22 junho 2022

Lição 9: Cristo, a rocha inabalável- Parábolas de Jesus — Advertências para os dias de hoje

Comentarista: Elienai Cabral

TEXTO ÁUREO
“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam” (Sl 127.1).

VERDADE PRÁTICA
A obediência à Palavra de Deus é um sólido alicerce para o crente construir sua casa espiritual.

— 2Tm 2.19 O firme fundamento de Deus
— Ef 2.20; Dt 32.3,4; 1Co 3.11 Jesus é a nossa rocha
— Is 28.16; 1Pe 2.4 Jesus é a pedra eleita e preciosa
— 1Pe 2.5-9 Os crentes são pedras vivas
— 1Sm 2.2 O Senhor é a única e verdadeira rocha
— Sl 27.5 Encontramos proteção na Rocha

LEITURA BÍBLICA 
Mateus 7.21-27.  21 — Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
22 — Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas?
23 — E, então, lhes direi abertamente: nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.24 — Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha.25 — E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.
26 — E aquele que ouve estas minhas palavras e as não cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia.27 — E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.

OBJETIVOS
Sumariar as advertências que antecedem à parábola.
Estabelecer as diferenças entre os dois personagens principais da parábola.
Explicar as lições práticas da parábola. 

No quadro abaixo  há um paralelo entre os dois construtores desta parábola. As casas enfrentaram os mesmos problemas, porém seus destinos foram diferentes em virtude do tipo de alicerce construído. Os homens ouviram a mesma mensagem, mas tomaram decisões completamente distintas.Vemos a importância da escolha pessoal.




INTRODUÇÃO

Na Parábola dos Dois Alicerces, Jesus compara aqueles que ouvem os seus ensinos a dois tipos de homens: o sensato e o insensato. Os ouvintes sensatos são aqueles que, à semelhança do homem que constrói a sua casa sobre a rocha, escutam e praticam os ensinos de Cristo. Estes, mesmo nas adversidades, permanecem inabaláveis; assim como a casa alicerçada sob fundamento firme. Os insensatos são aqueles que escutam os ensinos de Cristo, porém não os praticam. Estes são comparados ao homem que constrói sua casa em solo arenoso. Assim como esta casa é arruinada ao enfrentar as variações das condições climáticas, aqueles que são apenas ouvintes da Palavra de Deus também não resistirão às adversidades da vida.

Esta última parábola do Sermão do Monte foi precedida pelo ensino de um princípio vital: a obediência aos ensinos do Mestre. Jesus estava preocupado com aqueles que professam uma fé apenas verbal; são apenas ouvintes da Palavra de Deus; não a praticam.

Aprenderemos a importância do compromisso que devemos ter com o cristianismo verdadeiro e autêntico. Nesta parábola, os alicerces sobre os quais as casas são construídas (rocha e areia) representam o modo como procedemos diante da exposição da Palavra de Deus. A rocha simboliza a obediência e a areia, a desobediência.

I. AS ADVERTÊNCIAS DE JESUS
O capítulo sete de Mateus apresenta a conclusão do famoso sermão de Jesus — o Sermão do Monte. Naturalmente, para entendermos a finalidade da parábola dos dois alicerces, precisamos voltar ao contexto deste ensino de Jesus.

1. Jesus nos alerta (Mt 7.15-27). Somos advertidos quanto aos falsos profetas (vv.15-20), aos falsos mestres (vv.21-23) e aos falsos ouvintes (vv.26,27).

a) A primeira advertência. Jesus adverte acerca dos falsos profetas que apareceriam na igreja. Cremos no ministério profético e na manifestação do dom de profecia concedido para instrução, edificação e exortação da igreja de Cristo. Entretanto, a Bíblia recomenda que as mensagens proféticas sejam julgadas segundo a Palavra de Deus. Isto indica que a igreja precisa discernir toda e qualquer manifestação espiritual, a fim de que se evite distorções e heresias. Falsos profetas têm surgido na igreja causando danos ao Corpo de Cristo.

Jesus percebeu que os chefes religiosos, conforme seus antecessores (Jr 28), conduziam o povo à ruína espiritual. O Mestre se preocupou em alertar seus seguidores quanto a ameaças futuras, pois muitos entrariam no meio do povo de Deus “vestidos de ovelhas”, com aparência de santidade e piedade. No entanto, seriam, na verdade, “lobos devoradores” que arrebatariam as ovelhas do aprisco do Senhor.

O fruto seria a principal evidência do caráter desses profetas (Mt 7.16-20). Uma vez que não é fácil distinguir o falso do verdadeiro, resta-nos tão somente perceber essa diferença “por seus frutos”.

b) A segunda advertência (vv.21-23). Nos versículos 21 e 22, Jesus adverte sobre os que proclamam o seu nome com os lábios, porém, não cumprem a vontade do Pai. O simples ato de professar o nome do Senhor não demonstra qualquer compromisso com Ele. Quando alguém apenas pronuncia sua crença em Jesus e não lhe obedece, na realidade, está negando sua fé. Muitos que profetizam, pregam ou realizam milagres em nome de Jesus, pensando serem seus servos, tentarão justificar-se diante dEle. Eles ouvirão do próprio Deus: “Nunca vos conheci”. Na verdade, Jesus ensina que devemos, sim, confessar a nossa fé de modo verbal, contudo, esse ato deve ser acompanhado de obediência a seus mandamentos. Não basta dizer: “Senhor, Senhor”. É necessário sermos autênticos e verdadeiros em nossa confissão, e esta deve estar seguida de profunda obediência ao Senhor Jesus (Rm 10.9,10). A Bíblia nos adverte quanto a sermos cumpridores da palavra e não somente ouvintes (Tg 1.22).

II. A TERCEIRA ADVERTÊNCIA (Mt 7.24-87)
Jesus continua seu sermão focalizando aspectos relacionados ao “ouvir e praticar”. Jesus determinou que se aceitássemos suas doutrinas e as praticássemos, certamente ganharíamos o céu. Contudo, se não obedecêssemos a seus estatutos, teríamos um destino trágico. Para tornar mais claro este ensino, o Mestre relatou a parábola dos dois alicerces: a rocha e a areia.

1. O homem prudente que construiu sua casa sobre a rocha (v.24). Como identificar “o homem prudente?”. Não se trata simplesmente de uma característica pessoal, antes, de um comportamento equilibrado de alguém que sabe exatamente o que está fazendo, pois reflete antes de agir. Trata-se de uma pessoa que vive com equilíbrio racional. Seu procedimento não está baseado em meras emoções, mas nas coisas sensatas. Um homem prudente é moderado e cauteloso. Ele é considerado sábio porque constrói sua vida sobre fundamentos firmes. O ato de “edificar sobre a rocha” significa “escutar as palavras de Jesus e praticá-las” (v.24).

A vida cotidiana é um aprendizado constante, portanto, é fundamental não somente ouvir a palavra de Deus, mas também obedecê-la. Assim sendo, construiremos uma vida estabilizada sobre a rocha que é Jesus (Is 28.16; 1Co 3.11; 1Tm 1.1; At 4.11,12).

2. A estabilidade da casa edificada sobre a rocha (v.25). A nossa casa espiritual precisa estar bem construída para não cair diante das intempéries da vida, tais como “chuvas torrenciais, ventos fortes e correntezas caudalosas”. A palavra “combater” (v.25) é, literalmente, “cair sobre” ou “cair contra”, ou seja, essas variações do tempo representam um tipo de força ou peso que repentinamente se lançam sobre determinado lugar. Entretanto, Jesus afirmou que uma casa poderá resistir ao mau tempo se tiver sido edificada sobre um fundamento firme (Pv 12.7; Is 28.16). Isso significa que embora estejamos sujeitos a experimentar adversidades, seremos capazes de superá-las se estivermos alicerçados na Rocha Eterna. Nossa firmeza na fé está diretamente relacionada ao tipo de alicerce sobre o qual estamos edificados.

3. O homem imprudente que construiu sua casa sobre a areia (v.26). Esse homem foi chamado por Jesus de “insensato” que significa “falto de senso ou razão”, “demente”, “que não tem bom senso”. Não é difícil perceber a insensatez de alguém que constrói sua casa sobre a areia. Esta pessoa não tem juízo, nem demonstra a menor perspicácia. Se houvesse bom senso nesse construtor, jamais construiria sua casa sobre a areia. No momento em que as tempestades e ventos da vida vieram sobre esta casa, ela não resistiu devido à fragilidade de seu fundamento. O “homem insensato” representa os que desobedecem aos ensinos de Jesus. A imprudência desse homem não consiste em deixar de ouvir as palavras do Mestre, mas em ouvi-las e não se preocupar em praticá-las. Trata-se de alguém que possui uma vida vulnerável, sujeita a tropeços fatais, porquanto não está alicerçado na obediência à Palavra de Deus.

III. AS LIÇÕES DA PARÁBOLA
Em primeiro lugar, Jesus utilizou a linguagem figurada do construtor que edificou sua casa sobre a rocha com o objetivo de ensinar a respeito “daquele que escuta suas palavras e as pratica”. Este homem sensato estará seguro; protegido de toda e qualquer tempestade que acaso venha tentar destruí-lo. Todos os ataques malignos contra o crente serão frustrados se ele estiver escondido na rocha, Cristo.

Em segundo lugar, urge que cada um de nós pergunte a si mesmo: Estou obedecendo aos mandamentos ordenados pelo Senhor? Ou sou um mero ouvinte da Palavra de Deus? Tenho prazer em não somente ouvir, mas também em praticar as Sagradas Escrituras? Estou firme em Cristo o suficiente para resistir às adversidades? Faça uma introspecção e avalie sua vida quanto a essas questões.

CONCLUSÃO
Não obstante ouvirmos a Palavra do Senhor, professarmos nossa fé em Cristo e tornarmo-nos membros de uma igreja, é imprescindível demonstrarmos, através de nossas atitudes, evidências de nossa sincera devoção. Portanto, a obediência é um aspecto fundamental da nossa fé (Tg 1.22-25; 2.14-20).

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