25 setembro 2010

A Jóia Perdida



 

A JÓIA PERDIDA

 

Atravessando o deserto, um viajante viu um árabe montado ao pé de uma palmeira. A pouca distância repousavam os seus cavalos, pesadamente carregados com valiosos objetos.

 

Aproximou-se dele e disse:

 

- Você parece muito preocupado. Posso ajudar em alguma coisa?

 

- Ah! - respondeu o árabe com tristeza - estou muito aflito, porque acabo de perder a mais preciosa de todas as jóias.

 

- Que jóia era essa? - perguntou o viajante.

 

- Era uma jóia como jamais haverá outra - respondeu o seu interlocutor.

 

- Estava talhada num pedaço de pedra da vida e tinha sido feita na oficina do tempo. Tinha vinte e quatro brilhantes, em volta dos quais se agrupavam sessenta menores. Já verá que tenho razão em dizer que jóia igual jamais poderá se reproduzir.

 

- Por minha fé - disse o viajante - a sua jóia devia ser preciosa. Mas não será possível que, com muito dinheiro, possa fazer outra igual?

 

Voltando a ficar pensativo, o árabe respondeu:

 

- A jóia perdida era um dia, e um dia que se perde jamais se torna a encontrar.


 
Marco Aurélio
marcoaureliocicco.wordpress.com

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