07 setembro 2021

𝐀 𝐄𝐍𝐅𝐄𝐑𝐌𝐈𝐃𝐀𝐃𝐄 𝐄 𝐀 𝐂𝐔𝐑𝐀 𝐍𝐀 𝐏𝐄𝐑𝐒𝐏𝐄𝐂𝐓𝐈𝐕𝐀 𝐃𝐄 𝐃𝐄𝐔𝐒

 


ReferĂȘncia: JoĂŁo 11.3
INTRODUÇÃO
1.A importĂąncia do assunto
NĂłs somos um ser integral – Lc 2:52 = somĂĄtico, social, intelectual e espiritual. Martin Luther King diz que a religiĂŁo trata com o cĂ©u e com a terra. Trata com o corpo e com a alma. O pecado nĂŁo sĂł separou o homem de Deus, mas tambĂ©m separou o homem de si mesmo. O homem Ă© um ser em conflito, um ser doente, vivendo numa natureza que tambĂ©m estĂĄ doente e gemendo.
O nosso corpo Ă© importante para Deus – O Pietismo do sĂ©culo XVII ensinou que Deus estĂĄ interessado na salvação da alma e nĂŁo no bem estar do corpo. Essa visĂŁo falsa Ă© fruto do gnosticismo grego que pregava que a matĂ©ria Ă© essencialmente mĂĄ e o espĂ­rito essencialmente bom. O corpo Ă© dentro dessa visĂŁo apenas o claustro da alma. 
Mas, a Palavra de Deus dĂĄ um grande valor ao corpo: 
1) O corpo Ă© santuĂĄrio de Deus (1 Co 6:19,20); 
2) O corpo Ă© instrumento de adoração (Rm 12:1); 
3) Devemos glorificar a Deus no e atravĂ©s do corpo; 
4) O corpo serĂĄ glorificado (Rm 8:11).
A prevalĂȘncia universal da enfermidade – A doença estĂĄ em toda parte: paĂ­ses ricos e pobres, frios e quentes. Velhos e jovens adoecem e morrem em todo o mundo. A graça de Deus nĂŁo mantĂ©m os crentes fora do alcance da doença. Reis e sĂșditos, ricos e pobres, doutores e analfabetos, mĂ©dicos e pacientes caem igualmente diante desse grande inimigo. NĂŁo hĂĄ portas ou trancas que possam manter a doença e a morte do lado de fora. A ciĂȘncia mĂ©dica pode prolongar a vida, mas nĂŁo eliminar a doença e matar a morte.
I. UMA VISÃO HISTÓRICA DA ENFERMIDADE E DA CURA
A BĂ­blia como um manual de medicina preventiva – As leis cerimoniais suplantavam em termos profilĂĄticos a medicina mais avançada da Ă©poca (Ex 15:26). A circuncisĂŁo – Ă© um dos meios mais importantes para se evitar o cĂąncer de colo de Ăștero. O isolamento do leproso – foi um tremendo avanço para tratar a questĂŁo da lepra, a mais temida enfermidade dos sĂ©culos antigos. Nem mesmo a peste negra no sĂ©culo XIII e XIV que matou 1/3 da Europa ou o aparecimento da SĂ­filis nos fins do sĂ©culo XV produziu tal pavor. A lepra foi um terror nos sĂ©culos VI e VII e atingiu seu pico aterrador nos sĂ©culos XIII e XIV. A lepra foi vencida quando os mĂ©dicos voltaram-se para o princĂ­pio de LevĂ­tico 13:46. O livro de LevĂ­tico Ă© um Manual de Medicina Preventiva, mais avançado que os mais modernos manuais de medicina da Ă©poca de MoisĂ©s.
O desenvolvimento do tema enfermidade-cura na histĂłria – AtĂ© a Renascença, a medicina era “Ă  beira-do-leito”. A partir daĂ­, o corpo passou a ser dissecado, detalhado. Surgiu, entĂŁo, a medicina tecnolĂłgica. A Revolução Industrial, criando os grandes centros urbanos, propiciou a proliferação do atendimento hospitalar. A medicina deixava de ser “Ă  beira-do-leito” para ser “medicina-de-massa”, despersonalizada, impessoal, coletiva. O paciente deixava de ser uma pessoa que padecia, para ser “um caso”, um ĂłrgĂŁo doente. Era a medicina organicista que surgia.
II. UMA VISÃO TEOLÓGICA DA ENFERMIDADE E DA CURA
1. Os perĂ­odos da histĂłria – Alan Pierrat menciona quatro perĂ­odos distintos: 
1) PerĂ­odo apostĂłlico – Os crentes acreditavam nos milagres e eles aconteciam; 
2) O perĂ­odo medieval – Acreditavam nos milagres do passado e divulgavam falsos milagres; 
3) O perĂ­odo da Reforma – Acreditavam nos milagres do passado, mas nĂŁo na contemporaneidade dos milagres; 
4) PerĂ­odo contemporĂąneo – Acreditam nos milagres do passado e divulgam milagres abundantes no presente (doenças funcionais, mas nĂŁo orgĂąnicas).
2. A teologia da Prosperidade – Desde os anos 1980 duas correntes se destacaram: De um lado os defensores da saĂșde e riqueza, com a teologia da prosperidade e confissĂŁo positiva: Paul Yong Cho, Morris Cerullo, Kenneth Hagin, Marilyn Hickey, Benny Hinn sĂŁo seus mais conhecidos representantes. O segundo grupo tem sido chamado de Movimento de Sinais e Maravilhas ou Terceira Onda com Jack Deere, Wayne Gredem, John Wimber e Peter Wagner. Hoje, porĂ©m, hĂĄ muitos embustes. Muitos truques. HĂĄ muitas declaraçÔes de cura que nunca aconteceram. HĂĄ um sensacionalismo e holofotes nos chamados operadores de cura. HĂĄ uma forte propaganda de cura e um intenso comĂ©rcio do sagrado. 
Principais pontos de vista: 
1) “NĂłs, como cristĂŁos, nĂŁo precisamos sofrer revezes financeiros, nĂŁo precisamos ser cativos de pobreza ou da enfermidade” – Hagin; 
2) Por que os crentes adoecem? 
a) Falta de fĂ©; 
b) desconhecerem seus direitos; 
c) NĂŁo pedem ajuda; 
d) Pecado nĂŁo confessado; 
e) Deixar de expulsar SatanĂĄs; 
3) É errado procurar um mĂ©dico, sob quaisquer circunstĂąncias. Aqueles que apelam para um mĂ©dico, que sĂŁo internados em hospitais, demonstram uma falta de fĂ© que desonra a Deus – R. R. Soares.
3. Heresias sobre cura divina pregadas pela Teologia da Prosperidade – 
1) Porque Deus deseja que os cristĂŁos desfrutem de suas bĂȘnçãos, enfermidade mostra que vocĂȘ estĂĄ fora da vontade de Deus; 
2) O pecado Ă© a causa da enfermidade, portanto, vocĂȘ deve resistir a enfermidade, como resiste ao pecado; 
3) Desde que Cristo morreu pelas suas enfermidades, como morreu pelos seus pecados, vocĂȘ deve ficar livre de ambos; 
4) Se vocĂȘ tem fĂ© o suficiente, vocĂȘ pode ser curado; 
5) O que vocĂȘ confessa Ă© o que vocĂȘ possui, entĂŁo confesse a sua doença e vocĂȘ estarĂĄ enfermo, confesse a sua cura e vocĂȘ ficarĂĄ curado; 
6) Toda adversidade vem de SatanĂĄs, entĂŁo, a doença como SatanĂĄs, devem ser repreendida; 
7) Desde que Cristo e os apĂłstolos curaram em seus dias, os cristĂŁos podem curar de igual forma hoje; 
8) Desde que a doença procede de Satanås, nada de bom pode vir da doença;
 9) Desde que Deus deseja ver vocĂȘ bem, vocĂȘ jamais deve orar: Seja feita a tua vontade para oração de cura; 
10) Desde que o pecado Ă© a causa da enfermidade, entĂŁo vocĂȘ doente estĂĄ em pecado; 
11) Deus tem curado vocĂȘ, mas o diabo nĂŁo deixa os sintomas da doença sair.
4. O contraste entre os ensinos de Benny Hinn e a BĂ­blia sobre cura – 
1) Hinn nĂŁo ora: “Seja feita a tua vontade”, Cristo orou “Pai nĂŁo seja a minha, mas a tua vontade” (Lc 22:42); 
2) Hinn afirma que Ă© da vontade de Deus curar sempre, mas a BĂ­blia diz que alguns santos jamais foram curados; 
3) Hinn diz que podemos dar ordens para Deus curar, enquanto a BĂ­blia nos ensina a pedir; 
4) Hinn ensina que o milagre divino da cura Ă© gradual, mas as curas bĂ­blicas aconteceram instantaneamente; 
5) Hinn ensina que a fĂ© Ă© essencial para a cura, mas a BĂ­blia diz que as vezes, a pessoa curada nĂŁo exercia a fĂ©; 
6) Hinn ensina que primeiro precisamos fazer a nossa parte para sermos curados, a BĂ­blia diz que Deus Ă© soberano; 
7) Hinn acredita que um crente nĂŁo deve ficar doente, mas a BĂ­blia diz que pode e atĂ© vir a morrer; 
8) Hinn ensina que o diabo pode roubar a cura divina e não permitir que os sintomas desapareçam. A Bíblia nos fala de curas instantùneas e definitivas.
5. As curas miraculosas eram caracterizadas por marcas distintas – 1) Eram curas imediatas; 2) Eram curas realizadas via de regra em pĂșblico; 3) Eram curas que aconteciam em lugares ordinĂĄrios e via de regra sem ocasiĂ”es planejadas; 4) Eram curas que incluĂ­am doenças incurĂĄveis pela medicina da Ă©poca: lepra, cegueira, surdez, paralĂ­ticos; 5) Eram curas completas e irreversĂ­veis; 6) Eram curas inegĂĄveis atĂ© mesmo pelos cĂ©ticos.
6. PosiçÔes extremadas sobre enfermidade e cura – 
1) o diabo Ă© o protagonista de todas as enfermidades; 
2) Toda enfermidade Ă© consequĂȘncia de algum pecado nĂŁo confessado; 
3) A expiação inclui tanto o pecado como a enfermidade. Como somos salvos por meio da cruz, devemos ser também curados por meio da cruz;
 4) Se a enfermidade Ă© obra de SatanĂĄs, devemos rejeitĂĄ-la como rejeitamos o pecado. Quem estĂĄ doente estĂĄ em pecado;
 5) NĂŁo devemos orar pela cura, dizendo: “Se for da tua vontade”; 
6) É da vontade de Deus curar sempre; 
7) A falta de fĂ© e o pecado sĂŁo a Ășnica causa que inibe a cura; 
8) Deus nĂŁo cura mais hoje. Agora ele nĂŁo Ă© mais O EU SOU, mas O EU ERA (Jesus e Marta); 
9) Os dons cessaram.
7. A equivocada interpretação de ver a expiação (IsaĂ­as 53; 1 Pedro 2:24) pela enfermidade no tempo presente – 
1) O nosso corpo Ă© corruptĂ­vel, ele irĂĄ se degenerar atĂ© morrermos (Rm 8:23; 1 Co 15:50-54; 
2) Cristo morreu pelos nossos pecados (Jo 1:29; 1 Co 15:3); 
3) Cristo foi feito pecado e nĂŁo doença (2 Co 5:21); 
4) Cristo perdoou os nossos pecados e nĂŁo as nossas doenças (1 Jo 2:12); 
5) Cristo deu-se a si mesmo pelos nossos pecados e nĂŁo por nossas doenças (Gl 1:3-4); 
6) A BĂ­blia diz que se uma pessoa Ă© verdadeiramente salva, ela nĂŁo pode perder a salvação. Se a cura fĂ­sica imediata estĂĄ incluĂ­da na expiação, entĂŁo, nĂŁo poderĂ­amos ficar doentes nem morrer. Mas a BĂ­blia diz que ao homem estĂĄ ordenado morrer; 
7) Como verdadeiros crentes somos assegurados da nossa salvação eterna, mas nĂŁo da nossa saĂșde fĂ­sica; 
8) Se a cura imediata estĂĄ incluĂ­da na expiação e se ela aplica-se ao fĂ­sico, aqueles que pedem pela fĂ© a cura nĂŁo sĂŁo curados devem tambĂ©m ter dĂșvidas quanto ao perdĂŁo de seus pecados e de sua salvação; 
9) Se a cura do corpo estĂĄ incluĂ­da na expiação, entĂŁo, assim como a salvação Ă© eterna, deverĂ­amos ter corpos imortais; 
10) Tanto o eunuco como Filipe entenderam que IsaĂ­as 53 trata da questĂŁo do pecado e nĂŁo da questĂŁo da enfermidade (Atos 8:28,32-33); 
11) Tanto IsaĂ­as quanto Pedro estĂŁo falando da expiação do pecado e nĂŁo da enfermidade. O texto de Pedro explana 5 elementos da salvação: 
a) O fato da salvação v. 24a; 
b) os propĂłsitos da salvação v. 24b; 
c) os meios da salvação – v. 25a; 
d) A necessidade da salvação v. 25b; 
e) O resultado da salvação – v. 15b; 
12) ConclusĂŁo: 
A cura estå incluída na expiação, mas não para o tempo presente. Só no céu as lågrimas, a dor, e a morte vão passar (Ap 21:4).
III. AS CAUSAS DA ENFERMIDADES
1.O pecado original – Rm 5:12
2.O pecado pessoal nĂŁo confessado – Tg 5:14-16; Jo 5:14; 1 Co 11:30; Sl 32 e 38
3.IngerĂȘncia de SatanĂĄs – JĂł 1 e 2; Lc 13
4.DesobediĂȘncia aos mandamentos de Deus – Ex 15:26; Dt 28 – Os mandamentos de Deus na lei (sobre circuncisĂŁo, lepra, higiene, gorduras).
5.InobservĂąncia das leis naturais de Deus – higiene, cuidado com o corpo, alimentos, sono, etc
6.Problemas naturais – CatĂĄstrofes, acidentes, terremotos, enchentes
7.Epidemias – dengue, etc
8.VĂ­cios e vida desregrada – ĂĄlcool, fumo, drogas, sexo irresponsĂĄvel, ansiedade
9.Castigo de Deus – Dt 28
10.Manifestar a glĂłria de Deus – JoĂŁo 9 e 11
IV. AS ENFERMIDADES PSICOSSOMÁTICAS E HAMARTIAGÊNICAS
1.A origem da medicina psicossomĂĄtica – Esse termo foi cunhado em 1818. Essa medicina vĂȘ o homem como uma unidade que sente e sofre de maneira global.
Pv 12:25 – A ansiedade no coração do homem o abate, mas a boa palavra o alegra
Pv 15:13 – O coração alegre aformoseia o rosto, mas com a tristeza do coração o espĂ­rito se abate
Pv 17:22 – O coração alegre Ă© bom remĂ©dio, mas o espĂ­rito abatido faz secar os ossos.
Pv 18:14 – O espĂ­rito firme sustĂ©m o homem na sua doença, mas o espĂ­rito abatido quem o pode suportar?
2.Doenças harmartiagĂȘnicas – SĂŁo doenças produzidas pelo pecado nĂŁo confessado
1 Co 11:30 – Eis a razĂŁo por que hĂĄ entre vĂłs muitos fracos e doentes e nĂŁo poucos que dormem.
Tg 5:16 – Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros para serdes curados.
Sl 32:3,4 – Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia… o meu vigor se tornou em sequidĂŁo de estio.
Sl 38:3,7,8,10 – NĂŁo hĂĄ parte sĂŁ na minha carne… nĂŁo hĂĄ saĂșde nos meus ossos, por causa do meu pecado. Ardem-me os lombos, e nĂŁo hĂĄ parte sĂŁ na minha carne. Estou aflito e mui quebrantado; dou gemidos por efeito do desassossego do meu coração. Bate-me excitado o coração, faltam-me as forças, e a luz dos meus olhos, essa mesma jĂĄ nĂŁo estĂĄ comigo.
3.Mente transtornada, corpo doente – A paz nĂŁo vem em comprimidos. Uma mente transtornada desemboca em distĂșrbios no sistema digestivo, no sistema circulatĂłrio, no sistema nervoso.
O problema nĂŁo Ă© fundamentalmente sua comida, mas a preocupação que devora vocĂȘ.
O alto preço da vingança – quem nĂŁo perdoa nĂŁo tem paz e adoece – “No momento em que começo odiar um homem, torno-me seu escravo. O homem que odeio me acompanha onde vou. O homem que odeio nĂŁo me permite saborear a comida, nĂŁo me permite dormir. Minha cama Ă© uma tortura. Realmente devo entender que sou um escravo do homem sobre quem recaiu o meu Ăłdio.”
4.Vida desregrada, corpo doente – Os vĂ­cios produzem doenças.
O ålcool é um assaltante de milhÔes de cérebros, responsåvel por 50% dos acidentes.
Hå doença coronåria e cùncer em cada maço de cigarro.
A cegueira pela gonorréia.
Vårias doenças físicas e mentais pela sífilis. Com a invenção de penicilina na década de 1940 parecia que as doenças venéreas iriam recuar, mas isso não aconteceu em todos os países. As doenças sexualmente transmissíveis destroem milhÔes de pessoas em todo o mundo (1 Co 6:18; Rm 1:24,26,28).
A AIDS Ă© hoje uma pandemia. O preservativo ao mesmo tempo que tenta evitar as consequĂȘncias, estimula a prĂĄtica da causa. O degradação da vida sexual sĂŁo a causa de doenças terrĂ­veis no corpo, nas emoçÔes e na alma.
V. OS PROPÓSITOS DA ENFERMIDADE
1.A enfermidade em si mesma Ă© um mal, mas Deus pode transformĂĄ-la em bem para cumprir os seus propĂłsitos – JoĂŁo 9 e JoĂŁo 11; 1 Sm 1:5,6; Rm 8:28. Na doença Deus grita conosco (C.S.Lewis).
2.A doença ajuda os homens a lembrarem-se da morte
A maioria das pessoas vive como se nĂŁo fosse morrer. Eles vivem como se a terra fosse o seu lar eterno. Planejam e projetam para o futuro, como o rico insensato como se tivessem uma apĂłlice vitalĂ­cia de vida e nunca tivessem que prestar contas. Uma doença grave, Ă s vezes, faz muito para que este engano seja desfeito. “Poe em ordem a tua casa, porque morrerĂĄs e nĂŁo viverĂĄs”.
3.A doença faz com que os homens pensem seriamente sobre Deus, suas almas e a eternidade
A maior parte das pessoas, em seus dias de saĂșde, nĂŁo encontram tempo para tais pensamentos. NĂŁo gostam deles, acham estes assuntos desagradĂĄveis. Entretanto, Ă s vezes, uma doença sĂ©ria tem o marilhoso poder de reunir e unir tias pensamentos, e de trazĂȘ-los diante dos olhos da alma de uma homem. Exemplo: Dona Tereza, mĂŁe de Isabel em Bragança Paulista.
5.A doença ajuda a amolecer o coração dos homens e lhes ensina a sabedoria
O coração natural Ă© duro como a pedra. Ele nĂŁo nenhuma alegria que nĂŁo seja desta vida. Uma enfermidade corrige isso. Exemplo: John Rockfeller – O homem de negĂłcios descobre que o dinheiro nĂŁo satisfaz. A mulher mundana descobre que as roupas caras e os comentĂĄrios sobre bailes e diversĂ”es sĂŁo pĂ©ssimos consolados quando se estĂĄ num quarto de hospital.
6.A doença ajuda-nos a nos equilibrar e a nos humilhar
Poucos estĂŁo isentos do virus maldito da vaidade e do orgulho. Muitos de nĂłs sĂŁo como o fariseu: “NĂŁo sou como os demais homens”. O leito da enfermidade Ă© um poderoso domador de tais pensamentos. Ela nos impĂ”e a grande verdade de que somos todos pobres vermes e que habitamos em casas de barro, e somos esmagados como a traça (JĂł 4:19).
7.A doença ajuda a testar a autenticidade da religião dos homens
Muitos credos parecem bons enquanto as ĂĄguas da saĂșde sĂŁo suaves, mas revelam-se absolutamente falsos e inĂșteis nas ondas cruĂ©is de uma cama de hospital. Somente com Cristo podemos atravessar seguros o vale da sombra da morte.
8.Nem todos são beneficiados pela doença
Milhares sĂŁo prostrados anualmente pela doença e restaurados Ă  saĂșde e voltam novamente para o pecado. Ano apĂłs ano muitos passam da doença para a sepultura sem deixarem seus pecados e sem se voltarem para Deus. Contudo, milhares de pessoas sĂŁo quebrantadas, arrependem-se, humilham-se, e se voltam para Deus e sĂŁo salvas.
9.ObrigaçÔes especiais impostas pela doença
A de viver constantemente preparado para encontrar-se com Deus
A de viver constantemente em prontidĂŁo para suportĂĄ-la com paciĂȘncia
A de constante prontidão para ajudar os nossos semelhantes a enfrentarem a doença.
VI. A MEDICINA HUMANA E A MEDICINA DE DEUS
1.A medicina de Deus
Vemos vĂĄrios casos de cura miraculosa no Velho Testamento. Chamamos cura miraculosa, porque em Ășltima instĂąncia toda cura Ă© divina (Sl 103:3). O Senhor curou Sara, Rebeca, Raquel, Ana, Ezequias, NaamĂŁ.
Jesus curou muitas pessoas, usando variados métodos: Cristo tocou (Mt 8:15); falou (Jo 5:8-9); usou cuspe (Mt 8:22-26); ungiu com lodo e saliva (Jo 9:6).
Os apĂłstolos foram usados por Deus para curar os enfermos. Pedro curou o paralĂ­tico no templo, Paulo curou o coxo em Listra.
Deus cura sem os meios, com os meios, e apesar dos meios, mas, Ă s vezes, Deus resolve nĂŁo curar. Exemplo: Eliseu (2 Rs 13:14), TimĂłteo (1 Tm 5:23), TrĂłfimo (2 Tm 4:20), Epafrodito (Fp 2:25-27), Paulo (2 Co 12:7).
2.A medicina humana
Deus cura atravĂ©s dos meios. O plano de Deus inclui tanto a medicina humana como a divina. Exemplo: A cura do rei Ezequias. HĂĄ lugar para a prevenção e para a cura. HĂĄ lugar tanto para a oração da fĂ© quanto para a terapĂȘutica do remĂ©dio. HĂĄ lugar tanto para o relĂłgio de Acaz quanto para a pasta de figos. HĂĄ lugar tanto para a ação sobrenatural de Deus quanto para a ação natural do conhecimento humano. A medicina nĂŁo age Ă  parte de Deus, mas como instrumento de Deus. Entre a morte e a vida existe uma pedra que precisa ser removida e Jesus manda que os homens a removam!
CONCLUSÃO
A igreja precisa de voltar-se para a Palavra e examinar esse momento assunto à luz das Escrituras. Não podemos bandear para o extremos perigoso daqueles que dizem que Deus não cura mais hoje, nem cair na rede enganosa daqueles que fazem promessas mentirosas de que Deus vai curar a todos indistintamente. Ambas as posiçÔes não possuem amparo nas Escrituras. Fiquemos com a verdade, ainda que ela não pareça tão popular!

Autor: Reverendo Hernandes Dias Lopes.

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