11 dezembro 2022
O Carcereiro do Amor
Autor: Rev. Welfany Nolasco Rodrigues
Atos 16.27-34
Introdução: Carcereiro é quem prende pessoas. Mas também está preso porque não pode sair dali. Precisa cuidar dos prisioneiros. Todos somos carcereiros. Talvez seja por isso que o texto não traz o nome deste personagem. Quando trancamos o amor dentro de nós e não o liberamos, estamos sendo carrascos. Quando não perdoamos alguém, estamos prendendo esta pessoa e também não somos livres. Mas a chave do Perdão está em nossas mãos.
O carcereiro ficou apavorado quando viu que Paulo e Silas estavam livres (v.27). Na verdade eles sempre foram livres e através do louvor mostraram que estavam libertos (Atos 16.25,26). Seus pés e mãos estavam acorrentados, mas com os lábios adoraram a Deus. O interessante neste texto é que “todos” foram livres (v.26 e 27). Só faltava o carcereiro se libertar.
Quem você está prendendo?
Através do processo do perdão do carcereiro, podemos aprender sobre como perdoar ou pedir perdão:
1- Despertar
v.27ª “o carcereiro despertou do sono”.
Foi preciso que “de repente, sobreveio tamanho terremoto” (Atos 16.26) para que o carcereiro acordasse. Ele estava dormindo com a certeza de que todos estavam bem presos. Mas na verdade não tinha um sono em paz. Por isso acordou assustado como todas as vezes que ouvisse um barulho estranho.
O processo do perdão começa com um Despertamento. Quem não perdoa não dorme direito porque pensa no seu inimigo o tempo todo. Quando pensa que cochila um pouco, logo se assusta. Contudo parece que está vivendo um pesadelo que não consegue acordar e por isso é preciso um terremoto para despertar para a realidade.
Se você está vivendo um terremoto em sua vida, de tantos problemas e dificuldades, talvez isso seja para despertar sua vida. Para que você acorde mesmo e seja livre, além de liberar o perdão para quem está prendendo.
Desperte-se, isso não é um pesadelo!
2- Portas Abertas
v.27b “vendo as portas abertas”.
As portas também foram abertas sozinhas, por causa do terremoto “abriram-se toda as portas” (Atos 16.26). Uma prisão tem várias portas uma após a outra para impedir que os prisioneiros fujam facilmente. Caso consigam abrir uma porta, ainda ficam faltando outras. Todas estavam bem trancadas e conferidas pelo carcereiro, mas se abriram de uma vez.
Estas portas, muitas vezes, nós é que fechamos. Trancamos as pessoas para não as vermos mais. Fechamos portas para nos separar. Contudo, quando vemos estas portas se abrirem, ficamos assustados sem saber o que fazer. Quando acontece um terremoto que abre as portas tão bem trancadas, significa que Deus quer libertar sua vida.
O processo do perdão precisa abrir portas que foram fechadas. Deus usa situações como o terremoto para proporcionar o abrir de portas para o perdão. Quando Jesus morreu, houve um terremoto que rasgou o véu do santuário para anunciar o perdão para todos nós (Mateus 27.51-54). Quando Jesus ressuscitou também houve um terremoto que abriu o túmulo para Jesus sair e anunciar a vida e liberdade para todos (Mateus 28.2).
Peça a Deus que abra as portas que você fechou. Mas você mesmo pode fazer isso porque Jesus nos deu “as chaves do reino dos céus” (Mateus 16.19) e o Reino de Deus é “justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14.17). Então faça como Jesus ensinou e “se teu irmão pecar [contra ti], vai arguí-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão” (Mateus 18.15). Peça o fruto do Espírito Santo para procurar a pessoa com “amor, alegria, paz, mansidão...” (Gálatas 5.22,23).
As portas estão abertas para o perdão!
3- Uma Luz
v.29 “o carcereiro, tendo pedido uma luz”.
O carcereiro pediu uma luz aos presos. Ele que andava com a lanterna conferindo as portas e cadeados, agora pede uma luz àqueles que ele mesmo mantinha na escuridão. Estava tão atordoado que pensou em se matar (v.27) porque sabia que poderia ser morto por deixar escapar prisioneiros. Mas Paulo o acalmou dizendo estavam ali (v.28).
O processo do perdão traz luz onde havia escuridão. A vida de quem não perdoa é muito obscura e difícil de entender. Mas quando conhecemos Jesus, que é a luz do mundo (João 8.12) também se torna luz porque “vós sois a luz do mundo” (Mateus 5.14). Devemos levar esta luz às pessoas que precisam de um perdão. A Palavra de Deus também é “luz para o meu caminho” (Salmos 119.105).
Saia das trevas, o perdão é luz!
4- Crer para Salvação: v.30,31
A primeira reação do carcereiro ao ver que todos estavam livres e tranquilos, foi perguntar como poderia ser salvo. A resposta foi o célebre versículo “crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa” (v.31). O carcereiro acreditou e recebeu a salvação com toda a sua família (v.33,34).
O processo do perdão traz fé e salvação. A salvação é individual, mas também precisamos levar este amor de Deus para outras pessoas, principalmente a família. Sem perdão não há salvação, pois Jesus deixou bem claro “porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6.14,15). Então se não perdoarmos, estaremos perdidos sem perdão. Não existe bênção maior que a salvação e sem perdão não podemos ser salvos. Precisamos crer que da mesma forma que Jesus perdoou nossos pecados, também devemos perdoar.
Perdoe, creia e seja salvo!
5- Ouvir a Palavra
v.32 “lhe pregaram a palavra de Deus e a todos os de sua casa”.
O carcereiro quis aprender a Palavra de Deus e ali estava o apóstolo Paulo, um grande pregador do evangelho. Certamente aprenderam sobre Jesus e tantas lições das Escrituras. Não sabiam eles que sua história também faria parte da Bíblia.
O processo do perdão precisa da compreensão da Palavra de Deus. Quando não perdoamos, nosso coração fica endurecido e não conseguimos ouvir (João 8.43). Somente quando conhecemos a verdade é que somos livres (João 8.32). Precisamos ouvir a Palavra de Deus que nos traz a fé (Romanos 10.17). A Escritura é “útil” para nos ensinar a verdade (II Timóteo 3.16,17). Quando aprendemos que Jesus nos perdoou mesmo sem merecermos (Romanos 5.8), sabemos que não há limites para o perdão. Então a Palavra de Deus que “é viva e eficaz” (Hebreus 4.12) passa a funcionar em nossas vidas. Fazemos parte desta história do perdão.
Ouça a Palavra de Deus que te perdoou!
6- Lavar as feridas
v.33 “Naquela mesma hora da noite, cuidando deles, levou-lhes os vergões dos açoites. A seguir, foi ele batizado e todos os seus”.
O carcereiro fez questão de lavar as feridas dos apóstolos. Ele mesmo havia chicoteado aqueles homens e agora lavava. Provavelmente usou azeite como remédio para curar as dores daqueles homens. Estava disposto a fazer o que fosse preciso para aliviar as dores de Paulo e Silas. Certamente as marcas ficaram, mas a dor passou.
Os apóstolos Paulo e Silas, também lavaram aquele homem através do batismo. Que cena linda deve ter sido. Um lavando o outro. O carcereiro lavou as feridas que fez e depois foi lavado de seus pecados (Atos 22.16).
O processo do perdão traz oportunidade para lavar as feridas. A unção de Deus te capacita a lavar as feridas para receber cura. Talvez a mesma pessoa que te feriu irá trazer alívio à sua dor. Você também pode levar cura para quem já ofendeu. Quando lavamos as feridas dos outros, também somos lavados.
O remédio está com você, apenas aplique!
7- Ter alegria
v.34 “Então, levando-os para a sua própria casa, lhes pôs a mesa; e, com todos os seus, manifestava grande alegria, por terem crido em Deus”.
A casa do carcereiro estava em festa. Talvez os vizinhos tenham estranhado o que estava acontecendo ali. O lugar do carcereiro era na prisão e não em casa. Mas ele estava ali, livre e feliz em seu lar, festejando com amigos. O motivo da festa: sua liberdade.
O processo do perdão traz alegria. Como o filho pródigo que foi recebido com alegria e o pai festejou seu retorno, assim existe alegria onde há perdão (Lucas 15.22). A pessoa que antes era rancorosa torna-se amável e feliz.
Sentar-se à mesa é algo para quem tem intimidade, mostrando que agora são amigos. Devemos orar ao Senhor “preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda” (Salmos 23.5). Através disso Deus nos reconcilia com as pessoas que nos ofenderam.
O perdão traz alegria!
O perdão liberta!
CONCLUSÃO
Talvez a sua história seja como a deste carcereiro. Você não tem paz e está vivendo um terremoto em sua vida. Mas a chave está em suas mãos. Passe por este processo de perdão. Desperte para a realidade terrível que está vivendo. Veja as portas se abrirem para você passar e ser livre bem como todos que você amava e te aborreceram. Deus vai iluminar sua vida. Acredite e seja salvo. Aprenda a Palavra de Deus que te ensina a ser feliz. Espere a hora certa que haverá oportunidade de lavar as feridas suas ou de quem você feriu. No fim haverá alegria no lugar da amargura.
Você pode ser livre. Basta perdoar!
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