TEXTO ÁUREO
“Sobrevieram-me pavores; como vento perseguem a minha honra, e como nuvem passou a minha felicidade” (Jó 30.15).VERDADE PRÁTICA
A verdadeira felicidade vai além das posses materiais; inclui, necessariamente, as riquezas de natureza espiritual. Jesus é o nosso mais precioso bem!
Segunda — Sl 1.1A verdadeira felicidade
Terça — Sl 128.2 A verdadeira felicidade doméstica
Quarta — Sl 34.8 A base da felicidade é confiar em Deus
Quinta — Sl 84.5 A felicidade é ter em Deus a nossa força
Sexta — Sl 94.12 Felicidade é ser disciplinado pelo Senhor
Sábado — Sl 112.1 Felicidade é temer a Deus
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 8.31-39.
31 — Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?
32 — Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?
33 — Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.
34 — Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.
35 — Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?
36 — Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro.
37 — Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.
38 — Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir,
39 — nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!
PONTO DE CONTATO
Inicie a aula conversando com seus alunos sobre coisas que os deixem inquietos, ansiosos. O que mais os incomoda em relação à vida ou especificamente à família? Eles sentem-se preocupados em relação ao seu futuro? Pensam que podem determinar seu destino? Faça-lhes compreender que a função dos pais é, apenas, orientar o crescimento e desenvolvimento de seus filhos. Segurança perfeita somente Deus pode proporcionar.
OBJETIVOS
Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:
Explicar as causas dos temores de Jó.
Descrever os problemas que Jó enfrentava em sua família.
Citar os nomes dos quatro amigos de Jó e suas procedências.
SÍNTESE TEXTUAL
Prosperidade era a palavra chave na abundante vida de Jó. Entretanto, uma constante inquietação o afligia. Possíveis prenúncios do que se abateria sobre ele mais tarde: Perda sucessiva de tudo o que lhe era precioso, desde os bens materiais até o amor de sua mulher e a consideração de seus amigos.
Se a prosperidade permeava sua vida, a firmeza em Deus predominava muito mais e, por causa dela, sua fé prevaleceu contrariando todas as agruras a que esteve sujeito enquanto sofria.
Fé é assim. Sustenta o cristão em meio às mais contundentes adversidades, porque Deus não desampara os que lhe são queridos e pautam suas vidas no temor do Senhor.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Muitos aparentam estar seguros, firmes e confiantes diante da vida. A impressão que temos é que tais pessoas são de outra natureza e não carne e osso como nós. Bom seria se elas de fato fossem fortes e destemidas como se mostram à primeira vista. Entretanto, mal lhes sobrevêm os reveses e já deixam transparecer suas reais fragilidades, incertezas e temores. Apesar de Jó ser piedoso e fiel a Deus, também teve medo. Ao ser provado, viveu momentos de hesitação e ansiedade. Nossa verdadeira força está em Deus. Ele é a rocha da nossa salvação e fortaleza na hora da angústia.
Pergunte a seus alunos se algum dia já “forçaram a barra” a fim de parecerem fortes diante de alguma situação difícil. E como se sentiram ao constatarem sua total dependência de Deus.
INTRODUÇÃO
Tudo ia bem com Jó. A esposa e os filhos eram o retrato da felicidade. Seus bens alongavam-se naquelas terras que não tinham começo nem fim. Os rebanhos e manadas, sempre nédios e fortes. Cada um de seus empreendimentos dava-lhe certo. O dinheiro? Não havia operação cambial que o desvalorizasse. Quanto a gente a seu serviço, aplicava-se esta fiel e zelosamente no crescimento de suas muitas empresas.
Enfim, não podia haver homem mais abastado e próspero! (1.3). Amigos e admiradores não lhe faltavam. Era o patriarca reverenciado como se fora o mais assinalado dos príncipes (29.7-10).
Apesar das aparências, começava Jó a viver um drama silencioso e quase imperceptível aos que, de fora, o observavam. Mas o Senhor, atento a tudo, achava-se prestes a mudar-lhe radicalmente o curso da vida (Rm 8.35).
I. A FELICIDADE QUE TRAZ TEMORES
Mesmo cercado de tantas venturas, tinha Jó os seus temores e receios. Ele mesmo o confessa: “Por que o que eu temia me veio, e o que receava me aconteceu?” (Jó 3.25).
1. O medo de Jó. Quais os temores do patriarca? Temia viessem a lhe faltar os haveres? Ou os filhos? Ou que a esposa, num repente de provação, perdesse a fé em Deus? Ou que o Todo-Poderoso o abandonasse? De qualquer forma, o medo traz as suas penas (1Jo 4.18). E o Senhor não queria que estivesse o seu servo dominado por tais pensamentos.
2. Lançando sobre Deus as ansiedades. Estará você atormentado por algum medo? Teme que o seu mundo, tão belo e perfeito, venha a desaparecer como se tudo não passasse de sonho?
Se você se deixa prender por esses temores, o seu mundo não é belo nem perfeito; é o mais feio e imperfeito dos universos. Aprenda com Paulo a entregar todas as suas ânsias ao Senhor Jesus. Embora prestes a ser executado pelas autoridades de Roma, exortou os seus leitores a se manterem placidamente em Cristo: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4.6).
Se as lutas o envolverem, Deus é a sua vitória. Se as lágrimas lhe banharem o rosto, Ele é o seu consolo. Em meio à mais renhida peleja, a sua proteção não lhe faltará. Portanto, não se deixe abater pelo medo! Eis o que aconselha Pedro: “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1Pe 5.7).
II. A APARENTE FELICIDADE DE JÓ EM SEU LAR
Apesar de se mostrar bem constituída, a família do patriarca já havia sido contaminada pelo vírus da desunião e da apostasia. Não estaremos nós, também, às voltas com problemas semelhantes? Vejamos como se encontrava o seu lar.
1. Os filhos de Jó. Periodicamente, eles se reuniam nas casas uns dos outros para se banquetearem. Não sabemos o que se passava naquelas festas que, segundo o texto bíblico, durava um certo turno de dias (Jó 1.5). Mas Jó estava ciente de que seus filhos corriam sério perigo. Pois, ao invés de adorarem a Deus, ajuntavam-se certamente para festejar os deuses e ídolos da gente pagã que os rodeava.
Terminados os festins, levantava-se o patriarca de madrugada, a fim de interceder por seus filhos. Ele temia que estes, no auge da exaltação, acabassem por blasfemar o nome de Deus.
Tem você se preocupado com o que os seus filhos fazem longe de suas vistas? Eles carecem de seus conselhos e orações. Não transija com os seus deveres paternos. Você é responsável pela alma de cada um de seus filhos, sejam eles crianças, sejam adolescentes, quer jovens, quer adultos. A maioridade deles não o isenta de suas responsabilidades.
2. A esposa de Jó. Se os filhos de Jó assim procediam, como não lhe andava a esposa? Ele mesmo chegou a descrevê-la como “qualquer doida” (Jó 2.10). Chegara ela, de fato, a converter-se ao Senhor, ou acostumara-se a usufruir os bens divinos como se não passassem estes de coisas banais? Talvez seu amor pelo marido não fosse tão intenso e verdadeiro. Pois na hora da provação sugeriu-lhe, inclusive, a eutanásia: “Amaldiçoa a Deus e morre” (Jó 2.10). Embora não lhe menosprezemos as angústias, somos levados a concluir que ela jamais experimentara um encontro real e marcante com o Senhor.
Querida irmã, qual tem sido a sua postura nas provações? A de uma doida, ou a de uma sábia esposa que se desfaz em oração e jejum na edificação espiritual e moral de sua casa? (Pv 14.1). Marido, e a sua esposa? Já teve uma genuína experiência com Cristo?
3. Jó, um homem ilhado no próprio lar. Encontrava-se o patriarca ilhado em sua própria família; isolado no próprio lar. Jó, um refém na própria casa! Entretanto, Deus a tudo via, e estava prestes a intervir, dolorosamente, naquela situação. Até esse momento, Jó não tivera ainda a ventura de dizer: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15). E você que estuda esta lição?
III. A APARENTE LEALDADE DOS AMIGOS DE JÓ
O rico não precisa de esforço para ter amigos; eles simplesmente aparecem (Pv 14.20). Não estamos a duvidar da sinceridade daqueles homens que, tão logo souberam da desdita do patriarca, dispuseram-se a consolá-lo. Todavia, Elifaz, Bildade e Zofar vinham, de há muito, colocando em suspeição a integridade da fé que Jó professava no Todo-Poderoso. É o que se infere de seus discursos.
1. Amigos insensíveis. No auge de sua angústia, o patriarca chegou a classificá-los de consoladores molestos (Jó 16.2). Antes, como se comportavam eles? Talvez até bajulassem a Jó. Vindo a crise, porém, demonstraram indelicadezas e falta de sabedoria para entender as provações que consumiam o mais sincero e piedoso homem daquela época (Rm 8.34).
2. Como tratar os amigos? Seus amigos não são perfeitos. Entretanto, são seus amigos. E Deus tem um plano na vida de cada um deles. Os amigos de Jesus também não eram perfeitos. Ele foi negado por um, traído por outro e, no jardim da agonia, abandonado por todos. Amava-os, contudo, com o mais terno e intenso dos amores.
Amigo não é sinônimo de perfeição; é um substantivo que temos de encaixar na sintaxe de nossa paciência e na conjugação de nosso amor. Por isso, suporte-os, como eles o suportam, porque você também não é perfeito.
IV. A COMUNHÃO INCOMPLETA DE JÓ PARA COM DEUS
Conforme testemunhara o próprio Deus, não havia em toda a terra homem tão íntegro e tão perfeito quanto Jó. Sua fé, contudo, ainda não havia ultrapassado o terreno da contemplação. Mais tarde, ele mesmo o confessará (Jó 42.5).
Requer Deus tenhamos um continuado crescimento espiritual (Os 6.3). Isto significa conhecê-lo experimentalmente. Então, por que iria você se conformar com um mero conhecimento teórico? A fim de que venhamos a desenvolver-nos na graça, submete-nos Ele ao crisol das provas. Todavia, jamais nos abandonará, pois conhece a fragilidade de nossa estrutura (Sl 103.14). Ele não permitirá que as provações nos ultrapassem as forças. Consolemo-nos nestas palavras de Paulo: “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar” (1Co 10.13). Ler Romanos 8.36,37.
Como você conhece a Deus? Teórica ou experimentalmente? Isto não significa, todavia, devamos colocar a experiência acima da Palavra de Deus. Implica em desfrutar a presença divina não apenas nos momentos de bonança, mas principalmente nas agruras e na dor (Sl 119.71).
CONCLUSÃO
A felicidade de Jó não era perfeita nem completa. Todavia, como Deus muito o amasse, desejava que seu filho fosse em tudo completo e perfeito. Não bastassem os problemas referidos, ainda havia o adversário que, com suas insistentes calúnias e acusações levianas, vinha colocando em dúvida a integridade de Jó. Foi por isso que o Senhor permitiu caíssem todas aquelas calamidades sobre o patriarca. Não queria o Todo-Poderoso brincar com o seu servo nem agir com ele de modo gratuito e irresponsável; visava, antes de mais nada, o seu aperfeiçoamento espiritual (Rm 8.31-39).
Neste momento, talvez esteja você passando pelas mais ardentes provações como se coisa estranha lhe estivesse acontecendo (1Pe 4.12). Você ainda não sabe porque se acha envolto em tantas lutas; sem estas, entretanto, jamais chegará à estatura de varão perfeito (Ef 4.13).
Subsídio Teológico
“Há momentos em que a vida cristã não é acompanhada de grandes emoções; é quando elas parecem ter nos abandonado. Chegamos até achar que Deus não quer saber mais de nós. É verdade que isso é facilmente aceito e assumido quando a presença constante do pecado no nosso viver diário é irrefutável. Mas, quando não se perceberam manchas no viver cristão, o que dizer?
Nem sempre ausência de emoções na fé significa pecado ou abandono de Deus. Às vezes, é Deus provando a nossa fé, as nossas convicções. Não afirmo com isso que Ele nos prova para conhecer-nos melhor. Deus já nos conhece. A prova de Deus em nossa vida tem motivações diferentes. Ele nos prova com o intuito de conhecermo-nos melhor para, consequentemente, procurarmos a perfeição nEle e, o que é principal, Ele nos prova para nós o conhecermos melhor. Somente nesse sentido podemos dizer que Deus prova as nossas convicções.
Podemos conferir isso na vida de Jó. Muitos pensavam que a aparente ausência de Deus, ou seja, a falta de emoções positivas ou de cenas ao redor que motivassem emocional e positivamente a fé, eram provas incontestes da presença de pecado que maculava o curriculum vitae espiritual de Jó; por isso surgiram as ‘catilinárias’ de seus ‘amigos’. Mas não era coisa alguma disso. Era Deus que aproveitava aquela situação para prová-lo. Observe, após a prova de fogo experimentada por ele, o que disse: ‘Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido (…) Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos’ (Jó 42.2,5).
Esses desertos emocionais servem para estreitamento do nosso relacionamento com Deus, servem para vermos que se pode viver com o Senhor sem o mimo de grandes emoções, servem para forjar, moldar e tornear um caráter inabalável. É Deus que exercita a nossa fé, a fim de amadurecê-la através desses ermos emocionais. Afinal, o justo não vive do que vê nem do que sente, mas pela fé, indiscutivelmente, pode sobreviver sem grandes emoções” (Reflexões Sobre a Alma e o Tempo, CPAD, pp.65,66).
https://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2003/2003-01-02.htm
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