COMENTÁRIO BÍBLICO
Mateus 15. 1 a 20.
Jesus mostra aos fariseus e mestres da lei que o que deve ser obedecido de fato estar por eles sendo ignorado, pois, uma simples atitude higiênica de não lavar as mãos não torna o homem impuro, mas os maus intentos do coração sim.
O escritor Matthew Henry, comenta o seguinte:
Versículos 1-9
As adições às leis de Deus desacreditam sua sabedoria, como se Ele tiver deixado fora algo necessário que o homem possa suprir; de uma ou de outra forma, levam sempre a que os homens desobedeçam a Deus. Quão agradecidos devemos estar pela palavra escrita de Deus! nunca pensemos que a religião da Bíblia pode ser melhorada por algum agregado humano, seja em doutrina ou na prática.
Nosso bendito Senhor falou de suas tradições como inventos próprios deles, e indicou um exemplo em que isto era muito claro: as transgressões do quinto mandamento. Quando se pedia a eles que ajudassem às necessidades de um pai, eles alegavam que tinham dedicado ao templo aquilo de que podiam dispor para ajudá-los, ainda quando não se separavam dessas coisas, e portanto seus pais não deviam esperar nada deles. Isto era anular a efetividade do mandamento de Deus.
A sina dos hipócritas está num pequeno parêntese: "Em vão me adoram". Não comprazerá a Deus nem aproveitará a eles; eles confiam na vaidade, e a vaidade será sua recompensa.
Versículos 10-20
Cristo mostra que a contaminação que deviam temer não era a que entrava pela boca como alimento, senão o que saia de suas bocas, que demonstrava a maldade de seus corações. Nada durará na alma, senão a graça regeneradora do Espírito Santo; e nada deve ser admitido na igreja, senão o que é do alto; portanto, não devemos perturbar-nos por quem se ofenda pela afirmação clara e oportuna da verdade.
Os discípulos pedem que lhes ensine melhor sobre esta matéria. Onde uma cabeça débil duvida de uma palavra de Cristo, o coração reto e a mente disposta buscam instrução.
O coração é perverso (Jeremias 17.9), porque não há pecado em palavra e obra que não esteja primeiro no coração. Saem todos do homem, e são frutos da maldade que está no coração, e ali opera. Quando Cristo ensina, mostra aos homens o engano e a maldade de seus corações; ensina-lhes a humilhar-se e buscar serem purificados de seus pecados e de sua imundícia no manancial aberto.
Observa-se também a corrupção que havia entre os religiosos da época, posto que segundo a lei judaica os filhos tinham a obrigação de cuidarem dos seus pais na velhice. Porém tal compromisso era por eles igonarado, pois, os mesmos faziam contrato com os responsaveis do templo para que falsificassem uma declaração de doação de bens, pois na época se alguem queria livrar-se da responsabilidade de cuidar do pai era somente fazer uma declaração falsa de que havia doado seus bens ao templo e, tais bens seriam registrados em nome do templo como oferta doada ao Senhor, até a morte dos pais, quando então, se negociaria com os escribas o valor para reavê-los.
A denuncia que Jesus fez, nos mostra que na época os religiosos se utilizavam da religião para se auto benefessiarem, pois, o templo funcionava como um banco onde eles depositavam seus bens somente para não cumprirem as suas obrigações religiosas, ou seja, obedeciam só que pra eles podia trazer algum benéficio.
Conclusão: Jesus conhece o nosso coração, não podemos enganá-lo, nem esconder nada da sua presença. Ele sabe tudo o que fazemos e conhece a intenção do nosso coração, não podemos servi-lo apenas com nossos lábios, mas sim de todo o coração.
Wando Pamplona
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