11 junho 2022

Lição 7: Construindo tudo para a minha glória

 




TEXTO PRINCIPAL

“Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor, às imagens de escultura.” (Is 42.8).

RESUMO 
Tudo o que conseguimos realizar ou ter em nossa vida vem de Deus, e não reconhecer tal fato pode nos levar a pecar contra o Eterno.

A Palavra de Deus diz:
 — Dn 2.37  Deus concede honra ao rei
 — Dn 2.39  Deus avisa o que vai acontecer
— Dn 3.28  Deus livra seus servos
 — Dn 4.31  Deus julga o soberbo
— Pv 16.18 A soberba precede a queda
— Tg 4.6 Deus dá graça aos humildes

OBJETIVOS
SABER que Deus honrou a Nabucodonosor;
MOSTRAR os avisos de Deus para Nabucodonosor;
APONTAR o preço do orgulho.

Falaremos a respeito da tentação do orgulho. Deus abomina a soberba e este sentimento pernicioso é um prenúncio da queda segundo Provérbios 16.18. Veremos que Nabucodonosor, um rei a quem o próprio Deus exaltou, fazendo com que ele conquistasse muitos impérios e adquirisse muitos bens e fama, tomou uma atitude de autoexaltação. Como monarca, ele ignorou a soberania divina e começou a acreditar que seu reino era fruto da sua sabedoria e esforço pessoal. Então, Deus decidiu lhe ensinar uma importante lição, assim como havia ensinado ao seu povo. O rei perdeu sua consciência e ficou durante um período de tempo se comportando como um animal irracional.

O Senhor abomina o orgulho e este sentimento será julgado no devido tempo, porém, Ele dá graça aos humildes. Que jamais venhamos a sucumbir diante da tentação da altivez, lembrando que tudo o que conseguimos realizar ou ter em nossa vida vem de Deus.

Vejamos os êxitos e erros de Nabucodonosor e as lições que podemos extrair de sua vida.   Deus abomina um coração altivo.  Mateus 23.12: “E o que a si mesmo se exaltar será humilhado: e o que a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mt 23.12).

NABUCODONOSOR




TEXTO BÍBLICO
Daniel 4.28-34. 28 — Todas essas coisas vieram sobre o rei Nabucodonosor.29 — Ao cabo de doze meses, andando a passear sobre o palácio real de Babilônia,30 — Falou o rei e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder e para glória da minha magnificência?31 — Ainda estava a palavra na boca do rei, quando caiu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei Nabucodonosor: Passou de ti o reino.32 — E serás tirado dentre os homens, e a tua morada será com os animais do campo; far-te-ão comer erva como os bois, e passar-se-ão sete tempos sobre ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre os reinos dos homens e os dá a quem quer.33 — Na mesma hora, se cumpriu a palavra sobre Nabucodonosor, e foi tirado dentre os homens e comia erva como os bois, e o seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que lhe cresceu pelo, como as penas da águia, e as suas unhas, como as das aves.34 — Mas, ao fim daqueles dias, eu, Nabucodonosor, levantei os meus olhos ao céu, e tornou-me a vir o meu entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é um domínio sempiterno, e cujo reino é de geração em geração.

INTRODUÇÃO

Deus, em sua soberania, honra pessoas e lhes dá domínio, recursos e inteligência a fim de que venham a se lembrar dEle, honrando-o e reconhecendo que tudo vem do Senhor. Entretanto, há pessoas que são tentadas a acreditar que sua própria mão, talentos e esforços foram os responsáveis por realizar grandes feitos, e ainda desejam que esses feitos durem para sempre. O orgulho impede estas pessoas de reconhecerem que foi Deus que tudo ofereceu. Todavia, todo orgulho será julgado no devido tempo pelo Todo-Poderoso. 
 

I. UM HOMEM QUE SE TORNOU GRANDE
1. Um homem a quem Deus honrou.
Nabucodonosor, cujo significado é “Nebo, proteja a minha fronteira”, é um nome usado por quatro reis que governaram a Babilônia. Mas a Palavra de Deus menciona quem certamente seria Nabucodonosor II. Este teria sido filho de Nabopolassar, um rei babilônico que derrotou a Assíria. Nabucodonosor se tornou rei, e teve grande protagonismo no cerco e destruição de Jerusalém, de onde levou Daniel e seus três amigos para serem treinados na corte babilônica. Era um grande estrategista e administrador, e também passou a ser conhecido como um homem que marcou seu governo pelas grandes construções que desenvolveu, como uma rua suspensa para que por ela se passassem uma procissão ao deus Marduque. Também é atribuída a ele a construção dos jardins suspensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Por todo esse histórico, esse rei é descrito pelo profeta Daniel da seguinte maneira: “Tu, ó rei, és rei de reis, pois o Deus dos céus te tem dado o reino; e o poder, e a força, e a majestade” (Dn 2.37).

2. O primeiro aviso. Devemos observar que Deus não permite que nos sobrevenham determinadas consequências às nossas ações, sem antes nos dar as devidas advertências. Nabucodonosor teve um sonho no segundo ano do seu reinado onde viu uma estátua composta de diversos elementos, como ferro, ouro, prata e barro. Esses elementos representavam diversos reinos que seriam conhecidos ao longo da história e todos teriam sua ascensão e seu declínio.

Daniel, ao falar com o rei Nabucodonosor, procurou deixar claro que embora o reino deste monarca fosse grandioso, ele também seria temporário: “E, depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu, e um terceiro reino, de metal, o qual terá domínio sobre toda a terra” (Dn 2.39). Deslumbrado com a interpretação do sonho, Nabucodonosor reconhece que o Deus de Daniel é Deus acima dos deuses da Babilônia.

3. O segundo aviso. A Bíblia não diz quanto tempo se passou após o sonho do rei e a revelação do significado por Daniel, mas ela nos diz que Nabucodonosor fez uma estátua. Se a estátua do sonho era feita de vários elementos, a que o rei mandou construir era de ouro, e grande (Dn 3.1). Uma celebração foi feita a fim de que essa estátua pudesse ser reverenciada. Quando os amigos de Daniel se recusaram a se dobrar diante da estátua, após serem advertidos, e se manterem firmes em seu propósito de não se ajoelharem diante dela, foram lançados em uma fornalha. Ocorre que o rei viu que havia quatro homens na fornalha, e não estavam sendo afetados pelo fogo, e o quarto homem tinha uma aparência sobrenatural. Aquele era o segundo aviso do Senhor para o rei, que após tirar os jovens hebreus do fogo, fez um decreto ordenando que todas as pessoas adorassem ao Deus dos hebreus.


 Qual o significado da palavra altivez? Ouça os alunos com atenção e incentive a participação de todos. Depois, explique que altivez significa orgulho, arrogância e soberba. Em seguida, diga que foi o que acorreu com Nabucodonosor.

II. OS AVISOS DE DEUS
1. O terceiro aviso.
Após o episódio com os três hebreus, o rei teve um novo sonho interpretado pelo profeta Daniel. Desta vez, ele se lembra do sonho mas não consegue interpretá-lo. Uma árvore enorme e forte crescia até chegar ao céu. Não faltavam folhas nem frutos nessa árvore, e havia sustento para todos debaixo dela. Até os animais do campo e as aves do céu estavam abrigados nela. Entretanto, nesse mesmo sonho, um “vigia, um santo”, descia do céu e determinava uma desorganização na ordem estabelecida, mandando derrubar a árvore, afastar todos que nela se abrigavam e espalhados os seus frutos (Dn 4.14). Somente o tronco, com as raízes, seria preservado (Dn 4.15).

Curiosamente, a ordem do ser celeste incluía uma orientação que não se aplicava a uma “árvore”, mas a uma pessoa: que o seu coração fosse mudado em um coração de animal por sete tempos (Dn 4.16). Esse foi um sonho intrigante para o rei, e Daniel foi chamado para trazer luz à situação.

2. A revelação divina.
Daniel, usado por Deus, traz a revelação daquele sonho: a árvore era o rei Nabucodonosor, a quem Deus dera poder, honra e fizera crescer o reino da Babilônia. Deus decretara que Nabucodonosor passaria por uma experiência de humilhação, a fim de que reconhecesse que quem ordena os reinos do mundo é o Senhor, e que a glória pertence a Ele. O rei seria contado entre os irracionais, comeria erva como os bois e viveria ao relento, até que pudesse entender que o Altíssimo tem domínio sobre todos.

Daniel dá, ao rei, um aviso: “desfaze os teus pecados pela justiça e as tuas iniquidades, usando de misericórdia para com os pobres, e talvez se prolongue a tua tranquilidade” (Dn 4.27). Mais do que um profeta e intérprete, Daniel foi um conselheiro para o rei. Ele sabia que aquela revelação se cumpriria, e que era somente uma questão de tempo, tendo em vista que ele escreve: “Todas essas coisas vieram sobre o rei Nabucodonosor” (Dn 4.28).

3. O orgulho do rei.
Daniel registra que depois de doze meses que o rei teve o sonho da árvore (Dn 4.29), ele teve o seu cumprimento. O rei estava caminhando em seu palácio, quando disse: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder e para a glória da minha magnificência?”.

A glória da Babilônia nos dias de Nabucodonosor era memorável. Ela havia sido estabelecida com a permissão de Deus, e o rei, além de ter tornado um império poderoso, tinha vencido batalhas e recebido o devido mérito por seus feitos. A nação crescia a olhos vistos.

“Embora muitos no mundo achassem Nabucodonosor um rei poderoso (e até mesmo divino), Deus mostrou que ele era um homem comum. O rei ficaria insano e tomar-se-ia como um animal por um período de tempo (‘sete tempos’). Deus humilhou Nabucodonosor para deixar evidente que o Deus Todo-Poderoso, não Nabucodonosor, era o Senhor das nações. Não importa quão poderosa uma pessoa se torne, o orgulho apenas afastará a presença de Deus da sua vida. O orgulho é uma das tentações mais perigosas que se pode enfrentar. Não permita que suas realizações levem-no a esquecer-se de Deus.” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p.1098).


III. O PREÇO DO ORGULHO
1. O julgamento divino.
O rei sequer terminou o que estava dizendo, quando uma voz vinda do céu declarou que naquele momento o rei seria julgado: “Passou de ti o reino” (Dn 4.31). O julgamento do rei orgulhoso, que cedeu à tentação de crer que ele era o responsável por toda a glória que estava diante de seus olhos, havia começado.

O homem que exercia todo o poder na Babilônia agora se encontrava sem seu intelecto e sem a sua glória real. Ao invés de comer dos pratos do palácio e de dormir em uma boa cama debaixo de um teto seguro, estava como os bois comendo ervas e vivendo ao relento, como um animal. Sua gloriosa aparência se converteu numa visão do julgamento divino, o lembrete de que Deus não o julgou sem antes trazer os avisos necessários para que ele não pecasse.

2. Nada é para a nossa glória. Mesmo sendo avisado por Deus a respeito da transitoriedade do seu reinado, Nabucodonosor não ouviu as orientações divinas e entendeu, a duras penas, que a glória dos homens é insignificante diante da glória de Deus. Ele teve de aprender que o futuro do cenário mundial não dependia do que aquele rei faria, e sim do que Deus havia ordenado em sua soberana vontade. E mesmo as grandes obras que ele havia feito na Babilônia eram méritos dele como administrador, mas a glória era somente para Deus.

Deus exerce sua glória e seu poder mesmo em uma nação que não o conhece, como foi o caso. Ele levanta e derruba reinos no seu tempo determinado: “E o mundo passa, e a sua concupiscência: mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1Jo 2.17).

3. Deus tem misericórdia. Deus estendeu sua misericórdia ao monarca, fazendo com que o castigo pela sua arrogância chegasse ao fim. Foi notório a todos que o rei estava sendo punido por sua arrogância, e uma vez recuperada a sua razão, ele conseguiu entender que o Eterno “pode humilhar aos que andam na soberba” (Dn 4.37).
 
Vemos a loucura e a restauração de Nabucodonosor (Dn 4.33-37).  “Demente, o rei nivela-se a um animal, e passa a viverão desabrigo, em uma área onde a temperatura variava de 50 graus positivos no verão, a abaixo de zero, no inverno. Recuperado, o rei finalmente responde adequadamente ao Senhor. Nabucodonosor, então: 1) glorifica a Deus; 2) o honra como o Rei supremo do Universo; 3) expressa sua total dependência da vontade de Deus e, 4) reconhece que tudo o que ele faz é correto ‘e pode humilhar os que andam na soberba’.” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2005. p.516). 

CONCLUSÃO
Quando olhamos para as coisas que temos à nossa volta, podemos ser tentados, de alguma forma, a imaginar que nossos méritos, talentos e esforços foram suficientes para nos proporcionar tais conquistas. Entretanto, Nabucodonosor nos mostra que esse é um pensamento injusto e perigoso, pois tudo o que temos vem de Deus. Também vimos que nada escapa do controle de Deus por mais que alguém acredite ser autossuficiente.

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