"Lembrem disto, meus queridos irmãos: cada um esteja pronto para ouvir, mas demore para falar e ficar com raiva." (Tiago 1:19)
A comunicação entre duas pessoas, homem e mulher, que pensam e agem diferentemente leva-os a experimentar situações peculiares durante a mesma.
Sabemos que para nos comunicarmos bem precisamos passar pelo ouvir, pelo falar e pela expressão de sentimentos.
A mulher sempre foi ensinada a expressar seus sentimentos sem receio, pois então será mais feminina, dizem. Por outro lado, o homem é criado e treinado para esconder seus sentimentos, pois o ditado popular diz “homem não chora”.
Esta diferença na criação faz com que a comunicação da mulher seja cheia de sentimentos, enquanto a comunicação do homem é superficial. Naturalmente podem existir casos diferentes, mas cito o mais comum, pois além da criação há os traços de personalidade de cada um, que também influenciam.
É muito comum ouvirmos casais dizendo que um não entende o outro, algo como:
- Você não entendeu nada do que eu queria dizer!
Mas o versículo acima nos dá uma orientação segura de como agirmos para que a comunicação seja eficaz.
Precisamos ser prontos para ouvir. Há o exemplo de Deus que nos ouve porque nos ama e somos importantes para ele. Ele sabe tudo, até o que iremos falar, mas aguarda falarmos, é paciente. Ele atribui valor a cada um de nós. Ora, se Deus nos ouve, não podemos nós também expressarmos nosso amor ouvindo?
Ouvir ativamente é bem diferente de apenas deixar os sons chegarem aos ouvidos. Nós não nascemos sabendo como fazer isto e, portanto, precisamos aprender e cultivar esta arte.
Uma atmosfera de aceitação facilitará bastante para que o outro se sinta disposto a se abrir e falar dos seus sentimentos com clareza, ao contrário de um ambiente de cobrança e imposição.
Use os olhos nos olhos e além disto, procure: esclarecer, refletir, observar o outro e perguntar sabiamente. Isto vai auxiliar na comunicação.
Sejamos tardios para falar. Quer dizer, reflita bem ao ouvir, para que não caia na armadilha de falar a primeira coisa que vem à mente e depois se arrepender disto.
É preciso ouvir e compreender bem antes de responder ao outro. O muito falar pode ser uma forma de esconder nossos sentimentos e opiniões, ou de impor nossas ideias e ganhar a discussão impondo nossa vontade. O diálogo pressupõe que os dois falem.
Isto me lembra um caso peculiar. Um dia estava orando ajoelhado ao lado da cama, quando ouvi uma voz muito forte e definida que falava comigo. Assustei-me inicialmente e pensei que estavam interferindo na minha oração. Foi assim duas vezes, quando então ouvi a doce voz do Espírito Santo me dizendo:
- Quando você conversa com alguém é só você quem fala?
- Não, o outro também. Respondi.
- Pois então, eu quero falar com você!
Que susto! Deus queria falar comigo e eu não deixava por falar demais, precisava ficar quieto quando Ele falava. Acabei recebendo orientações preciosas para minha vida, as quais uso até hoje.
Mas o silêncio pode significar uma forma de frustrar o outro, evitando falar de seus sentimentos e opiniões.
O versículo diz também que sejamos tardios para nos irar. A ira por si só não é pecado, mas a ira mal expressada certamente é pecado. A Palavra nos diz que podemos irar mas não pecar.
Ao pecarmos quando irados, haverá consequências sobre nossa vida. Moisés por exemplo, perdeu a possibilidade de entrar na terra prometida por causa da ira. Fez tudo certo, mas errou no final e perdeu esta bênção.
Isto me lembra um episódio bastante interessante ocorrido comigo e com a Telma. Algumas vezes no nosso relacionamento conjugal nós não agíamos exatamente da maneira como se espera de uma pessoa cristã, conforme lemos acima. Apesar de nos darmos muito bem, de vez em quando acontecia de ficarmos de “bico”” um com o outro por coisas muito simples.
Pois bem, aconteceu assim.
- Amor, vou pegar a escadinha e vou subir no telhado para arrumar aquela telha que está quebrada faz tempo! - Digo isto me achando o super-homem, pensando em resolver esta questão bem fácil e rápido.
- Aquela escadinha é pequena, será que dá certo? Cuidado para você não cair. Diz a Telma toda preocupada comigo, enquanto eu digo para mim mesmo “quem ela pensa que é para me chamar a atenção, eu vou tomar todo o cuidado e NÃO vou cair”.
Vou lá, pego a escada, arrumo no local e subo. Mas só depois de estar em cima da escada é que percebo que o chão recém encerado não será capaz de segurá-la. Neste momento já estou com o alçapão aberto e com as mãos no forro, quando a escada começa a deslizar embaixo dos meus pés.
Imediatamente seguro com as mãos no alçapão para não cair e as pernas ficam no meio dos degraus da escada. Deve ter sido uma cena bastante engraçada para quem olha de longe. Então, movo as pernas o suficiente para que a escada termine de cair, pois não terei como usá-la. Mas ao terminar de cair a escada desce arranhando toda a minha canela. Neste momento nada mais me resta senão me soltar do alçapão e cair embaixo, desviando da escada.
Telma só escuta o barulhão da escada caindo e dá aquele grito de exclamação típico das mulheres:
- O que aconteceu? Você está bem?
Claro que eu não estava bem: minhas canelas esfoladas, as paredes sujas, o chão encerado estava riscado, a telha continuava quebrada, e o principal, meu orgulho estava ferido!
Então penso comigo mesmo “é, deveria ter pego a escada maior mesmo ou talvez ter apoiado diferente”. Neste momento ela está bastante preocupada com o barulho e quer saber o que aconteceu. Então desço e digo:
- Meu bem, a escada escorregou! Digo isto com uma cara de quem queria acertar mas no final deu tudo errado e ainda está com as canelas doendo e precisa dar o braço a torcer. E fico pensando “espero que ela não me chame a atenção por isto”.
Telma nesta hora olha para mim, escuta o meu relato do que aconteceu e pensa assim: “se eu falar que eu disse que não ia dar certo ele vai ficar chateado e vamos perder o dia, o que faço?!”, pergunta ela ao Espírito Santo. Então é tocada em seu coração, recebe uma estratégia e lhe diz:
- Meu bem, desculpa e um beijinho resolve tudo! E sorriu para mim.
Nesta ela me pegou de surpresa, pensei. Esta atitude dela é nova. Imediatamente eu sorri para ela, pedi desculpas e é claro, dei um beijinho, e o dia permaneceu em harmonia.
Deste dia em diante, sempre procuramos uma alternativa melhor a qualquer situação que se apresente em nosso dia a dia, além de ter sido o modo que pudemos praticar em nosso casamento o que diz em Provérbios 15:1 “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.”
PARA EXERCITAR COM SEU CÔNJUGE
- Como tem sido a nossa comunicação?
- Como podemos criar um ambiente mais propício para nos expressarmos?
“Pai celestial, ensina a nos comunicarmos melhor a cada dia através da atuação do teu Santo Espírito em nossos corações. Desejamos desenvolver um relacionamento que vale a pena ser vivido, ajuda-nos neste sentido. Amém!"
http://www.ichtus.com.br/dev/2015/04/07/a-fe-comeca-em-casa-comunicando/
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