21 junho 2022

Lição 5: Cristo, o tesouro incomparável- Parábolas de Jesus — Advertências para os dias de hoje



Comentarista: Elienai Cabral 

TEXTO ÁUREO
“Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6.21).

VERDADE PRÁTICA
Tendo a Cristo como o nosso inigualável tesouro, tudo mais em nossa vida é secundário.

— Ef 1.18-23 Conhecendo as riquezas da glória
— Jo 3.3 O único modo de conhecer o Reino
— Pv 2.4,5 O conhecimento de Deus é como o tesouro escondido
— 2Co 4.7 Tesouro em vasos de barro
— Fp 3.7,8 Nosso tesouro supremo é Cristo
— 2Co 8.9 Cristo se fez pobre para nos tornar ricos

 
LEITURA BÍBLICA 
Mateus 13.44; ; 
Mateus 13:44 — Também o Reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem e compra aquele campo.
Mateus 6.19-21 19 — Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam.20 — Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam.21 — Porque onde estiver o vosso tesouro, ai estará também o vosso coração.
Filipenses 3.7,8. 7 — Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo.8 — E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo. 

OBJETIVOS
Identificar e interpretar as principais figuras da parábola.
Demonstrar o propósito principal da parábola.
Definir o Reino dos céus segundo a parábola. 

INTRODUÇÃO
A Parábola do Tesouro Escondido é a quinta dentre as sete parábolas mencionadas em Mateus 13.1-58. O principal propósito desta narrativa alegórica é ensinar sobre o supremo valor do Reino dos céus. Quando falou sobre o crescimento do Reino, Jesus o comparou ao grão de mostarda e ao fermento (Mt 13.31-33), mas para demonstrar sua importância, igualou-o a um “tesouro escondido” (v.44).

Os judeus, quando estavam ameaçados de invasão estrangeira, costumavam esconder parte de sua riqueza a fim de protegê-la dos salteadores. Em muitos casos, o proprietário era levado cativo ou morto, e seus valores permaneciam escondidos na terra. Portanto, havia a possibilidade de alguém encontrá-los algum tempo depois.

O impacto da mensagem de Cristo é percebido quando consideramos que a sua audiência era constituída principalmente de pobres, lavradores e pequenos comerciantes envolvidos com o cultivo e a administração dos campos. Segundo Jesus, a alegria de encontrá-lo assemelha-se ao deleite daquele que acha um tesouro no campo. Cristo é o tesouro incomparável, que uma vez encontrado, enche-nos de completa satisfação.

A parábola de hoje se encontra apenas no Evangelho de Mateus. Esta curta narrativa certamente prendeu a atenção dos ouvintes, porquanto tratava de um assunto do interesse de todos — a descoberta de um tesouro. Trata-se de um homem que descobriu casualmente um tesouro escondido num campo e, com grande alegria, tomou todas as providências a fim de adquirido. Isto diz respeito ao zelo, interesse e empenho com que se deve buscar o Reino dos Céus.

I. O TESOURO ESCONDIDO
1. O sentido de “tesouro” na Bíblia. Um tesouro consiste em volumosa riqueza que pode ser em dinheiro, joia, ouro, prata, e inúmeros outros bens que uma pessoa possua (Pv 15.16).

2. O costume oriental de ocultar tesouros. Era costume dos povos dos tempos bíblicos esconder tesouros em suas terras a fim de protegê-los de ladrões e de vizinhos avarentos, ou pela simples falta de meios para preservação de suas riquezas. Não havia bancos como em nossos dias (Jó 3.21; Pv 2.4). Jesus usou esse fato para enfatizar o supremo valor do Reino dos Céus.

3. A possibilidade de ser o dono do tesouro descoberto. Muitas vezes acontecia de um camponês achar um desses tesouros enquanto cavava os campos. Entretanto, o fato de alguém encontrar um tesouro em terreno alheio, não lhe dava o direito de possuí-lo. Caso o afortunado estivesse realmente interessado naquela riqueza, teria de adquirir a propriedade na qual o tesouro fora encontrado (Mt 13.44).

II. INTERPRETANDO OS ELEMENTOS DA PARÁBOLA
Em linhas gerais, o Reino dos céus é comparado a um tesouro inestimável, e o interesse de encontrá-lo deve estar acima de qualquer outra coisa. Vejamos o que representa cada elemento desta parábola:

1. O “campo” (v.44). “O reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo”. O “campo” certamente trata-se do mundo habitado ao qual Jesus veio: “Porque Deus amou o mundo [grifo meu] de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Ler também Lucas 2.1 e Marcos 16.15.

2. O “homem” (v.44). “Um tesouro escondido num campo que um homem achou e escondeu”. Na parábola do semeador, Jesus é o “homem” que “semeia a semente”. Na do tesouro escondido, “o homem” representa o pecador que encontra Cristo, o maior tesouro que alguém pode descobrir. “Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo” (Fp 3.7,8; Mc 10.28-30).

3. O “tesouro” (v.44). Como já vimos anteriormente, o tesouro é Cristo. No capítulo 3 de Filipenses, verificamos que o apóstolo Paulo reconhece que todos os valores terrenos desaparecem diante da alegria de conhecer a Jesus. O profeta Jeremias já nos alertava: “Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas. Mas o que se gloriar glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra...” (Jr 9.23,24). O crente não deve se gloriar em seu conhecimento secular, talentos ou bens, pelo contrário, deve exultar por haver conhecido o mais valioso de todos os tesouros — Jesus.

III. CRISTO, O TESOURO SUPREMO
Todos os legítimos tesouros desta vida e deste mundo, sejam riquezas materiais, fama, prestígio ou sabedoria humana, não podem ser comparados à magnificência do reino e sua glória de que seremos participantes (Cl 2.2,3; Rm 8.18).

1. Descobrindo as riquezas de Deus em Cristo Jesus. Somente Cristo pode satisfazer os anseios da alma humana: “Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo...” (Sl 42.1,2). Quando o pecador vem a Cristo, aceitando-o como seu Salvador, recebe como herança toda a riqueza do Reino de Deus (Ef 1.3,17,18). Cristo é, portanto, o tesouro de valor incalculável que deve ser sempre buscado acima de tudo.

2. Cristo é nosso tesouro permanente. As riquezas deste mundo são transitórias e perecíveis e não nos acompanham por toda a vida. A Bíblia nos aconselha: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam” (Mt 6.19). Jesus não é semelhante ao ouro nem à prata (At 17.29). Nossa verdadeira e multiforme riqueza permanecerá conosco por toda a eternidade: Jesus Cristo, o Pai da Eternidade (Is 9.6), “o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso” (Ap 1.8).

IV. A ESCOLHA DO MAGNÍFICO TESOURO
A Bíblia nos afirma que Jesus não é precioso somente aos olhos de Deus, mas também aos olhos daqueles que creem em seu nome: “Pelo que também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido” (1Pe 2.6). Todavia, esta “Pedra Preciosa” pode receber distintas respostas humanas, como veremos a seguir.

1. Pessoas que escolheram o magnífico tesouro de Deus. Pedro e André trabalhando no mar da Galileia ouviram o convite de Jesus para segui-lo. Imediatamente deixaram tudo e seguiram-no (Mt 4.18-20). Tiago e João procederam da mesma maneira ao serem convocados pelo Mestre: “Eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no” (Mt 4.22). O apóstolo Paulo também declarou a sua escolha por Cristo: “Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo” (Fp 3.7). O eunuco etíope não conseguiu resistir à exposição do plano de salvação executado por Jesus. Diante da pergunta de Filipe, confirmou sua fé, foi batizado e prosseguiu sua caminhada regozijando-se por ter encontrado o Tesouro Incomparável (At 8.35-39).

2. A rejeição do Bom Tesouro (Lc 18.18-30). O jovem rico desta passagem bíblica colocou suas riquezas acima do Mestre. Seu coração estava tão apegado aos bens materiais que, apesar da sua tristeza, rejeitou o convite de Jesus. É também o caso dos ouvintes mencionados em Jo 5.40. Por causa de suas prioridades, o jovem rico é desafiado a vender suas riquezas e doá-las aos pobres. Contudo, seu apego às riquezas é tão grande que torna-se um obstáculo intransponível entre ele e o Salvador. Este homem preferiu desfrutar das riquezas desta terra a ter um tesouro no céu. Diante desta escolha, Jesus conforta seus abnegados discípulos (que haviam deixado tudo para segui-lo): “Na verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou pais, ou irmãos, ou mulher, ou filhos pelo Reino de Deus e não haja de receber muito mais neste mundo e, na idade vindoura, a vida eterna” (Lc 18.29,30).

CONCLUSÃO
A busca por tesouros sempre exerceu um fascínio sobre a humanidade. Ao narrar esta parábola, o Mestre enfatiza a alegria daquele homem ao descobrir um tesouro. O mesmo ocorre com o pecador que se encontra com Jesus, pois o Senhor é tão precioso que o pensamento e a linguagem humanos são incapazes de expressar o seu valor. Quando temos Cristo, possuímos absolutamente tudo o que precisamos para viver realmente felizes aqui na terra, tendo dEle a certeza da vida eterna.

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