20 junho 2022

Lição 2: Compreendendo a mensagem do Reino de Deus- Parábolas de Jesus — Advertências para os dias de hoje

Comentarista: Elienai Cabral

TEXTO ÁUREO
“Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do Reino dos céus, mas a eles não lhes é dado” (Mt 13.11).

VERDADE PRÁTICA
Na semeadura da Palavra de Deus, é de muita importância a qualidade da terra que recebe a divina semente.

— Mt 7.24-27 Dois tipos de ouvintes, sensato e insensato
— Jo 4.40-42 Os samaritanos ouvem e creem na Palavra
— Jo 5.24 A recompensa de quem ouve e crê na Palavra
— Rm 10.17 A fé provém do ouvir a Palavra
— 1Ts 1.6 Devemos receber a Palavra com alegria
— Tg 1.19 O crente deve sempre estar pronto para ouvir

LEITURA BÍBLICA
Mateus 13.1-9. 1 — Tendo Jesus saído de casa naquele dia, estava assentado junto ao mar.
2 — E a juntou-se muita gente ao pé dele, de sorte que, entrando num barco, se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia.3 — E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.4 — E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves e comeram-na;5 — e outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda.6 — Mas, vindo o sol, queimou-se e secou-se, porque não tinha raiz.7 — E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na.8 — E outra caiu em boa terra e deu fruto: um, a cem, outro, a sessenta, e outro, a trinta.9 — Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça.

Segundo a Bíblia, a fé nasce no coração do pecador quando este ouve a Palavra de Deus, pois não se pode crer “naquele de quem não se ouviu” (Rm 10.14,17). Para que a fé nasça no coração do homem, é necessário que a Palavra de Deus seja-lhe comunicada com clareza.  

OBJETIVOS
Narrar esta parábola com suas próprias palavras.
Verbalizar o propósito central do ensino de Cristo nesta parábola.
Aplicar as lições desta parábola em sua própria vida.

 Através do quadro abaixo temos  um resumo da interpretação de Mateus 13.18-23. 



 
INTRODUÇÃO
A parábola do Semeador relata com exatidão a humanidade através dos tempos. É interessante mencionar que o próprio Jesus, após narrá-la, revelou o significado desta para seus discípulos. Nesta parábola, Ele se volta para a vida agrícola de Israel com o objetivo de ilustrar os tipos de corações que recebem a semente da Palavra de Deus, tornando-a um dos mais edificantes e esclarecedores ensinos a respeito deste assunto.

A parábola do Semeador é a primeira dentre as sete proferidas por Jesus às margens da Galileia, e todas fazem parte do primeiro grupo de discursos feitos por Cristo, registrado em Mateus 13.1-58. Os objetivos do Mestre nestas exposições eram patentes: combater a oposição dos fariseus ao seu ministério e instruir seus discípulos concernente à natureza e ao crescimento do reino messiânico.

Nesta parábola, a semente que frutificou foi justamente a que caiu em “boa terra” (v.8). As demais, perderam-se à “beira do caminho” (v.4), “nos pedregais” (v.5), e entre os “espinhos” (v.7). Há pessoas que, mesmo entendendo a mensagem divina, não respondem positivamente à pregação do Evangelho (Rm 10.16), seja pela incredulidade e dureza de seu coração (Mc 16.14), ou pela ação do Maligno (2Co 4.4). Contudo, muitos ouvem e compreendem a mensagem do Reino de Deus, produzindo frutos espirituais. O ensino central desta parábola é que o Reino de Deus se manifesta a todos os homens, mas nem todos compreendem sua mensagem.

I. O SEMEADOR
No contexto da parábola em estudo, o semeador é o próprio Cristo. O texto diz: “O semeador saiu a semear” (v.3). Ler Mt 4.23; 9.35; Lc 8.1. Jesus foi, de modo incansável e exemplar, o primeiro semeador das Boas Novas. Depois de sua ascensão, o Espírito Santo foi enviado para lembrar aos discípulos as verdades espirituais ensinadas pelo Senhor, capacitá-los com poder do alto e impulsioná-los a, sem cessar, disseminá-las por todo o mundo (Jo 14.26). A missão evangelizadora dos discípulos de Cristo é evidenciada em dois textos dos Evangelhos (Mt 28.19,20 e Mc 16.20). O Espírito Santo é vital na semeadura da Palavra de Deus. Ele é quem inspira os semeadores a semear e a regar a semente depois de lançada no solo. A expressão “o vento assopra onde quer” (Jo 3.8) implica a ação do Espírito semeando a Palavra de Deus.

Todo crente em Cristo deve ser um dedicado e fervoroso semeador da sua Palavra. Fomos salvos para servir ao Senhor, e isso abrange com prioridade semear de todas as maneiras a boa semente, que é a Palavra de Deus. Nisso, devemos servir ao Senhor com amor, renúncia e dedicação (Sl 126.6).

II. A SEMENTE
A semente de que Jesus falou na parábola “é a palavra de Deus” (Lc 8.11). Em Mateus 13.19, é chamada “a palavra do Reino”, isto é, a palavra poderosa que rege o Reino de Deus. Em Marcos 4.14, é denominada “a palavra”, no sentido de inspirada, autêntica, inerrante, infalível, imutável, indivisível, única, ímpar, soberana, como somente a Escritura Sagrada o é. Ela é viva, eficaz e penetrante (Hb 4.12). “É o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16).

Uma vez em nós enxertada, ela gera, como instrumento de Deus, nova vida e assim pode nos salvar (Tg 1.18,21). Ela identifica-se com Deus, assim como um homem de bem é identificado por sua palavra honrada e confiável. O Senhor Jesus é chamado o Verbo; a Palavra (Jo 1.1,14; Ap 19.11-13; 1Jo 1.1).

Aqueles que aceitam “a semente” (a Palavra, Cristo) recebem a vida eterna, porque Cristo é a própria vida (Jo 20.31; 11.25; 1Jo 5.12).

III. O TERRENO PARA O PLANTIO DA SEMENTE (Mt 13.4-8)
Jesus mencionou quatro tipos de terrenos nos quais a semente é semeada. Isso representa o coração das pessoas onde semeamos a Palavra de Deus. Jesus ensina nesta parábola que nem todos são igualmente receptivos à “boa semente”. Isso decorre da ação degenerante, deformadora e maligna do pecado no ser humano. Deus fez tudo bom no princípio (Gn 1.31; Ec 7.29). Hoje não há ninguém bom; só Deus é bom (Mt 19.17).

1. O terreno “ao pé do caminho” (vv.4,19). Esse tipo de terreno é comparado a que classe de ouvintes? Segundo o próprio Jesus, são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e não a entendem, nem se esforçam para compreendê-la (v.19).

Na realidade, são negligentes, não se preocupam com os assuntos espirituais, nem com o seu destino eterno. Recebem a mensagem da salvação pelos canais de comunicação do intelecto, todavia não permitem que esta desça ao coração; por isso, ela não germina. São muitas e maléficas as influências exteriores que se alojam no coração humano e prevalecem na vida das pessoas, deixando a semente exposta na superfície da terra. Isto permite que as nocivas “aves do céu” (Lc 8.5,12) venham e arrebatem a semente lançada no coração endurecido, obstinado e resistente ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

2. O terreno com pedregais (vv.5,6). Esse tipo de solo representa a pessoa que de início recebe bem a Palavra de Deus, porém não persevera na fé em Cristo. São cheios de entusiasmo puramente emocional. Todavia, os obstáculos e provações da vida os impedem de crescer e frutificar. Os tais até choram quando ouvem a Palavra, reconhecem suas necessidades, porém não conseguem desvencilhar-se das pedras de sua vida pessoal. A semente é aceita, contudo não cria raízes pelo fato de o crente não ter firmeza, nem perseverança. As pedras podem representar tropeços morais, vícios, pecados sedutores e maus hábitos. Algo muito deplorável neste tipo de terreno é que além dele ser raso, tem pedra por baixo. Há crentes que na superfície demonstram ser uma coisa, no entanto, interiormente são outra. “Aborreço a duplicidade”, diz a Escritura (Sl 119.113; Tg 1.8; 4.8).

O crente “terreno raso” nos ensina que muitos aceitam a verdade, entretanto não permanecem firmes, nem se aprofundam na fé, na comunhão com Deus. Notemos no versículo seis que a planta “queimou-se e secou-se” não somente devido ao calor do sol, mas também “porque não tinha raiz”.

3. O terreno cheio de espinhos (v.7). Diz o texto: “e outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na”. A semente fora bem plantada, porém o terreno havia sido abandonado por seu dono, tal qual o terreno de Pv 24.30-32. As ervas daninhas e os espinhos multiplicaram-se e sufocaram a planta, tornando-a improdutiva. Esses “espinhos” são as preocupações causadas pelo mundo, as cobranças da sociedade ímpia, os prazeres ilusórios da vida e o engano do acúmulo de riquezas materiais (Mt 13.22; Mc 4.19; Lc 8.14).

Nessas riquezas há espinhos que traspassam seus donos “com muitas dores” (1Tm 6.10). A possessão de riqueza sem temor de Deus tem provocado sofrimento e sufocado a vida espiritual de muitos crentes, os quais ficam sem tempo para a oração, o estudo da Bíblia e o serviço do Senhor em geral. Assim, o terreno “cheio de espinhos” mostra-nos que muitos crentes permanecem na fé, contudo não são consagrados ao Senhor.

4. O terreno da boa terra (v.8). A “boa terra” acolhe bem a semente porque é macia, funda, limpa, úmida e apropriada. Nela, a semente, como diz o profeta, “tornará a lançar raízes para baixo e dará fruto para cima” (Is 37.31). As pessoas simbolizadas por este tipo de terreno ouvem e entendem a Palavra. Esta não volta vazia; sempre prospera (Is 55.11). Em 2Tm 3.15-17 e no Salmo 119, encontramos inúmeras bênçãos para aqueles que buscam e amam a Palavra de Deus. Nesta mesma parábola em Lucas 8.15, Jesus aludiu a este coração como “honesto e bom”. Este último terreno ainda nos mostra que mesmo entre os crentes dedicados há diferente frutificação espiritual (vv.8,23). Um grão produziu cem, outro, sessenta, e outro, trinta. Que poder maravilhoso há na Palavra do Deus vivo, quando ela encontra um terreno propício!

CONCLUSÃO
Na parábola do Semeador, o Senhor Jesus nos ensina uma grande e permanente lição: É nosso dever prioritário, como seus servos, semear a Palavra de Deus utilizando todos os meios, “a tempo e fora de tempo”, como está dito em 2Tm 4.2. Somente assim teremos um ministério abençoado, pois Deus dá semente a quem semeia (2Co 9.10). Vemos ainda na parábola que apesar dos terrenos serem variados, a semente é uma só, ou seja, eles é que precisam mudar em relação a esta, e não o contrário. É urgente a evangelização mundial, por intermédio da pregação e do ensino da Palavra.

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