26 maio 2022

O VASO DE ALABASTRO

 

E QUEBRANDO ELA O VASO...
Marcos 14: 3

            Certo dia, quando Jesus se encontrava em Betânia, reclinado à mesa, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher trazendo um vaso de alabastro com preciosíssimo perfume de nardo puro; e, quebrando o vaso, derramou o bálsamo sobre a cabeça de Jesus. Aquela atitude, levou muitas pessoas presentes a indignarem-se contra aquela mulher, mas Jesus disse: “Deixai-a; por que a molestais? Ela praticou boa ação para comigo”.
            Na verdade, aquilo que foi feito pela mulher - a Bíblia não cita seu nome - se reveste de grande importância para a Obra de Deus e para a pregação do Evangelho, pelo seu significado.
  
            O vaso de alabastro, que naquela época era usado para se guardar líquidos preciosos e caros, tipifica a nossa vida exterior - tudo aquilo que está ligado à vida biológica. O nardo puro aponta para a nossa vida interior - a vida espiritual. Esta vida interior está presa e envolvida pela vida exterior, que a impede de se expandir e espalhar seu perfume ao redor. Esta situação mantém a vida interior e espiritual, como que mortificada, pois as suas virtudes não são percebidas nem experimentadas. O vaso de alabastro não era tão precioso e valioso quanto o nardo puro que estava dentro dele.
            Quando uma pessoa, qualquer que seja ela, chega diante do Senhor Jesus, precisa quebrar o vaso de alabastro, que é a sua vida exterior, seus interesses, seus sentimentos, sua vontade própria, etc., derramando, pela fé, sobre a pessoa do Senhor Jesus, sua vida interior, sua alma e seu espírito, para que Ele, que é a cabeça do corpo, possa governar toda a sua vida.
            A vida exterior não é tão preciosa quanto a vida interior, pois é passageira e temporal, enquanto que a vida espiritual é eterna. A Bíblia pergunta: “De que adianta o homem ganhar o mundo inteiro (a vida exterior), e perder a sua alma? (a vida interior)”.
            Muitos têm dado mais valor ao vaso de alabastro, do que ao nardo puro, pois não entendem nem percebem o seu valor. Por isso lutam para preservar o vaso intacto, não admitindo que ninguém o toque, nem mesmo o Senhor Jesus. Lutam pela sua sobrevivência, preservam a sua religiosidade, se preocupam em demasia com sua saúde, seu emprego, sua família e seus estudos, mas não se importam com o principal, que é a vida espiritual e a sua relação com o Senhor Jesus - o Cabeça da Igreja.
            Quebrar o vaso implica em enfrentar a indignação de muitos, implica em ser criticado e menosprezado e por isso, talvez, muitos não se disponham a tal. Mas quebrar o vaso implica também em liberar a vida espiritual e interior, em gozar a verdadeira vida que Deus planejou, em viver em comunhão com Ele e ouvir do Senhor Jesus: “Ela praticou boa ação para comigo...”, implica em exalar o bom perfume de Jesus Cristo e testemunhar das suas maravilhas operadas em nossas vidas. 
            O Evangelho só é verdadeiramente anunciado por aqueles que tiveram sua vida exterior, sua natureza, sua vontade e suas paixões quebrantadas, pois só assim o Espírito Santo terá prioridade e liberdade para usar o nardo interior, perfumando este mundo infectado pelo pecado, e trazendo salvação a muitos, pela instrumentalidade dos vasos quebrados. A boa obra que agrada ao Senhor e chama a sua atenção, não se alcança através de práticas religiosas, mas ao quebrar-se o vaso.

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