23 julho 2021

Eliú e a Teologia do Sofrimento-L11

 TEXTO ÁUREO

“O SENHOR prova o justo, mas a sua alma aborrece o ímpio e o que ama a violência” (Sl 11.5).

VERDADE PRÁTICA


Deus nos prova não porque desconheça nossa estrutura espiritual. Ele nos prova para que venhamos a nos conhecer melhor, e a fim de que cresçamos na graça e no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.

LEITURA DIÁRIA
Segunda — Dt 8.16 O Senhor prova a nossa obediência
Terça — Dt 13.3 O Senhor prova o nosso amor
Quarta — Pv 17.3 O Senhor prova os corações
Quinta — Zc 13.9 O Senhor nos prova para que o busquemos
Sexta — Rm 5.8 O Senhor prova o seu amor para conosco
Sábado — Tg 1.3 O Senhor nos prova para que sejamos pacientes

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Jó 36.1-11.
1 — Prosseguiu ainda Eliú e disse:
2 — Espera-me um pouco, e mostrar-te-ei que ainda há razões a favor de Deus.
3 — Desde longe repetirei a minha opinião; e ao meu Criador atribuirei a justiça.
4 — Porque, na verdade, as minhas palavras não serão falsas; contigo está um que é sincero na sua opinião.
5 — Eis que Deus é mui grande; contudo, a ninguém despreza; grande é em força de coração.
6 — Não deixa viver ao ímpio e faz justiça aos aflitos.
7 — Dos justos não tira os seus olhos; antes, com os reis no trono os assenta para sempre, e assim são exaltados.
8 — E, se estão presos em grilhões e amarrados com cordas de aflição,
9 — então, lhes faz saber a obra deles e as suas transgressões; porquanto prevaleceram nelas.
10 — E revela isso aos seus ouvidos, para seu ensino, e lhes diz que se convertam da maldade.
11 — Se o ouvirem e o servirem, acabarão seus dias em bem e os seus anos, em delícias.

PONTO DE CONTATO
Discuta com os alunos as definições de prova e castigo. Qual a diferença entre elas? O sofrimento vem de Deus? Por que o crente fiel sofre? De onde provém o sofrimento? Todo sofrimento é consequência de pecado na vida? Como explicar o sofrimento infligido pela inveja? Fale sobre as diversas possibilidades de ataques que deságuam no sofrimento e conclua com o exemplo de Jó que experimentou a tribulação até às últimas consequências, recebendo o consolo ao final. Não se esqueça de refletir sobre a pouca idade de Eliú e sua ansiedade, como acontece com a juventude, em expor sua opinião supondo ele que soubesse realmente o que se passava.

OBJETIVOS
Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:
Distinguir a voz de Deus entre a sabedoria do idoso e a impetuosidade da juventude.
Resumir as arguições de cada um dos quatro amigos de Jó.

SÍNTESE TEXTUAL
Eliú, diferentemente de seus amigos, não põe em dúvida a integridade de Jó. Em lugar disto, expõe a teologia da prova. Jó não estava sofrendo por ter cometido alguma injustiça. Eliú deixa transparecer que Deus não prova para destruir, mas para aperfeiçoar. Guardadas as devidas proporções, o fiel sempre é provado até chegar à estatura de varão perfeito como escreve Paulo aos Efésios 4.13.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Abordando o tema da justiça divina, Eliú expõe o gracioso desígnio das aflições dos justos, exortando Jó a tirar proveito disso (36.1-25). No texto em estudo, Eliú caracteriza sua teologia como sendo a verdade completa (vv.2-4).

Considerando o exposto, destaque no quadro-de-giz duas das grandes verdades proferidas por Eliú em seu discurso. A seguir peça a seus alunos para tecerem um comentário sobre cada uma delas e se posicionarem, de acordo ou contra, justificando a posição escolhida.

1) A grandeza de Deus é uma grandeza de bondade e sabedoria (v.5), de justiça concedida imparcialmente e de graça dada abundantemente ao justo (vv.6,7).

2) As aflições convocam o justo a uma luta espiritual mais ardente e assim constituem mais eficiente de livramento do pecado e suas consequências (vv.8-10,15). Elas desaparecem quando seu propósito específico se realiza (v.11).

INTRODUÇÃO
Seremos apresentados, nesta lição, a um jovem teólogo chamado Eliú. Até este momento, mantivera-se ele calado, enquanto Jó e seus amigos terçavam armas em torno do sofrimento do justo. Mas, agora, quando ambas as partes parecem ter esgotado seus argumentos, resolve Eliú falar.

Acompanhe atentamente esta lição, e veja como será respondida a pergunta que vem você fazendo ao Senhor: “Por que o justo tem de sofrer?”.

I. QUEM FOI ELIÚ
1. Eliú, filho de Baraquel. Ao contrário dos outros personagens do Livro de Jó, incluindo o próprio patriarca, Eliú é o que possui a mais completa biografia. Até uma pequena genealogia temos dele. Era filho de Baraquel, e tinha por avoengo a Rão, pertencente ao clã dos buzitas — uma tribo que habitava a península da Arábia (Jó 32.2).

Em hebraico, Eliú significa Ele é o nosso Deus.

2. Eliú, o teólogo. Mesmo antes de Abraão e Moisés (os dois principais personagens da religião divina no Antigo Testamento), Eliú já reunia condições de apresentar, brilhantemente, as demandas divinas quanto ao aperfeiçoamento dos justos através da pedagogia da prova. Observe que o seu discurso quase que se confunde com o pronunciamento de Deus (42.7-9).

Em virtude de sua sabedoria, Eliú é apontado como um dos prováveis autores do Livro de Jó.

II. A TEOLOGIA DE ELIÚ
Ao invés de acusar a Jó, e duvidar de sua integridade, põe-se o jovem Eliú a apresentar uma teologia que, até aquele momento, não fora sequer cogitada.

1. A teologia da prova. Adiantando-se já em seu discurso, exclama Eliú: “Pai meu! Provado seja Jó até ao fim” (Jó 34.36a). Que palavra mais dura! Não fora o patriarca suficientemente provado? No entanto, Jó teria de saber ainda que, qual barro nas mãos do oleiro, não lhe caberia questionar as ações de Deus (Rm 9.21). Por mais dura e insuportável que lhe fosse aquela prova, caber-lhe-ia entender que, atrás de todo cadinho e de todo crisol, esconde o Senhor um grande, maravilhoso e insondável propósito.

2. A pedagogia da prova. Por intermédio daquela provação, haveria Jó de compreender, de igual modo, estar sendo provado não porque fosse injusto, e, sim: por ser justo e íntegro. Fosse injusto, Deus não o haveria de provar; castigá-lo-ia. A prova divina é para aqueles que, guiados pela graça, encaminham-se para a perfeição (Sl 11.5).

Jó teve condições, até este momento, de rebater seus três amigos; os argumentos destes eram, apesar das aparências, simplórios e inconsistentes (Jó 16.3). No entanto, como repelir a verdade? Não disse Paulo que nada podemos contra a verdade a não ser pela mesma verdade? (2Co 13.8). Embora o melhor dos homens, ainda tinha muito a percorrer no caminho da perfeição espiritual (Fp 3.12-15). Mais tarde, após ouvir o monólogo do Senhor, o patriarca mesmo reconhecerá as imperfeições de seu relacionamento com o Todo-Poderoso.

Se você está sofrendo, não se desespere! Deus lhe está provando a fé, a fim de que tenha você uma vida espiritual mais abundante. Somente Ele sabe como educar-nos através daquele crisol que depura e refina o ouro.

III. TODOS SOMOS PROVADOS POR DEUS

Que homem de Deus ainda não foi provado? Todos temos o nosso quinhão de prova. Uns são provados quanto à sua obediência; outros, sobre o seu temperamento; estes, com respeito ao apego aos bens terrenos; aqueles, respeitante ao amor à família, a fim de que esta não tome o lugar do Todo-Poderoso; estoutro, no que concerne à sua visão do Reino. De uma forma ou de outra, somos provados. Aleluia!


1. A medida da prova. Deus não nos prova, a fim de nos destruir. Pois Ele nos conhece as limitações (1Co 10.13); não nos ignora a fragilidade da estrutura; sabe que somos pó (Sl 103.14; Sl 139.1-3). Por isso, administra-nos as suas provas, a fim de que venhamos a alcançar a medida de perfeitos varões (Ef 4.13).

Ora, se Deus não nos quer destruir, então por que permite Ele que tenham alguns de seus santos mortes violentas? (At 12.2) É que Deus, em sua inquestionável soberania, não prepara apenas heróis; também levanta mártires, a fim de que, através destes, sejamos fortalecidos na fé: “Uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos a fio de espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (homens dos quais o mundo não era digno)” (Hb 11.35-38). Além do mais, tem o Senhor prazer na morte de seus santos (Sl 116.15).

Não são poucos os pais que, diante da perda de seus filhinhos, perguntam: “Não podias tu, Senhor, ter preservado a vida ao meu filho?”. Acontece que, amando-nos Deus como nos ama, prefere Ele que choremos a morte de um ente querido a que lhe lamentemos a sorte. É triste? Todavia, até mesmo na tristeza o Senhor nos surpreende com a sua alegria. Aleluia!

2. A prova que consola. Escrevendo aos coríntios, diz Paulo que somos atribulados, a fim de que, experimentando as consolações do Espírito, possamos administrar as mesmas consolações àqueles que, neste momento, acham-se em desespero (2Co 1.4). Assim é a tribulação do crente — uma tribulação que consola; uma prova que conforta.

CONCLUSÃO
Jesus Cristo, embora verdadeiro Deus, foi submetido às mais insuportáveis provas. Fez-se homem; tomou a nossa forma; colecionou-nos as dores todas (Is 53.3). E já no Calvário, ergueu-se como o nosso perfeitíssimo representante e medianeiro junto ao Pai Celeste (Hb 4.15). Por isso, consola-nos Ele: “No mundo tereis aflições; tende bom ânimo: eu venci o mundo” (Jo 16.33).

Estivera Eliú aqui, ensinar-nos-ia a paciência nas tribulações; através destas é que iremos aperfeiçoando-nos na graça e no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Prezado irmão, aceite esta prova; o refrigério não lhe faltará. Louvado seja o Cordeiro de Deus!

Subsídio Teológico

“Em 1 Pedro 1.7, Pedro utiliza ilustração terrena para mostrar quão valiosa é, como fonte de alegria, a fé que já foi devidamente provada. Ele diz que é ‘muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo’. Nos tempos bíblicos, o ouro era moldado numa variedade de objetos práticos, além de decorativos. Era o metal mais altamente valorizado, servindo também de padrão para todas as transações financeiras (Até mesmo nos tempos modernos, até a década de 1930, os Estados Unidos e outras nações industrializadas usavam o padrão-ouro. Nesse sistema, a moeda de um país tem o valor medido em ouro, podendo ser trocada por ouro). Desta forma, Pedro escolheu um artigo que seus leitores reconheceriam imediatamente como o mais valioso metal, e afirma que mesmo que o ouro fosse trabalhado pelo fogo até atingir o mais alto grau de pureza, ainda assim não seria tão precioso quanto uma fé provada. O ouro, mesmo o mais puro, simplesmente não passa na prova da eternidade. Mas, a nossa fé passa” (O Poder do Sofrimento. John MacArthur Jr., CPAD, p.120).

https://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2003/2003-01-11.htm

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