“E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o Diabo” (Hb 2.14).
VERDADE PRÁTICA
Não podemos viver como se a nossa vida estivesse nas mãos do Diabo. Somente Deus tem o absoluto comando de todas as coisas.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Ef 4.27 Não devemos dar lugar ao Diabo
Terça — 1Tm 3.6 A soberba é o pecado do Diabo
Quarta — Hb 2.14 Cristo veio aniquilar o império do Diabo
Quinta — Tg 4.7 O Diabo tem de ser resistido
Sexta — 1Pe 5.8 O Diabo anda como leão
Sábado — Ap 20.10 O Diabo será lançado no lago de fogo
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Jó 6.1-10.
1 — Então, Jó respondeu e disse:
2 — Oh! Se a minha mágoa retamente se pesasse, e a minha miséria juntamente se pusesse numa balança!
3 — Porque, na verdade, mais pesada seria do que a areia dos mares; por isso é que as minhas palavras têm sido inconsideradas.
4 — Porque as flechas do Todo-Poderoso estão em mim, e o seu ardente veneno, o bebe o meu espírito; os terrores de Deus se armam contra mim.
5 — Porventura, zurrará o jumento montês junto à relva? Ou berrará o boi junto ao seu pasto?
6 — Ou comer-se-á sem sal o que é insípido? Ou haverá gosto na clara do ovo?
7 — A minha alma recusa tocar em vossas palavras, pois são como a minha comida fastienta.
8 — Quem dera que se cumprisse o meu desejo, e que Deus me desse o que espero!
9 — E que Deus quisesse quebrantar-me, e soltasse a sua mão, e acabasse comigo!
10 — Isto ainda seria a minha consolação e me refrigeraria no meu tormento, não me poupando ele; porque não repulsei as palavras do Santo.
PONTO DE CONTATO
Discuta com a turma acerca do perigo, muito comum hoje em dia, de tentarmos negociar com Deus tanto assuntos de ordem material quanto espiritual. A fé no Altíssimo é incondicional. Não podemos amar e servir a Deus impondo-Lhe condições. Devemos amá-Lo a despeito delas. Veja o que diz Habacuque 3.17.
OBJETIVOS
Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:
Explicar o significado da palavra Satanás.
Enumerar as características do dualismo.
SÍNTESE TEXTUAL
Como Adversário, a principal função do Diabo é acusar o crente diante de Deus. A narrativa do livro de Jó atesta o fato de que ele, o Diabo, apresenta-se perante Deus para desafiá-Lo contestando a conduta do crente fiel.
Devemos estar atentos, vigiando sempre e aguardando o dia da batalha final, quando ele será vencido para sempre e não poderá mais importunar os filhos de Deus como registra Apocalipse 12.7-12 com destaque para o versículo 10.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Escreva no quadro-de-giz algumas frases que evidenciam o sofrimento de Jó e sua súplica por justiça. A seguir peça aos alunos que tentem explicar o significado de cada sentença. Por exemplo:
1) Jó disse que se suas mágoas e misérias fossem pesadas numa balança sua carga seria maior que o da areia dos mares (v.3).
2) Jó sentia-se como um homem cujo corpo estava crivado de flechas envenenadas disparadas por Deus (v.4).
3) Jó havia perdido o gosto pela vida. Isto fica claro quando fala da repugnância de se comer uma comida sem sal (v.6).
Outras frases poderão ser destacadas.
Debata ainda com seus alunos: Estaria o Todo-Poderoso tratando o patriarca como seu inimigo? Seria Deus o autor de seus sofrimentos? Tinha Jó razão em seus ressentimentos ou estaria queixando-se sem motivos (v.5)?
INTRODUÇÃO
Ao contrário dos dramas produzidos pelos antigos gregos e romanos, o antagonista, no relato histórico e real de Jó, nem merece tal epíteto; é o personagem que menos significância possui. Tanto é que o patriarca, em todos os seus discursos, não se refere ao Diabo uma única vez. No entanto, o adversário existe, e a sua missão é matar, roubar e destruir (Jo 10.10). E não devemos menosprezar-lhe os ardis; combatamo-lo com a autoridade que temos na Palavra de Deus.
Conquanto não ignorasse a existência de Satanás, sabia Jó perfeitamente que o maligno nada intentará contra os fiéis sem a expressa permissão do Todo-Poderoso. Por conseguinte, não temos de ficar ansiosos nem amedrontados: nossas vidas acham-se escondidas em Cristo (Cl 3.3). Ainda que o mesmo inferno se levante contra nós, mal algum nos haverá de acometer sem que Deus o permita. Aleluia!
I. O DIABO INTROMETE-SE NAS REGIÕES CELESTES
Jó é um dos livros da Bíblia que mais nos mostra como age o Diabo nas regiões celestes. Embora expulso de lá (Ez 28.16), apresenta-se ele, de quando em quando, diante do Senhor, a fim de acusar os santos. É o que inferimos de Apocalipse 12.10 e das porções de Jó que vimos estudando. A Palavra de Deus declara, mas não esclarece, o mistério da permissão divina quanto ao acesso de Satanás às regiões celestiais. Certamente isso reflete o contido em Deuteronômio 29.29.
1. Satanás calunia Jó diante de Deus. Em duas ocasiões distintas, imiscui-se o Diabo no céu para desafiar a Deus quanto à fidelidade, à retidão e à postura de Jó (1.6; 2.1). Certamente o inimigo já vinha caluniando-o há bastante tempo por haver concluído fosse-lhe a integridade uma mera transação comercial. Ora, se o patriarca recebia tanto de Deus, por que não lhe ser fiel? Então, recebe o adversário permissão do Senhor para destruir tudo quanto Jó possuía. E, assim, passa a arruinar o varão de Uz; num único dia, arruina-o completamente.
Como não conseguisse induzir Jó à apostasia, conclui o adversário que, cancerando-o do alto da cabeça à sola dos pés, iria o patriarca, indubitavelmente, blasfemar do santo nome de Deus (Jó 2.4,5). Uma vez mais demonstra o Diabo pouco entender da atuação da natureza divina na vida de um homem que, sem reservas, entregara-se ao Senhor. Mesmo reduzido ao desprezo humano, Jó adora a Deus (Jó 2.10).
2. Jó envergonha o adversário. Acredito que, desde o dilúvio, não havia o tentador ainda se deparado com alguém tão íntegro e reto quanto Jó. Seria possível um outro Abel? Um novo Enoque? Ou um sósia de Noé? Como o demônio estava enganado! Estava ali um homem com o amor e o desprendimento de Abel, com a resolução de Enoque e com a inteireza de Noé. Era o patriarca um dos varões mais piedosos de todos os tempos (Ez 14.20). Além disso, contava ele com o testemunho do próprio Deus (Jó 2.3).
II. JÓ TIRA SATANÁS DE CENA
De uma feita, alguns literatos reunidos na universidade inglesa de Oxford, puseram-se a debater acerca do Livro de Jó. Entre outras coisas, disseram que somente um gênio semelhante ao de William Shakespeare poderia ter produzido uma obra semelhante àquela. Todavia, duas coisas intrigavam-nos. Ao contrário das peças de Shakespeare, tem o Livro de Jó um final surpreendentemente feliz. Além disso, como explicar o fato de o antagonista da história desaparecer logo no terceiro capítulo?
Outro dramaturgo trabalharia o antagonista até o epílogo. No entanto, o autor sagrado mostra que, mesmo com o Diabo fora de cena, a história não perde o ritmo nem o clímax. Ao contrário: ganha intensidade e beleza.
Após o capítulo dois, só temos uma inferência ao Diabo: “Então, um espírito passou por diante de mim; fez-me arrepiar os cabelos da minha carne; parou ele, mas não conheci a sua feição” (Jó 4.15,16). Esta observação, todavia, não é de Jó; pertence a Elifaz que, vindo para consolar o patriarca, fora influenciado pelo maligno para atribulá-lo.
Nenhuma referência faz Jó ao adversário. No auge da dor, atribui todo o seu sofrimento ao Todo-Poderoso:
“Porque as flechas do Todo-Poderoso estão em mim, e o seu ardente veneno, o bebe o meu espírito; os terrores de Deus se armam contra mim. E que Deus quisesse quebrantar-me, e soltasse a sua mão, e acabasse comigo! Isto ainda seria a minha consolação e me refrigeraria no meu tormento, não me poupando ele; porque não repulsei as palavras do Santo” (Jó 6.4,9,10).
Jó estava ciente de que o Todo-Poderoso se achava no comando de quanto existe no Universo. E se o adversário investe-se contra os santos e, momentaneamente, prevalece, é porque o Senhor lho permite. Então, por que se ocupar com o inimigo se Deus a tudo controla, inclusive o Diabo.
III. A ATITUDE DE JÓ NÃO ERA DUALISTA
Muitos são os crentes que, inconscientemente, professam o dualismo. Segundo esta doutrina, há no Universo duas forças opostas que se encontram em permanente conflito: o bem e o mal. Esta luta só haverá de chegar ao fim, quando o primeiro triunfar sobre todos os resquícios do segundo. Se nos afinarmos por esta teologia, estaremos acreditando que o Diabo é tão poderoso quanto Deus. E se o Senhor ainda não o destruiu é porque não teve condições de fazê-lo.
1. Deus é único. Em primeiro lugar, só há um Todo-Poderoso em todo o Universo: Deus. Sendo Ele Único e Verdadeiro, criou tudo quanto existe, inclusive o ungido querubim que, por desviar-se da verdade, transformou-se no Diabo (Ez cap. 28). Quisesse Deus, poderia havê-lo destruído no exato momento em que ele desafiou-o nos céus. O Senhor, porém, sendo a própria justiça, possui um tempo determinado para tratar com cada uma de suas criaturas morais. Que o Inimigo será lançado no lago de fogo, não há dúvida; todavia, haverá de sê-lo no momento apropriado até que todo o processo da justiça divina seja devidamente concluído (Mt 25.41; Ap 12.12; 20.10).
2. A luta contra o Diabo. O dualismo é carente de fundamentos porque, na verdade, quem tem de lutar contra Satanás não é Deus, e, sim, os crentes (Tg 4.7). Nesta luta, entretanto, não estamos sós. O Senhor Jesus enviou o Consolador, a fim de confortar-nos em todo o transe (1Jo 4.4). E as armas espirituais que Ele nos colocou à disposição? (Ef 6.10-19).
3. A falácia do dualismo. Temos de nos haver com muito cuidado para não cairmos nas sutis ciladas do dualismo. Existe apenas um só Deus subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Houvesse mais de um Deus: o Bem e o Mal, como muitos o creem, ambos deixariam de ser Deus, porque ambos mutuamente se excluiriam. Foi por isso que Jó ignorou o Diabo; este, apesar de ser chamado de o deus deste século, nunca foi Deus nem jamais o será: não passa de uma criatura orgulhosa e soberba que, presumindo-se deus, levantou-se contra o Único e Verdadeiro Deus. Mas, em breve, será ele lançado no lago de fogo. Quanto a nós, estaremos para sempre com o Senhor! Aleluia!
Satanás é chamado de “deus deste mundo” em 2Co 4.4; não do Universo; e “mundo”, nesta referência ( aion ), trata-se de uma era moral e dos seus padrões de procedimentos pecaminoso e ímpio.
CONCLUSÃO
Muitos são os crentes que, embora acreditem no Deus Único e Verdadeiro, na prática são dualistas. Acham eles que Deus se acha envolvido numa guerra cósmica e ininterrupta contra o adversário, e que, quando tiver condições, acabará por destruí-lo. Ora, quem tem de lutar contra o adversário somos nós, e o fazemos em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo (Hb 2.14). Ler Efésios 6.10-12, destacando o verso 10.
E o que dizer daqueles que temem os trabalhos de macumba? Supõem possuir o Diabo suficiente poder para arruinar a herança de Cristo. Nenhuma dessas coisas tem valor algum contra o povo de Deus: “Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel” (Nm 23.23). Assim como Balaão não conseguiu amaldiçoar a Israel, nenhum poder das trevas prevalecerá contra os que se escondem em Cristo.
Subsídio Teológico
“No prólogo do livro de Jó, questiona o Senhor no tocante à fidelidade de seu servo. E o Senhor dá-lhe licença para infligir os mais indescritíveis sofrimentos ao patriarca, ainda que dentro de certos limites. E este livro revela como Jó busca a Deus no meio das provações, e termina quando o Senhor lhe aparece de modo dramático (Jó 38). Por meio de uma série de perguntas, o Senhor leva Jó a aceitar o mistério da soberania divina sobre o mundo bem como sobre o mundo bem como sobre todos os assuntos da vida, por mais complexos que se mostrem. Só que, desta vez, o adversário não aparece. A verdade é que este não tem nenhum papel a desempenhar no Livro de Jó depois dos primeiros capítulos. Se Jó lutava, não era contra Satanás, mas com Deus.
Mesmo assim, Satanás e as forças das trevas não funcionam como mansos animais de estimação nas cortes celestiais, nem meramente como ferramentas do Senhor para provar a humanidade. Tanto em Gênesis quanto no prólogo de Jó, o adversário levanta genuína oposição contra a vontade de Deus à humanidade. O Livro de Daniel até retrata a batalha entre ‘o príncipe do reino da Pérsia’ e um mensageiro angelical enviado para ministrar ao profeta (Dn 10.13). Embora Daniel não tivesse nenhum papel a desempenhar na batalha, as forças sinistras, por trás do reino persa, levantam séria oposição contra a mensagem que Deus lhe enviava. Deus é soberano, mas essa soberania não elimina a oposição que Satanás move contra a sua vontade” (Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. CPAD, pp.203,204).
https://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2003/2003-01-06.htm
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