27 — E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?
28 — E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam.
29 — E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.
30 — Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pequena fé?
31 — Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos ou que beberemos ou com que nos vestiremos?
32 — (Porque todas essas coisas os gentios procuram.) Decerto, vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas.

PONTO DE CONTATO
Se Jó era um homem reto diante de Deus, não tinha com que se preocupar, pois o futuro reservar-lhe-ia muita prosperidade e alegrias. Só os ímpios, aqueles que vivem sem Deus, conhecem a calamidade absoluta, dizia Bildade em seu austero discurso. Entretanto, descobrimos em Bildade dois graves defeitos que bastam para invalidar todas as suas palavras, tornando-as mais do que inúteis para Jó.

Em primeiro lugar, falta-lhe aquela simpatia pela qual Jó ansiava. Trágica falta! A conclusão de que a família de Jó morrera vitimada por um castigo divino, era como uma espada a traspassar um coração já exausto de dor e de angústia. Em segundo lugar, Bildade estava totalmente enredado nas malhas da tradição. Isto já aconteceu com você? Gostaria de ser consolado por um amigo semelhante a este?


OBJETIVOS
Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:
Sintetizar a teologia de Bildade.
Justificar, biblicamente, a improcedência da Teologia da Prosperidade.

SÍNTESE TEXTUAL
A ideia de que a salvação traz consigo riquezas materiais não tem fundamento bíblico embora seja um pensamento antigo, haja vista a arguição de Bildade.

Deus trata com cada um segundo o seu querer e, seu querer é que todos sejam prósperos. Se não for assim, como justificar a prosperidade de pessoas que não servem a Deus?

Se constitui maldade ver como em nossos dias associa-se muito facilmente pobreza a pecado na vida. Se observarmos bem, veremos de que lado está o pecado. E, com certeza, não é na vida dos filhos de Deus, mas dos ricos deste mundo que se apressam em aumentar suas riquezas à custa do sacrifício e sofrimento dos menos favorecidos, impondo-lhes um jugo difícil de suportar.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Em seu livro “O que está por trás do G12”, pastor Paulo César Lima apresenta quatro equívocos da Teologia da Prosperidade. Destaque os pontos abaixo e identifique as divergências entre eles e a Bíblia. Consulte todas as referências.

1) “A Teologia da Prosperidade declara que Deus não diz ‘não’ às orações de seus filhos” (Ler Dt 3.23-29; 2Sm 12.15-23; 2Co 12.7-9).

2) “A Teologia da Prosperidade diz que devemos orar apenas uma vez por alguma coisa. A oração repetida significa falta de fé” (Ler Mt 26.44; 2Co 12.8; Gn 25,21; Lc 1.13).

3) “A Teologia da Prosperidade ensina que sofrimento significa falta de fé” (Ler 2Co 4.8,9; 11.23-29).

4) “A Teologia da Prosperidade afirma que pobreza não combina com nossa posição de filhos do Rei” (2Co 8.9; Tg 5.1,6; 2Tm 6.9,10,17-19).

INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas do Século 20, as igrejas evangélicas foram tomadas por uma teologia que acabou por substituir a verdadeira adoração a Deus por um espírito meramente comercial. Referimo-nos à pervertida e ímpia Teologia da Prosperidade.

Esse arremedo de doutrina levou os fiéis a inverterem os mais caros valores de sua fé: o mais importante, agora, para milhões de filhos de Deus não é o ser; e, sim: o ter. Dessa forma, as pessoas, em nossas igrejas, começaram a ser julgadas não pelo que eram, mas pelo que tinham.

Desse modo foi o patriarca Jó avaliado por seu amigo Bildade que, nesta lição, representa a Teologia da Prosperidade.

I. QUEM FOI BILDADE

Também não possuímos muitas informações acerca de Bildade. Limita-se a Bíblia a informar que este amigo de Jó era um suíta. Certamente morava ele em Canaã, onde Suá, à semelhança de Temã, era um daqueles pequenos reinos ali estabelecidos.

No Livro de Jó, temos três discursos de Bildade, que se encontram nos capítulos 8, 18 e 25.

II. A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
1. O que é a Teologia da Prosperidade. É a doutrina, segundo a qual o crente, por ser filho de Deus, jamais passará por agruras financeiras, pois foi ele destinado a viver de maneira regaladamente pródiga, sem ter de se defrontar com as carências materiais comuns a todos os seres humanos.

2. A doutrina de Bildade. Como predecessor da Teologia da Prosperidade, acreditava Bildade que, se Jó estava sofrendo e já nada possuía, era porque pecara contra o Senhor. Pois somente são atribulados aqueles que desobedecem a Deus. Logo: os que o obedecem, acham-se em larguezas e profusões.

A fim de fundamentar a sua doutrina, evoca Bildade o testemunho dos antigos: “Porque, eu te peço, pergunta agora às gerações passadas e prepara-te para a inquirição de seus pais. Porque nós somos de ontem e nada sabemos; porquanto nossos dias sobre a terra são como a sombra” (Jó 8.8,9).

3. A falácia de Bildade. Quão falacioso e sofistico era Bildade! Além de brincar com as palavras e jogar com raciocínios aparentemente válidos, ousa invocar até o depoimento dos antigos. Não agem assim os modernos proponentes da Teologia da Prosperidade? Na defesa deste aleijão doutrinário, torcem as Sagradas Escrituras, brincam com a verdade, fazem uso de subterfúgios lógicos e até citam, fora de seu contexto, o testemunho dos antepassados (2Pe 3.16).

III. AS CONTRADIÇÕES DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
Se Bildade viveu num período anterior ao patriarca Abraão, como acreditamos, que exemplo poderia ele apresentar dos antigos, para que a sua doutrina fosse devidamente justificada?

1. A prosperidade material. De acordo com a História Sagrada, os ímpios vêm prosperando materialmente muito mais do que os justos (Sl 73.1-10). O que dizer da civilização inaugurada pelo homicida Caim? A cidade por ele fundada era, tecnologicamente, avançadíssima (Gn 4.17-22). Enquanto isso, nem notícia temos do progresso alcançado pelos filhos do piedoso Sete. Que riquezas lograra Enoque? Ou Noé? Ou ainda Sem? Enquanto isso, iam os descendentes do indecoroso e irreverente Cão fundando grandes impérios: Líbia, Egito, Etiópia e os domínios de Canaã (Gn 10.1-20).

2. As provações dos justos. A História Sagrada, no registro dos fatos que ocorreram após a era de Bildade, fala de alguns homens que, apesar de sua comprovada e singular piedade, foram submetidos às piores agruras. Se Abraão, Isaque e Jacó foram abençoados com grandes riquezas, José foi vendido como escravo, e como escravo viu-se constrangido às mais inumanas humilhações (Gn 37.26-36). Elias, Amós e Lázaro vivenciaram necessidades básicas. O primeiro viu-se na contingência de nutrir-se do que lhe traziam os corvos (1Rs 17.5-7). O segundo, como boieiro, alimentava-se de sicômoros (Am 7.14). E o terceiro, além da extrema pobreza, fora coberto por uma terrível chaga; e, assim, abandonado por todos, comia das migalhas que caíam da mesa do rico (Lc 16.20-25).

3. A evidência de uma vida piedosa. Não quero, com isso, ressaltar a pobreza como evidência de uma vida plena de Deus, como não o é também a riqueza. Pois, se nas Sagradas Escrituras há ricos piedosos, há também pobres incrédulos e nada tementes a Deus.

Temos de agir com equilíbrio e discernimento, pois os extremismos teológicos, quer à esquerda, quer à direita da Bíblia, são nocivos. Logo: que ninguém seja julgado pelo que tem, mas pelo que é (Mt 5.16; 1Tm 5.25; Tg 1.26,27). Quer Deus nos conceda riquezas, quer nos deixe experimentar necessidades, tenhamos sempre em mente que Ele é soberano e, como tal, sabe tratar com seus filhos (Jr 18.1-6). Habacuque e Paulo sabiam viver na abundância, e não se perturbavam na privação (Hc 3.17-19; Fp 4.10-13).

IV. A JUSTA PORÇÃO DE AGUR
A Teologia da Prosperidade é diabolicamente perversa e mentirosa, porque induz os filhos de Deus a buscar a riqueza, por concluírem ser esta tão importante quanto a salvação. Alerta Paulo, contudo, que, os que porfiam por serem ricos, cairão em muitas ciladas (1Tm 6.9). O mesmo apóstolo ainda alerta ser o amor ao dinheiro a raiz de todos os males (1Tm 6.10).

1. A teologia da miséria. Não queremos urdir uma teologia da miséria, como se esta fosse suficiente para conduzir-nos aos céus. Se o fizermos, cairemos nas mesmas heresias daqueles monges que, com os seus votos de pobreza, supunham ter já conseguido a riqueza celeste. Assim como há ricos piedosos, e Jó, entre todos os ricos, pontificava por sua singular integridade, há também pobres ímpios e inimigos de Deus — e não são poucos!

2. A porção de Agur. Como buscar este equilíbrio? Encontrá-lo-emos na petição que, certa vez, um homem chamado Agur endereçou a Deus: “Duas coisas te pedi; não mas negues, antes que morra: afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção acostumada; para que, porventura, de farto te não negue e diga: Quem é o SENHOR? Ou que, empobrecendo, venha a furtar e lance mão do nome de Deus” (Pv 30.7-9).

Noutras palavras, rogava Agur ao Senhor o pão nosso de cada dia (Mt 6.11).

Atentemos também a esta recomendação do Senhor Jesus em Mateus 6.25.

E vejamos o que ainda diz Paulo em 1 Timóteo 6.7,9.

CONCLUSÃO
Então, a que conclusão chegamos? É prejudicial ao crente possuir riquezas? Todavia, se a não usarmos para minorar o sofrimento de nossos irmãos, impiamente agimos. Por isso deve o irmão rico gloriar-se em seu abatimento (Tg 1.9).

Por conseguinte, quer pobres, quer ricos, gloriemo-nos sempre em Deus, pois Ele fez tanto um quanto outro. Além disso, não disse o Senhor que sempre haverá pobres na terra? (Dt 15.11). Eis porque deve o rico ajudar o pobre, a fim de que todos tenham o necessário para viver.

Que nenhum Bildade venha, pois, julgar os que, à semelhança de Jó, passam por dificuldades. A riqueza e a pobreza não podem servir de referenciais para se julgar a ninguém.

Subsídio Teológico

“Um famoso profeta da prosperidade uma vez pregou essa mensagem, até que foi vítima dum imprevisto: perdeu tudo. O brilho, o glamour e o ouro, tudo se desvaneceu. Esvaíram-se, igualmente, as multidões que o ovacionavam. Quase da noite para o dia suas riquezas foram substituídas por trapos. Desnudado de seu status como astro, viu-se sozinho com as Escrituras, as quais devorou com santo apetite:

‘Passei meses lendo a palavra dita por Jesus. Eu as escrevi por muitas e muitas vezes. Se você aceitar o conselho inteiro da Palavra de Deus não há como interpretar as riquezas ou as coisas materiais como um sinal da bênção de Deus… já pedi a Deus que me perdoasse… por haver pregado a prosperidade terrena’.

Contrito, ele confessou que ‘muitos hoje acreditam que a evidência da bênção de Deus sobre eles seja um carro novo, uma casa, um bom emprego e riquezas’. Isso, ressaltou, está longe de ser verdade. Jesus não ensinou que as riquezas são um sinal da bênção de Deus… Jesus disse: ‘Estreito é o caminho que conduz à vida e são poucos os que entram por ele’”. (Cristianismo em Crise. CPAD, pp.232,233).

 

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Elifaz e a teologia do relacionamento mercantil com Deus -L8

TEXTO ÁUREO

“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo” (Tt 3.5).

VERDADE PRÁTICA
Deus não trata seus filhos com base num amor mercantilista e comercial. A base de seu relacionamento para conosco é a sua graça — infinita e inexplicável graça.

LEITURA DIÁRIA
Segunda — Rm 3.24 A graça é justificadora
Terça — Rm 4.16 A graça nos garante a promessa
Quarta — 1Co 16.23 A graça está sempre conosco
Quinta — 2Co 4.15 A graça multiplicada
Sexta — 2Co 6.1 A graça não pode ser recebida em vão
Sábado — 2Co 8.7 A graça pode ser abundante em nós

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Tito 3.3-8.
3 — Porque também nós éramos, noutro tempo, insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros.
4 — Mas, quando apareceu a benignidade e caridade de Deus, nosso Salvador, para com os homens,
5 — não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo,
6 — que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador,
7 — para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros, segundo a esperança da vida eterna.
8 — Fiel é a palavra, e isto quero que deveras afirmes, para que os que creem em Deus procurem aplicar-se às boas obras; estas coisas são boas e proveitosas aos homens.

PONTO DE CONTATO
A suma do discurso de Elifaz supõe que a justiça, invariavelmente, produz bem-estar; e a injustiça, o infortúnio; e, que existe uma proporção direta entre o pecado e o sofrimento. Esta proposição é falsa ou verdadeira? Ponha este tema em discussão. Converse com seus alunos sobre as diversas formas utilizadas pelas pessoas para receberem benefícios de Deus. Mostre-lhes a falha de sua atitude demonstrando biblicamente que não há nada que o homem possa fazer para merecer o favor divino. O pensamento de Elifaz era coerente com o teor do discurso de Satanás, o armador de ciladas. Primeiro ele (o Diabo) diz a Deus: “…toca em tudo quanto tem e verás se não blasfema de ti.” (1.11). Em seguida, apropria-se da boca de Elifaz para confundir Jó de forma contundente: “Quem você pensa que é?” (4.7).

OBJETIVOS
Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:
Descrever a teologia de Elifaz.
Identificar sua origem familiar.

SÍNTESE TEXTUAL
Elifaz, como muitas pessoas hoje em dia, não aceitava o sofrimento do justo atribuindo a este alguma falha que pudesse desencadeá-lo. Este episódio nos serve de lição para mostrar como é falível a visão humana. Nunca poderemos entender os desígnios de Deus, pois nossa visão é terrena e limitada. Devemos, antes, aceitá-los, porque Deus é soberano e seu domínio se estende por todo o universo e, nada acontece sem sua permissão. O homem é incapaz de justificar-se perante Deus. O único escape é refugiar-se na graça divina, pois, é ela que nos justifica.


ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Envolva seus alunos no processo de aprendizagem. Não os deixe de fora um só momento. Abra a Bíblia e discuta amplamente as questões desta lição.

Foi Elifaz, o mais velho dentre os sábios companheiros de Jó, quem estabeleceu o clima de conselho, apresentando sua teoria sobre o pecado e o sofrimento, aplicando-a ao caso do patriarca. Observe detalhadamente com seus alunos o discurso de Elifaz e tente perceber que estratégia ele usou a fim de convencer Jó de que era culpado pelo seu próprio sofrimento. Atente para o fato de que Elifaz estava induzido por um espírito estranho. Leia Jó 4.15,16.

Analise os seguintes pontos:

1) Elifaz referiu-se ao desânimo de Jó (4.2-11);

2) falou de sua impaciência (4.12-5.7);

3) aconselhou-o a arrepender-se (5.8-27).

INTRODUÇÃO
Nesta lição, defrontar-nos-emos com duas teologias: a de Elifaz e a da graça de Deus. Estarão ambas respondendo a esta pergunta: Por que o justo tem de sofrer? De conformidade com Elifaz, que veio de Temã para consolar a Jó, se este sofria era porque, em algum momento de sua vida, desagradara a Deus. Logo: houvesse Jó agradado a Deus, como Ele o requer, nenhuma tribulação teria advindo sobre si.

Estaria correta esta teologia? Não lhe parece isto um mero relacionamento mercantil? Ou um escambo?

O fato de servirmos a Deus não nos torna imunes às lutas, dificuldades e provações. Pelo contrário! Somos, às vezes, mais atribulados do que os ímpios. Mas, que importa? Se Cristo está ao nosso lado, haveremos de nos regozijar até nas adversidades. Esta é a obra da graça!

I. QUEM FUI ELIFAZ
O significado de Elifaz, em hebraico, traz um emblema bastante elucidativo: Meu Deus é forte. Infere-se daí tenham sido seus pais gente de reconhecida piedade. Doutra forma: jamais colocariam um nome tão especial no filho.

1. A procedência de Elifaz. Além de sua amizade com Jó, a única coisa que de Elifaz sabemos é a sua procedência. Era ele originário de um lugar chamado Temã que, segundo se pode apurar, ficava no território que viria a ser ocupado pelos filhos de Edom. Infere-se, ainda, que os moradores de Temã tinham um razoável conhecimento de Deus.

2. Elifaz: teólogo ou filósofo? Dos discursos de Elifaz, conclui-se não ter sido ele um teólogo como Enoque, Noé ou Jó. Era mais filósofo que teólogo. O conhecimento que possuía de Deus não provinha de uma relação experimental com o Todo-Poderoso; era fruto de suas especulações. Não queremos, com isso, desmerecer esse tipo de conhecimento, porque Deus no-lo deixou, a fim de que nos aproximemos dEle (Rm 1.18-21). Foi o que Paulo disse aos filósofos epicureus e estoicos no Areópago de Atenas (At 17.22-32).

Por não possuir o conhecimento revelado de Deus, pôs-se Elifaz a condenar a Jó através de uma teologia casuística (Jó 42.7).

II. A TEOLOGIA DE ELIFAZ
1. A perigosa teologia de Elifaz. Detenhamo-nos em alguns trechos de seu discurso: “Lembra-te, agora: qual é o inocente que jamais pereceu? E onde foram os sinceros destruídos? Segundo eu tenho visto, os que lavram iniquidade e semeiam o mal segam isso mesmo. Com o hálito de Deus perecem; e com o assopro da sua ira se consomem” (Jó 4.7-9).

Deste pronunciamento, depreendemos que a teologia de Elifaz tinha como base a ideia de um relacionamento mercantil com Deus. Ou seja: se lhe formos fiéis e lhe prestarmos a adoração que Ele demanda, seremos certamente abençoados; nenhum mal nos atingirá. Trata-se, pois, de uma simples troca comercial. Em linguagem popular: um toma-lá-dá-cá.

2. Uma teologia sofismática. Usando e abusando dos sofismas, Elifaz erradamente conclui: apenas os que desagradam a Deus sofrem; se Jó estava sofrendo, logo: cometera ele algum pecado contra o Senhor. Desconhecia ele, por acaso, a história de Abel? (Gn 4.4-8) Ou o drama vivido por Enoque que, por trezentos anos, profetizara num mundo que em nada diferia do inferno? (Gn 5.22-24) Ou por acaso ignorava o fato de o patriarca Noé haver construído a arca sob os impropérios de uma geração que se achava completamente tomada pelo demônio? (2Pe 2.5) Registra a História Sagrada que homens piedosos, dos quais não era digno o mundo, acabaram perecendo da forma mais inimaginável e repulsiva (Hb 11.37,38).

Então, como pôde Elifaz jogar com as palavras, a fim de atribular ainda mais a Jó? Seus sofismas não resistem ao menor dos exames.

3. Uma teologia perversa. Elifaz ultrapassa todos os limites do bom senso; chega a tratar o patriarca de injusto e louco (Jó 5.1-5). Suas acusações não terminam aí; atingem a própria família do patriarca. Se esta havia perecido, então um só era o culpado: Jó. Como se haver numa situação dessas? Como suportar tão graves incriminações?

III. A RESPOSTA DE JÓ
Diante de um discurso abusadamente falacioso, responde o patriarca: “Oh! Se a minha mágoa retamente se pesasse, e a minha miséria juntamente se pusesse numa balança! Porque, na verdade, mais pesada seria do que a areia dos mares; por isso é que as minhas palavras têm sido inconsideradas” (Jó 6.2,3).

1. Jó pede uma balança. O que requeria o patriarca de seus amigos? Que o ouvissem com atenção, e com justiça lhe pesassem as palavras e as queixas. Reivindicava ele uma balança na qual lhe fosse avaliada a miséria; pois suas palavras haviam sido inconsideradas.

Será que Elifaz desconhecia a justiça de Jó?

2. A Teologia da Aflição. Lemos nos Salmos que muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas (Sl 34.19). O próprio Cristo alertou que, no mundo, teremos aflições, mas que, nem por isso, deveríamos perder o ânimo (Jo 16.33). Escrevendo aos coríntios, afirmou Paulo: “Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também a nossa consolação sobeja por meio de Cristo” (2Co 1.5).

Não queremos, com isso, lançar as bases de uma teologia da aflição. O que buscamos realçar é a supremacia da graça divina; ela é mais do que suficiente para consolar-nos em todas as agruras.

IV. A GRAÇA DE DEUS — O ANTÍDOTO CONTRA A TEOLOGIA DE ELIFAZ
Elifaz, à semelhança de muitos religiosos de nossos dias, acreditava que o homem, penitenciando-se e tudo fazendo por comprazer a Deus, jamais será atingido por quaisquer calamidades. Supunha ele ser possível agradar a Deus com boas obras, e com boas obras levá-lo a afastar de nós as angústias e tribulações desta vida (Rm 8.35-37). O que diz a Bíblia?

1. A imperfeição das obras humanas. Ignorava Elifaz que, por mais perfeitas que nos sejam as obras, jamais poderemos justificar-nos diante de Deus, pois não passam elas de trapos de imundície (Is 64.6). Em consonância com Isaías, pergunta Miquéias: “Com que me apresentarei ao SENHOR e me inclinarei ante o Deus altíssimo? virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano?” (Mq 6.6).

Como poderá o homem justificar-se diante de Deus? É a pergunta que nos faz Jó? (Jó 25.4) Temos aqui uma das mais importantes indagações teológicas. O homem não necessita praticar obra alguma para alcançar o favor divino nem para ser justificado diante de Deus. Só nos é necessária uma única coisa: aceitar a Jesus e confiar em seus méritos como nosso suficiente salvador. Isto significa que, através de Cristo, seremos vistos por Deus como se jamais houvéramos cometido qualquer pecado ou iniquidade. E, assim, seremos declarados justos com base na justiça de Cristo (Rm 5.1-8).

CONCLUSÃO
Conclui-se, pois, estar totalmente equivocada a teologia mercantilista de Elifaz. Nossa comunhão com Deus não é um mero e vulgar e imoral toma-lá-dá-cá. Se os homens se contentam com escambos, nosso Deus, não; Ele não se vende nem se deixa comprar: sua graça é real, eficaz e sempre abundante. Sua graça é mais do que suficiente! Salva-nos e proporciona-nos as mais doces consolações. Isto não significa estejamos imunes às tribulações. Certamente elas virão. Todavia, em tudo e, por tudo, seremos consolados. Aleluia!

Subsídio Bibliológico
“Em todo o seu sofrimento, o alívio de Jó consistia no fato de que ele não se desviara do Senhor, nem negou as palavras de Deus. Desconhecendo qualquer pecado seu, deliberado ou involuntário, Jó afirmou sua inocência no decurso de todo o seu livro (ver 13.23; 16.17; 27.6), convicto de que sempre procurara honrar e obedecer a Deus. Por isso, ele podia regozijar-se, mesmo na dor” (Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, p.777).

Subsídio Bibliológico
“A graça é a presença, o favor e o poder de Deus em nossa vida. É uma força, um poder celestial outorgado àqueles que invocam a Deus. Essa graça descerá sobre o crente fiel que suportar suas fraquezas e dificuldades, por amor ao evangelho (Fp 4.13). (1) Quanto maior a nossa fraqueza e


(2) Devemos gloriar-nos em nossas fraquezas e ver nelas valor eterno, porque elas faz provações ao servirmos a Cristo, tanto mais graça Deus nos dará para cumprir sua vontade. Aquilo que Ele nos dará é sempre suficiente para vivermos nossa vida diária, para trabalharmos por Ele e para suportarmos nossos sofrimentos e ‘espinhos’ na carne (cf. 1Co 10.13). Enquanto estivermos perto de Cristo, Ele nos outorgará a sua força celestial.
(2) Devemos gloriar-nos em nossas fraquezas e ver nelas valor eterno, porque elas fazem com que o poder de Cristo desça sobre nós e habite em nós, à medida que avançamos nesta vida em direção ao nosso lar celestial” (Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, pp.1786,1787).

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