Autor: Rev. Welfany Nolasco Rodrigues
“vos darei pastores segundo o meu coração, os quais vos apascentarão com ciência e com inteligência”. Jeremias 3.15
Introdução: Vivemos em um tempo em que os valores invertidos da sociedade tem pressionado a igreja evangélica de forma que muitos princípios do protestantismo e principalmente do Evangelho estão sendo esquecidos.
Parece que para ser um homem ou mulher de Deus não bastam apenas ser honestos e fiéis, precisa-se de um currículo com competências exigidas pelas igrejas locais.
Como um verdadeiro pastor deve ser?
Vamos refletir o que não fazer para entender o que é correto no ministério pastoral:
1- Pastor não é ADMINISTRADOR DE EMPRESAS: Atos 6.1-4
A organização de nossas igrejas atualmente está cada vez mais parecida com uma empresa. Isso por um lado é muito bom porque as igrejas estão mais estruturadas e seguindo as leis, contudo isso não pode ser prioridade acima das vidas que precisam do evangelho.
A questão não é o fato das igrejas estarem legalmente organizadas e sim quem deve fazer isso. O pastor, por mais que seja o responsável principal pela documentação da igreja, não deve ser quem se ocupa com isso. Para isso é preciso uma equipe de pessoas que trabalhem nesta área administrativa de forma que o pastor não se desgaste com estas questões.
Os apóstolos elegeram os diáconos para serem estes administradores das ‘mesas’ e das necessidades da igreja para que os apóstolos se dedicassem exclusivamente “à oração e ao ministério da Palavra” (v.4).
Se você é pastor ou pastora ore a Deus que levante pessoas para te ajudar nas questões administrativas e se consagre a Deus para abençoar suas ovelhas. Se você é um membro da igreja colabore com seu pastor ou pastora minimizando problemas que podem ser resolvidos sem desgastar o homem ou mulher de Deus com pequenas coisas.
Pastor não é administrador e sim profeta de Deus!
2- Pastor não é um NEGOCIADOR DE CONFLITOS: II Coríntios 5.18,19
Algumas igrejas estão tão politizadas e divididas em grupos com perfis diferenciados que os pastores gastam muito tempo administrando conflitos entre os membros. Alguns pastores até se chamam de ‘apagadores de incêndio’, por causa de tantas crises presentes nas igrejas.
Com isso, o pastor fica limitado porque sabe que tem um assunto que ‘fulano’ não gosta. Se fizer tal coisa pode aborrecer a ‘ciclano’. Para corrigir alguém pode afetar toda sua família que também congrega na igreja. E lá se vai o pastor pisando em ovos...
Na verdade como homens e mulheres de Deus, quem recebe o ministério pastoral precisa ter liberdade para agir e falar sem receio de afetar quem quer que seja. A verdade serve para todos indistintamente.
Nossa missão como cristãos e como pastores é trazer reconciliação e perdão porque somos pacificadores como filhos de Deus (Mateus 5.8). Muitos problemas precisam de confrontação para ser resolvidos e quanto mais se evita pior fica. Mas o objetivo deve ser apaziguar e não provocar confusão.
Pastor deve ministrar perdão e concerto!
3- Pastor não é ANIMADOR DE AUDITÓRIO: II Timóteo 4.2
No tempo moderno a mídia tem chamado a atenção do povo evangélico que aproveita os recursos tecnológicos para divulgar a Palavra de Deus. Isso é muito bom! Contudo, nem todos os pastores têm um mesmo carisma ou dom.
Com isso aqueles que têm uma maior desenvoltura e talentos se destacam no ministério pastoral em detrimento daqueles que não tem o mesmo acesso a estes recursos ou não sabe utilizá-los. Seria muito bom se todos os pastores usassem os recursos tecnológicos para comunicar ao povo, mas nem todos conseguem e não podem ser desmerecidos por isso.
Pastores que contam piadas na pregação, sabem cantar, têm boa aparência física ou conseguem emocionar o povo, são os preferidos pelo povo evangélico.
As principais características de um homem ou mulher de Deus devem ser seu caráter antes de qualquer carisma. O pregador não pode ter medo de falar a verdade nem procurar dizer o que o povo gosta de ouvir, mas simplesmente a pura Palavra de Deus.
Infelizmente, o uso da mídia tem sido alvo de lucros financeiros acima da prioridade de anunciar o Evangelho. Muitos líderes evangélicos estão enriquecendo através da Palavra de Deus, num verdadeiro comércio da fé (II Pedro 2.3).
Pastor não precisa ter medo de falar a verdade!
4- Pastor não é AMANSADOR DE DEMÔNIOS: Mateus 10.8
Existem situações na vida espiritual que descobrimos ser de origem diabólica e segundo a palavra de Deus devem ser duramente resistidos (Tiago 4.7). Para isso o líder deve estar em constante consagração através da oração e jejum para alcançar autoridade espiritual (Mateus 17.21).
O que acontece é que muitas pessoas não querem ser libertas e por isso não gostam de ouvir a verdade (João 8.32). Quando o pregador está falando não conseguem escutar (II Timóteo 4.4). Mas o pastor deve pregar com unção para libertação de vidas.
Existem situações de pecado que entram na igreja que devem ser resistidas através da oração repreendendo espíritos malignos que oprimem a igreja impedindo seu crescimento espiritual e numérico. Como autoridade espiritual sobre a igreja, o pastor deve orar intensamente repreendendo toda influência maligna.
Jesus mandou que os demônios fossem expulsos pelo poder do nome de Jesus e não apenas amansados para ficar quietos e não incomodar. A principal artimanha de Satanás é se camuflar para não ser percebido (II Coríntios 11.14).
O pastor deve buscar autoridade espiritual!
5- Pastor não é TOLERADOR DE PECADOS: Apocalipse 2.20
Uma coisa muito comum quando o pastor inicia o ministério em uma igreja são os membros querendo que tudo fique como sempre foi evitando inovações. Como homem ou mulher de Deus, o pastor ou pastora tem autonomia para mudar e lançar desafios para a Igreja.
Com o tempo, o pastor ou pastora descobre coisas erradas na igreja e precisa confrontar o pecado. Hábitos viciosos de cristãos que esfriaram na fé impedem o avanço missionário da igreja e o pastor não pode estar preso a estas coisas.
O Senhor Jesus corrigiu o pastor da Igreja em Tiatira que estaria tolerando os pecados de uma falsa profetiza chamada Jezabel. Portanto, se o pastor não corrige a ovelha ele será corrigido por Jesus.
Leia mais sobre o assunto no estudo: OESPÍRITO DE JEZABEL.
A vida do pastor deve ser consagrada de forma exemplar para suas ovelhas e também precisa ensinar sobre consagração. O tema santificação e o pecado estão precisando ser pregados como nunca antes.
O pastor precisa denunciar o pecado!
Seja um pastor verdadeiro!
CONCLUSÃO: I Pedro 5.2,3
Tudo o que foi falado até aqui apenas introduz tantos problemas no ministério pastoral. Mas se existem falsos pastores não podemos esquecer que também existem os verdadeiros.
Estes princípios aqui citados servem para o pastor guardar para si mesmo e não para julgar os outros. Não podemos usar estes valores para ferir pessoas. O pastor deve fazer tudo com amor: delegar funções, resolver conflitos conciliando pessoas, pregar com seriedade e brandura, repreender todo obra maligna e denunciar o pecado. Com amor o pastor consegue alcançar o coração de suas ovelhas.
Seja um pastor amoroso!
Nenhum comentário:
Postar um comentário