15 outubro 2022

As tentações da prosperidade

 


por Charles R. Swindoll

Gênesis 37:36, 39:1-6

Nesse meio tempo, no Egito, os midianitas venderam José a Potifar, oficial do faraó e capitão da guarda. (Gênesis 37:36)

José havia sido levado para o Egito, onde o egípcio Potifar, oficial do faraó e capitão da guarda, comprou-o dos ismaelitas que o tinham levado para lá. O Senhor estava com José, de modo que este prosperou e passou a morar na casa do seu senhor egípcio. Quando este percebeu que o Senhor estava com ele e que o fazia prosperar em tudo o que realizava, agradou-se de José e tornou-o administrador de seus bens. Potifar deixou a seu cuidado a sua casa e lhe confiou tudo o que possuía. Desde que o deixou cuidando de sua casa e de todos os seus bens, o Senhor abençoou a casa do egípcio por causa de José. A bênção do Senhor estava sobre tudo o que Potifar possuía, tanto em casa como no campo. Assim, deixou ele aos cuidados de José tudo o que tinha, e não se preocupava com coisa alguma, exceto com sua própria comida. José era atraente e de boa aparência (…) (Gênesis 39:1-6)

O Deus soberano de Israel estava intimamente envolvido na vida de José. Ele o guiou. Facilitou o entendimento com o egípcio. Concedeu-lhe, acima de tudo, favor aos olhos de Potifar. Deus foi claramente o segredo do sucesso de José. A sorte não teve nada a ver com isso.

José não precisou contar a Potifar que o Senhor estava com ele. O egípcio pôde constatá-lo por si só: “Vendo, pois, o seu senhor que o SENHOR estava com ele (…)” (Gênesis 39:3 ARC)

Além disso, José não usou sua espiritualidade como ferramenta de manipulação para obter benefícios de seu senhor. Porque o Senhor fazia prosperar tudo o que José fazia, este encontrou favor aos olhos de Potifar. Note que José não pediu favores ao amo, mas encontrou favor com ele.

Quanto melhor o resultado, maior a confiança depositada; o que leva, a propósito, a maiores momentos de descuido e, portanto, de vulnerabilidade. Com respeito a esta última, o pastor F.B. Meyer escreve acertadamente:

Podemos esperar tentação nos dias de prosperidade e conforto, e não naqueles de privação e trabalho. Não nas encostas geladas dos Alpes, mas nas planícies ensolaradas da Campagna; não quando o jovem está subindo arduamente a escada da fama, mas quando tiver adentrado os portais de ouro; não onde os homens franzem a testa, mas onde abrem sorrisos lisonjeiros — é ali, bem ali, que a tentadora espera! Cuidado!

Que exortação sábia! Tal advertência não se refere à pessoa que está abatida e desanimada. Sua mensagem é dirigida aos bem-sucedidos, aos executivos empreendedores, ao homem ou à mulher a caminho do topo, ao indivíduo que está experimentando as dádivas e o favor de Deus, que está colhendo os benefícios de maior privacidade e confiança.

O ensaísta escocês Thomas Carlyle tinha razão ao dizer: “A adversidade é algumas vezes difícil para um homem, mas para um homem que pode suportar a prosperidade, há cem outros que suportarão a adversidade”.

As tentações que acompanham a prosperidade são muito maiores (e muito mais sutis) que aquelas que acompanham a adversidade.

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