E não é apenas na mídia que se vê uma busca pela perfeição e pela felicidade imediata e eterna. Vivemos em uma época na qual a felicidade constante é uma obsessão de todos. Muitas pessoas hoje vivem buscando a felicidade, sem se darem conta de que a tristeza faz parte da vida, e, quando passam por momentos de dor e frustração, sentem-se até culpadas, estranhas, diferentes das outras.
A obrigação de ser feliz o tempo todo está virando uma obsessão para muitos, a ponto de gerar angústia, porque as pessoas que só pensam em ser felizes o tempo todo sofrem muito mais, distanciam-se das pequenas alegrias da vida e não amadurecem, porque, como observou o psicólogo americano Martin Seligman, a tristeza é um dos raros momentos que nos permitem reflexão; voltar o olhar para nós mesmos e conhecer-nos melhor, saber o que queremos, do que gostamos, o que está errado. E somente com essa clareza de dados podemos buscar as atividades que nos dão prazer, que nos fazem felizes.
A tristeza com relação a algum fato nos leva a pensar sobre ele e a buscar soluções, ou seja, a tristeza é um mecanismo psíquico que nos dá condições de reflexão sobre nós mesmos inclusive para evitar a repetição do erro.
O sábio Salomão reconhecia isso, por isto declarou: Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque ali se vê o fim de todos os homens; e os vivos o aplicam ao seu coração. Melhor é a tristeza do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração. O coração dos sábios está na casa do luto, mas o coração dos tolos, na casa da alegria (Ec 7.2-4).
Assim como a dor e o medo, a tristeza nos ajuda a sobreviver, porque, se não sentíssemos medo, poderíamos atravessar uma rua sem olhar o sinal; se não tivéssemos dor, como o organismo poderia avisar-nos de que algo não vai bem? Se não estivéssemos tristes, como perceberíamos que nos comportamos/relacionamos mal ou fizemos escolhas erradas?
Enfim, a tristeza é saudável quando é um sentimento passageiro e leva-nos à reflexão. Mas, para que não se torne um estado mórbido de melancolia, você deve vivenciar e expressar a sua tristeza por meio da fala. Por isto, na Bíblia, somos incentivados a orar, a falar com Deus e contar-lhe tudo que pensamos, sentimos e desejamos. Em especial no livro de Salmos, vemos vários "desabafos" do rei Davi (ver Sl 42).
O apóstolo Paulo nos revelou que, em muitos momentos de dificuldades em sua vida, quando a tristeza invadia o seu ser, ele procurava a ajuda de Deus, e o Senhor o consolava com a companhia e o carinho dos amigos e irmãos em Cristo:
Porque, mesmo quando chegamos à macedônia, a nossa carne não teve repouso algum; antes em tudo fomos atribulados: por fora combates, temores por dentro.[...] Agora folgo, não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus; de maneira que por nós não padecestes dano em coisa alguma. Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte. (2 Co. 7:5-10)
Julguei, contudo, necessário mandar-vos Epafrodito, meu irmão e cooperador, e companheiro nos combates, e vosso enviado para prover às minhas necessidades. (Filipenses 2:25)
Então, compartilhe sua tristeza com um amigo de confiança. Não fique sofrendo calado, isto não lhe fará bem.
Abra o seu coração e conte para Jesus qual é a sua dor; ore, clame, peça ajuda a Ele; mas converse com outra pessoa de sua confiança sobre aquilo que o incomoda, e você será beneficiado.
Extraído da Bíblia Sagrada com Orientações de Saúde Física, Emocional e Espiritual.
Por Litrazini:
Graça e Paz
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