22 fevereiro 2022

O Pai nosso, pão nosso... Teu reino, Tua vontade...



Autor: Rev. Welfany Nolasco Rodrigues
 



Mateus 6.9-13


Introdução: A oração do Pai nosso foi a resposta de Jesus ao pedido dos discípulos: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lucas 11.1). Precisamos aprender a orar como Jesus. Esta oração nos ensina buscar a resposta onde somente poderia estar: em Deus. Neste diálogo com Deus recebemos bênçãos, mas também rendemos ao Senhor o louvor que lhe pertence.
A oração ensinada por Jesus aponta para duas direções: celeste e terrena. Isso pode ser notado na sequência dos pronomes “nosso” e “teu” mostrando os limites do que é nosso por herança e o que é de Deus. Jesus parece utilizar uma forma poética chamada paralelismo1 muito comum na literatura do Antigo Testamento, onde um verso completa o outro dando sequência ao pensamento anterior, por meio de comparações ou também o dualismo2 mostrando a diferença entre sentidos opostos (bem X mal, luz X trevas...), muito comum no Novo Testamento.



Como você está orando?


Vejamos o que recebemos e o que devemos render a Deus nesta oração:


1- O que é nosso?
Quando estamos diante do Divino reconhecemos nossa humanidade. O ato de se ajoelhar significa que estamos nos quebrando pela metade em rendição a Deus (Filipenses 2.10). Quando oramos estamos nos abrindo para receber o que Jesus conquistou para nós (Efésios 1.3). Esta oração foi ensinada por Jesus para assumirmos coisas que são realmente nossas por herança espiritual.


O que recebemos na oração:


a) Pai - “Pai nosso” (v.9)
Já nesta primeira palavra Jesus ensinou o nível de intimidade que alcançamos na oração (Romanos 8.15). A expressão hebraica abba3 era diminutiva, a primeira palavra aprendida pelos bebês. Deus se doou a nós como Pai para cuidar de nossas vidas quando nos tornamos filhos de Deus (João 1.12). Não somos mais órfãos desamparados, agora temos um Pai a quem recorrer. Na oração recebemos um Pai Celestial!


b) Pão - “o pão nosso” (v.11)
Todos os dias estamos na dependência de Deus para receber do Senhor o sustento não somente o pão físico, mas também o espiritual4, porque “não só de pão viverá o homem, mas de toda Palavra que procede da boca de Deus” (Mateus 4.4). Jesus é o “Pão da vida” que nos satisfaz (João 6.35 e 48). Na oração recebemos o Pão Divino que é Jesus!


c) Perdão -“perdoa-nos” (v.12)
Recebemos o perdão de Deus para nossos pecados quando confessamos (I João 1.7-9). Só temos o perdão porque este nos foi dado gratuitamente por Deus. Quando oramos recebemos o Perdão de Deus!


d) Dívidas - “nossas dívidas ... nossos devedores" (v.12)
Somos devedores por causa de nossas ofensas. Estamos sempre tendo que pedir perdão e perdoar alguém. A única coisa que sempre ficamos devendo é o amor (Romanos 13.8), porque nunca conseguiremos amar como Jesus nos amou. Somente Deus, que é rico em perdoar pode nos ajudar quitando a dívida dos nossos pecados na cruz (Colossenses 2.14). Perdoar é um desafio para todo cristão todos os dias e podemos começar a exercitar o perdão orando por nossos inimigos (Mateus 5.44). Quando oramos aprendemos a perdoar!


e) Tentação - “não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal” (v.13)
A tentação é puramente humana (I Coríntios 10.13) e não de Deus (Tiago 1.13). Precisamos vencer o mal todos os dias (Mateus 6.34) e para isso buscamos ajuda em Deus através da oração. Quando oramos recebemos forças para vencer a tentação!


Ao receber a Deus como Pai reconhecemos que somos apenas filhos, que precisamos do pão do sustento que vem de Deus, além do perdão e forças para perdoar. Mesmo assim sempre seremos devedores de Deus por seu imenso amor e sujeitos às tentações.
Assuma sua posição diante de Deus na oração!


2- O que é de Deus?
Na oração aprendemos também, além de receber, dedicar ao Senhor o louvor que lhe é devido como tributos de adoração porque Deus é digno (Salmos 96.7).


A Deus somente pertencem:


a) Céus - “estás nos céus” (v.9)
Tanto a terra como os céus pertencem a Deus (Salmos 89.11) como sua morada (Isaías 57.15). Jesus ensinou que tudo começa no céu e então é confirmado na terra através da oração porque “tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu” (Mateus 18.18). Nossas bênçãos vêm dos céus e é ali que devemos estar em oração (Efésios 2.6). Quando oramos, entramos nos céus na presença de Deus!


b) Nome Santo - “santificado seja o teu nome” (v.9)
O nome do Senhor é santo e poderoso como nenhum outro nome (Atos 4.12). Jesus nos deu permissão para orar em seu nome (João 14.13,14), mas este nome pertence a Deus e merece ser respeitado (Êxodo 20.7). Pedir em nome de Jesus significa segundo a sua vontade (I João 5.13,14). A oração deve ser feita em nome de Jesus!


c) Reino - “venha o teu reino” (v.10) e “pois teu é o reino” (v.13)
O reino é o domínio de Deus que já lhe pertencem e precisa ser chegado até nós (Mateus 10.6). Por isso a oração começa e termina declarando que o reino é de Deus. Chamar o reino de Deus significa aceitar o domínio do Senhor como maioral em nossas vidas (Romanos 10.9,10). Isso é uma atitude de submissão. De joelhos em oração somos submissos ao Rei Jesus!


d) Vontade - “faça-se a tua vontade” (v.10)
Deus tem planos perfeitos para nós (Jeremias 29.11) e sua vontade é “boa, agradável e perfeita” (Romanos 12.2). Os planos humanos são falhos e passageiros (Provérbios 16.1). Por isso devemos buscar a vontade de Deus em oração e não apenas fazer pedidos apresentando nosso querer. Mesmo assim, quando amamos a Deus e alinhamos a nossa vontade com os seus propósitos, o Senhor “satisfará o desejo do teu coração” (Salmos 37.4). Através da Palavra de Deus podemos conhecer a vontade do Senhor. Na oração aceitamos a vontade de Deus!


e) Poder e Glória - “pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre amém” (v.13)
Embora a humanidade sempre busque estas coisas, seu poder e glória são passageiros, mas para Deus é eterno. Precisamos reconhecer o poder e a glória de Deus em nossas vidas por meio de frutos (João 15.8). Quando estamos fracos, impotentes e percebemos que não temos mérito algum, então entendemos que toda força, poder e glória vem do Senhor (II Coríntios 12.7-10). Quando o Espírito Santo está em nossas vidas recebemos o poder de Deus (Atos 1.8). Em oração rendemos glória e recebemos o poder de Deus!


Enquanto oramos entramos nos céus espiritualmente onde Deus está, adoramos seu Santo Nome e pedimos tudo em nome de Jesus, aceitamos o reino e domínio do Senhor sobre nós através de sua vontade. Então cheios do poder do Espírito Santo rendemos glória ao Senhor.
Entregue a Deus o que lhe é devido em oração!
Aprenda a orar com Jesus!


CONCLUSÃO
As mãos abertas estão prontas para entregar e também para receber. É isso que fazemos na oração. Um ato de entrega ao Senhor e também de abertura para aceitar o que tem para nós.
A Oração do Pai Nosso abrange a totalidade das necessidades humanas tanto físicas como espirituais5. Não existe nada que não possa ser conquistado em oração. Por isso a vida devocional deve ser constante e ininterrupta em nossas vidas (I Tessalonicenses 5.17).

Quando orar, receba o que Deus te deu, mas também entregue o que o Senhor merece. Oração não é somente pedir, porque Deus não é nosso servo para ter que fazer tudo que pedimos, mas nós que devemos servir a Ele nos dispondo para ser e receber o que tem nos dado.
Todas as bênçãos já existem nas regiões celestes (Efésios 1.3 e 2.6). Quando oramos chegamos a Deus e alcançamos o que o Senhor tem preparado para nós. A oração é para Deus, mas também é para nós a resposta, pois o Espírito Santo nos ensina orar como convém (Romanos 8.26).
Ore recebendo bênçãos e entregando adoração!

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