BÍBLIA A PALAVRA DE DEUS |
- A INCREDULIDADE DE TOMÉ
- TERIA JUDAS CITADO O LIVRO DE ENOQUE?
- "DEUS, SENDO BOM, FEZ TODAS AS COISAS BOAS. DE ONDE ENTÃO VEM O MAL?"
Posted: 06 Sep 2015 08:00 PM PDT João 20: 19-29 INTRODUÇÃO O Senhor Jesus ressuscitou na manhã do terceiro dia e à tarde apareceu aos discípulos, dizendo-lhes: "Paz seja convosco". Esse fato marcou o início da dispensação da graça, trazendo aquilo que o homem mais ansiava, que era a paz. Jesus estava preparando os discípulos para serem enviados ao campo, para dar continuidade ao trabalho de pregação do Evangelho, e para isso eles precisavam de paz no coração, eles precisavam saber que o Senhor estava vivo, que havia vencido a morte, este temível inimigo que tira a paz do coração do homem. DESENVOLVIMENTO Jesus se revelou aos discípulos que estavam reunidos, que estavam no corpo. Estes perceberam as marcas no corpo de Jesus e as evidências de sua morte e ressurreição, com admiração, mas com naturalidade, sem a necessidade de Jesus lhes dar mais explicações complementares. Eles estavam no corpo e viram Jesus vivo e se alegaram sobremaneira com isso; eles conversaram com Ele e receberam seu Espírito Santo e as orientações de como prosseguir na realização da Obra. Quando Jesus se revelou aos discípulos reunidos, um deles, chamado Tomé, não estava presente. Ele estava fora do corpo, e quando ouviu o testemunho dos seus companheiros a respeito da ressurreição de Jesus, não creu no que ouviu e disse que só acreditaria se visse as marcas dos cravos nas mãos de Jesus e tocasse na ferida feita pela lança do soldado, no lado do corpo do Senhor. Isso acontece com aqueles que estão fora do corpo, eles se tornam insensíveis e não conseguem aceitar aquilo que o Senhor está fazendo na vida da igreja. Estar fora do corpo, não significa simplesmente estar fisicamente fora da igreja; mas fora da direção do Espírito e da revelação, fora da comunhão com o Senhor Jesus. A pessoa nesta situação nunca conhecerá ao Senhor, pois Ele nunca se revela aos que estão fora do corpo. Também nunca entenderão que Jesus está vivo no meio do seu povo, operando pelo seu Espírito e revelando sua vontade ao seu corpo. Estas pessoas se tornam céticas, sempre exigindo uma prova palpável e visível para poder crer naquilo que o Senhor está fazendo. CONCLUSÃO Oito dias mais tarde, Tomé estava com os discípulos, quando Jesus apareceu no meio deles novamente, e mais uma vez os saudou com a sua paz. Em seguida se dirigiu a Tomé, mostrando-lhe as suas mãos e o seu lado. Ao ver Jesus ressurreto, Tomé caiu aos seus pés e reconheceu que Ele era Deus e Senhor. Então Jesus lhe disse: "Porque viste, creste, Tomé, bem-aventurados os que não viram e creram". Em outras palavras, o que Jesus quis dizer foi que, os que estão no corpo, vivendo sua Obra pela fé, recebendo as revelações e as aceitando com naturalidade e pureza de coração, é que são bem-aventurados, pois não necessitam de provas materiais da existência e realidade do Senhor Jesus. Criar seu atalho |
TERIA JUDAS CITADO O LIVRO DE ENOQUE? Posted: 06 Sep 2015 12:52 PM PDT Com frequência pessoas me perguntam a razão de o "Livro de Enoque" não ter sido incluído no cânon das Escrituras, já que ele teria sido citado por Judas em sua epístola. A passagem de Judas é: "E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos; para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele." (Jd 1:14-15) Acontece que a passagem não diz que isso tenha sido extraído de um "Livro de Enoque" ou que Enoque tenha escrito um livro. Ao escrever sob inspiração divina Judas pode ter sido levado a escreve algo que já fazia parte da comunicação oral da tradição judaica, como também pode lhe ter sido revelado de primeira mão pelo Senhor o que Enoque teria profetizado em seus dias. Mas não fala de "livro de Enoque", embora exista um hoje que traz este nome. Costumamos repetir frases de grandes homens que nunca escreveram um livro sequer, mas que disseram alguma frase que acabou registrada na memória da sociedade ou em livros de outros como citação. Veja, por exemplo, o caso da citação feita por Paulo em Atos 20:35 "Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: 'Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber'." Paulo pode não ter se encontrado com Jesus quando andou aqui e temos certeza de que o Senhor não escreveu diretamente nenhum livro. Todavia Paulo cita algo que não está registrado nos Evangelhos, o que ele pode tanto ter recebido da comunicação de outros apóstolos, como tendo vindo diretamente o Senhor nas revelações que fez a ele. Seria insano afirmar que por Paulo ter citado palavras de Jesus deveria necessariamente existir um "Livro de Jesus". (Antes que você me pergunte, sim, existe também um apócrifo chamado "Livro de Jesus"). Como o suposto "Livro de Enoque" traz passagens muito parecidas com algumas das epístolas de Pedro e Judas, muitos acreditam que estes tenham buscado sua inspiração no apócrifo "Livro de Enoque", porém se levarmos em conta que tudo o que existe é um manuscrito produzido na era cristã, o contrário é pode ser verdadeiro: o anônimo autor que emprestou o pseudônimo de Enoque pode ter utilizado ideias correntes em seu tempo e também buscado "inspiração" no que já era ensinado pelos cristãos. Digo isto porque existe no "Livro de Enoque" uma expressão que jamais teria sido utilizada nas escrituras anteriores à era cristã, por ser uma revelação trazida pelo Senhor quando esteve na terra, ou seja, que o Messias de Israel era o "Filho de Deus". O Concise Bible Dictionary (Morrish Edition) explica assim: "Judas cita uma profecia de Enoque que não é encontrada no Antigo Testamento. Considerando que Judas escreveu sob a inspiração de Deus, isso pode ter sido revelado a ele, como aconteceu com muitas outras coisas nas Escrituras, as quais não poderiam ter sido conhecidas de outra maneira. Ou talvez ele tenha sido inspirado a registrar o que havia sido transmitido de forma oral ao longo do tempo. Existe um livro apócrifo chamado "O Livro de Enoque", do qual alguns acreditam que Judas tivesse obtendo sua citação, porém não é um livro inspirado. Mas também não há qualquer evidência de que tal livro existisse nos tempos de Judas. Ele se refere ao Messias como "Filho de Deus", o que pode ser considerado um prova conclusiva de que ele tenha sido escrito na era cristã." (Concise Bible Dictionary) por Mario Persona |
"DEUS, SENDO BOM, FEZ TODAS AS COISAS BOAS. DE ONDE ENTÃO VEM O MAL?" Posted: 06 Sep 2015 04:46 AM PDT Navegando pela internet, preparando uma aula, vi uma imagem que me chamou atenção, imagem de uma criança morta na beira de uma praia. Então eu fui pesquisar o por que desta imagem, ela estava sendo muito compartilhada nas redes sociais, ao pesquisar encontrei uma matéria da Revista Veja, que esta que é está imagem acima. Então resolvi postar esta reportagem aqui, e faze uma postagem sobre este assunto, abaixo irei colocar a reportagem da Veja: Aylan morreu sem conhecer a paz Há uma pequena chance de que a morte do menino sírio que as ondas levaram a uma praia na Turquia marque o limite máximo do descaso com a maior tragédia humanitária de nosso tempo Tragédia humanitária – O bote de 5 metros de comprimento em que o menino sírio Aylan Shanu viajava com os pais e o irmão mais velho emborcou a caminho da Ilha de Cos, na Grécia(Nilufer Demir/AP) Quem poderá afirmar com certeza que Heródoto, o filho mais famoso de Halicarnasso, hoje Bodrum, na Turquia, não tenha chutado distraído em uma caminhada pela praia um dos seixos que cercavam o corpo de Aylan Shenu? Como a injustiça e as guerras, os seixos resistem indiferentes ao passar dos séculos. Heródoto viveu 59 anos no século V a.C. Foi o primeiro a fazer relatos realistas, minuciosos e críticos de eventos da Antiguidade clássica. É chamado de "o pai da história". Aylan tinha 3 anos. Todos eles vividos sob a guerra civil síria, um conflito do século XXI mais bárbaro e desumano do que os narrados por Heródoto, que tiveram lugar há mais de 2 500 anos, quando inexistiam conceitos como direitos humanos, respeito à vida ou proteção às crianças. Hoje esses conceitos são automaticamente recitados pelos homens públicos. Aylan morreu sem desfrutar nenhum deles. Há uma pequena chance de que a morte de Aylan seja o marco do limite máximo do descaso com a maior tragédia humanitária de nosso tempo, a dos imigrantes que se lançam ao mar em embarcações precárias depois de perder a própria pátria. O bote de 5 metros de comprimento em que o menino sírio viajava com os pais e o irmão mais velho emborcou a caminho da Ilha de Cos, na Grécia. Eles fugiam dos terroristas do Estado Islâmico, que, em nome da construção de um califado, matam pessoas de todos os credos, torturam e estupram. Fugiam também das forças do ditador Bashar Assad, que bombardeiam o próprio povo com armas químicas. Quando Aylan nasceu, a Síria já estava em guerra civil. Ele morreu sem conhecer a paz. Somente neste ano, cerca de 2 600 pessoas morreram buscando chegar à Europa pelo mar, dos mais de 300 000 que tentaram a travessia. Nos últimos dias, as multidões atravessando fronteiras com pouco mais do que a roupa do corpo em trens, a pé ou de bicicleta abriram, com a força do maior fluxo de refugiados desde a II Guerra Mundial, fendas nas bem guardadas fronteiras dos países europeus. Os que sobrevivem à travessia não são bem-vindos na Europa. Eles são muitos. São pobres. Muito diferentes. São vistos como ameaça. "Os que estão chegando cresceram em outra religião e representam uma cultura radicalmente diferente. A maioria deles não é cristã, mas muçulmana. A Europa tem uma identidade enraizada no cristianismo", disse Viktor Orban, o primeiro-ministro húngaro, cujo governo está terminando uma cerca de arame farpado na fronteira de seu país com a Sérvia para impedir a entrada de novos clandestinos. A reação de Orban reflete o sentimento de um número expressivo de moradores da Europa. Os europeus têm boas razões para reagir defensivamente. Os imigrantes não têm alternativa. A situação em que os dois lados de um conflito possuem razões legítimas e lutam para impô-las à força tem o nome de tragédia. Palco de duas guerras mundiais, revoluções sangrentas e conflitos étnicos recentes, a Europa está cansada de tragédias. Essa é a chance de que a morte de Aylan seja um marco de mudança para melhor na situação dos fugitivos. A chanceler alemã Angela Merkel, com o bom-senso e a determinação que a caracterizam, falou como uma líder: "Se a Europa falhar na questão dos refugiados, essa não será a Europa que sonhamos". Do cenário de desolação e abandono deixado pela II Guerra Mundial os europeus se reergueram com a ambição de ser a antítese do passado intolerante e sangrento. "A dignidade humana é inviolável. Respeitá-la e protegê-la é dever de toda autoridade do Estado", lê-se no primeiro artigo da Constituição alemã de 1949. [1] VAMOS ENTÃO RESPONDER A REVISTA VEJA: POR QUE JESUS NÃO FOI ONIBENEVOLENTE [3] Você escreveu contando da conversa que teve com um ateu, e o assunto coincide com a matéria de capa da Revista Veja que vi trazendo a seguinte questão: "Deus, sendo bom, fez todas as coisas boas. De onde, então, vem o mal?" Não li a matéria, portanto não sei a resposta que a revista deu à questão. Mas em seu e-mail você conta de como seu amigo ateu teria acusado Jesus de intolerante para com os fariseus. Usando Mateus 13:13, onde o Senhor diz que falava por parábolas para que os incrédulos, vendo, não vissem, e ouvindo, não ouvissem e nem compreendessem, o ateu argumentou que, ao fazer isso, Jesus condenava logo de cara os fariseus. Mas você refutou corretamente o raciocínio dele, apontando que aquele modo de proceder era consequência de os fariseus não terem recebido o Senhor como seu Messias e Rei, passando assim à categoria daqueles que não queriam saber de Deus. Mas o ateu não parou aí. Disse que, se Jesus andava com pecadores como publicanos e prostitutas, deveria andar também com os fariseus, igualmente pecadores. A pergunta dele foi: "Se Jesus é Deus e Deus é onibenevolente, por que condenava os fariseus? Por que não andava com eles independentemente do modo como o tratavam? Se ele é onibenevolente deveria perdoar os fariseus, e não condená-los. A conclusão é que Deus não pode ser bom, pois se fosse bom não condenaria os incrédulos no lago de fogo, mas salvaria a todos, inclusive os que não creem nele". Ao dizer que Jesus não deveria ter julgado e repreendido os fariseus, e sim continuado andando com eles apesar de todo o ódio que destilavam contra o Senhor, seu amigo ateu está assumindo que ele próprio (seu amigo) pode julgar as pessoas (no caso ele está julgando Deus), mas Deus não podia julgar os fariseus. Então vemos um verme humano, como eu e você, achando-se grande coisa e levantando seu dedo contra o Criador. Veja você, um réu dizendo como o Juiz deveria ter agido! Seria cômico se não fosse trágico. Como esse ateu, que obviamente não é onibenevolente e onisciente poderia julgar aquele que tem tais qualidades e muitas outras? O ateu já começa se achando algo que não tem capacidade de ser: Juiz de Deus. Não costumo perder muito tempo com ateus, uma porque a Bíblia diz que Deus "pôs no coração do homem o anseio pela eternidade" (Ec 3:11 NVI), outra porque "os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos" (Sl 19:1), e também porque "o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos." (Rm 1:19-22). Ou seja, o Deus que é onibenevolente providenciou para que até mesmo os ateus tivessem conhecimento dele, e sendo onisciente, sabe que cada ateu tem esse conhecimento, ainda que reconheça isso apenas quando põe a cabeça no travesseiro. Portanto, o problema com ateus é que eles NÃO QUEREM crer. O problema deles não é por não terem evidências para crer. O problema deles é de vontade. Ao julgar Jesus como mau por não ter feito vista grossa para a rejeição de seus opositores, o incrédulo ateu aponta o dedo acusador para o próprio peito. Tenho certeza de que seu amigo ateu não gostaria de morar num país onde as autoridades fizessem vista grossa para o crime e as pessoas pudessem fazer o que bem entendessem, sem sofrerem qualquer tipo de penalidade. Nesse país imaginário de seu amigo ateu as pessoas deveriam simplesmente fazer de conta que estava tudo bem e abraçar forte o assaltante quando este apontasse a faca para o peito de sua vítima. Não, nem mesmo um ateu iria querer viver em um país assim onde o mal fosse chamado de bem. Ele chamaria a polícia se alguém invadisse sua casa, sem saber que foi Deus quem delegou autoridade à polícia para agir e até matar um bandido que ameaçasse a vida das pessoas. Seu amigo ateu não percebe que aquele Jesus, que andou aqui tão humilde, e ao mesmo tempo tinha o poder de estancar uma tempestade, multiplicar os pães e ler o pensamento das pessoas, além de curá-las de toda enfermidade, também poderia ter transformado aqueles fariseus em cinzas com uma só palavra. Sim, a mesma palavra que teve o poder de trazer os mundos à existência a partir do nada é a que um dia reduzirá a nada os céus e a terra que agora existem. Mas não era nesse caráter que Jesus veio. Ele não veio para condenar, mas para salvar, e não levou em conta os pecados daqueles seus opositores enquanto andou aqui. "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós [os crentes] a palavra da reconciliação" (2 Co 5:19). Mas Jesus voltará, aí sim sem misericórdia, e naquela aparência terrível em que ele aparece no livro de Apocalipse. Ele virá para julgar os incrédulos, seu amigo ateu, inclusive. Quanto a Jesus ser onibenevolente, por ser Deus, ele próprio afirmou que só Deus é bom, o que obviamente incluía a ele próprio na afirmação. Portanto creio sim na onibenevolência de Deus e de Jesus, que é o Filho de Deus e ele próprio uma das três Pessoas divinas da Trindade. Os seres humanos podem até praticar alguma bondade, mas não são essencialmente bons porque a onibenevolência é uma qualidade exclusiva de Deus, como é a onipotência, onisciência, onipresença etc. Perceba que todas essas características são elevadas à perfeição, quando falamos de Deus. Elas não são relativas ou condicionadas às circunstâncias, como acontece com algum tipo de bondade vinda de nós. Aí entra a questão do mal: Se Deus é onibenevolente, de onde vem o mal? Se Deus é onisciente, por que não previu que o mal entraria na Criação? E se Deus é onipotente, por que não cortou o mal pela raiz e ainda permite que ele prevaleça no mundo? Por que um Deus onibenevolente teria deixado morrer afogado um menino como Aylan Kurdi, de 3 anos, que se transformou em símbolo da catástrofe humanitária gerada pela violência dos radicais islâmicos e pela relutância dos países europeus em receber os refugiados. Para mim a questão é facilmente resolvida para quem crê na absoluta onibelevolência, onisciência e onipotência de Deus, e também na soberania da sua vontade e perfeição dos seus desígnios, e também na absoluta incapacidade do homem pecador em entender os desígnios de Deus. Ou seja, a criatura que se coloca no seu devido lugar não irá questionar o modo de Deus agir porque entende que as razões de Deus estão muito acima de nossa vã compreensão. Seria algo como uma criança de dois anos de idade perguntar: "Se meus pais são bons, por que não me deixam virar a noite brincando? Por que me obrigam a comer vegetais e me privam de refrigerante e doces? Por que me largam numa creche o dia inteiro enquanto vão se divertir nisso que eles chamam de 'emprego'? Só posso concluir que meus pais não são bons; meus pais não me amam como eles dizem". Nem preciso dizer que seria inútil explicar as razões para uma criança assim, pois ela não iria entender. Sua visão é ainda muito estreita e sua mente muito limitada para entender razões elevadas demais para ela. Deus não criou o mal na sua essência, porque ele é onibenevolente. O mal foi inaugurado por Satanás, um querubim que se encheu de orgulho e quis ser igual a Deus. À sua semelhança, os primeiros seres humanos também quiseram ser iguais a Deus, motivados por Satanás, a serpente do Jardim, para assim se verem livres de Deus como seu amigo gosta de pensar que está. Mas como Deus teria criado seres com essa possibilidade de pecar? Por uma razão muito simples: Você fabricaria um carro cuja direção só pudesse virar para a direita? Então Deus criou os seres livres e perfeitos dentro de seus devidos contextos, e isso incluía a capacidade de decidir. Deus não criou robôs pré-programados para apenas adorarem a Deus. Por isso hoje ele procura aqueles que espontaneamente queiram adorá-lo, como ele mostrou à mulher samaritana em João 4. O seu amigo ateu nunca entenderá a bondade de Deus sem experimentá-la, mas para isso é preciso primeiro crer na Palavra de Deus. O incrédulo é inescusável nessa condição, assim como eu e você já fomos, porque acaba se condenando naquilo mesmo em que julga os outros. Ao julgar a Deus das razões de Cristo ter deixado de lado os fariseus não convencidos de seu pecado, para cuidar de pecadores convictos, o incrédulo acaba apontando o dedo da acusação contra o próprio peito, porque ele também chamaria a polícia se bandidos entrassem em sua casa para estuprarem sua esposa e filha. Ele não iria dar as boas-vindas a eles e servir uísque para os bandidos se sentirem à vontade em sua farra. O problema é que, ao julgar o comportamento de Jesus, seu amigo não percebe que seu julgamento é tão imperfeito quanto ele próprio, um pecador arruinado e em constante inimizade contra Deus. Juridicamente ele não poderia julgar a Deus (sem falar da loucura que é cogitar tal coisa) porque estaria sendo um juiz que traz elementos que podem interferir na sua imparcialidade. Quais? Oras, ele nem mesmo acredita na existência de Deus! Como julgar Alguém que nem espera encontrar? Mas agora vem um ponto interessante. Ao considerar Jesus injusto em suas atitudes por ter deixado de lado os fariseus impenitentes para se ocupar com outros tipos de pecadores, o incrédulo acaba desprezando justamente aquilo que ele diz que Deus não tem: "as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus" é o que o conduz ao arrependimento. Então, segundo a sua dureza e seu coração impenitente, o incrédulo entesoura ou acumula ira para si mesmo no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus, "que recompensará cada um segundo as suas obras; a saber: a vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção; mas indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade; tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz ao mal... glória e honra e paz a qualquer que pratica o bem... porque para com Deus não há acepção de pessoas" (Rm 2:1-11). Ao seu amigo incrédulo cabe também a própria passagem que ele citou e que fará parte de seu processo de condenação, caso ele não se arrependa e creia no Senhor Jesus como seu Salvador e Senhor. Jesus disse, a respeito dos incrédulos: "Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não veem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem." (Mt 13:13). Ele disse isso apenas aos que creram nele, que é a condição inicial para aceitarmos pela fé as razões de Deus, mesmo as que não compreendemos. [2] Talvez você já ouviu falar do "Problema do Mal". A expressão se refere à mais difícil pergunta da história da teologia cristã: Se Deus é onipotente e bondade, por que ele permite a existência do mal e do sofrimento? Afinal, o que quer a expressão "Problema do Mal"? Antes de tudo, é importante reconhecermos que o mal não é necessariamente um problema no sentido filosófico do termo. O conceito de problema pode ser invertido aqui. Por exemplo, uma perspectiva pessimista e ateísta que afirma a realidade do mal como experiência básica da realidade e nega o divino e o bem, teria de enfrentar o "problema do bem". Explicando melhor: "se o universo não tem propósito e é absurdo (como sugerem alguns existencialistas ateus, por exemplo), como explicar a experiência do belo, do inefável e do prazer"? Não seria esse um grande problema filosófico? Como disse o famoso biblista autraliano Francis I. Andersen: "A rigor, a desgraça humana, ou o mal em todas as suas formas, é um problema somente para a pessoa que crê num Deus único, onipotente e todo amoroso". Isso significa que outras religiões e filosofia não enfrentam um dilema, no sentido de terem de explicar a existência do mal.Mesmo assim, o mal ainda permanece um problema para todos os sistemas de pensamento por causa da questão do sofrimento. [Wallace Oliveira Cruz] [1] http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/aylan-morreu-sem-conhecer-a-paz?utm_source=redesabril_veja&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_veja&utm_content=feed& [2] http://www.respondi.com.br/2015/09/por-que-jesus-nao-foi-onibenevolente.html [3] https://www.youtube.com/watch?v=UuTWVsnMqPQ "DEUS, SENDO BOM, FEZ TODAS AS COISAS BOAS. DE ONDE ENTÃO VEM O MAL?" |
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