Que general gostaria de sair a campo com 32.000 soldados e, no final das contas, contar com apenas 300? O jovem Gideão passou por essa experiência. Na primeira oportunidade que ofereceu para desistência, 22.000 soldados voltaram para casa. Restaram 10.000, número nada desprezível. Mas ele ouviu Deus dizer-lhe que ainda era muito grande aquele exército. A segunda peneira foi feita quando cruzavam o riacho. Restaram Gideão e os seus 300 soldados.
Os números nos perseguem desde muito cedo em nossa vida. As primeiras notas escolares são números azuis ou vermelhos. Crescemos, e lá estão os números! Os números do orçamento mensal, por exemplo; os números do Imposto de Renda; números de pontos na carteira de motorista; os números da balança. A saúde também é avaliada por meio dos números: Colesterol total, HDL, LDL! E o que falar do número de anos que se tem de trabalhar até chegar a aposentadoria? Certo estava Rubem Braga na sua crônica magistral: Vizinho, a nossa vida está toda numerada!
Há, ainda, outros números: o número de amigos que temos, o número de pessoas que curtiram nossa última postagem no Facebook, a inflação de dois dígitos, que parecia um número esquecido, mas resolveu bater à porta de novo.
Voltemos ao riacho com Gideão e os 300. A lição é límpida como a água que os 300 tomaram nas mãos para beber naquele dia. Números devem ser administrados, nunca objeto de confiança última. Administramos números, mas confiamos somente em Deus. Números só fazem sentido à luz de uma estratégia. No caso de Gideão, a estratégia era tocar as trombetas; para isso 300 homens eram suficientes. A vitória não viria de 32.000 ou 300 soldados. Deus era a fonte única da vitória.
Quais são seus números? Quais são os números que o tornam arrogante, amedrontado? Quais são os números que tiram o seu sono? Ao arrogante, que confia em números, sejam eles quais forem, é preciso lembrar do Evangelho: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? (Lucas 12:20). Ao amedrontado, é preciso lembrar o que escreveu Salomão: Melhor é o pouco, havendo o temor do Senhor, do que grande tesouro onde há inquietação (Provérbios 15:16).
Esta é a lição de Gideão: confiança somente em Deus, jamais em números!
DEVOCIONAL CATEDRAL