— As orientações da Palavra de Deus de como resistir e ter uma vida vitoriosa
Comentarista: Alexandre Coelho
TEXTO PRINCIPAL
“Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.” (1Co 10.13).
RESUMO
Onde houver humanidade, ali haverá tentações, mas Deus provê o escape, para que não venhamos a cair. Aprendemos que, enquanto vivermos neste mundo, seremos provados e tentados pelo Inimigo, todavia temos um Deus que é poderoso e nos concede sabedoria e graça para não sermos pegos pelas armadilhas do Diabo.
LEITURA DA SEMANA
— Gl 5.16,17 Vencendo a tentação
— 2Co 10.4 Armas poderosas
— Sl 119.11 Esconda a Palavra no coração
— Ef 6.10,11 A força do Senhor
— Sl 119.9 Observe tudo conforme a Palavra
— Jo 14.15 Ame a Jesus
OBJETIVOS
REFLETIR a respeito do exemplo do povo de Deus no deserto;
CONSCIENTIZAR de que Deus provê para nossa vitória;
SABER que o Senhor concede o escape.
Que estejamos sempre vigilantes, orando e buscando a presença do Pai, pois Ele é poderoso para nos guardar e livrar das muitas investidas malignas que vem contra nós e nossa família.
Vejams o quadro abaixo com as perguntas.
TEXTO BÍBLICO
1 Coríntios 10.1-13.1 — Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem; e todos passaram pelo mar.2 — E todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar.
3 — E todos comeram de um mesmo manjar espiritual.4 — E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo.5 — Mas Deus não se agradou da maior parte deles, pelo que foram prostrados no deserto.6 — E essas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram.7 — Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles; conforme está escrito: O povo assentou-se a comer e a beber e levantou-se para folgar.8 — E não nos prostituamos, como alguns deles fizeram e caíram num dia vinte e três mil.
9 — E não tentemos a Cristo, como alguns deles também tentaram e pereceram pelas serpentes.10 — E não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor.11 — Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.12 — Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia.13 — Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.
INTRODUÇÃO
Aprendemos que as tentações são reais para todos, e que elas conduzem as pessoas a destinos que as afastam de Deus. Mas que elementos a Palavra nos aponta para que resistamos às tentações? É a respeito desse tema que vamos tratar nesta última lição do trimestre.
I. O EXEMPLO DO POVO DE DEUS NO DESERTO
1. Um povo de difícil trato. Quando Paulo fala a respeito da tentação, escrevendo aos coríntios, ele começa lembrando aos leitores sobre os hebreus, no deserto, após a libertação do cativeiro egípcio. Eles foram sustentados por Deus, que não se agradou deles, pois se tornaram idólatras, seguindo outros deuses. Aproveitaram-se da idolatria e também se prostituíram. Tentaram a Deus no deserto também com suas murmurações, questionando a presença do Senhor entre eles, e tudo isso contribuiu para que eles trouxessem desgosto para o Eterno.
2. A tentação é humana. Paulo afirma que o povo bebeu de uma bebida e de uma pedra espiritual, Jesus Cristo (1Co 10.4). Ainda assim, eles foram tentados e pecaram contra Deus. A tentação ocorre nos corações e nas mentes de todas as pessoas. O apóstolo Paulo mostra que a tentação é humana, mas também diz que o escape de Deus está ao nosso alcance.
3. Deus é fiel. Mesmo falando que a tentação é humana, Paulo prossegue seu pensamento dizendo que Deus é fiel. A fidelidade do Eterno não varia de acordo com o tempo ou o espaço. E por ser fiel, Deus não nos deixa à própria sorte, para sermos envolvidos pela tentação, Ele nos orienta: a) Fugir da idolatria (1Co 10.7). A idolatria tenta preencher nossos corações ocupando um espaço que é reservado somente para Deus; b) Não nos prostituirmos (1Co 10.8). Paulo faz aqui uma referência a Números 25 onde os israelitas pecaram com as filhas dos moabitas. A prostituição, como qualquer outra prática sexual ilícita é condenada nas Escrituras Sagradas, pois desvirtua a bênção que Deus planejou para a satisfação mútua entre um homem e uma mulher no casamento; c) Não tentarmos a Cristo (1Co 10.9). Tentar a Cristo implica se colocar debaixo de um grave julgamento, como aconteceu com o povo, que por estar angustiado, ao invés de se humilharem e buscarem ao Senhor, reclamaram de Moisés e de Deus; e d) Não dar lugar à murmuração (1Co 10.10). Por mais que o ato de “murmurar” possa trazer a ideia de “falar baixo”, “entre os dentes”, é uma ação que mostra o estado de espírito de uma pessoa que abriga em seu coração uma insatisfação, ira e até rebelião.
Em sua misericórdia, o Deus Eterno nos concedeu um Sumo Sacerdote que já passou por tentações em tudo, mas que nunca pecou (Hb 4.15). Por meio do seu sacerdócio perfeito, somos orientados (Hb 4.16).
Devemos concluir que por Deus ser fiel, por nos permitir chegar até Ele, e por nos conceder graça e ajuda quando necessário, o ato de ceder à tentação se torna ainda mais digno de julgamento, pois apesar de Deus prover o escape, cabe a nós estar atentos para não desprezar os conselhos divinos e resistir à tentação. Toda concessão da parte do Senhor exige a devida retribuição humana.
“O principal tema do capítulo 9 de 1Coríntios é que o cristão precisa exercitar a autodisciplina a fim de evitar o risco de ser desqualificado para o prêmio eterno. Paulo agora ilustra amplamente este fato citando os fracassos do antigo Israel. Muitas passagens do capítulo 10 estão relacionadas às declarações de Paulo no capítulo 8, relativas ao tema de comer os alimentos oferecidos nos banquetes dos templos pagãos. Mas agora introduz um novo elemento. As experiências de Israel durante o Êxodo como uma tipologia da observância cristã do batismo e da Ceia do Senhor. Aparentemente, alguns coríntios tiveram uma visão mágica das ordenanças, pensando que estariam seguros de sua salvação enquanto as observassem, ou as obedecessem. Para eles, a conduta cristã própria ou imprópria não interferia em sua salvação eterna. Paulo tem obrigação de orientá-los, libertando-os desta concepção errônea e desastrosa. Ele o faz, não por meio de uma argumentação teológica complicada, mas usando o Israel do Antigo Testamento como o principal exemplo daqueles que falharam em alcançar o ‘prêmio’ (1Co 9.24,27)” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. CPAD, p.993)
II. O QUE DEUS PROVÊ PARA NOSSA VITÓRIA
1. O Espírito Santo. O Senhor Jesus foi guiado pelo Espírito Santo em todo o seu ministério terreno, e ao concluir o seu sacrifício, ressuscitar e voltar para os céus, prometeu que não nos deixaria sozinhos. Ele enviou o seu Espírito Santo, o Consolador, aquele que habita em nós.
2. A Palavra de Deus. Deus proveu em sua Palavra todas as informações de que precisamos para não cairmos em tentação. Foi por ela que o Senhor venceu a Satanás, e por meio dela somos ensinados a ser guiados pelo Espírito Santo, a nos sujeitarmos a Deus e a resistir ao Diabo. A Palavra de Deus habitou ricamente em Jesus e nos apóstolos, e hoje temos a revelação escriturística em sua integridade e completude para nos orientar.
3. Fé na providência de Deus. O Senhor jamais deixou de ser o provedor das nossas necessidades (Sl 23.1). Satanás tenta iludir as pessoas para que se antecipem e tomem caminhos que demonstrem independência de Deus. Jesus nos mostrou que o Pai proveu alimentos, água e preservação para milhões de hebreus no deserto por 40 anos, de tal forma que esse foi o exemplo da fidelidade de Deus no tocante àquilo que nos faz falta. Podemos confiar que nossas necessidades serão supridas em glória por Cristo Jesus (Fp 4.19).
O que Deus provê para a nossa vitória? Deus provê o Espírito Santo, que habita em nós. Ele também provê a sua Palavra que é lâmpada para os nossos pés, mostrando onde estão as armadilhas e laços do Inimigo em nossa caminhada (Sl 119.105); a fé que é o nosso escudo, pois com ela podemos apagar os dardos inflamados do Inimigo (Ef 6.16).
“As pressões de hoje tornam fácil ignorar ou esquecer as lições do passado. Mas Paulo nos faz lembrar as lições que os israelitas aprenderam a respeito de Deus. Assim poderemos evitar repetir seus erros. A chave para lembrar é estudar a Bíblia regularmente de forma que essas lições nos apontem o modo como Deus quer que vivamos. Não precisamos repetir seus erros” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p.1597).
III. O ESCAPE
1. Não subestime o Inimigo. Satanás não pode ser considerado um inimigo ineficaz. Ele foi derrotado na Cruz, e todo o poder pertence ao Senhor Jesus. Ainda assim, o Tentador permanece em atividade (1Pe 5.8). Ele se aproveita das nossas propensões, fraquezas, necessidades, e faz o possível para nos fazer pecar e ficar longe da presença de Deus. Portanto, não subestime o Inimigo.
2. Evite ficar sozinho. Muitas tentações nos assaltam quando estamos sozinhos. Quando nos afastamos de pessoas que podem nos abençoar com a sua comunhão, com conselhos, ficamos à mercê de ser assaltados por maus pensamentos e a solidão pode se tornar um fator para a tentação. Não é correto um cristão se afastar da comunhão dos santos por qualquer tipo de desavença. Se essas existirem, devem ser sanadas. A comunhão entre os filhos de Deus jamais deve ser desprezada.
3. Esteja vigilante. A vigilância é essencial para que sejamos vitoriosos quando tentados. Podemos ser pessoas dedicadas à oração, mas se não compreendermos o valor da vigilância, deixaremos a desejar em nossa vida espiritual, pois cederemos à tentação se orarmos muito e vigiarmos pouco. Orar e vigiar na mesma medida é necessário. Por ocasião da última Ceia, quando Jesus foi ao Jardim e sentiu a angústia da morte, ao ver seus discípulos dormindo, Ele declarou: “Então, nem uma hora pudeste vigiar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.40,41). Vigilância e oração precisam andar juntas, pois a carne, a parte de nós que tenta buscar satisfação naquilo que desagrada a Deus, sempre buscará ceder à tentação.
“Jesus usou a sonolência de Pedro para preveni-lo contra todas as espécies de tentações que o discípulo logo enfrentaria. A maneira de vencer a tentação é conservar-se alerta e orar. Manter-se atendo significa estar consciente das possibilidades de ser tentado, perceber a sutileza da tentação e estar espiritualmente equipado para vencê-la. Pelo fato de a tentação atingir-nos onde somos mais vulneráveis, não podemos resistir sozinhos. A oração é essencial porque o poder de Deus pode fortalecer nossas defesas e derrotar o poder de Satanás” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p.1275).
CONCLUSÃO
A tentação será algo com que os servos de Deus terão de conviver enquanto estiverem neste mundo caído. Entretanto, temos um Deus que nos dá a graça necessária para resistir às tentações, e um Sumo Sacerdote que foi tentado em tudo, e não pecou. Se permanecermos vigilantes, não deixando margem para que Satanás ache espaço em nossas mentes e ações, e nos sujeitando à ação do Espírito Santo, certamente teremos vitória sobre a tentação.
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