04 dezembro 2022

5 comportamentos que podem ferir e até matar a sua fé

Você Pergunta: Confesso que hoje em dia me considero alguém sem fé, ou pelo menos com uma fé destruída. Não sei como isso aconteceu, como cheguei nesse nível, pois alguns anos atrás eu era uma das pessoas mais fervorosas da minha igreja! Ajude-me a entender isso, por favor!

Bíblia nos ensina sobre a importância da fé na vida dos servos de Deus. Podemos ver Jesus Cristo em diversos momentos questionando Seus discípulos por causa da falta dela ou por a terem em pouco uso:

“Perguntou-lhes, então, Jesus: Por que sois tímidos, homens de pequena fé?” (Mateus 8:26).

O fato é que todos nós estamos sujeitos a ter uma fé inoperante, morta, caso não tenhamos atitudes que cultivem uma fé viva, operante e fervorosa.

Jesus, inclusive, profetizou que nos últimos tempos a fé das pessoas estaria tão em falta que seria difícil achá-la: “Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lucas 18:8).

Tiago também falou de uma fé morta, aquela fé que não tem frutos: “Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tiago 2:26)

Dessa forma, é importante darmos valor a esse assunto, pois é possível que, se não cuidarmos, tenhamos uma fé que não agrada a Deus!

Mas quais são esses comportamentos que têm o potencial de matar a nossa fé? Hoje quero falar um pouco desses comportamentos e como eles são prejudiciais para uma fé saudável. Seria muito bom se nós nos afastássemos dessas formas de agir pelo bem da nossa fé.

Comportamentos que matam a fé

(1) Menosprezar as suas dúvidas

Nós sempre aprendemos que a dúvida é contrária a fé. No entanto, é preciso compreender que nem toda dúvida é contrária à fé, mas toda dúvida tem o potencial de nos levar a perder a fé.

Quando temos alguma dúvida não significa que não temos fé, significa que queremos resolver algo dentro de nós, algo que não se encaixa, que está nos travando em algum assunto.

Menosprezar nossas dúvidas é ruim para nossa fé. O bom para o crescimento dela é quando buscamos na Palavra de Deus o entendimento daquilo que incomoda nosso coração. Isso vai gerar crescimento.

Quando Jesus morreu muitos dos discípulos ficaram com muitas dúvidas. Mas Jesus as esclareceu e fortaleceu a fé deles: “Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras…” (Lucas 24:45). Jesus não menosprezou as dúvidas de seus discípulos, antes, fez questão de resolvê-las.

(2) Não nutrir a sua mente

Muita gente associa fé a sentimentos. Mas essa é uma associação perigosa. Se alguém tem uma fé alicerçada em sentimentos, essa pessoa tem uma fé extremamente frágil, pois nossos sentimentos são enganosos e passam por altos e baixos constantes.

A fé forte é aquela baseada nas coisas que racionalmente cremos. Ou seja, é tudo aquilo que está em nossa mente, nosso aprendizado, nossas experiências, nossa vivência com Deus.

Quando os discípulos eram perseguidos e maltratados, se sua fé estivesse nos sentimentos, certamente desistiriam por causa das dores e grande pressão que sofriam.

Mas como a fé deles estava fortemente nutrida dentro de suas mentes, eles resistiam às dores e ficavam firmes na fé. Nutra a sua mente com o puro alimento espiritual se quiser ter uma fé forte.

(3) Entupir-se de atividades religiosas

Ativismo religioso é quando nos entupimos de atividades religiosas achando que estamos com isso servindo melhor a Deus.

Muitas pessoas perdem a fé por causa disso. Mas por quê? A resposta é simples: Nossa vida precisa de equilíbrio para ser saudável.

Uma quantidade exagerada de atividades religiosas vai gerar sobrecarga, vai te fazer cuidar mal de sua família, de você mesmo, ter pouco tempo para nutrir sua mente e cuidar da sua comunhão com Deus.

Isso é muito prejudicial à fé. Precisamos ser equilibrados. Precisamos aprender a dizer não a coisas que Deus não nos mandou fazer, a avaliar o que podemos fazer e o que não podemos.

Sabedoria para não assumir mais trabalhos do que temos a capacidade é a medida certa. Ter esse equilíbrio é muito saudável à fé.

(4) Não ter comunhão particular com Deus

Eu chamo de comunhão particular aquele tempo só nosso com Deus. Tempo de relacionar-se com Ele “olhos nos olhos”, ou seja, de ter uma proximidade pessoal com o Pai.

Muitas pessoas têm negligenciado isso! Não existe fé saudável sem que haja relacionamento com o autor da fé.

Como podemos ter uma fé viva se não temos sequer um tempo para estar aos pés do nosso Deus? Negligenciar essa comunhão é enfiar uma faca todos os dias em nossa fé. Uma hora ela irá morrer.

Jesus ensinou algo impressionante sobre isso: “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (João 15:5).

A comunhão particular é como se todos os dias estivéssemos cuidando para estar muito bem ligados “à videira”, ou seja, em nosso Deus. Isso garante uma fé forte e saudável.

(5) Achar que nunca vai perder a fé

Muita gente se acha. Acha que são bons, que nunca negarão as suas convicções. Eu prefiro ser como o apóstolo Paulo, que sabia que precisava, antes de tudo, ser humilde e dependente de Deus, senão corria sério risco de ter problemas: “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia” (1 Coríntios 10:12).

Quem sabe que pode cair é mais cuidadoso em seus comportamentos. Quem acha que nunca vai cair, anda sobre um “salto alto” perigoso, que pode cair a qualquer momento, por causa do descuido.

Uma visão humilde de nós mesmos vai ajudar muito a manter a nossa fé firme, mesmo naqueles momentos em que somos balançados pelos impactos da vida.



Presbítero André Sanchez

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