29 setembro 2023

SEITAS E HERESIAS

 

I.        INTRODUÇÃO

O que é uma heresia? Para nós evangélicos, é toda doutrina que em matéria de fé sustenta opiniões contrárias à Palavra de Deus. No estudo de heresiologia (tratado sobre as heresias) procuramos apresentar uma descrição sintética das principais religiões e seitas, dando uma noção geral da história, literatura, doutrinas e outros conhecimentos que as caracterizam refutando-as com as verdades imbatíveis das Escrituras Sagradas.
Muitos crentes julgam desnecessário o estudo dessa matéria, afirmando que não nos interessa estudar heresias, mas apenas a Palavra de Deus. Sem querer criticar os que pensam assim, dentre muitos outros motivos, julgamos os seguintes, suficientes para nos levarem a estudar as religiões e seitas falsas.
Muitas seitas cristãs surgem pela má interpretação bíblica. A falta do conhecimento da hermenêutica e aplicação da exegese leva o cristão se tornar um herético.
A palavra “hermenêutica” deriva do termo grego Hermeneutikós, por sua vez derivado do verbo Hermeneuo, significando: arte de interpretar os livros sagrados e os textos antigos. É a ciência que tem por objetivo descobrir o verdadeiro significado de um texto de modo geral e mais abrangente; fala da teoria da interpretação de sinais e, símbolos duma cultura e a arte de interpretar leis.
A exegese que significa “guiar para fora dos pensamentos que o escritor tinha quando escreveu um dado documento, isto é, literalmente significa tirar de dentro para fora, interpretar”. É a disciplina que aplica métodos e técnicas que ajudam na compreensão do texto.
Do ponto de vista etimológico hermenêutica e exegese são sinônimos, mas hoje os teólogos renomados procuram fazer a seguinte diferença: Hermenêutica é a ciência de interpretação, enquanto a exegese é a arte de aplicar essas normas.
O cristão até pode estar bem intencionado, mas se lhe faltar estas duas faculdades, ele pode criar uma heresia e até mesmo uma seita.
II.      DEFINIÇÃO
Antes de identificar uma seita precisamos saber seu significado. Seita e heresia, ambas derivam do vocábulo grego háiresis, que significa escolha, partido, facção, corrente de pensamento, divisão, escola, grupo ou cisão.
A palavra heresia é uma adaptação do termo háiresis. Quando passado para o latim, háiresis virou secta. Foi do latim que veio a palavra seita.
Em termos teológicos, seita refere-se “a um grupo de pessoas que seguem as doutrinas anti-bíblicas defendidas por esse grupo, que incorrem em interpretação errônea da Bíblia, feita por uma ou mais pessoas”. “É uma perversão, uma distorção do cristianismo bíblico ou uma rejeição dos ensinos históricos da igreja primitiva”. “Qualquer religião tida por heterodoxa ou mesmo espúria”.
Baseados nesta explicação, podemos dizer que um cristão imaturo pode estar ensinando alguma heresia, sem, contudo, fazer parte de uma seita. Uma tal seita consiste num grupo de pessoas unânimes em torno de uma interpretação particular da Bíblia, caracterizando-se por distorções do cristianismo ortodoxo, no que se diz respeito às doutrinas centrais da fé cristã.
Quando pensamos em prevenção contra heresias, estamos naturalmente procurando chegar a tempo de evitar que cristãos sejam enganados com falsas doutrinas. Paulo, ao escrever aos cristãos de Corinto, recomendou que eles examinassem a si mesmos se permaneciam na fé, e dizia mais: “Provai-vos a vós mesmos” (2ª Co 13.5). Na verdade, Paulo antevia pelo Espírito Santo aqueles irmãos que se afastariam da fé por causa de “espíritos enganadores e doutrina de homens e de demônios” (Cl 2.22; 1ª Tm 4.1).
Vivemos em um tempo de muitas distorções doutrinárias. Há um sentimento de insatisfação que motiva as pessoas a desejarem coisas espirituais, mesmo fora do cristianismo. As heresias surgem, então com roupagens de espiritualidade, mas, na verdade, são produzidas por “espíritos enganadores”.
O Jesus das seitas.
“Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmo repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme. Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo” (2ª Pe 2.1-4).
As seitas destorcem as verdades fundamentais sobre Cristo reveladas na Bíblia, e isso resulta num outro evangelho (Gl 1.6-8) e num outro Jesus (2ª Co 11.4) que oferecem uma falsa salvação e um falso céu para seus adeptos.
III.   CARACTERÍSTICAS DE UMA SEITA
Como podemos caracterizar uma seita? Os estudiosos das seitas apresentam as mais variadas características desses grupos. Entretanto, queremos considerar pelo menos seis delas: acréscimo, falsa revelação, distorção, negação, dogmatismo, farisaísmo e legalismo.
O método mais eficiente para se identificar uma seita é conhecer os quatro caminhos seguidos por ele:
1.      Acréscimo.
Geralmente as pessoas com tendências heréticas gostam de acrescentar palavras, idéias e conceitos aos já escritos sem observância á regra da hermenêutica. Forçam as Escrituras a dizer o que ela não diz. Temos o exemplo de Guilherme Muller, Ellen White, Josef Smith e outros mais que não se contentam em aceitar a Bíblia como revelação plena e total, preferindo adicionar palavras em nome de falsas traduções e interpretações. As Testemunhas de Jeová fizeram sua própria tradução da Bíblia, torcendo os fatos e negando as doutrinas fundamentais, tais como a divindade de Cristo, a doutrina da Trindade e outras.
2.      Pseudo-revelação.
Lamentavelmente, no meio cristão, não só no catolicismo, mas também entre os evangélicos, essa característica tem-se manifestado fortemente. Distorcem-se as manifestações espirituais, adicionando visões, revelações e vozes como idéias e conceitos que se chocam com as Escrituras. Esse tipo de experiência extra-bíblica tem provocado desapego à Palavra de Deus e apego às manifestações exteriores em nome do Espírito Santo. Nesse campo da espiritualidade, a falta de maturidade espiritual e teológica tem produzido líderes sem identidade bíblica, que forjam revelações espirituais, atribuindo-as a Deus e passando a ensinar doutrinas extra-bíblicas. Atribuindo tais revelações ao Espírito Santo, dividem, adicionam, subtraem e fomentam novas doutrinas.
As heresias sempre são justificadas por essas pseudo-revelações, que agridem os fundamentos doutrinários da Bíblia e induzem emocionalmente as pessoas ao delírio e ao excesso naquilo em que passam a acreditar. Fundamentados por essas pseudo-revelações, esses líderes heréticos se apresentam como canais diretos da revelação divina, dizendo que “Deus me falou ou me revelou”.
3.      Distorção.
As pessoas que tomam o caminho das heresias abandonam a luz verdadeira e desenvolvem uma visão torcida da verdade. A isso chamamos visão distorcida das verdades bíblicas. Deixam a luz e tomam o caminho das trevas, conforme João 3.19-21.
Tudo que se refere a Deus, a Jesus e ao Espírito Santo é totalmente destorcido, por isso alguns negam a Trindade, outros negam a divindade de Cristo e outros mais vêem o Espírito Santo como uma mera manifestação de força, de energia ou coisa semelhante.
4.      Divisão.
Tais seitas dividem a fidelidade entre Deus com a organização a que pertencem. Desobedecer á organização ou a Igreja equivale a desobedecer a Deus. Não existe salvação fora do sistema religioso da própria organização ou igreja.
Quase todas as seitas que pregam isso, sobretudo as pseudocristãs, que se apresentam como uma restauração do cristianismo primitivo. Segundo ensinam, o cristianismo primitivo sucumbiu á apostasia, afastando-se dos verdadeiros ensinos de Jesus. Acreditam que, em determinada data, surgiram por vontade divina para que pudessem restaurar o que foi perdido. Daí a ênfase de exclusividade.
Os grupos heréticos acrescentam ou tiram as coisas da própria Bíblia, subtraem a Palavra de Deus, negando-lhe as evidências de ser autoridade plena e única. Os Mórmons têm o livro de Mórmon como uma escritura superior à Bíblia. Alguns evangélicos criam um regimento interno do que pode ou não pode como meio salvício. Recentemente, um certo líder pentecostal apresentou uma nova revelação para a igreja atual como a maior revelação depois da Bíblia. A seita herética denominada Ciência Cristã, de Mary Baker Eddy, também coloca o livro Ciência e Saúde como livro de autoridade superior, e nega a existência do Diabo e da dor.
Existe uma teoria que nega a inspiração plenária da Bíblia, ensinando que esta é apenas parcial. Dizem que “partes da Bíblia são inspiradas, outras partes não”. Por esse modo, a revelação e a inspiração ficam prejudicadas com essa subtração efetuada pelos defensores dessa idéia.
Quase todas as seitas pregam que sua igreja é a única que Deus levantou, quase sempre por “revelações”, para restaurar a humanidade. Daí a ênfase da exclusividade. Outras, quando não pregam o cristianismo redividido, ensinam que todas as religiões são boas e que a sua somente será responsável por unir todas as demais, dizendo que, segundo o plano de Deus, foram criadas para este fim.
O ladrão arrependido ao lado de Jesus na cruz entrou no céu sem ser membro de nenhuma destas seitas (Lc 23.43), pois o pecador é salvo quando se arrepende (Lc 13.3) e aceita Jesus como salvador único e pessoal da sua vida (At 16.30-31). Deste modo, ensinar que a organização religiosa possa salvar é pregar “outro evangelho” (2ª Co 11.4; Gl 1.8). Isto implica dividir a fidelidade a Deus com a fidelidade à organização, além de tirar de Jesus sua exclusividade de nos conduzir ao Pai (Jo 14.6). Não há salvação sem Jesus (At 4.12; 1ª Co 3.11).
No comando das seitas está o espírito do erro e do engano. É o que podemos verificar em relação aos falsos profetas. Por isso as Escrituras Sagradas nos alertam, dizendo: “Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus”.
5.      Dogmatismo.
Não se trata do simples dogmatismo de doutrinas já consagradas da Bíblia. Existem pontos fundamentais dogmatizados nas Escrituras que são imutáveis e orientam a vida dos que servem a Deus. Porém, o perigo do dogmatismo está em tomar conceitos temporais e torná-los doutrinas que implicam a salvação das pessoas:
“Desse modo esquecemos que a salvação é pela graça e, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça não é graça” (Rm 11.6).
Esse tipo de pessoas é doentio e escravizador, pois forma heresias a partir de idéias absurdas de homens, submetendo seu rebanho a perigos e ameaças.
6.      Legalismo instituído.
As seitas estabelecem regras para os seus adeptos, baseadas em absurdos autoritarismos, intolerância, perversão e abuso de valores. São regras sem nenhum respaldo bíblico, que partem de idéias equivocadas de santidade, pureza moral e outras coisas.
IV.   SUSCETIBILIDADE PARA O ENGANO
Nos últimos tempos, a igreja tem sido ameaçada por perigos que contagiam os cristãos como uma virose que alcança muitas pessoas. Quando uma gripe virótica surge, muitas pessoas de estrutura mais frágil são facilmente contagiadas, porque são vulneráveis a esta. No campo espiritual, muitos cristãos tornam-se suscetíveis ao “espírito do engano” por qualquer movimento espiritual que surja.
O perigo espiritual começa com o diabo, que é o pai da mentira (Jo 8.44). A primeira seita herética começou no Éden, quando Satanás, como a Antiga Serpente, tentou Eva e torceu o sentido da Palavra de Deus para levá-la ao desvio doutrinário juntamente com seu marido Adão. Ele aproveitou-se da simplicidade e pureza de mente do casal que, sem malícia alguma, não percebeu que o poder daquela serpente era do maior inimigo de Deus e da sua obra. A serpente usou os desejos puros de Eva e, sob disfarce, de forma sutil, enganou o casal (Gn 3.1-15 e 1ª Tm 2.14).
Os métodos de Satanás continuam os mesmos. Ele explora a inocência dos incautos e lança em suas mentes dúvidas acerca de Deus e da Sua Palavra, torcendo o sentido real da Palavra de Deus e induzindo as pessoas ao engano.
V.      QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DAS SEITAS
Qualquer movimento que discorda dos pontos fundamentais da fé cristã, defendidos pelos três principais ramos do cristianismo, tais como: autoridade da Bíblia, Trindade: Pai Filho e Espírito Santo, pecado, santidade, inferno e salvação é seita.
Deus permite que essas coisas aconteçam para provar cada um de seus servos. É o que a Bíblia diz:
“Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver falado, e disser: vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirva-mo-los, não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador; porquanto o SENHOR, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o SENHOR, vosso Deus, de todo o vosso coração e de toda a vossa alma” (Dt 13.1-3).
O sobrenatural não é prova de que Deus esteja presente nesse ou naquele grupo religioso. Jesus diz, em Mateus 24.24, que esses falsos cristos e falsos profetas operam maravilhas tais, que, se possível, enganariam até os escolhidos.
No livro de Atos a Bíblia traz um relato concernente a um jovem que tinha um espírito de adivinhação As expressões vocais demoníacas da jovem escrava eram consideradas a voz de um “deus”; por isso, os serviços dela como adivinha eram muito preocupados, dando grande lucro aos seus donos. Através de Paulo, Cristo demonstrou aqui, mais uma vez, seu poder sobre o império do mal (At 16.16-19).
VI.   COMO PRECAVER-SE DE UMA SEITA
1.   Não dar crédito a todo o espírito.
“Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo a fora”. (1ª Jo 4.1).
Nestes versículos temos um assunto vital para a vida da Igreja e do crente individualmente. Trata-se de provar os espíritos, isto é, sua procedência.
João percebera que alguns crentes estavam aceitando qualquer ensino e também qualquer manifestação espiritual. Deste modo, influências e doutrinas nocivas que pareciam certas e justas, estavam destruindo a fé. Muitos na igreja estavam recebendo de braços abertos os falsos profetas, sem antes verificar que eram falsários.
O apóstolo amado os adverte: “Não deis crédito a qualquer espírito”. Isto envolve a pessoa do enganador, sua doutrina, os princípios e ensinos que prega.
Provai (testai, examinai, verificai) os espíritos! Eles podem ser provados pela maturidade, sabedoria e graça do crente, pela Palavra de Deus, pelos frutos e dons do Espírito.
Por que provar os espíritos? Para ver se procedem de Deus, pois têm saído muitos falsos profetas pelo mundo afora. Se não procedem de Deus, o crente deve no mesmo instante rejeitar e repreender tal espírito e sua falsa doutrina.
Uma maneira de reconhecer esses “falsos profetas” é observar se seus ensinos estão de acordo com a ortodoxia bíblica. João, o apóstolo amado, preocupa-se com a igreja nos “últimos tempos”. Ele nos alerta acerca dos “espíritos enganadores” que se intrometiam na vida íntima das igrejas plantadas pelos apóstolos.
Quando João usa a palavra “espírito”, ele a usa no sentido qualitativo. A palavra “espírito” alude a pessoa sem referência e não conhecida, ou seja, falso. Ele chama os cristãos de filhinhos, para que não sejam levados pelo “espírito do erro”, que produz heresias e falsa doutrina. Todo ensino precisa ser comparado e examinado com a Palavra de Deus, e se, ele estiver fora, podemos chamá-lo de falso e herético.
2.   Recusar qualquer doutrina ou manifestação que não tenha respaldo bíblico.
Lamentavelmente, alguns grupos do pentecostalismo moderno, conhecidos como neopentecostais, abraçam todas as novidades espirituais surgidas. Porque o “Espírito Santo é livre para fazer o que quiser”, acabam expondo-o ao sabor de crendices e heresias. O Espírito é livre, sim, mas sua atuação acontece mediante princípios que Ele mesmo estabeleceu nas Escrituras para as pessoas o que querem em suas vidas. O Espírito Santo não pode ser manipulado por ninguém e não age irracionalmente. Por isso, toda e qualquer manifestação espiritual tem que ter o respaldo bíblico. Caso contrário, constitui-se heresia, que precisa ser rechaçada e excluída da experiência cristã.
VII.     COMO IDENTIFICAR UMA SEITA
Seria redundante dizer que para identificar uma seita falsa, basta verificar se ela está fundamentada em heresias. Existem alguns aspectos muito comuns às seitas falsas; dentre eles destacamos os seguintes:
1.   Jesus não é o centro das atenções.
As falsas seitas, de modo geral, subestimam o valor de Jesus. Os orientais têm os seus deuses ou profetas que colocam acima de tudo, e as ocidentais ou substituem Cristo por outro “cristo” ou colocam o Filho de Deus em posição secundária, tirando-lhe a divindade e os atributos divinos, em conseqüência.
2.   Têm outras fontes doutrinárias além da Bíblia.
Creem apenas em partes da Bíblia. Admitem e aceitam como “inspirados” escritos de seus fundadores ou de pessoas que repartem com eles boa dose daquilo que crêem. Algumas chegam a desacreditar da Bíblia, à qual fazem muitas restrições.
3.   Dizem ser os únicos certos.
Uma das principais características da seita falsa é esta. Pode ter sido fundada há 5, 10, 50 ou 100 anos; não importa - é a única certa e ai daqueles que não lerem a sua cartilha! Tais pessoas deveriam pelo menos ter o cuidado de não serem tão presunçosas.
4.   Usam uma falsa interpretação.
As interpretações que fazem do texto bíblico, desprezando os princípios auxiliares da hermenêutica, têm levado inúmeras pessoas às vezes bem intencionadas a fundarem uma seita falsa. De um modo geral isso acontece pela total ignorância das regras de interpretação do nosso próprio idioma que são ensinadas em nossas escolas.
5.   Ensinam o homem a desenvolver a sua própria salvação.
Não somente ensinam os homens a se salvarem mas prometem uma salvação inteiramente naturalista em seu conceito. É a vida deste mundo repetida, retiradas as feições desagradáveis. Através de suas obras e atitudes, e seguindo os ensinamentos da seita, os homens conseguem alcançar sua própria salvação.
6.   São proselitistas.
Uma das principais atividades das seitas é “pescar no aquário do outros”. Fazem seus neófitos não entre os doentes, aflitos, desesperados ou necessitados. Aproveitam a fé de que já é possuído aquele que têm em mira e com um pouco de sutileza conseguem desencaminhar para o seu meio até mesmo muitos bons cristãos. Devemos estar com os nossos olhos bem abertos para com essa gente!
VIII.   COMO IDENTIFICAR UMA HERESIA
Não é muito difícil para o cristão sincero identificar uma heresia. Existem alguns aspectos básicos que observados mostrarão a moderna estratégia do diabo, que é a conquista das mentes. A batalha encetada no momento em todo o mundo é uma batalha mental, onde as falsas ideologias, falsas filosofias e falsas crenças subestimam a Palavra de Deus.
1.   Desarmonia com a Bíblia
No trato com as doutrinas da Bíblia, podemos dividir os argumentos da seguinte maneira:
a) Argumento Bíblico.
b) Argumento Extra-bíblico.
c) Argumento Anti-bíblico.
O argumento bíblico: é aquele extraído da Bíblia em uma interpretação correta e lógica dentro das regras hermenêuticas.
O argumento extra-bíblico: é aquele que não tem base na Bíblia, entretanto não se choca com os seus ensinamentos.
O argumento bíblico é aquele extraído da Bíblia, em uma interpretação correta e lógica. Foi o argumento usado por Jesus em uma sinagoga em Nazaré acerca de sua missão (Lc 4.16-22).
O argumento extra-bíblico é o argumento que não tem base na Bíblia, entretanto não se choca com seus ensinamentos, é mais humano do que divino. Muitos pregadores usam argumentos extra-bíblicos em seus sermões; isso deve ser feito com muita cautela e é necessário uma certa dose de segurança por parte de que o está usando.
O argumento anti-bíblico: é aquele que fere, torce, subtrai, acrescenta ou se choca com as verdades encontradas na Palavra de Deus (2ª Pe 2.1-3). Aqui encontramos as heresias que são anti-bíblicas, desarmonizam-se com os ensinamentos do cristianismo. Algumas vezes são fundamentadas em um versículo ou uma expressão isolada da Bíblia, quando basta um pequeno conhecimento dos princípios auxiliares da Hermenêutica para refutá-las.
2.   Unilateralidade de apreciação doutrinária.
Em muitos casos a heresia é caracterizada pelo fato de “escolher” uma doutrina para nela descarregar suas atenções em detrimento das outras. Afirma-se, por exemplo, a divindade de Cristo, abandonando-se a sua humanidade ou vice-versa; dá-se ênfase à unidade de Deus e se obscurece a doutrina da Trindade; preocupa-se com o corpo do homem e se esquece de sua alma ou do seu espírito.
3.   Contradição com os fatos.
Histórias e doutrinas baseadas em fatos que não fornecem base para tal; incredulidade para com ensinamentos baseados em fatos reais, bíblicos ou com raízes bíblicas. Infelizmente bons cristãos têm sido enganados por coisas deste jaez.
4.   Incoerência lógica.
Nada impede que o bom senso e a razão sejam usados em matéria de religião. A maioria das heresias não resiste a um confronto lógico com a história, ciência, Bíblia ou com a religião propriamente dita. A Bíblia prevê o surgimento e a evolução das heresias como um sinal dos tempos.
5.   Não respeitam a inspiração da Bíblia.
As seitas falsas além de mutilarem a Bíblia, rejeitam o cristianismo histórico-ortodoxo. Suas crenças são oriundas das supostas revelações, subjetivismo, e da mentalidade de seus fundadores e líderes.
Normalmente os ensinos de um herético estão acima da inspiração da Bíblia. Usam Bíblia apenas naquilo que lhes convém. É por isso que Paulo diz:
“E, do modo porque Janes e Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade” (2ª Tm 3.8).
São homens de todo corrompidos na mente, réprobos quanto à fé. Subtraem ou acrescentam ao texto aquilo que a Bíblia não diz, e a firmam ser isso uma inspiração divina, desprezando todo o contexto escriturístico.
Se compreendermos a doutrina de Deus conforme a Bíblia ensina, todo o sistema anti-bíblico dos falsos ministros desmoronará por seu próprio peso. O erro principal das seitas é desprezar o que toda a Bíblia diz sobre um determinado assunto. Uma das principais regras da hermenêutica é: “A Bíblia é sua principal intérprete”, e o grande sábio Salomão nos ensina a respeito desta regra no seu livro do pregador em Eclesiastes 7.27, dizendo: “Eis o que achei, diz o pregador, conferindo uma coisa com outra, para a respeito delas formar o meu juízo”.
Os falsos ministros se caracterizam por uma falsa hermenêutica e seu ensino doutrinário é fruto de falsas interpretações. O apóstolo Pedro admite que há certas coisas difíceis de entender e que os ignorantes e inconstantes torcem as Escrituras (2ª Pe 3.16), mutilando-a, usando subterfúgios ou torcendo-a para sua própria perdição (Jd 17-18). Infelizmente, estes ignorantes nos conhecimentos bíblicos se apresentam como doutos, torcendo a Bíblia para provar seus erros, arrastando consigo multidões á perdição e ao inferno (Jd 4).
Não há livro mais perseguido pelos inimigos do que a Bíblia. Isto é devido à ignorância da sadia regra de interpretação. Essa dádiva do céu não nos veio para que cada qual use a seu gosto (2ª Pe 1.20).
É perigoso basear uma doutrina sobre a interpretação particular de um texto isolado. Assim, alguém sai do caminho e torce as Escrituras para fazê-las respaldar sua própria idéia, interpretação ou revelação. A insistência na interpretação particular tem ocasionado muitas divisões entre o povo de Deus. À semelhança de uma aranha fazendo sua teia, em meio a um extenso emaranhado existencial, cada pessoa vai tecendo, no íntimo de sua alma, uma espécie de teologia particular, manifestada mediante uma concepção de religiosidade pessoal. A estrutura dessa concepção é formada por um tipo de religiosidade com fachada cristã, que, embora contenha fragmentos bíblicos em seu arcabouço teórico, não tem sua essência baseada em princípios bíblicos, falta-lhe a indispensável coerência doutrinária.
A única fonte de autoridade é a Bíblia. Em Jesus Cristo a revelação divina chegou ao seu clímax e se completou (Hb 1.1). Nenhum cristão está autorizado a ir além do que está escrito (1ª Co 4.6). Este conceito é de fundamental importância, porque as seitas e muitas religiões falsas surgiram sob a égide de uma “suposta revelação”.
A religiosidade pseudocristã contém os seguintes elementos: a) Personalidade imatura; b) Incidentes religiosos ao longo da vida; c) Instrução insuficiente nas doutrinas básicas da Palavra de Deus.
Pr. Elias Ribas

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