Você pergunta: meu tempo tem sido muito curto nos últimos meses devido ao trabalho e devido a eu estar também estudando. Nesse período não deixei de servir a Deus, mas não tenho conseguido orar por períodos mais longos. Deus aceita quanto eu oro orações mais curtas? Ou ele quer que eu fique mais tempo orando para a oração “valer”?
Quando o assunto é oração, geralmente pensamos que um tipo de oração que Deus se agrada mais é uma oração mais longa, com palavras bonitas, de forma bastante clara, firme, cheia de fé!
Esse tipo de oração é linda demais, porém, você verá que essa não é a realidade de todas as orações e nem mesmo um modelo de oração que Deus ouve, ou seja, que somente feita assim Deus ouvirá!
Orações curtas e orações longas na Bíblia
(1) Quando analisamos a Bíblia Sagrada, encontramos sim algumas citações de oração bem longas. Por exemplo, quando Salomão orou na consagração do templo, ela começa assim:
“Pôs-se Salomão diante do altar do SENHOR, na presença de toda a congregação de Israel; e estendeu as mãos para os céus e disse:” (1 Reis 8:22)
Essa oração se estende até o verso 53. Ou seja, temos aqui uma oração que pega 32 versículos. Essa foi uma oração que Deus aceitou? Sim! Mas não por ser longa, mas por ser de todo coração!
(2) Mas você vai se surpreender quando eu te mostrar que a maioria das orações citadas na Bíblia são curtas. Sim, com apenas poucos versos. Vejamos um exemplo:
“Então, virou Ezequias o rosto para a parede e orou ao SENHOR. E disse: Lembra-te, SENHOR, peço-te, de que andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de coração e fiz o que era reto aos teus olhos; e chorou muitíssimo” (Isaías 38:2-3).
Essa oração de Ezequias foi curta, mas cheia de significado, cheia de amor por Deus e de confiança de que o Senhor poderia mudar a situação dele! E, de fato, Deus ouviu e mudou a situação dele!
(3) O que podemos perceber nas narrativas é que a oração ideal não tem tamanho! Em alguns momentos ela poderá ser longa. Em outros momentos ela poderá ser mais curta.
Mas existe um elemento que deve estar presente em qualquer oração, seja longa ou curta! Vejamos como Jesus nos explica isso:
“O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano” (Lucas 18:11).
Observe que Jesus critica um religioso por ter uma oração vazia, baseada na falsidade, no orgulho de si mesmo! Ele orava apenas de forma ritual e não de coração a Deus, reconhecendo sua pequenez!
Jesus, inclusive, critica esse tipo de gente, inclusive suas orações longas e que parecem espirituais: “os quais devoram as casas das viúvas e, para o justificar, fazem longas orações; estes sofrerão juízo muito mais severo” (Lucas 20:47).
(4) Mas Jesus mostra um exemplo de uma oração curta e cheia de significado, que agradou o coração de Deus:
“O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!” (Lucas 18:13).
Essa curta oração veio de um coração quebrantado, arrependido, um coração humilde e que se colocou diante do Senhor com verdade e sinceridade!
Esses são elementos que devem estar em nossas orações. Sejam curtas ou mais longas! Mas temos aqui um perigo e uma armadilha!
O perigo de fazer só orações curtas…
(5) Podemos concluir erradamente que agora só preciso fazer orações curtas, pois, para que passar mais tempo orando se Deus ouve as orações mais curtas?
Esse é um pensamento equivocado! O objetivo da oração não é transformar Deus em um tipo de “balcão de pedidos”. Oração é relacionamento com o Pai! É passar tempo com Ele, ter comunhão preciosa com Ele!
E comunhão exige tempo! Comunhão exige dedicação que vai além da oração de 1 minuto. Por isso, é necessário que tenhamos nossos encontros mais longos com o Senhor, para nutrirmos nossa comunhão com Ele!
Quando os apóstolos perceberam que a trabalheira do dia a dia estava tirando todo o tempo de oração deles, eles tomaram providências para que tivessem mais tempo para dedicar a consagração. Veja:
“e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra” (Atos 6:4).
E ainda, quando alguns dos discípulos estavam cansados demais para passar mais tempo ao lado de Jesus, Ele os censurou por não se esforçarem um pouco mais a respeito dessa questão:
“E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo?” (Mateus 26:40).
Em alguns momentos da vida as orações curtas podem ser usadas e Deus vai sim ouvi-las, se feitas de todo coração! No entanto, a vida de consagração de um servo de Cristo também precisa de momentos de mais tempo na presença do Pai, de orações mais longas e sinceras!
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