Referência: 1 TESSALONICENSES 4:1-12 INTRODUÇÃO • A vida cristã pode ser comparada a uma caminhada. De fato essa é uma das figuras prediletas do apóstolo Paulo: “Andai do modo digno da vossa vocação” (Ef 4:1). “Andai não como os gentios andam” (Ef 4:17). “Andai em amor” (Ef 5:2). “Andai como filhos da luz” (Ef 5:8). • “Porque nós andamos por fé e não pelo que vemos” (2 Co 5:7). Andar sugere progresso e nós devemos fazer progresso na vida cristã (Fp 3:13-16). Ao fim da caminhada estaremos com Deus. “Enoque andou com Deus e já não era porque Deus o tomou para si” (Gn 5:24). • Paulo descreveu três tipos de caminhos para o cristão seguir: I. ANDAR EM SANTIDADE – V. 1-8 • O clima moral do Império Romano era absolutamente degradante. A imoralidade era algo comum em todas as camadas da sociedade. Dos 15 imperadores, 14 eram homossexuais. A luxúria estava presente nos palácios e nas choupanas. Sêneca dizia que as mulheres casavam-se para divorciar e se divorciavam para casar. • A sociedade grega estava acostumada com a sexualidade imiscuida com práticas religiosas. Tessalônica era uma cidade grega encharcada de sensualidade. A velha moralidade travestiu-se de nova moralidade. Vivemos numa sociedade decadente moralemente, onde não há valores abslutos. A promulgação do casamento gay, a idéia de que o casamento é união informal que não precisa de papel. O casamento é heterosexual, monogâmico, monossomático e indissolúvel. • Paulo vai dizer que as intruções que vai passar não são novas e que são dadas através de Jesus (v. 1). • Paulo deu quatro razões porque devemos viver uma vida santa e abster-nos da impureza: 1. Para agradar a Deus – v. 1 • Todo mundo vive para agradar alguém: 1) Muitas pessoas vivem para agradar a si mesmas – O cristão não pode viver apenas para agradar a si mesmo (Rm 15:1). 2) Nós devemos estar atentos sobre a questão de agradar aos outros – O apóstolo disse: “Se eu fosse agradar a homens eu não seria servo de Cristo” (Gl 1:10; 1 Ts 2:4). 3) Agradar a Deus deve ser o nosso principal objetivo de vida – Jesus viveu para agradar o Pai. 4) Agradar o homem é muito mais do que simplesmente obedecê-lo – É possível obedecer a Deus e não agradá-lo. Jonas obedeceu a Deus e fez o que ele mandou, mas o seu coração não estava naquele projeto. Deus abençoou sua Palavra, mas não pôde abençoar o seu servo. 2. Para obedecer a Deus – v. 2-3 • Quando Paulo esteve com a igreja em Tessalônica, ele deu os mandamentos de Deus concernentes à pureza moral. A palavra “instrução” é um termo militar. Ela se refere à ordens dadas de um superior para um inferior. Nós somos soldados do exército de Deus. Nós devemos aprender a obedecer ordens. • Em 1 Ts 4:3 Paulo relembrou a esses novos crentes que imoralidade sexual não agrada a Deus. Deus criou o sexo e ele tem autoridade para governar seu uso. Desde o começo Deus estabeleceu o casamento como uma união sagrada entre um homem e uma mulher. Deus criou o sexo tanto para a procriação como para o deleite do casal. Os mandamentos de Deus acerca do sexo não são com o propósito de roubar as pessoas da alegria, mas protegê-las, para que elas não percam a alegria. O mandamento bíblico “Não adulterarás” levanta uma muralha ao redor do casamento, fazendo do casamento não uma prisão, mas um lindo jardim. • A ordem bíblica é “abstende-vos da prostituição (porneia)”. Nem a teologia liberal, nem a filosofia ou psicologia podem alterar essa ordem. Através de toda a Bíblia Deus traz advertências sobre os pecados sexuais e essas advertências devem ser observadas. • PORNEIA = abuso geral do sexo. Uso ilícito dos impulsos sexuais. Acabe com a moralidade de um povo e você o exterminará. O Império Romano só caiu nas mãos dos Bárbaros porque já estava minado pela imoralidade. A pornografia é hoje um câncer na sociedade. Estatística de 2001: 75% homens e 63% mulheres são infiéis. A revolução da década de 60 com os Beatles e os Hippies levaram a juventude mundial a uma reviravolta dos valores: rock, drogas e sexo. A virgindade passou a ser um tabu. O homossexualismo uma opção legítima. O adultério uma escapada estratégica. 3. Para glorificar a Deus – v. 4-5 • Este é o lado positivo do mandamento. Os cristãos devem ser diferentes dos não convertidos. Os gentios (não salvos) não conhecem a Deus. Portanto, eles vivem impiamente. Mas nós conhecemos a Deus, e nós somos desafiados a glorificar a Deus nesse mundo. • “saiba possuir o próprio corpo” – Tem dois significados básicos: 1) controlar o seu corpo – Isso porque os nossos corpos são vasos de Deus (2 Co 4:7; 2 Tm 2:20-21). O nosso corpo é o “naos”, o santo dos santos, a catedral existencial do Espírito Santo. O crente precisa se vestir para a glória de Deus. Ele precisa namorar para a glória de Deus. 2) como obter a esposa – O namoro e o noivado devem ser puros. A esposa é chamada de vaso mais frágil (1 Pe 3:7). Quando um homem age com impureza com uma jovem ou mulher casada, ele defrauda seu pai ou seu marido. Mesmo que a vítima não venha descobrir, Deus é o vingador. • Eu prefiro a primeira interpretação, visto que Paulo está falando a todos os crentes e não apenas aos casados. O crente que peca que comete pecado sexual está cometendo pecado contra o seu próprio corpo (1 Co 6:19-20). • “Não com o desejo de lascívia como os gentios que não conhecem a Deus” = Os gentios usam seus corpos com lascívia porque não conhecem a Deus. Eles agem com impureza porque não conhecem a Deus. A imoralidade é o modus operandi dos gentios porque eles não conhecem a Deus. Ou será que também dos cristãos. Tito 1:16: “No tocante a Deus professam conhecê-lo, mas o negam por suas obras”. • “e com esta matéria ninguém ofenda nem defraude a seu irmão” = Defraudar é despertar um sentimento ou desejo no outro que não pode ser licitamente satisfeito. O perigo de ficar no limite. Muitas pessoas se vestem para se tornar atraentes: roupas provocantes, gestos, etc. 4. Para escapar do julgamento de Deus – v. 6-8 • Um membro de igreja criticou o pastor porque ele estava pregando sobre o pecado na vida dos crentes. O membro dizia que o pecado na vida do crente é diferente do que na vida do ímpio. O pastor, então, respondeu: “Sim é diferente, o pecado na vida do crente é pior”. • Enquanto é verdade que o cristão não está sob condenação (Jo 5:24; Rm 8:1), é também verdade que há uma farta colheita de sofrimento quando se semeia na carne (Gl 6:6-7). Quando o rei Davi cometeu adultério, ele tentou esconder o seu pecado (Sl 32). Quando Davi confessou o seu pecado, Deus o perdoou, mas Deus não pôde mudar as consequências. Davi colheu o que ele semeou, e isso foi uma dolorosa experiência para ele. • Eleição não é uma escusa para pecar, mas um encorajamento para a santidade. “Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santificação” (4:7). “Assim como é santo aqueles que vos chamou, sede vós também santos” (1 Pe 1:15). • Um andar santo envolve um correto relacionamento com Deus Pai que nos chamou, com Deus Filho que morreu por nós e com o Deus Espírito Santo que habita em nós. É a presença do Espírito Santo que faz os nossos corpos o templo de Deus (1 Co 6:10-20). Além do mais é por andarmos no Espírito que triunfamos sobre os desejos da carne (Gl 5:16ss). • Razões para buscarmos a santidade do sexo: 1) Porque o Senhor contra todas essas coisa é o vingador: Muita gente tem brincado com Deus na área do sexo como Sansão e acabado cego e preso. A Bíblia diz que de Deus não se zomba. Veja 1 Co 6:9; Ef. 5:5-6; Ap 21:8. 2) Porque Deus não nos chamou para a impureza em sim para a santificação: Não podemos inverter o propósito de Deus em nossa vida. Ele nos elegeu antes da fundação do mundo para sermos santos. 3) Quem despreza a santificação, despreza a Deus: Quem se entrega à impureza rechaça a Deus. A situação não é: como eu vou ficar agora diante dos meus irmãos, da minha igreja, da minha família. Mas, como vou ficar diante de Deus. 4) Quem pratica a impureza monospreza o recurso que Deus oferece para uma vida santa: O Espírito Santo nos foi dado como santificador. “Andai no Espírito e jamais satisfareis as obras do carne”. Andar em impureza é entristecer o Espírito Santo, é apagar o Espírito Santo, é ultrajar o Espírito Santo. Deus não apenas nos chama para a santidade, mas nos dá poder para vivermos uma vida santa. II. ANDAR EM HARMONIA – V. 9-10 1. A transição da santidade para o amor é natural. Assim como o amor de Deus é santo, o nosso amor por Deus e de uns pelos outros deve também ser motivado por um viver santo. Quanto mais nós vivemos com Deus, mais nós vamos amar uns aos outros. Se um cristão realmente ama a seu irmão, ele não vai pecar contra ele (4:6). 2. Deus Pai nos ensinou a amar quando ele nos deu Cristo para morrer por nós. O Filho nos ensinou a amar quando nos deu um novo mandamento (Jo 13:34,35) e o Espírito nos ensinou a amar quando ele derramou o amor de Deus em nossos corações. 3. O amor é o sistema circulatório do corpo de Cristo. 4. O amor fraternal é ordenança de Deus para a igreja (4:9). 5. O amor fraternal é para ser exercido sem fronteiras, a todos, aos de perto e aos de longe (4:10). 6. O amor fraternal pode crescer sempre (4:10). III. ANDAR EM HONESTIDADE – V. 11-12 1. Agora a ênfase não é o amor entre os irmãos, mas o testemunho para com os de fora. O cristão não apenas tem o compromisso de amar os irmãos, mas também dar um bom testemunho aos de fora da igreja. 2. Os cristãos precisam ter uma vida financeira controlada para não dar mal testemunho aos de fora (4:11-12). 3. Infelizmente algumas pessoas não entenderam a doutrina da segunda vinda de Cristo e abandonaram seus empregos com o propósito de ficar esperando a volta de Cristo. Isso significou que eles precisaram ser assistidos financeiramente por outros crentes. Isso significou que eles não pagaram suas próprias contas e isso gerou um mal testemunho entre os incrédulos (4:11-12). 4. O perigo do consumismo. O perigo do cartão de crédito. O perigo de comprar coisas que não precisamos, com o dinheiro que não temos, para impressionar as pessoas que não conhecemos. Há muitos crentes que defendem a ortodoxia, mas não pagam suas contas. As pessoas procuram a igreja não por causa da sua doutrina, mas por ter ela melhores homens. 5. Crentes que não cuidam de seus próprios negócios acabam se envolvendo na vida dos outros e causando problemas. Quando um crente fica sem trabalho, ele dá trabalho. Quando estamos envolvidos no nosso próprio trabalho, não temos tempo para nos envolvermos nos negócios alheios. 6. Devemos agir com prudência com os que são de fora (Cl 4:5). O cristão deve trabalhar por vários motivos: 1) O trabalho é bênção é não maldição; 2) O trabalho engrandece o caráter e cria divisas; 3) O trabalho provê para nós e nossa família; 4) O trabalho nos capacita a ajudar os outros. Autor: Rev. Hernandes Dias Lopes. |
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