ReferĂȘncia: ProvĂ©rbios 29.2INTRODUĂĂO Ă grande, profunda e crĂŽnica a decepção com os polĂticos. Uma onda de descrĂ©dito com os polĂticos varre a nação. Somos herdeiros de uma cultura estrativista. Nossos colonizadores vieram para o Brasil com a intenção de tirar proveito. Rui Barbosa alertou para o perigo das ratazanas que mordiam sem piedade o erĂĄrio pĂșblico, perdendo a capacidade de se envergonhar com isso. A maioria dos polĂticos se capitulam a um esquema de corrupção, de vantagens fĂĄceis, de fisiologismo, nepotismo, enriquecimento ilĂcito, drenando as riquezas da nação, assaltando os cofres pĂșblicos e deixando um rombo criminoso nas verbas destinadas a atender Ă s necessidades sociais. As campanhas milionĂĄrias jĂĄ acenam e pavimentam o caminho da corrupção. O resultado da corrupção, da mĂĄ administração, do ganĂąncia insaciĂĄvel pelo poder Ă© que somos a oitava economia do mundo, mas temos um povo pobre, com mais de 50 milhĂ”es vivendo na pobreza extrema. Diante desse quatro, muitos evangĂ©licos ficam tambĂ©m desencantados com a polĂtica e cometem vĂĄrios erros, como por exemplo: “PolĂtica Ă© pecado”. “PolĂtica Ă© coisa do diabo”. “O cristĂŁo nĂŁo deve participar de polĂtica”. “O cristĂŁo deve ser apolĂtico”. “Toda pessoa que se envolve com polĂtica Ă© corrupta”. “Todo crente que se envolve com polĂtica acaba se corrompendo”. “A polĂtica Ă© mundana e nĂŁo serve para os crentes”. “NĂŁo adianta fazer coisa alguma; devemos pregar o evangelho e aguardar o retorno do Senhor”. Outros erros sĂŁo cometidos: “IrmĂŁo sempre vota em irmĂŁo”. “Todo crente Ă© um bom polĂtico”. “PolĂtico evangĂ©lico deve lutar apenas pelas causas evangĂ©licas”. “O pĂșlpito transforma-se em palanque polĂtico”. “A igreja troca voto por favores”. I. A LEGITIMIDADE DA POLĂTICA Ă LUZ DA PALAVRA DE DEUS 1. “NĂŁo se deve pĂŽr em dĂșvida que o poder civil Ă© uma vocação, nĂŁo somente santa e legĂtima diante de Deus, mas tambĂ©m mui sacrossanta e honrosa entre todas as vocaçÔes” – Calvino. 2. Rm 13:1-7 – O poder civil Ă© ministro de Deus para promover o bem e coibir o mal. Toda autoridade constituĂda procede de Deus e deve agir em nome de Deus. Quando ela se desvia pode e deve ser desobedecida e Deus mesmo a julga por sua exorbitĂąncia. 3. Homens de Deus exerceram o papel polĂtico em momentos crĂticos da histĂłria e foram divisores de ĂĄgua: JosĂ©, MoisĂ©s, JosuĂ©, GideĂŁo, Davi, SalomĂŁo, JosafĂĄ, Ezequias, Josias, Daniel, Neemias. Esses homens exercem o poder pĂșblico com lisura, honradez e sabedoria. 4. Aristoteles afirma que o homem Ă© um ser polĂtico. O homem pode ser apartidĂĄrio, mas nunca apolĂtico. Tentar ser apolĂtico Ă© cair no escapismo. 5. Politicamente podemos classificar as pessoas em: 1) alienadas; 2) conscientizadas; 3) engajadas. II. A POLĂTICA NA HISTĂRICA BĂBLICA 1. No Velho Testamento – Do Patriarcado Ă Monarquia. Do Reino Unido ao Reino Dividido. 2. No Novo Testamento – Os partidos nos dias de Jesus: 1) Fariseus; 2) Saduceus; 3) Herodianos; 4) Zelotes; 5) EssĂȘnios. O ensino social de Jesus (parĂĄbola do Samaritano). Jesus confronta Herodes. A doutrina social de Paulo e Tiago. 3. A igreja e a polĂtica na Idade Antiga – Os imperadores 4. A igreja e a polĂtica no tempo dos Reformadores – A Ă©tica social de Calvino 5. A questĂŁo da Modernidade e da PĂłs Modernidade como favor de corrupção dos valores. 6. A supremacia dos valores da Reforma em relação aos padrĂ”es romanistas – “Do futuro dos povos catĂłlicos.” III. PRINCĂPIOS DE DEUS QUE DEVEM REGER A POLĂTICA 1. O povo de Deus precisa ter critĂ©rios claros na escolha de seus representantes– Dt 17:14-20 Pessoas apontadas por Deus e nĂŁo pessoas estranhas. Pessoas que nĂŁo se dobrem diante da sedução do PODER, SEXO, DINHEIRO. 2. O povo de Deus nĂŁo deve ser omisso, mas lider na questĂŁo da polĂtica – Dt 28:13. A atitude de omissĂŁo nĂŁo corresponde aos princĂpios de Deus nem Ă expectativa de Deus. O cristĂŁo preparado estĂĄ em vantagem para governar – Pv 28:5; 26:1 O cristĂŁo nĂŁo pode associar-se com pessoas inescrupulosas – Sl 94:20; Pv 25:26. 3. O povo de Deus precisa votar em represetantes que amem a justiça – Pv 31:8,9. O povo nĂŁo estĂĄ trabalhando em favor do polĂtico, mas o polĂtico em favor do povo. O polĂtico precisa olhar com especial atenção para os pobres e necessitados, ou seja, precisa ter um polĂtica social humana e justa. IV. O PERFIL DE UM POLĂTICO SEGUNDO OS PRINCĂPIOS DE DEUS 1. Vocação – John Mackay diz a distribuição de vocaçÔes Ă© mais importante do que a distribuição de riquezas. Calvino entendia que o poder civil Ă© uma sacrossanta vocação. HĂĄ pessoas dotadas e vocacionadas para o poder pĂșblico. Uma pessoa nĂŁo estĂĄ credenciada para ser um bom candidato apenas por ser evangĂ©lica. Exemplo: JosĂ© do Egito – Sempre foi lĂder em casa, na casa de Potifar, na prisĂŁo, no trono. 2. Preparo intelectual – O lider polĂtico precisa ser uma pessoa preparada. Ele precisa ter independĂȘncia para pensar, decidir e lutar pelas causas justas. Ele nĂŁo pode comer na mĂŁo dos outros. Ele nĂŁo pode ser um refĂ©m nas mĂŁos dos espertos. Exemplo: MoisĂ©s – MoisĂ©s se preparou 80 anos para servir 40. Ele aprendeu a ser alguĂ©m nas Universidades do Egito. Ele aprendeu a ser ninguĂ©m nos Desertos da Vida. Ele aprendeu que Deus Ă© Todo-Poderoso na liderança do povo. 3. CarĂĄter incorruptĂvel – A maioria dos polĂticos sucumbem diante do suborno, da corrupção e vendem suas consciĂȘncias. HĂĄ muitos polĂticos que sĂŁo ratazanas, sanguessuga. HĂĄ muitos polĂticos que sĂŁo lobos que devoram o pobre. HĂĄ muitos polĂticos que decretam leis injustas. O polĂtico precisa ser honesto e irrepreensĂvel. Exemplo: Daniel – Ele era sĂĄbio. Ele era lĂder. Ele era incorrupto. Ele era piedoso. Ele nĂŁo era vingativo. Um exemplo oposto Ă© ABSALĂO. Ele era demagogo e capcioso. Ele furtava o coração das pessoas com falsas promessas. 4. Coragem para se envolver com os problemas mais graves que atingem o povo – O polĂtico nĂŁo pode ser uma pessoa covarde e medrosa. Ele precisa ser ousado. Neemias Ă© o grande exemplo: 1) Ele ousou fazer perguntas; 2) Ele se viu como resposta de Deus resolver os problemas do seu povo; 3) Ele agiu com prudĂȘncia e discernimento; 4) Ele mobilizou o povo para engajar-se no trabalho com grande tato; 5) Ele enfrentou os inimigos com prudĂȘncia. Exemplo: Winston Churchil. 5. VisĂŁo – O polĂtico precisa ser um homem/mulher de visĂŁo. Ele precisa enxergar por sobre os ombros dos gigantes. Ele vĂȘ o que ninguĂ©m estĂĄ vendo. Ele tem a visĂŁo do passado, do presente e do futuro. Ele antecipa soluçÔes. Exemplo: JosĂ© do Egito, Calvino. Veja Pv 11:14. Ester esteve disposta a morrer pela causa do seu povo. 6. Tino Administrativo – HĂĄ polĂticos que sĂŁo talhados para o executivo e outros para o legislativo. Colocar uma pessoa que nĂŁo tem capacidade gerencial para governar Ă© um desastre. Exemplo: Neemias – ele revelou capacidade de mobilizar pessoas, resolver problemas, encorajar, e colocar as pessoas certas nos lugares certos para alcançar os melhores resultados. 7. Capacidade de contornar problemas aparentemente insolĂșveis – O lĂder Ă© alguĂ©m que vislumbra saĂdas para problemas aparentemente insolĂșveis. Exemplo: Davi – 1) Ele viu a vitĂłria sobre Golias quando todos sĂł olhavam para derrota; 2) Ele ajuntou 600 homens amargurados de espĂrito e endividados e fez deles uma tropa de elite; 3) Ele reanima-se no meio do caos e busca força para reverter situaçÔes perdidas – 1 Samuel 30:6. 8. NĂŁo temer denunciar os erros dos poderosos – Samuel denunciou os pecados de Saul (1 Sm 15:10-19). NatĂŁ nĂŁo se intimidou de denunciar o pecado de Davi. JoĂŁo Batista denunciou Herodes. CONCLUSĂO 1) Como votar? Devemos escolher um candidato pela sua vocação, preparo, carĂĄter, compromisso com o povo e propostas: HĂĄ coisas bĂĄsicas: saĂșde, educação, emprego, segurança, moradia, progresso. Se temos pessoas evangĂ©licas com esse perfil, demos a elas prioridade em nosso voto. Mas seria irresponsabilidade votar numa pessoa apenas por ser evangĂ©lica se ela nĂŁo tem essas credenciais. 2) Como fiscalizar? A igreja Ă© a consciĂȘncia do Estado. Ela exerce voz profĂ©tica. Ela precisa votar e acompanhar e cobrar dos seus representantes posturas dignas, sobretudo nos assuntos de ordem moral e social: casamentos gays, aborto, etc. 3) Como encorajar? A BĂblia nos ensina a interceder, honrar e obedecer as autoridades constituĂdas. Autor: Reverendo Hernandes Dias Lopes. |
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