Onde está a parábola do amigo importuno? Ela está localizada em Lucas 11:5-8. Importunar significa incomodar, causar transtorno a alguém.
Resumo da parábola:
O contexto dessa parábola parte de um pedido dos discípulos para que Jesus os ensinasse a orar como João Batista havia ensinado os discípulos dele (Lucas 11:1).
Na sequência vem o ensino da oração do Pai Nosso (Lucas 11:2-4) e depois Jesus conta uma história de alguém que, à meia-noite, é incomodado em sua casa.
O que batia era um amigo pedindo três pães emprestados para oferece a alguém que o procurou sendo já tarde e ele não tinha nada a oferecer.
A princípio, pela hora já adiantada, esse que estava sendo importunado manda o amigo embora, pois já era tarde e não convinha se levantar para atender esse pedido.
As casas mais humildes tinham apenas um cômodo, ou seja, se alguém se levantasse para fazer pão acordaria a todos. Certamente algo muito desagradável pela hora já adiantada.
No entanto, parece que a importunação age como uma forte força para que o amigo fosse atendido, não pela amizade inicialmente, mas pelo incômodo e para se ver livre logo daquela situação chata de alguém batendo insistentemente esperando uma resposta favorável.
Ensinos da parábola do amigo importuno
(1) A primeira lição que salta aos olhos é a persistência.
Mesmo diante de uma primeira negativa, o homem que desejava ser hospitaleiro com sua visita, e que só conseguiria fazer isso naquele momento (meia-noite) com a ajuda do vizinho, não se deixa vencer por um primeiro não na resposta ao seu pedido.
Note que o homem não nega o pão, porém, o momento não é o certo. Deus nos ensina aqui que a oração não deve deixar-se desanimar quando a resposta não é imediatamente respondida como se espera. É necessário ser persistente.
(2) Precisamos fazer questão do que pedimos.
Nesta parábola não temos a lição de que Deus deseja ser pressionado, ou que se formos importunos “moveremos” a mão de Deus! Observe que na parábola, apenas o momento é citado como um mau momento para o pedido ser atendido.
Porém, quando o amigo observa o quanto aquilo era necessário, o quanto era persistente o pedido, por causa do esforço dele, por aceitar inclusive a vergonha de ser importuno, o amigo o atenderá, mesmo que seja para se ver livre do constrangimento.
Muitas vezes Deus quer ver em nós o quanto um pedido de fato é importante, se de fato fazemos questão do que estamos pedindo e buscando, até onde estamos dispostos a ir em oração!
(3) Haverá uma resposta aos que perseveram.
Na parábola, o pedido feito, inicialmente recebe uma resposta não. Mas o fato de continuar pedindo, de continuar buscando, mesmo que envergonhado, faz com que o amigo importunado o atenda no que ele precisa. Deus quer nos ver envolvidos com nossos pedidos de oração.
Envolvidos nos pedidos verdadeiros, com o qual nos importamos, que são de fato importantes e pelos quais lutamos. Deus saberá dar uma resposta adequada aos nossos pedidos que fazemos com perseverança. Cabe a nós sermos firmes e constantes na oração.
(4) Jesus finaliza a parábola explicando, então, que atitude deve ter o crente com relação a oração a Deus. Ele diz:
“Por isso, vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Lucas 11:9).
Mais abaixo ele explica como Deus age em relação aos nossos pedidos: “Qual dentre vós é o pai que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir um peixe, lhe dará em lugar de peixe uma cobra?” (Lucas 11:11).
Deus, assim como aquele amigo, é “importunado” diariamente com nossas orações. Não devemos desistir no primeiro “não”, antes, devemos perseverar nos pedidos que julgamos importantes e que sabemos que só Deus pode atender, sabedores, pela fé, de que, como Pai, Ele fará o melhor para atender às nossas necessidades da melhor forma e no melhor momento!
Presbítero André Sanchez