Você pergunta: tenho muita curiosidade de saber onde Deus fará o novo céu e nova terra citados em Apocalipse! Alguns dizem que será um paraíso no céu totalmente novo. Outros dizem que será um paraíso em uma nova terra. Onde passaremos a eternidade, no céu ou na terra? E o que Deus fará com esse nosso planeta?
Cara leitora, realmente gera muita curiosidade os fatos referentes à nossa vida eterna com Deus. Queremos saber quando será, como será, queremos detalhes profundos, não é mesmo?
Mas temos de entender que a Bíblia não se lança com aprofundamento em muitos detalhes sobre esse tema, mas se lança em apresentar uma realidade nova que viveremos. Apocalipse narra assim:
“Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (Apocalipse 21:1).
Podemos cair rapidamente no erro de achar que Deus, diante do fracasso humano, vai pegar essa terra (e todo o universo), que foram atingidos pelo nosso pecado, e jogá-los fora.
É o que muita gente entende (erroneamente) quando lê o termo “novo céu e nova terra” e “o mar já não existe”. Pensam que será como comprar uma roupa nova e jogar a velha fora. Deus fará tudo novo e joga o antigo fora!
Mas o ensino bíblico aponta mais para uma “reforma” do que conhecemos do que para o “velho” ser jogado fora!
Novo céu e nova terra. O que é biblicamente?
Paulo explica que haverá uma espécie de “redenção” na obra de criação, algo muito semelhante ao que acontece com os próprios salvos:
“na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Romanos 8:21).
Redenção significa “tornar livre”. Com relação às pessoas, tem a ver com a libertação do pecado, com a salvação. Com relação à natureza e a criação, tem a ver com todas as consequências do pecado que impomos sobre ela e que serão desfeitas!
Paulo aprofunda a questão falando do sofrimento da criação. Esse sofrimento, claro, indica que ela também será liberta dessas dores com a concretização dos planos de Deus:
“Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora” (Romanos 8:22).
Portanto, haverá uma redenção dos servos de Deus e da criação: “E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo” (Romanos 8:23).
Essa redenção (nossa e da criação de Deus) será uma união de realidades. Céu e terra, espiritual e físico totalmente integrados, sem pecado, sem defeitos, sem qualquer possibilidade de ter novamente a sua ordem quebrada:
“Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade”(1 Coríntios 15:53).
Apocalipse nos explica essa mudança de realidades, onde até mesmo o próprio Deus estará de forma especial vivendo em meio ao Seu povo!
“Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles” (Apocalipse 21:3).
A grande e curiosa pergunta é: como isso vai funcionar? A resposta é: não tem resposta. Deus dá apenas alguns indícios sobre essa nova realidade, mas Ele não explica tudo que temos curiosidade de saber:
“E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Apocalipse 21:4).
Toda lágrima que já existiu um dia estará enxugada, pois não haverá motivo de choro por dor, nem por tristeza, doenças, nada disso.
Tudo que pertencia a esse passado doloroso são as “primeiras coisas” e elas já passaram. Não temos muito mais informações do que essas.
Porém, a presença de Deus de uma forma totalmente marcante junto ao Seu povo, a terra totalmente redimida, o céu totalmente unido a essa realidade, tudo isso mostra que será incrível, fascinante e totalmente desejável estar nessa nova realidade preparada para os salvos!
Mas e a parte do verso que diz “o mar já não existe”? Deus irá destruir o mar como o conhecemos? Aqui temos uma linguagem simbólica. Em Apocalipse 13:1-10 temos a besta que emerge do mar.
O mar ali é a sociedade pecaminosa com seus problemas, suas convulsões sociais. Nada disso haverá mais, pois não haverão ímpios nos novo céu e nova terra.
Pelo contrário, a bênção brotará de Deus e de todos os Seus servos que viverão nessa nova “cidade” celestial, que é exemplificada tendo um rio da água da vida, contrastando com o “mar que não mais existe”:
“Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro” (Apocalipse 22:1).
Pedro também fala dessa realidade, de uma purificação dessa ordem antiga de coisas, para que ela venha a ser a nova realidade que Deus quer:
“Ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra, têm sido entesourados para fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e destruição dos homens ímpios” (2 Pedro 3:7).
Fogo aqui é símbolo do juízo e da purificação que Deus realizará. Isso também aponta não para a ideia que a terra será “jogada fora”, mas transformada, redimida!
Postado por Presbítero André Sanchez
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