TEXTO DO DIA
“E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda” (At 3.6).
— Dt 13.1-5 A permissão divina para provar
— Dt 18.21,22 Identificando um falso profeta
— Mc 6.5,6 A incredulidade atrapalha o milagre
— Mc 6.7-13 Jesus outorga poder aos seus discípulos
— Tg 5.14-20 A oração que salva o doente
— Mc 16.15-20 A ordem suprema e sua confirmação
OBJETIVOS
DESTACAR as definições de milagre, sua função e sua imprevisibilidade;
ELENCAR alguns dos principais perigos do milagre;
CONTRASTAR a religiosidade com a palavra do Evangelho.
INTERAÇÃO
O milagre acontece de acordo com a vontade e a permissão de Deus.
Em uma época em que os milagres parecem ter se extinguido em alguns lugares enquanto em outros têm sido banalizados, tal assunto torna-se imprescindível, pois as pessoas continuam carentes da intervenção divina.
Em uma época em que os milagres parecem ter se extinguido em alguns lugares enquanto em outros têm sido banalizados, tal assunto torna-se imprescindível, pois as pessoas continuam carentes da intervenção divina.
TEXTO BÍBLICO
Atos 3.1-10. 1 — Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a nona.2 — E era trazido um varão que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do templo chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam.3 — Ele, vendo a Pedro e a João, que iam entrando no templo, pediu que lhe dessem uma esmola.4 — E Pedro, com João, fi tando os olhos nele, disse: Olha para nós.5 — E olhou para eles, esperando receber alguma coisa.6 — E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda.7 — E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e tornozelos se firmaram.8 — E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus.
9 — E todo o povo o viu andar e louvar a Deus;10 — e conheciam-no, pois era ele o que se assentava a pedir esmola à Porta Formosa do templo; e ficaram cheios de pasmo e assombro pelo que lhe acontecera.
INTRODUÇÃO
O ministério terreno do Mestre foi marcado por muitos sinais miraculosos. Uma vez que o Senhor não mudou, lembremos que o Senhor é o mesmo e, Ele virá em nosso socorro e nos agraciará com toda a sorte de bênçãos celestiais. certamente haverá manifestação divina e muitas curas e milagres Aproveite para receber o milagre que tanto precisa e, posteriormente, testemunhe para a glória do nome do Senhor.
I. O MILAGRE
1. O que é milagre? Autores há que defendam a ideia de que o milagre seja a suspensão momentânea das leis naturais e outros que advogam justamente o contrário, ou seja, o milagre é a “normalidade” e a expressão exata do que deveria acontecer em um mundo governado pelas leis divinas e sem a mancha do pecado. Tal discussão contém verdade e conflito tanto de um lado quanto de outro. O fato mais importante é que o milagre, tal como se entende biblicamente, trata-se de uma intervenção sobrenatural de Deus na ordem dos acontecimentos e diz respeito a algo extraordinário (Jo 4.46-54: 6.1-14; At 4.22).
2. A função do milagre. O propósito do milagre, invariavelmente, é prestar socorro e glorificar o nome do Senhor (Lc 13.10-17). Ele não é resultado da vontade humana e nem produto da capacidade de quem quer que seja, mas vem única e exclusivamente da parte de Deus (Tg 1.17). Portanto, qualquer tentativa de usurpar a glória do Altíssimo constitui-se em “roubo”, pois a sua glória Ele não dará a outrem (Is 42.8).
3. A “imprevisibilidade” como característica do milagre. Apesar de o milagre chegar em momentos de dificuldade e de grande aflição, não é prudente “agendá-lo”, decretá-lo ou mesmo determiná-lo, pois é Deus “o que opera [...] tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13). Em casos excepcionais, em que parece ter havido um “agendamento” para o milagre, certamente Deus pode ter comunicado ao coração dos seus servos para que tal acontecesse (1Rs 17.1; 18.41-46 cf. Tg 5.17,18). Contudo, fora esses casos específicos, devemos confiar no Senhor de todo o nosso coração, mas sem querer manipular o Eterno.
Pense!
Se a função do milagre é socorrer ao aflito no momento de dificuldade, por que não podemos decretá-lo?
Ponto Importante
A imprevisibilidade é uma das características do milagre.
II. PERIGOS QUE RONDAM O MILAGRE
1. Apego excessivo ao miraculoso. Acostumar-se ao miraculoso encerra um grande perigo que é desprezar o sagrado, tornando-se ingrato (Nm 11.6). Todavia, “viciar-se” em tudo o que parece extraordinário, desprezando a ordinariedade, pode ser igualmente perigoso. O servo de Deus precisa aprender a contar com a dependência divina sem descuidar de sua parte no processo da manutenção da vida, ou seja, deve buscar o equilíbrio (Pv 30.7-9). Alcançar tal equilíbrio não parece difícil, entretanto, o que se verifica é uma tendência à polarização: quando tudo vai bem tornamo-nos relapsos quanto à oração e nem nos lembramos que o dom da vida depende de Deus e é um milagre, por outro lado, se estamos em tribulação, clamamos desespera da mente pela intervenção divina.
2. Idolatria popular em relação a quem foi o canal divino. Já se disse, com propriedade, que ninguém torna uma multidão refém de si sem antes tornar-se dela refém. José foi bastante claro ao dizer que não estava nele a capacidade de revelar alguma coisa a Faraó, mas que Deus daria resposta de paz ao governante (Gn 41.16). Portar-se de tal forma pode parecer fácil, entretanto, a própria história bíblica registra casos em que pessoas se esqueceram de tributar ao Senhor a glória que lhe é devida e acabaram sofrendo as consequências de tal comportamento (2Rs 5.20-27; Dn 4.28-33). É preciso muito cuidado por parte de quem Deus opera através de sua vida, pois a tentação de sentir-se idolatrado é grande. Da parte do povo igualmente é preciso cuidado, pois este pode levar àquele que foi o canal divino a exaltar-se, porém, Deus cobrará de cada um, individualmente, a responsabilidade de reconhecer-lhe a glória.
3. O perigo do descompromisso. Entre os grandes ensinamentos do Sermão do Monte, o Mestre chama a atenção ao proferir que “Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas?”; ao que Ele lhes responderá: “Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7.22,23). Que terrível final para quem tanto fez em nome de Deus! O perigo do descompromisso ronda todos aqueles que se entregam ao trabalho do Mestre, mas esquecem de fazer a vontade do Pai (Mt 7.21). A vontade do Pai é que o obedeçamos, em humildade e temor, submetendo-nos a sua Palavra (Jo 14.21).
Pense!
É possível fazer as coisas em nome de Deus e ainda assim viver longe dEle?
Ponto Importante
O perigo de se viver à cata de milagres ou de desprezá-los, é que ambas as posturas banalizam o sagrado.
III. O CONTRASTE DA RELIGIOSIDADE COM A PALAVRA DO EVANGELHO
1. O coxo ficava à Porta Formosa do Templo. A religiosidade é pródiga em premiar aparências e desconsiderar o principal (Mt 23.23-28). A descrição de Lucas parece conter uma dose de ironia, pois diz que à hora da oração, “era trazido um varão que desde que o ventre do sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do templo chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam” (At 3.2). Um mendigo deficiente colocado todos os dias na porta, cujo nome era Formosa, do suntuoso Templo dos judeus. Que contraste! Enquanto se praticava a religiosidade com todos seus protocolos litúrgicos, um homem jazia, diariamente, à porta reluzente do Templo padecendo necessidade e ninguém se incomodava com a situação. A insensibilidade tomara conta dos oficiais da religião, bem como do povo, de forma tão intensa que ninguém mais percebia o quanto era equivocada tal coexistência.
2. A cura do homem e o exemplo de Pedro e João. Certamente dirigidos pelo Espírito de Deus, os apóstolos Pedro e João foram ao Templo e se depararam com o homem que jazia á porta Formosa (At 3.1,3). Pensando em receber esmolas, mal sabia o coxo que ao dirigir-se àqueles dois homens sua vida mudaria. Em vez de uma ajuda paliativa, que ainda gerava status religioso para o “benevolente” (Mt 6.1-4), o homem recebeu a cura divina e, instantaneamente, levantou-se tomado pela mão direita “e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus” (At 3.8). O povo, que conhecia o homem que diariamente estava no Templo, ficou admirado e aglomerou-se junto a Pedro e João, mas estes, como verdadeiros servos do Deus Altíssimo, comportaram-se humildemente, tributando ao Senhor toda honra e toda glória pelo grande milagre que acabara de ocorrer (At 3.11,12). É esta a postura recomendada para quem afirma temer a Deus e não quer usurpar a glória do Senhor para si.
3. O milagre e a palavra do Evangelho. O milagre, apesar de socorrer a alguém em um momento de grande necessidade, serve igualmente como oportunidade para a pregação do Evangelho. Na verdade, o Evangelho completo traz em si a possibilidade do socorro através do milagre (Mc 16.15-20). Quando o povo, atônito, acorreu aos apóstolos, Pedro rapidamente tratou de pregar o Evangelho, demonstrando biblicamente, que através da fé em Jesus, a quem os judeus preteriram em favor de um homicida, foi possível realizar o milagre que a multidão acabara de presenciar (At 3.13,14,16). Não é de se estranhar que Pedro e João tenham sido presos e levados ao Sinédrio no outro dia (At 4.1-22), pois o povo desviou a atenção dos sacerdotes voltando-se para os apóstolos. Nesta segunda oportunidade em que Pedro pregou o Evangelho, o número de conversões chegou a quase cinco mil.
Pense!
A religiosidade vivida de maneira mecânica e costumeira pode levar-nos à insensibilidade?
Ponto Importante
A palavra do Evangelho contrasta com a religiosidade porque ela prioriza a salvação e não o ritual.
CONCLUSÃO
Os milagres são intervenções poderosas de Deus para socorrer-nos em momentos de aflição. Eles, sob hipótese alguma, devem ser usados como forma de autopromoção, exibicionismo ou coisa parecida. A glória do milagre pertence somente ao Senhor Jesus Cristo. Ele operou muitos milagres e tributava toda a glória ao Pai (Jo 11.41,42), Que possamos ser canais de Deus para que milagres aconteçam em nossas vidas e através delas, porém, sem nos esquecer que a glória pertence ao Senhor.
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