Existe um lugar onde todo homem deseja estar, chama-se felicidade: Um estado de paz interior, júbilo, que contrasta com a tristeza. Muitos dizem que não é possível ser feliz, mas “estar feliz”, como se a felicidade fosse um vapor, uma nuvem de chuva que passa rapidamente sobre nossas cabeças, molhando-nos por alguns instantes. Depois disso, viria às tormentas: constantes e naturais como o curso do tempo.
Viver dessa forma, é o mesmo que se entregar a deriva. Deus, não nos formou para exaltarmos os pensamentos seculares que fazem corte ao niilismo de Nietzsche: “o homem precisa esquecer que depende de Deus, mesmo porque Ele não virá em seu socorro, o homem precisa buscar a felicidade em si mesmo através da superação de limites”. O super-homem de Nietzsche é uma furada.
Não é possível felicidade sem o encontro da mortalidade com a imortalidade. Esse ponto de partida, para a plenitude, só é real em Cristo Jesus. Por mais que tentem dissimular essa verdade, ela jamais morrerá. Porque nela reside a Vida, com toda a sua perfeição. Essa verdade reveste a fragilidade do homem de significados constantes. Devolve a criatura, o domínio do criador e aquela, passa a ser feitura Sua, gerada novamente.
“Mas a todos quantos os receberam, deu-lhes o poder de serem chamados feitos filhos de Deus, aos que crêem em seu nome; os quais não nasceram da carne nem da vontade do homem, mas de Deus” Jo 1:12, 13.
Quem nasce de novo, recebe em si mesmo o gozo do céu. Saí dos bastidores, para o palco da vida, com direito a muitas luzes, festa e coral de anjos: “Deus, é o que nos tirou das potestades das trevas, e nos transportou para o reino do filho do seu amor” Cl 1:13. A luz devolveu as cores, o ritmo, o riso perdido. Quando entendemos esse maravilhoso mistério, a felicidade se cumpre em nós. Quem disse que felicidade não existe?
Ela é o retrato alegórico de Lo-debar. Lo-debar em hebraico significa “sem pasto”, um lugar de privação, fome e descontentamento. Está descrito em II Sm 9: 4:“E disse-lhe o rei? Onde está? Está em casa de Maquir, filho de Amiel, em Lo-debar”
Ali, ao Leste do Jordão, em Amom, próximo a atual Jordânia, estava Mefibosete. Aleijado, órfão, dependendo totalmente das pessoas do seu convívio. Era filho de Jonatas, sobrevivente de guerra, esquecido por seu povo. Como ele mesmo se definiu: “Sou um cão morto, quem olhará para mim”? II Sm9:8. E Davi, homem segundo o coração de Deus lhe diz: Eu Mefibosete, vim aqui para te tirar desse lugar de miséria. A partir de hoje comerás à minha mesa como um dos filhos do rei II Sm 9:11.E Mefibosete, que em hebraico significa “vergonha, destruição”, é vestido de majestade: “Mefibosete! Eu te dou um novo nome!”, aleluia! Saí de Lo-debar, ai não é teu lugar!
Somos assim, como Mefibosete em Lo-debar. Ele não conhecia felicidade, vivia de migalhas, de favores, mas tinha herança na casa do Rei. Não olhe para a vida, como se ela fosse Lo-debar, mas crendo que Deus o quer em seus átrios. Porque nos ama, porque anseia por nossa vitória. Ele está acima de nossas limitações e tudo que temos que fazer é nos entregarmos inteiramente.: “Quem olhará para mim?” II Sm 9:8. E Deus responde: “Você nunca, jamais deixou de ser visto por mim. Preparei uma mesa, com manjares reais, e a ceia está a sua espera. Venha, deixe Lo-debar, e te mostrarei a felicidade que somente eu posso te dar”. Que assim seja. Arrume suas malas, parta de Lo-debar que o Rei te espera.
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