Em certo sentido, o caminho para o céu é muito seguro, mas em outros aspectos, não há nenhuma estrada tão perigosa. Ele está cercado de dificuldades. Um passo em falso (e como é fácil acontecer isto se a graça estiver ausente), e para baixo nós vamos. Aquilo que é um caminho escorregadio é o que alguns de nós têm que trilhar!


Quantas vezes temos de exclamar com o Salmista: “Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviassem os meus passos.” – Sl 73.2.
Se fôssemos fortes homens da montanha de pés firmes, isso não sucederia tanto, mas em nós mesmos, quão fracos somos! Na melhor das estradas logo escorregamos, nos caminhos mais planos, quanto tropeçamos. Estes nossos joelhos enfraquecidos dificilmente podem suportar o nosso peso cambaleante.

A palha pode nos derrubar, e um seixo pode nos ferir, somos meras crianças trêmulas dando os primeiros passos na caminhada da fé, nosso Pai celestial nos segura pelo braço porque, senão, em breve cairíamos.

Oh, se somos impedidos de cair, quanto devemos bendizer o poder paciente que cuida de nós a cada dia!

Pensemos quão somos propensos ao pecado, quão aptos a escolher o perigo, e quão forte é a nossa tendência para cair, e essas reflexões nos farão cantar mais docemente do que já fizéramos antes: “Glória Àquele que é poderoso para nos guardar de cair.”
Temos muitos inimigos que tentam nos empurrar para baixo. A estrada é acidentada e nós somos fracos, mas além disso, os inimigos se escondem numa emboscada, e aparecem quando menos esperamos, e eles trabalham para nos desarmar, ou para nos lançar no precipício.

Apenas um braço Todo-Poderoso pode nos preservar destes inimigos invisíveis, que procuram nos destruir. Esse braço está envolvido na nossa defesa. Aquele que prometeu é fiel, e é poderoso para nos impedir de cair, de modo que, com um profundo sentimento de nossa fraqueza absoluta, podemos manter uma firme crença na nossa perfeita segurança, e dizer, com confiança alegre:

“Contra mim terra e inferno se unam,
Mas do meu lado está o poder divino;
Jesus é tudo, e ele é meu!”

Texto de Charles Haddon Spurgeon, em domínio público, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.