23 janeiro 2022

José: Fazendo a diferença aceitando a Jesus



Texto Mateus 1.18-25.

Para que o plano da salvação fosse concretizado, era necessário não apenas que o Filho de Deus assumisse a forma humana. Ele precisava crescer em um ambiente familiar saudável, onde seus pais fossem tementes a Deus e conscientes de que haviam sido escolhidos para uma obra especial. Nesse aspecto, trataremos da pessoa de José, o carpinteiro escolhido por Deus para ser o pai do Senhor Jesus Cristo.
Deus viu em José uma pessoa justa, a ponto de ser considerado o pai do Senhor Jesus Cristo.


I. JOSÉ, ANTES DE JESUS

1. Um noivo justo. O contexto em que José nos é apresentado no Novo Testamento corresponde a uma interseção com o Antigo Testamento. Mateus liga o Antigo com o Novo, dando continuidade ao texto por meio de uma genealogia. O Novo Testamento se inicia com uma genealogia, para situar os judeus que leriam o texto, conectando o Senhor Jesus a Abraão. Dessa forma, os judeus não teriam dificuldades para entender que Jesus era da descendência de Davi. Apresentada a genealogia, Mateus fala do estado civil de Maria e José: Noivos. O noivado, na cultura judaica, era um compromisso entre um homem e uma mulher prometidos em casamento, e era tão sério que não poderia ser terminado sem que acontecesse um processo de divórcio. Mesmo noivos, de acordo com os costumes da época, José era considerado já esposo de Maria, e Maria, sua esposa, dada à seriedade do compromisso legal que tinham diante da sociedade.

Mateus não comenta como a notícia da gravidez de Maria foi passada por ela mesma a José. O certo é que ela engravidou do Espírito Santo, e precisou ter muita fé e confiança em José para dizer a ele que sua gravidez fora sobrenatural, pois mantinha a sua virgindade. Dada a notícia, José pensou em deixá-la. Como se explica naturalmente uma mulher virgem estar grávida? Seria mais “honroso” abandonar Maria, e passar a história como um homem que. de alguma forma, não soube conter seu ímpeto. Mas Deus viu em José uma característica singular: Ele era justo e não quis deixar que Maria ficasse mal falada. Ele não a abandonou, visto que recebeu a orientação divina de permanecer firme com seu compromisso de noivado.

2. Um homem respeitador. A Palavra diz que José, mesmo tendo recebido Maria como sua esposa, não a “conheceu” até que ela deu à luz. Ele teve respeito por Maria em sua gravidez, numa mostra clara de amor e de domínio próprio. Enquanto em nossos dias, jovens trocam intimidados sem estarem casados, atraindo para si problemas futuros de consciência e até doenças ou gravidez indesejada, José nos mostra o exemplo de justiça que foi vista por Deus nele.

Em qualquer fase da vida, não apenas na juventude, o mundo oferece o sexo desregrado como fonte de prazer, sem informar aos seus praticantes as consequências de seus atos. Mesmo entre os jovens que se declaram cristãos é necessário que essas verdades sejam relembradas. Devemos guardar nossos corpos da prostituição, das relações sexuais ilícitas e de tudo que venha ofender à santidade de Deus em nossas vidas. O respeito de José para com Maria é digno de nota, pois vinha do temor que ele tinha para com Deus, e para com suas orientações.

3. Um homem obediente. Obediência é uma característica que Deus espera ver em nós. E pela Escritura, percebemos que José era um homem obediente. Ao saber da gravidez de sua noiva, quando pensou em deixá-la, voltou atrás em sua decisão por orientação do Senhor. A importância da obediência pode ser vista na história do povo de Deus, quando estavam para sair do Egito e viram a mortandade assolar aquela terra. Para preservar o filho mais velho em vida, e por orientação divina, os escravos hebreus mancharam de sangue o entorno das portas de suas casas. Como disse um escritor, não foi um pouco de sangue seco que fez a diferença entre quem iria viver ou morrer no Egito, naquela noite em que o anjo da morte passou e ceifou os primogênitos. Foi a obediência à ordem de Deus que preservou em vida os filhos dos hebreus. Sangue nas ombreiras das portas era a marca da obediência.


II. JOSÉ, PAI DE JESUS

1. Era trabalhador. O Oriente Antigo possuía um cenário econômico vivo, e muitas profissões eram desenvolvidas. A carpintaria era uma das profissões da época, e José era carpinteiro (Mt 13.55). Não era um trabalho fácil, pois exigia força física para manipular o material, conhecimento artístico para dar forma à matéria bruta e habilidade para usar instrumentos próprios daquele tipo de serviço. Ele não era um homem preguiçoso e honrou a Deus com sua profissão. Sendo pai adotivo de Jesus, deu-nos o exemplo de ser um homem que agradava a Deus com seu profissionalismo.

2. Cumpriu o papel de ser pai adotivo. José pode ser considerado o primeiro homem a “aceitar” a Jesus. E o Filho de Deus, encarnado, precisaria de um exemplo de pai. Pense no trabalho que pode ter sido ajudara cuidar de um bebê, ensinar Jesus a falar, a obedecer, a ter respeito pela Lei de Deus e pelos costumes de seu povo. O papel de pai de Jesus foi cumprido por José. Sobre ele estava a responsabilidade, com Maria, de educar Jesus, dar a Ele uma profissão e o nome de Jesus, conforme a orientação de Deus.

3. Um exemplo de adoção. José acreditou tanto no plano de Deus que adotou Jesus como seu verdadeiro filho. Ele seguiu as orientações divinas para que Jesus fosse protegido e tivesse um lar. Ele não se rebelou contra Deus, alegando que, já que Jesus era o Filho de Deus, Deus que cuidasse de seu próprio Filho. José entendeu que cuidar do bebê Jesus, antes mesmo que Ele nascesse, cuidando também de Maria, mantendo seu matrimônio e seu compromisso, era a vontade de Deus para sua vida, e ele seguiu o plano de Deus. Não é sem motivo que o Senhor diz que José era um homem justo.


III. EXEMPLO DE OBEDIÊNCIA

1. Por sua obediência, Deus cumpriu sua profecia. Deus não deixou de registrar em Mateus 1.22 que “tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta”. Esse texto coincide com o anúncio da gravidez de Maria e o propósito do nascimento de Jesus. No capítulo 2.15 é dito por Mateus que José, tendo ido para o Egito por orientação divina, retornou de lá por ordem igualmente divina, nessa feita, cumprindo a Palavra, que diz: “Do Egito chamei meu Filho” (Mt 2.15). Um segundo texto, Mateus 2.23, mostra Jesus, ainda pequeno, sendo levado para a região da Galileia, a uma localidade chamada Nazaré, cumprindo o que fora dito pelos profetas: “Ele será chamado Nazareno” (Mt 2.23).

Esses textos mostram uma conexão entre a obediência de José e o cumprimento da profecia. Ele obedeceu, e a cada movimento realizado Deus ia cumprindo aquilo que havia falado pelos seus profetas.

2. A obediência substitui o medo. A cada vez que Deus falava com José, vemos que a obediência substituiu o receio. Ele obedeceu a Deus recebendo Maria como sua esposa, levando o menino Jesus para o Egito, e depois, saindo de lá para a Galileia. Sua fidelidade para com a orientação de Deus lhe trouxe não apenas o livramento para si e sua família, mas também garantiram outras orientações do Eterno.

3. O papel do sobrenatural na vida de José. Mateus nos diz que o Todo-Poderoso falou por meio de sonhos com José quatro vezes. Na primeira, para não ter receio de receber Maria, e ele a recebeu como sua esposa (Mt 1.20). Na segunda vez, José deveria levar sua família para o Egito, para proteger Jesus (Mt 2.13). Na terceira vez, a orientação era para que voltasse a Israel (Mt 2.20), e na quarta vez, para que fosse morar com Maria e Jesus na Galileia (Mt 2.22). A cada orientação, um passo de obediência. É provável que José, como carpinteiro, tivesse uma vida mais estabilizada em uma localidade, e que para obedecer a Deus, precisou se arriscar a começar profissionalmente em outro lugar. Mas a cada mudança, José garantia que sua obediência influenciaria o plano da Salvação, preservando a vida de Jesus.

CONCLUSÃO

José entrou para a história como pai terreno de Jesus, cumprindo o papel de Deus em sua vida. Os momentos marcantes que vivenciou para ser “pai” do Filho de Deus, fizeram dele um participante ativo na história da salvação. Ele entrou para a história da cristandade como um homem justo, temente a Deus, obediente e que teve oportunidade de ser chamado o pai do Esperado das Nações.

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