15 maio 2022

Arrependimento Sincero


Autor: Rev. Welfany Nolasco Rodrigues

 
Salmos 51.1-10





-Introdução: O Espírito Santo é quem produz o arrependimento no coração da pessoa (João 16.8-11). Alguém pode dizer que está arrependida e voltar a praticar o mesmo erro. Este não é o verdadeiro arrependimento.
O mundo ensina que se arrepender do que faz é algo vergonhoso e muitas pessoas chegam a dizer que fariam tudo outra vez, mesmo vendo ter cometido tantos erros.
No meio religioso, duas correntes opostas prejudicam a compreensão do verdadeiro arrependimento:
- Liberalismo: ensina que tudo é normal e não vê erro nas coisas, sem reconhecer o pecado (I João 1.8).
- Legalismo: concentra o erro nas outras pessoas e não em si mesmo para se arrepender (Colossenses 2.20-23).
Precisamos nos arrepender sinceramente sem mascarar nossos erros e nem culpar outras pessoas.
Você se arrepende?
Vamos aprender sobre o que não é arrependimento através de exemplos bíblicos de pessoas que não se arrependeram sinceramente:

1- Arrependimento não é MEDO - Simão, o mágico: Atos 8.17-24
Simão foi um encantador que enganava as pessoas com ilusões (Atos 8.9-11). Mas, através dos apóstolos, o povo conheceu o poder de Deus, que é maior do que qualquer mágica (Atos 8.12). No meio das pessoas que receberam o evangelho, Simão também demonstrou crer (Atos 8.13), por causa das maravilhas que eram realizadas (Atos 8.6,7).
Quando Simão viu as pessoas recebendo o Espírito Santo, que as capacitava para operar milagres (Atos 8.17) pensou que seria como a mágica, que podia ser comprada, por isso ofereceu dinheiro aos apóstolos em troca desta capacidade (Atos 8.18,19). Pedro repreendeu severamente a Simão porque estava interessado em lucrar através do dom espiritual (Atos 8.20-23). Mas Simão foi humilde e pediu que orassem por ele para que não fosse castigado por Deus (Atos 8.24).
O exemplo de Simão demonstra que não houve arrependimento sincero quando ouviu o evangelho pela primeira vez e nem quando Pedro o exortou. Na verdade Simão teve medo do poder dos apóstolos, que superou sua mágica e depois das consequências de sua ganância.
Existem pessoas que dizem estar arrependidas porque estão com medo de colher o que plantaram (Gálatas 6.7). Por isso, não podemos confundir o arrependimento com o medo. O verdadeiro arrependimento nos traz a segurança de que não existe mais condenação para quem foi perdoado e está com Jesus (Romanos 8.1). O medo de ser descoberto e do que as pessoas vão pensar não revela o verdadeiro arrependimento porque Deus já sabe de todas as coisas.
O Medo não é um sinal de Arrependimento!

2- Arrependimento não é DECEPÇÃO - Balaão: Números 22.22-34
Balaão era um vidente, uma pessoa que fazia orações e anunciava profecias (Números 24.3,4). Por isso foi contratado para amaldiçoar o povo de Deus (Números 22.5-7). Mas Balaão disse que só faria o que Deus mandar e quando foi orar Deus lhe avisou que não poderia amaldiçoar um povo que já é abençoado (Números 22.8-12). Num primeiro momento Balaão demonstrou que ia obedecer a Deus e recusou a oferta dos inimigos do povo de Deus (Números 22.13,14).
Balaque, rei dos moabitas mandou que voltassem e fizessem uma oferta maior (Números 22.15-18). Balaão hesitou e mesmo assim foi com os homens sob o aviso de falar somente o que Deus permitisse (Números 22.19-21). No caminho para Moabe, a jumenta em que Balaão montava empacou e não quis seguir porque um anjo de Deus a impedia de prosseguir (Números 22.22-27). Balaão bateu na jumenta até que ela milagrosamente falou com ele como se fosse uma pessoa (Números 22.28-30). Isso fez com que Balaão abrisse os olhos e visse o anjo de Deus no meio do caminho (Números 22.31).
O anjo de Deus exortou Balaão sobre sua persistência no erro (Números 22.32,33). Neste momento, Balaão confessou seu pecado (Números 22.34). O anjo lhe advertiu novamente que só poderia falar o que Deus mandasse (Números 22.35-41).
Balaão não estava arrependido, apenas ficou decepcionado com a jumenta e o que aconteceu no meio do caminho. Estava acostumado a falar e todos aceitarem, mas agora teve que se sujeitar à sua jumenta. Se nem o seu animal de carga o obedecia e se Deus poderia usar até a jumenta para falar em seu nome, então Balaão se viu encurralado sem saber o que fazer.
A decepção cerca o caminho de muitas pessoas quando estão fazendo coisas erradas. Deus permite que as coisas deem errado para que a pessoa veja que está fazendo errado (Salmos 37.2). Mesmo assim, muitos não conseguem perceber. Na hora da frustração vem um sentimento de tristeza que se confunde com o arrependimento, mas na verdade é apenas uma decepção por não ter conseguido fazer como queria (II Coríntios 7.10).
Estar decepcionado não é o mesmo que arrepender-se!

3- Arrependimento não é REMORSO - Esaú: Hebreus 12.16,17
Esaú era o filho mais velho de Isaque. Um dia Esaú chegou do campo faminto pediu comida a seu irmão gêmeo Jacó que fez um cozido cheiroso (Gênesis 25.29,30). Mas Jacó disse que só daria comida a seu irmão se aceitasse a proposta de abrir mão de seus direitos de filho mais velho, herdeiro privilegiado com a bênção paternal (Gênesis 25.31).
Na hora da fome Esaú não pensou em mais nada além de comer (Gênesis 25.32). Deste modo Esaú trocou sua herança por um prato de comida (Gênesis 25.33,34). Antes de Isaque morrer, Jacó armou uma situação para receber a bênção de seu pai no lugar de seu irmão Esaú (Gênesis 27.1-40). Com isso, Esaú não se arrependeu, mas ficou com ódio de seu irmão pensando em se vingar (Gênesis 27.41,42).
O sentimento de Esaú foi remorso, o que é diferente de arrepender-se. Quando caiu em si pelo seu erro, não pensou em como se concertar, mas deixou que a tristeza se transformasse em ódio por seu irmão.
O remorso é como um mal estar pelos erros que a pessoa comete, mas não com a disposição para se corrigir. Quem sente remorso coloca a culpa nos outros e não tem coragem de assumir seu erro. Muitas pessoas só percebem seus erros quando já é tarde demais para consertar.
O remorso não é arrependimento porque não produz mudança!
Arrependa-se!

-CONCLUSÃO:
Atos 3.19 “arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados”.
A pregação de Jesus era baseada no arrependimento (Mateus 3.2). De igual modo, os profetas e apóstolos, bem como grandes pregadores da história basearam sua pregação na mensagem sobre o arrependimento.
Hoje a Igreja carece de aprender mais sobre isso. Muitos estão acomodados e conformados com cosias que Deus não se agrada (Romanos 12.1,2). Por causa de nossas desculpas não conseguimos reconhecer que estamos errados e nos arrepender sinceramente “pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência” (I Timóteo 4.2). Jesus disse que “por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos” (Mateus 24.12). O povo de Deus não está entre estes ‘quase todos’. Por isso, precisamos pedir ao Espírito Santo que nos traga este verdadeiro arrependimento de pecados.
Busque o verdadeiro arrependimento!

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