"Ao saber que Jesus estava comendo na casa do fariseu, certa mulher daquela cidade, uma 'pecadora', trouxe um frasco de alabastro com perfume, e se colocou atrás de Jesus, a seus pés. Chorando, começou a molhar-lhe os pés com as suas lágrimas. Depois os enxugou com seus cabelos, beijou-os e os ungiu com o perfume."(Lucas 7.37-38)

Qual o segredo de tamanha gratidão revelada por essa mulher sem nome, a quem o fariseu Simão, e bem certamente os demais presentes, tratavam como 'pecadora'? O Amor. Algo que conhecemos pouco, que temos reduzido a mero sentimento humano e por isso volúvel e tão intenso quanto breve. Temos nos adaptado a acreditar no amor como algo que produzimos involuntariamente, como se fosse uma casualidade emocional. Muito diferente do que somos inspirados a entender a partir do Evangelho de Cristo, que nos anuncia o Deus que é amor, pois revela-se amando. No Evangelho o amor é o princípio que dignifica a vida. É mais que sentir, é uma escolha. Nele o amor não desorienta, orienta e dá nova direção à vida. Amar é a confirmação da fé no Deus que nos amou e no Cristo que, por amor, morreu por nós.

A gratidão é uma forma de amor e um sinal de sua presença. Quando assim é, a gratidão vai além do reconhecimento intelectual de um benefício pelo qual podemos dizer: agradecido! Vai além do reconhecimento emocional que nos leva a procurar retribuir, dispondo-nos a fazer algo para o outro. Quando a gratidão é expressão de amor ela nos compromete, nos sentimos ligados a quem somos gratos e queremos servir, não para pagar, mas para expressar gratidão e reconhecimento. É assim quando amor e gratidão estão juntos e quando estão assim, juntos, não podem ser separados. Aquela mulher estava nesse nível mais profundo. Ela queria honrar Jesus. Tudo que pudesse oferecer tudo que pudesse fazer, ela faria, como fez, pois seria menos do que o que seu coração cheio de amor ansiava como forma de agradecer. Para com Jesus, não há amor se não há gratidão e nenhuma gratidão é adequada se não for aquela que o amor produz.

Não poderia contar quantas vezes orei a Deus pedindo perdão por algo. Tenho consciência também de que deveria tê-lo feito por diversas outras falhas que nem mesmo percebi ter cometido. Sou um pecador. Mas creio no amor de Deus por pecadores e na graça de Cristo que perdoa pecadores e os torna filhos de Deus. E essa fé mudou minha vida. Creio e sinto-me sob o cuidado de Deus. Ele me ajuda e inspira. Com Ele posso ser melhor e posso viver sem medo. Cristo fez isso por mim. Sou como aquela mulher, mas ela foi melhor que eu. Careço daquele amor agradecido que levou-a a Jesus em adoração. Falta-me ver a mim e a Jesus como ela via a si e ao Mestre. Ela viu além do que vejo, nas duas direções. Ainda não cheguei onde ela chegou. Preciso melhorar saber melhor quem sou e amar mais o Cristo que me amou e morreu por mim. E você? Espero que esteja melhor que eu e mais parecido com ela!

DEVOCIONAL IBPC