Nossos filhos pequenos insistem em chamar a nossa atenção quando pretendem falar. Repetidamente nos chamam até que voltemos o rosto e os ouvidos em sua direção. Parece haver uma pequena, porém importante "angústia infantil" para que sejam percebidos. Desejo de falar. Necessidade de encontrar alguém que escute nossa voz. Muita pressa e uma forte demanda nos compromissos pessoais e profissionais, entre outros fatores, podem nos fazer perceber a imensa dificuldade de encontrar ouvidos dispostos a compartilhar sentimentos, dificuldades, lutas e dores. Às vezes, são conversas simples, quase juvenis. Noutras ocasiões, são apresentadas as complexidades do coração. São muitos os sons deste mundo. Bons. Ruins. Pesados. Leves. Estridentes. Emocionantes. inteligíveis. Incompreensíveis. Interessantes. Enfadonhos. Oportunos. Desastrosos. E entre barulhos e sonidos há um rosto que se inclina e um ouvido que se abre. Como a mãe que reconhece a voz do filho em meio à diversidade de vozes e sons, assim é Deus. Nele, reside uma divina sensibilidade auditiva. O nosso Deus ouve sussurros, murmúrios, segredos e palavras que não são percebidas por outros. O Senhor escuta até mesmo silêncio, pois sabe que através dele, muitos também clamam. É bom saber que o nosso Deus ouve nossas orações! Rev. Sergio Andrade Deão da Catedral Anglicana da S.S. Trindade |
30 outubro 2010
Ouvidos que se abrem
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