A natureza trinitária do único Deus bíblico não é completa sem o Deus Espírito Santo. O fato de revelação do Espírito Santo como a terceira pessoa da Divindade vir depois da revelação do Filho e do Pai, não significa que Ele seja menos importante ou que Se tenha envolvido nas atividades salvadoras somente a partir do momento em que foi revelado. A devida compreensão do Deus cristão único e de Sua pluralidade pessoal requer, portanto, cuidadoso exame do testemunho bíblico sobre o Espírito.
O PRIMEIRO ANÚNCIO QUE JESUS CRISTO FEZ SOBRE A VINDA DO ESPÍRITO SANTO.
Revelação de Cristo sobre a vinda do Espírito Santo na Festa dos Tabernáculos:
Foi Jesus Cristo que na tentativa de preparar os discípulos para Sua partida da Terra, revelou-lhes a existência e o papel salvador específico de uma terceira pessoa da Divindade (Jo 7.33; 14.1-3). Cristo fez uma apropriada alusão à personalidade e vinda histórica do Espírito Santo ainda na Festa dos Tabernáculos, antes da Sua morte quando prometeu que "rios de água viva" fluiriam do coração dos crentes. Dizia isso com respeito ao "Espírito que haviam de receber os que nEle crescem" (Jo 7.38-39).
Revelação de Cristo, com mais clareza, à vinda do Espírito Santo:
Cristo anunciou com mais clareza a vinda do Espírito Santo somente algumas horas antes de Sua crucificação: "Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco (Jo 14.16-17; 16.4-7, 13).
Revelação mais ampla, feita por Cristo, sobre a divindade do Espírito Santo:
Depois de ressuscitar, Jesus chamou novamente a atenção dos discípulos para a vinda do Espírito Santo (Lc 24.49; At 1.4, 5, 8). A existência do Espírito como pessoa divina foi revelada nessa ocasião, porque o Espírito Santo precisava ser revelado como pessoa divina para explicar como a obra redentora de Cristo continuaria após a Sua ascensão, simultaneamente na Terra e no Santuário Celestial (Hb 8.1, 2). É desvendada então a natureza trinitária de Deus, não com o propósito de fazer especulações sobre a composição da divindade, mas para que os seres humanos pudessem entender os atos redentores de Deus na história.
1. A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO:
A. Ele Possui os Elementos Essenciais à Sua Personalidade:
O Espírito é Um Ser Pessoal, sendo distinto do Pai e do Filho.
(1) Dotado de Inteligência: (Is 40.13, 14; Jo 14.26; At 15.28; Rm 8.27; 1Co 2.10-12).
(2) Possuidor de Vontade Própria: (Sl 106.32-33; Is 34.16; At 13.2; 16.7; 21.11; 1Co 12.11; 1Tm 4.1).
(3) Revestido de Sensibilidade: (Mq 2.7; Rm 15.30; Is 63.10; Ef 4.30).
B. Ele é Mestre de Toda Vida Intelectual:
O Espírito Santo está por trás de toda a vida intelectual de diversos homens que viveram na época do AT (Jó 32.8; 35.10, 11; Gn 2.7; Êx 31. 2-6; 35.31-35; Nm 11.17, 25-29; 27.18-21; Dt 34.9; Jz 3.10; 6.34; 11.29; 13.25; 14.6; 15.14; 1Sm 10.6; 11.6).
C. Ele é Mencionado através de Pronomes Pessoais:
Jesus Cristo fala do Espírito Santo usando um pronome pessoal (Ekeinós) masculino, embora o substantivo grego, Pneuma, seja neutro (Jo 14.17; 16.8, 13, 14). O Espírito prometido é o "Santo Espírito da Promessa". (Ef 1.13, 14).
D. Ele é Chamado Consolador:
Se este designativo (Parákletos) é aplicado a Cristo, sua Personalidade (Jo 14.16; 1Jo 2.1), o mesmo é viável em relação à Pessoa do Espírito Santo. No texto de Jo 14.16, Jesus Cristo se refere a uma pessoa que viria substituir outra; um Consolador semelhante a ele (Jo 14.26; 15.26; 16.7). O Consolador é Aquele que conforta, exorta, guia, instrui e defende; é um amigo que assiste a seus amigos; essas atividades são próprias de uma pessoa não de uma mera força ou influência.
E. Ele tem Atitude e é visto nas Escrituras sempre em ação:
(1) Trabalha: (1Co 12:11).
(2) Intercede: (Rm 12.11).
(3) Proíbe (At 16.7).
(4) Decide (At 15.28).
(5) Perscruta (1Co 2.10).
(6) Fala (At 13.2//Ap 2.10).
(7) Testifica (Jo 15.26; At 5.32; Rm 8.16).
(8) Ensina (Ne 9.20; Jo 14. 26; 1Co 12.3).
(9) Consola (At 9.31).
(10) Reprova (Jo 16.8-11).
(11) Regenera (Jo 3.5; Tt 3.5).
(12) Ora (Rm 8.26).
(13) Guia à Verdade (Jo 16.13).
(14) Glorifica a Cristo (Jo 16.14).
(15) Chama ao Trabalho e Dirige (Is 61.1; At 13.2-4; 16.6, 7; 20.28).
2. SUA DIVINDADE: O Espírito é uma Pessoa Divina.
A. O Espírito Santo é chamado Deus (At 5.3-4).
B. O Espírito Santo recebe Nomes Divinos.
As expressões "Palavra de Deus" e "Palavra do Espírito" são usadas intercambiavelmentes. (Êx 17.7; Hb 3.7-9; Nm 12.6; 2Pe 1.21; Sl 95.7-11; Hb 3.7-11; Is 6.3, 8-10; At 28.25; Sl 78.17, 21; At 7.51; Jr 31.31-34; Hb 10.15-17; Nm 20.2-13; Sl 106.32-33).
C. O Espírito Santo Possui Atributos Divinos:
1. Santidade (Jo 14.26; Is 63.10).
2. Onipresença (Sl 139.7-10; Jr 23.24).
3. Onipotência (Lc 1.35; Rm 15.19).
4. Onisciência (Is 40.13-14; Rm 11.34; 1Co 2.10-11; Jo 16.13; 2Pe 1.21).
5. Liberdade Soberana (Is 40.13; 1Co 2.10-11; Hb 2.4).
6. Eternidade Hb 9.14; Gn 1.2).
7. Glória (1Pe 4.14).
8. Graça (Hb 10.29).
9. Vida (1Co 15.45; Rm 8.11).
D. O Espírito Santo Realiza Obras Divinas
1. Cria (Gn 1.1-3; Jó 33.4; Sl 33.6).
2. Preserva e Governa (Jó 26.13; 33.4; Sl 104.30).
3. Inspiração das Escrituras (2Pe 1.20-21; 2Tm 3.16).
4. Regenera (Jo 3.5-6;; Tt 3.5).
5. Revela o Futuro (Lc 2.26; Jo 16.13; At 11,28; 1Tm 4.1).
6. Ressuscita (Rm 8.11; 1Pe 3.18).
7. Confere Dons (1Co 12.4-11).
8. Governa a Igreja (At 13.2; 15.28; 20.28).
9. Ilumina (Ef 1.17-18).
10. Santifica (2Ts 2.13; 1Pe 1.2).
11. Realiza Milagres (Mt 12.28).
Pr. Cirilo Gonçalves
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