25 outubro 2018

CONFIANÇA CEGA

 

por salmo37
Quando o brilhante premiado escritor/filósofo, John Kavanaugh foi trabalhar por três meses na “casa dos moribundos” em Calcutá, ele estava à procura de uma clara resposta sobre como viver melhor os anos que lhe restavam de vida. Na primeira manhã ali, ele conheceu Madre Teresa. Ela lhe perguntou:
– Como lhe posso ser útil?
Kavanaugh pediu para que ela orasse em seu favor.
– E você quer que eu ore por qual necessidade?
Ele verbalizou o pedido que havia carregado consigo milhares de quilômetros desde os Estados Unidos:
– Ore para que eu tenha clareza.
E ela disse com firmeza: – Não, eu não vou orar por isso.
Quando ele lhe perguntou o porquê, ela respondeu:
– Clareza é a última coisa a que você deve se apegar.
Quando ele comentou que ela sempre lhe parecera ter a clareza que ele tanto ansiava, ela riu e disse: – Nunca tive clareza; o que eu sempre tive foi confiança. Então vou orar para que você confie em Deus.
“E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós” IJo 4:16. Quando vamos em busca de clareza, tentamos eliminar o risco de confiar em Deus. O medo do caminho desconhecido a nossa frente destrói a confiança infantil na bondade ativa do Pai e em Seu amor irrestrito.
Muitas vezes partimos da premissa que o ato de confiar irá desfazer a confusão, iluminar a escuridão, acabar com as incertezas e remir o tempo. Mas a nuvem de testemunhas de Hebreus 11 revela que não é bem assim. Nossa confiança não traz uma clareza definitiva neste mundo. Ela não elimina o caos, não entorpece a dor nem nos serve de muleta. No momento em que tudo está obscuro, o coração que confia diz, a exemplo de Jesus na cruz: “Pai, nas Tuas mãos entrego o meu espírito.” Lc 23:46.
Diante de obstáculos intransponíveis e sem ter idéia alguma do que vai acontecer no final, o coração que confia diz: “Pai, entrego minha vontade e minha vida a Ti, sem reservas e com confiança inesgotável, pois Tu és meu Pai amoroso”.
Brennan Manning, em “CONFIANÇA CEGA”

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