18 maio 2024

Expiação limitada e ilimitada. Jesus morreu por todos ou por alguns?

  Postado por Presbítero André Sanches

Você pergunta: Estou em um debate com um amigo meu a respeito de expiação limitada e expiação ilimitada. Afinal, Jesus morreu por todos ou apenas por alguns? Como podemos entender melhor essas duas visões que acabam confundindo muitas pessoas? Se ele morreu por alguns apenas, isso não seria acepção de pessoas?

Caro leitor, essa realmente é uma discussão que vem sendo travada há séculos. Isso porque cada grupo entende de uma forma alguns grupos de versos bíblicos a respeito do alcance da morte de Jesus Cristo. Vamos esclarecer um pouco cada uma das visões:

Jesus Cristo morreu por todos? (Expiação ilimitada)

(1) Um grupo grande de pessoas afirma que Jesus morreu por todas as pessoas, o que chamamos de expiação ilimitada. Eles se baseiam em textos onde isso parece ser afirmado como em 1 João 2:2: “e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro”.

(2) Dificuldades: Essa interpretação apresenta algumas dificuldades como, por exemplo, se Jesus morreu por todos por que todos não são salvos? A isso alguns respondem que o sacrifício de Jesus foi potencialmente em favor de todos, ou seja, era um sacrifício capaz de salvar a todos.

Mas se torna eficaz apenas para aqueles que escolhem aceitar esse sacrifício. Nesse sentido, quem defende essa visão entende que o ser humano tem certo papel a desempenhar em sua salvação.

Ou seja, a pessoa pode resistir à salvação que Deus deu a ela e até perdê-la.

(3) Os críticos dessa posição da expiação ilimitada apontam que “mundo” e “todos” na Bíblia devem ser interpretados dentro de seus contextos.

Por exemplo, quando alguém diz: “vou convidar todo mundo para meu aniversário!” não significa que a pessoa vai convidar as mais de 7 bilhões de pessoas que existem no mundo, mas “todas” as pessoas do convívio dele. Esse seria mais ou menos o significado de “mundo” e “todos” em vários textos bíblicos.

Jesus Cristo morreu apenas por alguns? (Expiação limitada)

(4) Um grande grupo de pessoas afirma que Jesus morreu apenas pelo Seu povo, ou seja, pelos que Deus de antemão já havia escolhido, o que chamamos de expiação limitada

Eles se baseiam em textos como Mateus 26:28 “porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados”. E também em textos que falam sobre a predestinação dos salvos.

(5) Dificuldades: Essa interpretação sofre muitos ataques sendo acusada de diminuir o amor de Deus, já que o sacrifício de Jesus Cristo seria apenas para os escolhidos e não para todos.

A isso alguns respondem que não há falta de amor de Deus em escolher pessoas, pois Deus é livre para tal, da mesma forma que escolheu, por exemplo, Israel dentre vários povos no passado.

Nesse sentido, quem defende essa visão entende que o ser humano não pode dizer não quando Deus o chama para ser salvo, antes, o chamado de Deus é irresistível.

(6) Os críticos dessa posição da expiação limitada apontam que quando a Bíblia diz que o sangue de Cristo foi derramado “por muitos” está afirmando exatamente a eficácia do sacrifício de Jesus Cristo para aqueles que “escolhem” ou “aceitam” Jesus em suas vidas.

Seria exatamente quando o sacrifício de Jesus se encontra com a responsabilidade humana que o reconhece com um coração quebrantado.

(7) Como vimos, existem duas posições que debatem há séculos sobre essa questão. Por isso, não pretendo ser aquele que conseguirá resolver esse debate. Eu tenho minha posição preferida, mas respeito aqueles que pensam diferente.

O fato mais notório é que Jesus morreu para salvar pecadores. Isso todos concordam. Todos concordam também que o meio para alcançar os pecadores é a pregação da Palavra do Senhor, expondo o evangelho, o nascimento do Salvador e Sua morte para nos salvar.

Anomalias vindas da expiação limitada e expiação ilimitada

(8) Anomalias: Infelizmente, de dentro de cada uma dessas interpretações saíram anomalias que todos os estudantes sérios da Bíblia identificam de forma clara.

Uma delas, a mais conhecida, é chamada de universalismo, que aponta que o amor de Deus é tão grande que no final todos serão salvos, mesmo quem não creu em Jesus Cristo. Esse pensamento é uma afronta a palavra de Deus.

Outra anomalia que ouço muito e gosto de chamar de “exclusivismo exagerado” aponta para pessoas que se acham as escolhidas de Deus e agem como os fariseus que formaram um grupo fechado cheio de regras exclusivas e impunham esse peso na vida das pessoas.

Para serem salvas as pessoas deveriam estar naquele grupo e fazer tudo que eles faziam e ordenavam. Isso também é algo que não está de acordo com a Bíblia.

O que era esse Espírito que Deus tirou de Moisés e deu a setenta homens?

 Postado por Presbítero André Sanchez

Você Pergunta: Em uma ocasião, enquanto o povo de Israel andava pelo deserto, temos uma passagem onde Deus diz que tiraria do Espírito que estava em Moisés e colocaria sobre algumas outras pessoas. Gostaria de entender o que significa tirar do Espírito que estava em Moisés. É possível dividir o Espírito de Deus?

Caro leitor, o povo estava de caminho até a terra prometida, sendo provado em meio ao deserto, quando surgiu uma grande vontade de comer carne (Números 11:4).

O povo teve saudades das comidas que comiam no Egito e começou a murmurar contra Deus e contra o Maná que Deus dava a eles diariamente como alimento (Números 11:5-9).

Na sequência iremos analisar o descontentamento de Moisés que provocou a iniciativa de Deus de arrumar ajudantes para ele.

Como Deus tirou do Espírito que estava em Moisés e deu a outros?

(1) Quando Moisés ouve o povo chorar e vê a ira de Deus se acendendo contra eles, não acha uma situação correta: “Então, Moisés ouviu chorar o povo por famílias, cada um à porta de sua tenda; e a ira do SENHOR grandemente se acendeu, e pareceu mal aos olhos de Moisés” (Números 11:10).

Moisés, de forma muito clara, sente o peso do seu trabalho, todo o estresse que lhe causava e “descarrega” suas frustrações contra Deus: “Disse Moisés ao SENHOR: Por que fizeste mal a teu servo, e por que não achei favor aos teus olhos, visto que puseste sobre mim a carga de todo este povo?” (Números 11:11).

Aqui vemos o sentimento de Moisés sobre o grande peso do ministério que estava sobre ele. Ele, então, finaliza: “Eu sozinho não posso levar todo este povo, pois me é pesado demais” (Números 11:14). 

(2) Deus, mostrando misericórdia, compreende as palavras de Moisés (ainda que elas estejam bastante exageradas por causa da grande emoção contida nelas) e ajuda Moisés a resolver o problema com uma solução de compartilhamento desse ministério (serviço):

“Disse o SENHOR a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, que sabes serem anciãos e superintendentes do povo; e os trarás perante a tenda da congregação, para que assistam ali contigo” (Números 11:16).

Se Moisés estava achando muito pesado todo esse trabalho (como de fato era), Deus iria ajudá-lo a compartilhar responsabilidades a fim de aliviar a carga de tão grande trabalho. Como Deus fez isso?

(3) Deus orientou a Moisés: “Então, descerei e ali falarei contigo; tirarei do Espírito que está sobre ti e o porei sobre eles; e contigo levarão a carga do povo, para que não a leves tu somente” (Números 11:17).

Não podemos tomar a frase “tirarei do Espírito que está sobre ti” em termos matemáticos, como se o Espírito de Deus pudesse ser diminuído, dividido em sua grandeza, ou seja, como se Moisés agora tivesse uns 30% do Espírito e os outros setenta homens tivessem os outros 70%.

O mesmo e poderoso Espírito de Deus iria continuar agindo em Moisés de forma plena (100%) como também, agora, nos setenta escolhidos para ajudar na administração deste ministério que Deus deu a eles (100% também).

Então, o foco aqui é na capacitação do Espírito Santo na vida desses líderes através de dons para trabalhos específicos que iriam colaborar com a missão de Moisés.

Assim como o Espírito capacitava Moisés, agora capacitaria também esses setenta homens de formas especiais para a realização do trabalho.

Aqui preciso fazer uma observação importante: aos que se confundem com a atuação do Espírito Santo no Velho Testamento, é importante notar que o Espírito Santo realiza ações pontuais nesse período. Mas ele é derramado sobre a vida de cada crente somente após Cristo, como vemos em Atos 2, cumprindo a promessa de Cristo de enviá-lo como o consolador.

No Velho Testamento, o Espírito Santo age de forma pontual, como, por exemplo, nessa capacitação de Moisés e na capacitação desses 70 homens!

(4) Voltando ao contexto, Deus iria descer ali (o que nos indica uma teofania – uma manifestação visível de Deus) e iria equipar esses setenta homens para parte do trabalho (que antes era feito por Moisés).

Responsabilidades iam ser tiradas de Moisés e colocadas sobre eles. E todo esse trabalho seria feito através da ação do Espírito de Deus, que é quem equipa os crentes com dons para o trabalho na obra de Deus.

Sendo assim, temos aqui algo grande: um Deus que cuida de Seus servos, que os ajuda nas tarefas, que os capacita para a realização da missão dada.

Tirar do Espírito que estava em Moisés, então, foi um ato da graça de Deus, que viu em Moisés o cansaço excessivo de tão grande obra, e capacitou outros para cooperação mútua! Deus cuida de Seus servos e ouve a oração deles!


A SANTIDADE DO SEXO

 

O sexo é bom, santo, puro e deleitoso. Deus criou o homem e a mulher e criou-os com desejo sexuais legítimos e com a capacidade de dar e receber prazer. 

O prazer sexual não é pecado; é santo. O casamento é a forma segura e deleitosa de se desfrutar o sexo. O sexo antes do casamento é fornicação e aqueles que se entregam a essa prática estão sob a ira de Deus (I Ts 4.3-8). 

O sexo fora do casamento é adultério e somente aqueles que querem se destruir cometem tal loucura (Pv 6.32).

 O sexo é proibido por Deus antes e fora do casamento, mas ordenado por Deus no casamento. Mesmo no casamento o relacionamento sexual entre marido e mulher precisa ser puro e santo. 

As pessoas mais felizes na vida sexual são aquelas que usufruem desse banquete do amor com santidade e pureza.