Tudo começou com a leitura da Bíblia.
Martim Lutero era professor de Bíblia, mas não era convertido (isto é: não tinha consciencia que era pecador e que precisava ser justificado -- perdoado -- por Deus). Era monge, mas não conhecia a graça de Jesus.
Um dia, preparando suas aulas para a universidade, deparou-se com esta frase de Paulo aos Romanos:
"O justo viverá pela fé", uma citação de Habacuque 2.4.
Foi uma epifania (aparecimento de Deus).
Ele entendeu que seus esforços intelectuais ou morais ou religiosos eram inúteis para ser salvo. Ele precisava viver pela fé. Uma paz se apossou do seu coração para nunca mais sair.
Estava posto um dos pilares da Reforma: a justificação acontece por meio da fé em Jesus Cristo ("
sola fide").
Mas houve um conflito, porque tudo o que ele cria antes estava em contradição. Ele achava que, se fosse digno, seria salvo. Agora estava salvo, alcançado pela graca, mediante a fé em Jesus Cristo.
O conflito aumentou externamente, sobretudo quando um pregador, numa cidade próxima, vendia indulgências. Para estimular a compra dos perdões, Johannes Tetzel prometia o que Deus não promete.
Indignado, Lutero escreveu 95 teses (na verdade, frases curtas) em que chamava as pessoas para uma discussão. No fundo, queria saber se aquilo que estava vendo podia ser chamado de cristianismo. Ele achava que cada cristão é livre para ir a Deus, sem intermediários para as bênçãos (ou gracas) que não podiam ser usadas pelos religiosos para controlar os crentes.
Estava posto um dos pilares da Reforma: só Jesus Cristo é o mediador entre os homens e Deus ("
solus Christus").
Quanto ao debate solicitado, para o dia 31 de outubro de 1517, imagine quantos compareceram? Ninguém.
As frases foram impressas (Gutenberg tinha inventado a maravilhosa máquina de imprimir) e incendiaram as Alemanhas.
Depois escreveu outros livros com denúncias diversas ao sistema religioso vigente e dominante. Pressionado a se retratar, uma vez respondeu: "Só me retratarei se for convencido pelas Escrituras" ("
sola Scriptura").
Estava posto um dos pilares da Reforma: a autoridade final da Bíblia.
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