por Fabricio Carpinejar
"Os relacionamentos seriam mais fáceis se usássemos menos desculpas. Nunca falamos o que queremos. Para disfarçar os nossos defeitos. Para fingir que somos melhores do que realmente somos.
Escondemos do outro aquilo que temos vergonha.
Eu não estaciono em balizas, num espaço apertado entre carros. Nunca será. A única vez que fiz isso foi na autoescola e já foi o suficiente. Só estaciono em esquinas.
Ao levar meu filho Vicente para escola costumava enfrentar o mesmo constrangimento na hora de estacionar. Quando chegávamos, procurava – devagar - um lugarzinho.
Meu filho gritava: "Ali, pai, tem uma vaga...", eu respondia: "Não, é muito pequena". "Ali, pai, tem outra vaga...", "Que pena, agora eu passei.", "Ali, pai, achei mais uma vaga...", "Não quero pagar flanelinha"
E assim estacionava lá longe da escola e tínhamos que caminhar a pé, como se fossemos acampar. Eu mentia para meu filho.
Sempre criava justificativas para não ser direto e objetivo e descer logo. Não confessava minha incompetência, meu medo, minha fobia.
Abandonava seu olhar no vácuo. Repetia dia após dia o jogo cansativo de explicações e evasivas.
Um dia me irritei quando ele me apontou mais uma vaga do tamanho de uma colheitadeira: "Filho, eu não sou bom em estacionar entre dois carros, só estaciono em esquina."
O guri ficou aliviado e feliz. Aceitou na boa a minha dificuldade. Entendeu. E passou a gritar: "Olha, pai, uma esquina!"
Parece que ele me ama mais quando pode me ajudar. Desabafar os medos - e não ser invencível - é educar os filhos."
Eu não estaciono em balizas, num espaço apertado entre carros. Nunca será. A única vez que fiz isso foi na autoescola e já foi o suficiente. Só estaciono em esquinas.
Ao levar meu filho Vicente para escola costumava enfrentar o mesmo constrangimento na hora de estacionar. Quando chegávamos, procurava – devagar - um lugarzinho.
Meu filho gritava: "Ali, pai, tem uma vaga...", eu respondia: "Não, é muito pequena". "Ali, pai, tem outra vaga...", "Que pena, agora eu passei.", "Ali, pai, achei mais uma vaga...", "Não quero pagar flanelinha"
E assim estacionava lá longe da escola e tínhamos que caminhar a pé, como se fossemos acampar. Eu mentia para meu filho.
Sempre criava justificativas para não ser direto e objetivo e descer logo. Não confessava minha incompetência, meu medo, minha fobia.
Abandonava seu olhar no vácuo. Repetia dia após dia o jogo cansativo de explicações e evasivas.
Um dia me irritei quando ele me apontou mais uma vaga do tamanho de uma colheitadeira: "Filho, eu não sou bom em estacionar entre dois carros, só estaciono em esquina."
O guri ficou aliviado e feliz. Aceitou na boa a minha dificuldade. Entendeu. E passou a gritar: "Olha, pai, uma esquina!"
Parece que ele me ama mais quando pode me ajudar. Desabafar os medos - e não ser invencível - é educar os filhos."
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
E você? Esconde seus medos? Sua incompetência? Suas limitações?
"Quem quer o seu aprendizado e crescimento não expõe seus equívocos.
Antes tem o cuidado de corrigir você diretamente.
O nome disso é amor."
(Helena Tannure)
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