Marcos 14: 3 Certo dia, quando Jesus se encontrava em Betânia, reclinado à mesa, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher trazendo um vaso de alabastro com preciosíssimo perfume de nardo puro; e, quebrando o vaso, derramou o bálsamo sobre a cabeça de Jesus. Aquela atitude, levou muitas pessoas presentes a indignarem-se contra aquela mulher, mas Jesus disse: “Deixai-a; por que a molestais? Ela praticou boa ação para comigo”. Na verdade, aquilo que foi feito pela mulher - a Bíblia não cita seu nome - se reveste de grande importância para a Obra de Deus e para a pregação do Evangelho, pelo seu significado. Sobre o vaso de alabastro Marcelo Francini comenta: O que era “um vaso de alabastro”? _Jesus Cristo foi ungido em duas ocasiões com óleo perfumado. _Uma vez aconteceu na casa de certo fariseu, na Galileia (Luc. 7:37, 38), e outra vez no lar de Simão, o leproso, em Betânia. (Mat. 26:6, 7; Mar. 14:3). _Em cada caso, o óleo caro foi derramado dum vaso de alabastro. _Esses pequenos vasos de perfume em forma de frascos eram originalmente feitos duma pedra encontrada perto de Alabastro, no Egito. _A própria pedra é uma forma de carbonato de cálcio (não devendo ser confundido com o alabastro moderno, sulfato de cálcio hidratado). _Usualmente, o alabastro original é branco, mas às vezes contém traços de outras cores, visto que é uma formação de estalagmite. _Apresenta-se aqui um antigo frasco helenístico de alabastro, do Egito. _As mulheres que ungiram Jesus nessas ocasiões mencionadas tinham cada uma “um vaso de alabastro” com um caro óleo perfumado. _Esses vasos podem ter sido bem similares ao acima, que leva a inscrição “cinamomo” (canela). _Há quem discorde do início, quando fala que Jesus foi ungido em 2 ocasiões, na casa do fariseu na galiléia e na casa de Simão. _Na verdade foi em 2 ocasiões. Como diz a Bíblia. 1ª: Na casa de Lázaro, irmão de maria e marta, 6 dias antes da páscoa. (João 12:18) 2ª: Na casa de Simão, pai de Judas, 2 dias antes da páscoa. (Marcos 14:1-9) _Creio que as ocasiões citadas na verdade são a mesma ocasião. _Ao meu ver, Jesus foi apenas uma vez, pois as narrativas são a mesma, tanto em Mt 26:6 (estando Ele em Betânia, em casa de Simão, o leproso), como em Mc 14:3(estando Ele em Betânia, em casa de Simão, o leproso), de novo em Lc 7:36-50 (reparem que Jesus o chama de Simão, vs. 40-44), e novamente em Jo 12:1 (“Seis dias antes da Páscoa, foi Jesus para Betânia, onde estava Lázaro, a quem ele ressuscitara dentre os mortos.” _O texto diz que Jesus foi para Betânia seis dias antes da Páscoa, isso não quer dizer que o jantar aconteceu neste mesmo dia). _O vaso de alabastro era usado pendurado no pescoço como colar, toda mulher judia tinha. _Na noite de núpcias ela quebrava este vaso e aspergia o nardo em seus lençois. aquele momento era muito especial para ela. _Agora dá para imaginar o que significava e o preço que custava? O vaso de alabastro, que naquela época era usado para se guardar líquidos preciosos e caros, tipifica a nossa vida exterior - tudo aquilo que está ligado à vida biológica. O nardo puro aponta para a nossa vida interior - a vida espiritual. Esta vida interior está presa e envolvida pela vida exterior, que a impede de se expandir e espalhar seu perfume ao redor. Esta situação mantém a vida interior e espiritual, como que mortificada, pois as suas virtudes não são percebidas nem experimentadas. O vaso de alabastro não era tão precioso e valioso quanto o nardo puro que estava dentro dele. Quando uma pessoa, qualquer que seja ela, chega diante do Senhor Jesus, precisa quebrar o vaso de alabastro, que é a sua vida exterior, seus interesses, seus sentimentos, sua vontade própria, etc., derramando, pela fé, sobre a pessoa do Senhor Jesus, sua vida interior, sua alma e seu espírito, para que Ele, que é a cabeça do corpo, possa governar toda a sua vida. A vida exterior não é tão preciosa quanto a vida interior, pois é passageira e temporal, enquanto que a vida espiritual é eterna. A Bíblia pergunta: "De que adianta o homem ganhar o mundo inteiro (a vida exterior), e perder a sua alma? (a vida interior)”. Muitos têm dado mais valor ao vaso de alabastro, do que ao nardo puro, pois não entendem nem percebem o seu valor. Por isso lutam para preservar o vaso intacto, não admitindo que ninguém o toque, nem mesmo o Senhor Jesus. Lutam pela sua sobrevivência, preservam a sua religiosidade, se preocupam em demasia com sua saúde, seu emprego, sua família e seus estudos, mas não se importam com o principal, que é a vida espiritual e a sua relação com o Senhor Jesus - o Cabeça da Igreja. Quebrar o vaso implica em enfrentar a indignação de muitos, implica em ser criticado e menosprezado e por isso, talvez, muitos não se disponham a tal. Mas quebrar o vaso implica também em liberar a vida espiritual e interior, em gozar a verdadeira vida que Deus planejou, em viver em comunhão com Ele e ouvir do Senhor Jesus: “Ela praticou boa ação para comigo...”, implica em exalar o bom perfume de Jesus Cristo e testemunhar das suas maravilhas operadas em nossas vidas. O Evangelho só é verdadeiramente anunciado por aqueles que tiveram sua vida exterior, sua natureza, sua vontade e suas paixões quebrantadas, pois só assim o Espírito Santo terá prioridade e liberdade para usar o nardo interior, perfumando este mundo infectado pelo pecado, e trazendo salvação a muitos, pela instrumentalidade dos vasos quebrados. A boa obra que agrada ao Senhor e chama a sua atenção, não se alcança através de práticas religiosas, mas ao quebrar-se o vaso. |
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