"O vento sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todos os nascidos do Espírito" (João 3:8-9)
Quando olhamos para um dia de grande ventania, podemos perceber o movimento das folhas, das árvores, dos postes e, muitas vezes, de coisas voando. Mas ninguém vê o vento propriamente. Assim é o Espírito de Deus bem como os que nasceram Dele.
Em nossos dias vivemos um tanto de "crer-para-ver" que vai contra tudo isso. Estou convicto de que isso corta ou limita nossa liberdade de andar no sobrenatural de Deus, e digo isso com grande temor no meu coração diante do Pai. Por quê? Por que tenho poucas oportunidades de glorificar a Deus na minha geração e no meu tempo, sem chamar a atenção para mim, sem ser notado, ser ser percebido. Para eu pregar a palavra me colocam um microfone na mão e reúnem gente sentada me olhando. Para orar por um enfermo, todos se afastam e prestam atenção em minhas palavras. Para eu adorar a Deus convencionaram que devo cantar e minha voz é ouvida por todos. Para eu ser reconhecido como homem de Deus tenho de fazer chover e trovejar, rajar e ranger.
Se meu ministério for silencioso como uma oração dolorida por um enfermo, ou uma intercessão calada por um líder abatido, ou um choro solidário por uma mãe sofrendo, ou simplesmente eu me recolher para intimidade com Deus... eu não estou trabalhando, não estou sendo espiritual. Como ouvi estes dias eu estava "só orando". Meu amado, não caiamos nessa armadilha e sofisma do inferno. O silêncio também é de Deus.
Ser discreto como um cozinheiro nos afasta da fama do garçom que é visto por todos e recebe os elogios. Como o vento invisível, temos de aprender a nos posicionar e principalmente a reconhecer os calados e inexpressivos aos olhos. Tenho convivido com pessoas que passam noites em claro orando por nosso pastor presidente, pois sabem da luta que ele enfrenta, mas este nem ao menos sabe seu nome. Tenho conversado com pessoas que esperam o culto terminar e todos saírem para limpar o banheiro, para que não se saiba que foram eles que o fizeram. Tenho sabido de pessoas que têm ofertado na conta bancária da igreja de forma anônima para não ser identificado e reconhecido. A estes, minha admiração e respeito redobrado. Como o vento, cumprem seu papel sem serem vistos.
Todos precisam ser assim? Talvez não, alguns acabarão se destacando. Deus só age assim? Não, certamente. Mas para vivermos em novidade de vida precisamos de muito muito equilíbrio e isso inclui fazer coisas que jamais serão reveladas ou identificadas, salvo por Aquele que sabe e conhece todas as coisas.
Que Deus nos conduza a aumentar nossa 'cota' de servir ao Reino e mover no sobrenatural de Deus, guiados por Seu Espírito Santo, ainda que nunca sendo vistos ou reconhecidos - para que o verdadeiro vento seja notado.
"Senhor, me ensina a caminhar contigo de tal forma que Tu sejas visto e eu apenas demonstre Tua glória e Teu Espírito, mesmo que eu nem seja notado. Toda honra seja a Ti."
Mário Fernandez
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