A religião tem preocupado bastante os cristãos autênticos, pois constantemente confunde-se profundidade espiritual com religiosidade intensa. A religião legalista prefere viver tranquila em sua mentira a perder prestígio por causa de verdades reveladas.
Por isso o cristianismo deve tomar muito cuidado com as generalizações. O desafio para os cristãos é não permitir que o cristianismo se torne uma farsa. Só assim haverá esperança de existir na terra um povo santo. Leis e regras sem a unção divina produz morte na alma, pois, a religião pode mudar o comportamento ético das pessoas mas não lhes altera a vontade.
Com esforço próprio, o homem abandona seus vícios. Outras coisas lhe são exigidas. E, ele, sem qualquer transformação interior, está sempre pronto a obedecer. E, aí o legalismo passa a dominá-lo, e produzir seus efeitos maléficos, capazes de tornar-lhe a vida pior.
Algumas pessoas parecem ter ficado mais feias depois da “conversão”. Já não sorriem nem brincam; não cumprimentam mais os vizinhos e amigos não crentes. Agora consideram a todos como criaturas do diabo. Tomam essas atitudes em nome da fé, dizendo-se convertidos. Mas será este tipo de vida que Jesus veio trazer-nos? Foi para isso que Ele morreu na cruz?
Infelizmente, essa é a vida que o legalismo reserva aos que se lhe submetem. C.S. Lewis escreve: “Os pecados da carne são maus, mas são os menos maus dos pecados. Os piores são puramente espirituais. O prazer em fazer os outros sentirem que estão errados, em ser mandão, caluniador e orgulhoso. É por isso que uma pessoa fria, farisaica e arrogante, e que frequenta regularmente a igreja, pode estar mais perto do inferno que uma prostituta.”
Foram os líderes da religião que levaram Jesus à cruz. A santidade vem da graça, não da lei; da ação do Espírito de Cristo no homem, não de impactos causados por regras impostas. Nem tudo que os fariseus pregavam era errado ou mentira: “Observai, pois e praticai tudo o que vos disserem” (Mt. 23.3)
O discurso deles era bom, mas atitude, hipócrita. Todas as formas de religião que falam de Jesus, apresentam verdades. O problema não é o discurso, que é bom: “Jesus é o Senhor”, “Jesus cura”, “Jesus liberta”, “Jesus salva”, “Jesus batiza com o Espírito Santo”, etc. Isto deveria tornar-nos um povo cada vez mais santo, mas tal não acontece quando há algo errado na prática. Mas a prática não condiz com o discurso: O amor e o perdão não existem, a liberdade anunciada não passa de outro tipo de escravidão, e o socorro prometido não vem.
Se não há quebrantamento, santidade; Se não há transformação – de dentro para fora – que perdure ao longo da vida, ou se a beleza de Cristo não brotou na face da alma, então tudo não passou de um agradável momento religioso. Não atribuamos ao Senhor da glória tal fenômeno emocional.
Que o mesmo poder que ressuscitou a Jesus Cristo dentre os mortos, jogue por terra os elementos mortais da religião, e faça surgir vidas lavadas no sangue do Cordeiro, e santificadas no Espírito para a glória de Deus Pai.
Transcrito Por Litrazini
Graça e Paz
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29 dezembro 2018
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