19 abril 2015

BÍBLIA A PALAVRA DE DEUS


BÍBLIA A PALAVRA DE DEUS


Posted: 18 Apr 2015 09:00 PM PDT
ASSUNTO: CIDADES DE REFÚGIO
TEMA: VIVENDO DO PERDÃO DE DEUS
TEXTO: Josué 20.2 – "Fala aos filhos de Israel, dizendo: Apartai para vós as cidades de refúgio, de que vos falei pelo ministério de Moisés."

INTRODUÇÃO 

O Senhor Deus separou cidades de refúgio para aquele que matasse alguém sem intenção, por acidente. Esse tal se abrigaria nas cidades de refúgio para escapar do vingador do sangue, que era o parente mais próximo da vítima, que tinha o direito, pela lei, de matá-lo. Pois a lei era: "olho por olho, dente por dente." O Senhor ordenou que na divisão da herança da terra de Canaã entre as tribos de Israel, os Levitas recebessem quarenta e oito cidades e dentre estas, seis foram designadas por Deus para serem cidades de refúgio, três ficava daquém do Jordão e três na terra de Canaã. Era um lugar para onde o homem homicida, sem culpa, poderia fugir e se refugiar. Da parte do Senhor não havia interesse na morte do povo, por isto determinava meios de preservar as vidas. O Senhor não tem prazer na morte do pecador.

DESENVOLVIMENTO 

Havia um processo para que o homem homicida pudesse se refugiar na cidade de refúgio. Era necessário que o homicida que cometeu um crime involuntário fugisse (recorresse) para a cidade de refúgio, declarar que era inocente, entrar na cidade e ali permanecer até a morte do sumo sacerdote. À porta da cidade ficavam os anciãos para quem o homicida contava a sua história e acontecia um pré-julgamento. As cidades eram de fácil acesso, em locais seguros, nas regiões altas ou desérticas, onde era necessária a vontade do homicida para entrar nela e encontrar o refúgio. Não eram cidades para abrigar culpados (assassinos). Podiam usufruir deste benefício das cidades de refúgio, tanto judeus como estrangeiros. Dentro da cidade de refúgio estava-se perfeitamente seguro. Fora, o homicida estava inteiramente exposto à morte. O homicida declarado inocente permanecia na cidade e não poderia sair até a morte do sumo sacerdote.

CONCLUSÃO 

O que isto tem haver conosco hoje? O Senhor Deus estava apontando para Jesus como o refúgio para o pecador. O refúgio para aquele que fosse lavado no sangue de seu Filho e se fizesse redimido, inocente, purificado de todo o mal. O homicida recorria à cidade de refúgio, nós recorremos a Jesus. O homicida contava a sua história aos anciãos à porta da cidade, para julgar. Nós confessamos o nosso pecado ao Senhor, a revelação de Jesus mostra todas as coisas. As cidades de refúgio eram de fácil acesso, Jesus tem sido anunciado a toda criatura. Em qualquer momento de nossas vidas, em qualquer situação, em qualquer lugar em que estivermos podemos nos refugiar nos braços de Jesus e recebermos o seu amor. Não há dificuldades para nos achegarmos ao Senhor. As cidades ficavam em lugares altos, desérticos; da nossa parte é necessário que haja vontade para que possamos estar separados das coisas deste mundo e permanecermos em Jesus. Jesus veio paro os seus (os judeus) e eles o rejeitaram, e assim, nós os gentios (estrangeiros) podemos ter direito a este refúgio. O homicida entrava na cidade onde ele estava seguro, guardado; fora da cidade estaria exposto à morte e não poderia sair dali até a morte do sumo sacerdote. Isto aponta para o sacrifício do Senhor Jesus, que com sua morte estamos livres e salvos do poder do pecado. Jesus não ama o pecado, mas ama ao pecador, por isso, Ele deu a sua vida para resgatar o pecador. Jesus é o refúgio eterno, assim podemos voltar para casa, isto é, podemos voltar a ter comunhão com Deus Pai. Viver o seu perdão. "Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito." – Romanos 8.1

Trabalho Senhoras ICM


Posted: 18 Apr 2015 08:00 PM PDT



Os Fatos Sobre o Catolicismo Romano


O que a Bíblia ensina sobre a doutrina da justificação?

Nenhuma doutrina é mais crucial – nem mais mal interpretada e negligenciada, mesmo pelos protestantes – do que a doutrina da justificação exclusivamente pela fé.
A Bíblia ensina que qualquer pessoa que crê simples e verdadeiramente em Jesus Cristo como seu Salvador pessoal que o livra do pecado, nesse momento é irrevogável e eternamente justificada. O que é a justificação? A justificação é o ato de Deus por meio do qual Ele não somente perdoa o pecado dos crentes, mas também os declara perfeitamente justos por meio da imputação da obediência e da justiça do próprio Cristo sobre eles, mediante a fé. Para entendermos melhor, vejamos o seguinte exemplo: se um tio rico deposita um milhão de dólares na conta corrente de um jovem sobrinho, o dinheiro agora é propriedade do sobrinho, apesar do jovem nunca tê-lo adquirido nem trabalhado para ganhá-lo e nem sequer o merecia. Na justificação, Deus "deposita" a justiça de Cristo na conta do crente – Ele atribui ao cristão a perfeição moral de Seu próprio Filho. A justificação é, portanto, um ato perfeito de Deus, e porque é inteiramente realizado por Deus em sua totalidade, uma vez para sempre, não se trata de um processo que abarca toda a vida, como no caso da santificação (crescimento pessoal em santidade de vida).
Os versículos seguintes mostram que a justificação é: (1) o crédito da justiça com base na fé da pessoa; (2) um ato completo de Deus; (3) algo que acontece inteiramente à parte dos méritos pessoais ou de boas obras:
"...Mas ao que... crê naquele que justifica ao ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça... bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independentemente de obras" (Romanos 4.5-6, ênfase acrescentada).
"Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei" (Romanos 3.28, ênfase acrescentada, veja também Filipenses 3.9).
"Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo" (Romanos 5.1, ênfase acrescentada).
"Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. (Romanos 5.9, ênfase acrescentada; ver Romanos 9.30-10.4; 1 Coríntios 6.11; Gálatas 2.16; 3.8-9, 21, 24).
Infelizmente, alguns católicos têm interpretado mal a posição de alguns protestantes neste assunto, pensando que a simples concordância com a doutrina da salvação salva inteiramente e que os protestantes dão pouca importância às boas obras e à santificação. Pelo contrário, as Escrituras ensinam claramente que as boas obras e a santificação são de crucial importância – realmente, é o pleno conhecimento da graça (num sentido protestante) que produz as boas obras e o crescimento na vida de santidade (ver Efésios 2.8-10; 1 Pedro 5.12; 2 Pedro 3.18; Colossenses 1.6; 2.23). Mas as boas obras e a santificação nada têm a ver com a nossa justificação. O que a justificação significa para os protestantes é que os crentes devem pleitear diante do trono de Deus os méritos de Cristo ao invés dos seuspróprios méritos. Por isso é que os cristãos bíblicos aceitam o "dom da justiça" (Romanos 5.17) e "nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne" (Filipenses 3.3).
Justificação significa que um cristão pode ter a segurança de que, aos olhos de Deus, agora ele possui a perfeita santidade necessária para sua entrada no céu. Por quê? Se a morte de Cristo perdoou todos os pecados e satisfez completamente a pena divina devida por eles, e se Deus declara que os crentes são completamente justos com base na fé em Cristo, nada mais é necessário para permitir sua entrada no céu. Assim, porque a justificação – i.e, porque a justiça e os méritos de Cristo são creditados ao crente (no que se refere a Deus) – o cristão agora possui santidade perfeita nesta vida e a tem desde o momento da fé salvadora. Não lhe fazem falta os sacramentos, as indulgências, o rosário ou o purgatório para entrar no céu. Esse é o significado da doutrina bíblica da justificação.[1]

Uma palavra pessoal aos católicos

Os católicos, talvez mais do quaisquer outras pessoas, crêem que não é possível ter a segurança da salvação nesta vida (exceto, talvez, em circunstâncias muito raras). Você tem sido ensinado que a crença na segurança da salvação é uma "presunção quanto à misericórdia de Deus"[2] e que o pecado mortal resulta em "eterna separação de Deus", requerendo a penitência para a restauração.[3] Você tem ouvido acerca dos perigos pessoais do "triunfalismo", algo que resulta da "segurança de haver sido salvo", e que é "perigoso [defender] tal posição".[4] Mas a "segurança de haver sido salvo" é uma doutrinabíblica, como é demonstrado em 1 João 5.13.
Você também sabe que, pelo fato do catolicismo ensinar que um cristão pode perder sua salvação, essa religião argumenta que "nem mesmo a fé... ou a conversão... ou a recepção do batismo... ou a constância ao longo da vida... podem fazer merecer o direito à salvação..." e que todas essas coisas devem ser consideradas somente como "precursoras para a obtenção" da salvação.[5]
Entretanto, repetimos que esse não é o ensinamento bíblico. O próprio Jesus ensinou que a fé é que traz o direito à salvação: "Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poderde serem feitos filhos de Deus" (João 1.12, ênfase acrescentada). A Bíblia ensina claramente que só pela fé uma pessoa pode saber que é salva eternamente, porque no momento em que tem a fé salvadora ela ganha a vida eterna. Você pode saber disso ao confiar de fato em Cristo para o perdão dos pecados e aceitá-lO como seu Salvador pessoal.
Se você é católico e deseja receber a Cristo como seu Senhor e Salvador pessoal, queremos animá-lo a fazer a seguinte oração:
Amado Deus, desejo ter uma relação pessoal contigo através da morte do Teu Filho Jesus na cruz. Apesar de ter crido muitas coisas sobre Jesus, confesso que nunca O recebi verdadeiramente e de maneira pessoal como meu Salvador e Senhor. Eu nunca tinha percebido que na realidade a salvação é um presente que me ofereces gratuitamente. Agora eu recebo esse presente e creio que Cristo morreu na cruz pelos meus pecados – por todos os meus pecados. Eu creio que Ele ressuscitou dentre os mortos e desejo que Ele seja meu Senhor e Salvador, e agora O convido para entrar em minha vida, fazendo-o Senhor de todas as áreas de minha vida, inclusive sobre qualquer crença ou prática pessoal que não seja bíblica.
Ajuda-me a dedicar-me ao estudo da Tua Palavra e a crescer como cristão de maneira que Te honre. Dá-me forças para enfrentar dificuldades ou rejeições quando precisar tomar posição ao Teu lado. Se é da Tua vontade e necessário que eu abandone esta Igreja, dirige-me a uma boa igreja e comunhão cristãs, para que eu possa Te conhecer e Te glorificar mais. Oro assim em nome de Jesus, confiando que Tu me guiarás. Amém. (John Ankerberg e John Weldon - http://www.chamada.com.br)

Notas

1.    Os teólogos católicos alegam que o uso de dikaioo por parte de Paulo não se refere à justiça imputada. Entretanto, eles não obtiveram isto [este conceito] dos dicionários de grego padrão que definem a principal palavra do Novo Testamento para justificação (dikaioo; cf. Lucas 18.14, Romanos 3.24-28; 4.5; 5.1,9; 8.30,33; 1 Coríntios 6.11; Gálatas 2.16; 3.8,11,24; Tito 3.7) em um sentido protestante, e não católico – como uma declaração legal de justiça, não uma infusão da justiça verdadeira. Conforme o principal léxico de grego a coloca: "Em Paulo, o uso legal é claro e indiscutível... [ele] não sugere infusão de qualidades morais... [mas] a justificação dos ímpios que crêem... O resultado de um pronunciamento judicial" (Gerhard Kittel, ed. Theological Dictionary of the New Testament, vol. 2, 215-216). Assim, se o crente verdadeiramente possui a justiça de Cristo através de decreto divino, então ela dificilmente seria uma "ficção legal", como sustentam os católicos que pensam que declarar pecadores justos é incompatível com a justiça de Deus. Mas Deus diz que é a Sua imputação da justiça ao pecador que prova que Ele é justo (Romanos 3.26), cf. The Hebrew Greek Study Bible, [1984, 23]: "tornar justo ou inocente"; Arndt e Gingrich [1967, 196]: "Sendo absolvido, ser declarado e tratado como justo"; New Thayers' Greek English Lexicon[1977, 150]: "que jamais significa fazer digno, mas julgar digno, declarar digno... declarar inocente... julgar, declarar, pronunciar justo e portanto aceitável". Greek-English Lexicon de Loruv e Nida [1988,557]: "o ato de limpar alguém de transgressão – 'absolver, libertar, remover a culpa; absolvição'." Por isso é que Bruce Metzger, talvez o principal erudito de grego na América, enfatiza que é "além da compreensão" como alguém pode negar "a prova evidente" do significado paulino desta palavra: "O fato é que Paulo simplesmente não utiliza este verbo com o significado de "ser feito íntegro ou justo". Na verdade, é extremamente duvidoso que alguma vez tenha carregado este significado no grego de qualquer período ou autor. Ele significa: "ser pronunciado, ou declarado, ou tratado como justo ou íntegro". O conhecido teólogo J. I. Packer diz: "Não existe base lexical para a visão dos... teólogos romanos e medievais que 'justificar' signifique ou tenha como parte de seu significado a conotação de 'fazer justo' por renovação espiritual subjetiva. A definição tridentina [do Concílio de Trento] de justificação não apenas como a remissão de pecados mas também a santificação e renovação do homem interior é errônea" (afirmações de Bruce Metzger e J.I. Packer tomadas de Rosenblad e Keating, "The Salvation Debate", 11 de março de 1989).)

2.    Broderick, ed., Catholic Encyclopedia, 270.
3.    Ibid., 402.
4.    Ibid., 585.

5.    Ibid., 539.

John Ankerberg e John Weldon
Posted: 18 Apr 2015 08:00 PM PDT




Teologia da Substituição x Dispensacionalismo


O Dispensacionalismo* e a Teologia da Substituição* não são compatíveis. Atualmente, muitos cristãos defendem o ponto de vista da Teologia da Substituição, que tira a ênfase das profecias e da Escatologia* em favor da promoção da harmonia teológica e da solução de problemas pessoais, nacionais e globais observados. Embora amemos nossos irmãos em Cristo, devemos também seguir e sustentar a verdade e a doutrina correta.
É extremamente importante entender por que a Teologia da Substituição é inadequada e por que o Dispensacionalismo fornece o ponto de vista correto. O Dispensacionalismo oferece o melhor entendimento da Palavra de Deus e de Seu plano para Sua criação porque apresenta uma Hermenêutica* superior, uma harmonização das Escrituras superior e uma historiografia* superior.

O Dispensacionalismo Contrastado com a Teologia Aliancista

Existem três formas principais de Teologia da Substituição: Amilenismo* Aliancista, Pós-Milenismo* Aliancista, e Pré-Milenismo* Aliancista (também chamado Histórico). Todas essas três formas são geralmente construídas com base na Teologia Aliancista*, que vê a Igreja como substituta de Israel no plano global de Deus para a história do mundo. Os judeus chamam essa doutrina de Supersessionismo.
A Teologia Aliancista é fundamentada na interpretação alegórica* das Escrituras. Ela vê a história humana como o relacionamento redentivo de Deus com a humanidade baseado em duas (ou três) alianças teológicas principais, e enfatiza a "continuidade" entre Israel e a Igreja – sendo que continuidade geralmente significa que a Igreja substitui Israel.
As alianças são obras (Gn 2), graça (Gn 3) e redenção. Todas estas estão implícitas nas Escrituras, e não explícitas. A aliança da graça governa a história humana desde a Queda até a Consumação como a estrutura unificadora mais importante do sistema, tornando a redenção da humanidade o tema máximo e o fator unificador da relação de Deus com a humanidade.
Todas as três formas minimizam o futuro de Israel. O Amilenismo prega que não há nenhum Reino terreno futuro, nem judeu nem outro. O Pós-Milenismo vê a Igreja como substituta de Israel, encarregada de trazer o Reino para esta terra para que Jesus possa voltar e tomar posse dele. O Pré-Milenismo Aliancista ensina que a Igreja é o Reino prometido, que foi inaugurado por Jesus durante Seu ministério na terra, sustentado em meio à Tribulação, arrebatado e estabelecido como alguma forma de Reino terreno que admitirá, em seu último estágio, muitos do povo judeu.
O Dispensacionalismo é construído com base na interpretação literal sólida e consistente das Escrituras.
Em contraste, o Dispensacionalismo é construído com base na interpretação literal* sólida e consistente das Escrituras. Ele vê o mundo como um lar administrado por Deus para Sua própria glória, através de uma série de dispensações* progressivas, mas distintas, enfatizando a descontinuidadeentre Israel e a Igreja. O tema unificador é o plano de Deus para exemplificar Seu amor e para glorificar Seu nome através de Sua criação, quando Ele responde ao desafio de Lúcifer apresentado contra Sua santidade (singularidade): "Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo" (Is 14.14).
Os elementos estruturais do Dispensacionalismo são as dispensações, as quais o teólogo Charles Ryrie definiu melhor como economias [administrações, mordomias] distinguíveis na realização do propósito de Deus. A redenção do homem é apenas uma maneira pela qual Deus manifesta Seu amor e glorifica Seu nome. Seu programa de santificação – administrado através de relacionamentos operacionais progressivos e distinguíveis – permite que os crentes em cada dispensação glorifiquem a Deus ao responderem à Sua revelação em obediência amorosa.
Além disso, o Dispensacionalismo enfatiza a descontinuidade entre Israel e a Igreja. Ele afirma que Deus tinha um plano o tempo todo (embora estivesse oculto no Antigo Testamento) para resguardar uma multidão de gentios para Sua glória. O apóstolo Paulo escreveu que Deus queria dar "a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios" (Rm 9.23-24). A seguir, Paulo cita o Antigo Testamento:
"Assim como também diz em Oséias: Chamarei povo meu ao que não era meu povo; e amada, à que não era amada; e no lugar em que se lhes disse: Vós não sois meu povo, ali mesmo serão chamados filhos do Deus vivo" (vv. 25-26).
Usando o termo grego oikonomia exatamente como ele é usado no Dispensacionalismo, Paulo declarou o propósito de seu ministério:
"E manifestar qual seja a dispensação [oikonomia; administração] do mistério, desde os séculos, oculto em Deus, que criou todas as cousas, para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais, segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Ef 3.9-11).
O plano eterno de Deus, desvendado logo depois da rejeição de Israel a seu Messias, não substitui Israel pela Igreja, mas acrescenta a Igreja por um período.
Assim, o Dispensacionalismo vê a história humana como administrações distintas e progressivas, reveladas divinamente (muito semelhantes a estágios no desenvolvimento da carreira de uma pessoa), por meio das quais as pessoas possam glorificar a Deus, respondendo a Seu amor com obediência fiel. A salvação é pela graça através da fé em cada estágio, mas a administração da santificação muda.

O Dispensacionalismo é Superior à Teologia Aliancista

Embora todos os sistemas teológicos sejam feitos pelo homem e, portanto, sejam limitados, o Dispensacionalismo é preferido pelo menos pelas razões abaixo:
Uma Hermenêutica Superior
Alguns sugerem falsamente que a distinção entre interpretação literal e interpretação alegórica das Escrituras já não é mais uma questão a ser debatida, porque todos os teólogos conservadores evangélicos têm o propósito de interpretá-las literalmente. A interpretação alegórica é o método de interpretar um texto literário observando seu sentido literal como veículo para um segundo significado, mais "espiritual". Todo mundo reconhece as figuras de linguagem; mas, sempre que alguém toma figurativamente qualquer passagem das Escrituras que os autores divinos e humanos escreveram com a intenção de que fosse tomada literalmente, ocorre a interpretação alegórica.
Embora nenhum intérprete seja infalível, os teólogos da Substituição são muito mais propensos a interpretar alegoricamente.
Embora nenhum intérprete seja infalível, os teólogos da Substituição são muito mais propensos a interpretar alegoricamente. A integridade do sistema teológico deles requer que seja assim. Os dispensacionalistas não são sempre consistentes, mas buscam a interpretação literal de todas as passagens. Exemplos óbvios são as palavras o lobo e o cordeiro e o leão e o boi em Isaías 65.25 e a passagem sobre a ressurreição em Apocalipse 20.4-6.
Um segundo aspecto da Hermenêutica superior do Dispensacionalismo é a relação entre Teologia Bíblica* e Teologia Sistemática*. Embora a maioria concorde com Ryrie de que "A Teologia Bíblica seja fundamental para a Teologia Sistemática"[1], o Dispensacionalismo e a Teologia da Substituição usam procedimentos diferentes. A Teologia da Substituição desenvolve primeiramente a Teologia Bíblica do Novo Testamento e depois prossegue para estabelecer a Teologia Bíblica do Antigo Testamento, à luz do Novo Testamento.
O teólogo Michael Stallard argumentou corretamente que essa metodologia faz com que o Antigo Testamento seja interpretado através das lentes do Novo Testamento, o que resulta em três problemas: (1) a possibilidade de se minimizarem as experiências do Antigo Testamento; (2) a subordinação da interpretação gramatical-histórica às conclusões da Teologia Bíblica do Novo Testamento; e (3) o fracasso de incorporar a Teologia Bíblica correta do Antigo Testamento na Teologia Sistemática daquele que está interpretando.[2]
Observando a natureza progressiva da revelação, os dispensacionalistas têm o compromisso de desenvolver primeiramente sua Teologia Bíblica do Antigo Testamento pelas qualidades do próprio Antigo Testamento. Tal leitura entende a natureza eterna da escolha de Israel por Deus, Suas alianças com o Seu povo e Suas promessas para o Seu povo. A Igreja é, então, entendida como um programa previamente planejado e temporário, durante o tempo em "que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios. E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades. Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados" (Rm 11.25-27).
A escolha que uma pessoa faz de sua Hermenêutica tem ramificações que alcançam muito longe. Interpretar uma passagem alegoricamente abre caminho para que se interpretem outras passagens da mesma forma. Considerar Deus por Sua Palavra, mesmo quando não é algo confortável, é preferível a reinterpretar o que Ele disse.

Uma Harmonização Superior

O Dispensacionalismo também proporciona uma superior harmonização das Escrituras.
A Teologia da Substituição debate-se com a questão de como utilizar muitas das passagens do Antigo Testamento.
A Teologia da Substituição debate-se com a questão de como utilizar muitas das passagens do Antigo Testamento. Ter uma única aliança da graça governando a Bíblia inteira cria tensão com os aspectos claramente culturais e cerimoniais da revelação do Antigo Testamento. A Lei Mosaica está dividida em categorias morais, cerimoniais e civis. A dificuldade em lidar com as leis referentes à alimentação e à lepra e sua aplicação para nossos dias, por exemplo, tende a fazer com que essas passagens sejam ignoradas. O Dispensacionalismo, por outro lado, com sua ênfase nos relacionamentos (dispensações) progressivos e santificadores, soluciona esse problema porque interpreta tais passagens no lugar adequado.
Embora algumas passagens sejam admitidamente difíceis para todos (Gn 38, por exemplo), a maior parte das passagens pode ser interpretada com base no que elas pretendiam ensinar ou em refletir o processo de glorificação de nosso Deus amoroso através da obediência dos crentes à revelação que lhes foi dada. Princípios eternos da verdade divina podem então ser extraídos do que Deus viu em Seu povo ou esperou de Seu povo, sem que danos sejam causados à natureza literal do texto. Levítico 14 mostrou em detalhes os cuidados de Deus com relação à "pureza" de Seu povo. Em vez de aderirem às leis meticulosas e freqüentemente físicas da santidade na administração mosaica, os crentes hoje deveriam exercitar os mesmos cuidados com a pureza através de um relacionamento mais adulto com o Espírito Santo que neles habita (Gl 4.1-7).

Uma Historiografia Superior

O Dispensacionalismo proporciona uma historiografia superior. A metanarrativa* do Dispensacionalismo é superior porque reflete mais precisamente a revelação bíblica do plano e da intenção de Deus. A promessa do profeta Jeremias de uma Nova Aliança contrasta claramente a Nova com a Velha, que foi mediada por Moisés. Essa Nova Aliança finalmente fará com que a Palavra de Deus seja escrita nos corações do Seu povo Israel, que havia causado tanto pesar ao Senhor.
Essa promessa não significa nada se for cumprida em um povo totalmente diferente; Israel seria desprovido de esperança e a graça de Deus teria diminuído. Os profetas Isaías e Ezequiel entenderam claramente a promessa de um Reino terreno no qual a glória de Deus encherá a terra e Seu Povo Escolhido O glorificará espontaneamente. Nenhuma dessas coisas aconteceu na Primeira Vinda do Messias.
O ensinamento da Teologia da Substituição de que há apenas um reino espiritual e/ou que o povo judeu está apenas minimamente envolvido não reflete adequadamente a historiografia da revelação de Deus. Jesus disse que irá retornar fisicamente (Mt 24.29-31) e assumirá Seu trono terreno (Mt 25.31-46), estando esses dois ensinamentos diretamente ligados à profecia de Daniel (Mt 24.15) e sendo judaicos por natureza. Se Jesus sabia que o Reino Judeu seria substituído, será que Ele iria enganar deliberadamente Seus discípulos judeus não lhes contando sobre isso, nem meros dois dias antes de Sua morte?
Entender que o Tempo da Angústia de Jacó ainda é futuro – e que será seguido pelo retorno visível do Messias para estabelecer Seu Reino Judeu, terreno, tendo Jerusalém como sua capital – é uma historiografia superior porque reflete melhor a revelação tanto do Antigo quanto do Novo Testamento. João identificou com clareza o Reino de Jesus como o Milênio (1.000 anos), situado entre o julgamento da Besta (o Anticristo), do Falso Profeta (Ap 19.20) e do Dragão (Satanás; Ap 20.1-3,7-10), e entre duas ressurreições (vv. 4-6,11-15). Se a segunda ressurreição for física e literal, então a primeira ressurreição também deve ser.
A interpretação literal do Dispensacionalismo vê o relacionamento de Deus com Abraão fazendo um círculo completo, à medida que Jesus, o Segundo Adão e Filho de Davi, cumprir as alianças bíblicas no Reino Milenar* terreno do Messias. Depois de 1.000 anos, essa administração terrena será transferida para sua forma final e eterna nos novos céus e na nova terra. (Richard D. Emmons - Israel My Glory - Chamada.com.br)

Notas:

  1. Charles C. Ryrie, Biblical Theology of the New Testament [Teologia Bíblica do Novo Testamento] (Chicago: Moody Press, 1959), 12.
  2. Michael Stallard, "Literal Hermeneutics, Theological Method and the Essence of Dispensationalism" [Hermenêutica Literal, Método Teológico e a Essência do Dispensacionalismo], 1998, www.pre-trib.org/article-view.php?id=196.

*Glossário

Amilenismo Aliancista: Uma forma de Teologia Aliancista que crê que o reino espiritual da Igreja substitui o Reino Messiânico de Israel e que não haverá Reino Milenar.
Dispensação: Uma administração distinguível (relacionamento operacional) na realização do propósito de Deus (de Charles Ryrie em Dispensationalism[Dispensacionalismo]; uma mordomia.
Dispensacionalismo: Um sistema de teologia construído com base na interpretação literal e consistente das Escrituras. Vê o mundo como um lar administrado por Deus para Sua própria glória através de uma série de dispensações progressivas, mas distintas, enfatizando a descontinuidade de Israel e a Igreja (de Ryrie, em Dispensationalism).
Escatologia: A doutrina das coisas futuras. As profecias ainda não cumpridas entram nesta categoria.
Hermenêutica: A arte e a ciência de interpretar um texto literário; também entendida como a filosofia (ou o método) de interpretação de uma pessoa.
Historiografia: A apresentação narrativa ou a escrita da história baseada no exame que uma pessoa fez dos eventos e detalhes obtidos nas fontes.
Interpretação Alegórica: O método de interpretar um texto literário que dá ao texto um segundo significado, "mais espiritual".
Interpretação Literal: O método de interpretar um texto literário que considera as palavras e as frases em seu significado normal, comum e costumeiro (a menos que o texto em si force a um entendimento figurado).
Metanarrativa: Princípios diretivos universais, sistemas de pensamento, histórias grandiosas que controlam e interpretam a realidade; a história completa, ou a figura completa.
Pré-Milenismo: A posição de que Cristo irá retornar antes da Era do Reino e estabelecerá Seu Reino Davídico, Messiânico.
Pré-Milenismo Aliancista (Histórico): Uma forma de Teologia Aliancista que crê que Jesus irá voltar em Sua glória para estabelecer a Igreja como Seu Reino sobre a Terra.
Pós-Milenismo Aliancista: Uma forma de Teologia Aliancista que crê que a Igreja constitui o reino físico de Jesus na Terra e que Ele retornará para governar na conclusão desse reino físico.
Reino Milenar: O Reino Messiânico de 1.000 anos, terreno, que Cristo estabelecerá e que estará sob Seu governo após os sete anos de incomparável tribulação na Terra. Para os pré-milenistas, esse período constitui a Era do Reino.
Teologia Aliancista: Um sistema de teologia construído com base na interpretação alegórica que vê a história humana como o relacionamento redentivo de Deus com a humanidade. É baseada naquilo que seus adeptos vêem como duas (ou três) alianças teológicas principais que enfatizam a continuidade entre Israel e a Igreja, à medida que a Igreja substitui Israel no programa de Deus (de Louis Berkhof emSystematic Theology [Teologia Sistemática]).
Teologia Bíblica: Uma correlação dos dados da revelação bíblica de um livro, ou seção, ou tema específico da Bíblia.
Teologia da Substituição: Vários sistemas de teologia, geralmente construídos sobre o fundamento da Teologia Aliancista. Vê a Igreja como substituta de Israel no plano global de Deus para a história do mundo.
Teologia Sistemática: Uma correlação de dados da revelação bíblica como um todo, em ordem, para apresentar sistematicamente a figura total da auto-revelação de Deus (de Charles Ryrie, em Basic Theology [Teologia Básica].

Extraído de Revista Chamada da Meia-Noite janeiro de 2012
Revista mensal que trata de vida cristã, defesa da fé, profecias, acontecimentos mundiais e muito mais. Veja como a Bíblia descreveu no passado o mundo em que vivemos hoje, e o de amanhã também.



Wallace Oliveira Cruz

Posted: 18 Apr 2015 08:00 PM PDT



8 Minutos Para a Eternidade


O mundo ainda não se recompôs da tragédia que nesta última semana encheu os nossos corações de dor e consternação. Um indivíduo, alegadamente sofrendo de problemas psicológicos graves, decidiu acabar com a sua vida e a de mais 149 pessoas, arremetendo o avião que pilotava contra uma montanha dos Alpes franceses.

As imagens do sofrimento, dor e revolta nas faces e expressões dos familiares, amigos e da população em geral têm corrido o mundo e são marcantes e angustiantes. A incontrolável saudade, os gritos de dor e as recordações tornam-se a tortura diária das centenas de pessoas que perderam algum familiar, amigo ou conhecido naquela indescritível tragédia.

8 minutos para a eternidade

Segundo os dados técnicos disponíveis, a tragédia iniciou-se 8 minutos antes da colisão, quando o infeliz co-piloto decidiu iniciar a queda abrupta e constante do avião até o choque final com a montanha rochosa.

Entretanto, de acordo com as informações que vêm chegando, as suas 149 vítimas só perceberam a realidade trágica que delas se aproximava a escassos momentos da colisão do avião contra a montanha. Segundo registros gravados, só se ouviram os gritos das vítimas, momentos antes do desastre.

Não imagino o que seja ver a morte à frente sem poder fazer nada para escapar. Uma coisa é certa: todos aqueles passageiros, que naquela fatídica manhã entraram naquela aeronave em Barcelona, acreditavam que a mesma os levaria em plena segurança até a cidade de Düsseldorf, na Alemanha. Ninguém ali escolheu a tragédia, muito menos contava com ela.

Quantos risos, alegrias, esperanças e expectativas foram partilhadas durante os minutos de vôo anteriores à tragédia? Certamente muitos.
Mas, a certa altura, alguém colocou o relógio daquelas vidas numa contagem regressiva de 8 minutos. 8 minutos até à colisão fatal. 8 minutos finais de uma existência desejada, mas bruscamente interrompida.

Qual é a maior tragédia?

A questão crucial nesta história não deve ser a das causas que levaram aquele co-piloto a provocar uma tragédia destas – ainda que mereça muita atenção e reflexão – mas saber em que condição espiritual estavam todas aquelas vidas.

É melhor estar sempre preparado

Toda a nossa vida é uma verdadeira viagem para um destino previamente escolhido. Se eu escolho viver com Deus e relacionar-me com Ele através da Pessoa do Seu Filho Jesus Cristo, tenho a vida eterna, estando por isso preparado para, em qualquer momento da viagem, partir para a presença de Deus, em paz e segurança, sabendo que Ele me receberá nos Seus braços de amor e perdão. Mas se escolho viver independentemente de Deus, não dando valor ou sentido aos Seus convites e apelos para que me reconcilie com Ele através do reconhecimento e confissão dos meus pecados, estarei despreparado, arriscando-me a enfrentar a condenação e separação eterna a qualquer momento em que a viagem da vida seja interrompida.

É por isso que Deus nos alerta: "Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias...". "Prepara-te para te encontrares com Deus".

Ninguém é o senhor do seu destino. Ninguém consegue adivinhar o dia ou a maneira em que vai partir para a eternidade através da morte física. É melhor estar preparado para quando essa interrupção se der. É melhor entregar a sua vida nas mãos de Deus e depender dEle, confiando na Sua capacidade de nos guardar de todo mal, ou preparar-nos para enfrentá-lo com plena confiança e certeza do destino maravilhoso que Deus tem preparado para todos aqueles que O amam.

"Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nEle, e o mais Ele fará" – Salmo 37.5



Texto do folheto 8 Minutos Para a Eternidade

150 pessoas perderam suas vidas quando um piloto decidiu acabar com sua vida arremetendo o avião que pilotava contra uma montanha. Ninguém sabe quando é a sua hora de partir.



Wallace Oliveira Cruz 


Posted: 18 Apr 2015 04:50 PM PDT



Quando Deus Parece Calado


"Atenda, atenda!", você grita ao telefone enquanto a pessoa que você ama está caída inconsciente no chão. Você já ligou freneticamente para a emergência. O telefone chama e chama, mas ninguém responde. "Quanto tempo, Deus, quanto tempo vai demorar até que eles respondam à minha chamada?" Nada.
Imagine seu desespero. Segundos transformam-se em minutos, mas ainda não há nenhuma resposta do atendente da emergência. Você está clamando por socorro, mas recebe apenas silêncio em troca.
Você já clamou a Deus e não recebeu nenhuma resposta? Você já se sentiu como se Deus estivesse surdo para você? O rei Davi de Israel sentiu-se assim. No Salmo 13, Davi registrou sua intensa frustração com o silêncio de Deus durante um tempo de profunda necessidade. Ali ele nos deu o exemplo de oração para seguirmos quando nos sentirmos como ele se sentiu.
É interessante que Davi não nos fornece os motivos específicos de seu chamado de emergência a Deus. Portanto, não sabemos se foi causado por enfermidade ou outra forma de dificuldade. O que sabemos é que a falta de reposta de Deus foi agonizante. Um escritor comentou: "O próprio tempo se torna uma força destrutiva, esgotando a capacidade do homem de se suster e intensificando o sofrimento em um nível desumano".[1]

O Lamento

O Salmo 13 é um lamento individual, "um gênero de salmo no qual o falante do poema define uma crise e invoca a Deus para pedir por socorro".[2] Ele "termina com uma nota de esperança e confiança".[3] Davi colocava sua confiança em Deus com respeito ao seu pedido, e o salmo enfatiza, cândida e sinceramente, a reação tripla de Davi à falta de resposta de Deus. Primeiro, Davi revelou seu problema – que passara a ser a falta de resposta do próprio Deus.
"Até quando, Senhor? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto? Até quando estarei eu relutando dentro de minha alma, com tristeza no coração cada dia? Até quando se erguerá contra mim o meu inimigo?" (Sl 13.1-2).
Davi se sentia ignorado e esquecido por Deus – alienado, sozinho com seus pensamentos.
Davi implorou a Deus quatro vezes, perguntando: "Até quando?" Você pode perceber a intensidade da emoção nas perguntas retóricas de Davi. Ele se sentia ignorado e esquecido por Deus – alienado, sozinho com seus pensamentos. Como aquele que chama a emergência. Davi estava profundamente angustiado.
Ele, então, verbalizou seu tumulto interior à medida que lutava com seu problema que parecia não terminar e que o cercava por todos os lados. As emoções francas de Davi podem ser desconfortáveis para alguns leitores. Entretanto, como observaram Kenneth Baker e Waylon Bailey:
Deus é amigo do que duvida honestamente, que ousa conversar com Ele em vez de falar sobre Ele. A oração que inclui um elemento de questionamento a Deus pode ser um meio de aumentar a fé daquela pessoa nEle. Expressar dúvidas e clamar sobre situações injustas no universo mostram a confiança que a pessoa tem em Deus de que Ele deveria ter uma resposta para os problemas insolúveis da sociedade.[4]
Quando você se defrontar com suas próprias frustrações com Deus, confie nEle – como Davi – expressando sua luta e angústia.

A Petição

Davi, então, faz uma transição: de questionar a Deus para orar a Deus. Ele faz sua petição a Deus, pedindo por uma resposta:
"Atenta para mim, responde-me, Senhor, Deus meu! Ilumina-me os olhos, para que eu não durma o sono da morte; para que não diga o meu inimigo: Prevaleci contra ele; e não se regozijem os meus adversários, vindo eu a vacilar" (Sl 13.3-4).
O salmista usou uma oração com três partes (atente, responda, ilumine) para implorar a Deus. Ele buscou uma resposta, preferivelmente a resposta positiva das bênçãos e do favor de Deus. Depois, Davi apelou a Deus e a Sua reputação (v.4). Um comentarista escreveu o seguinte: "Antes que venham mais problemas, e antes que os ímpios tenham motivo para se regozijar por causa da derrota dos justos, Deus deve agir para proteger Sua honra".[5] Davi implorou a Deus, dizendo essencialmente: "Por favor, dá-me motivos para me alegrar. Ou, pelo menos, não dês aos meus inimigos (e aos Teus inimigos) motivos para se alegrarem". Como Davi, devemos orar a Deus em meio às circunstâncias difíceis e pedir que Ele nos responda.

O Louvor

Depois que Davi expressou seu problema e orou, ele louvou a Deus por Sua bondade e pelas bênçãos passadas:
"No tocante a mim, confio na tua graça; regozije-se o meu coração na tua salvação. Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem" (Sl 13.4-5).
Que grande contraste entre o apelo emocionado de Davi a Deus no início (vv.1-2) comparado com estes versículos tranqüilos de confiança. Davi verbalizou sua escolha intencional de confiar em Deus a despeito de suas circunstâncias difíceis. Ele expressou sua confiança no amor do Senhor, um amor que não falha – resolvendo se regozijar e cantar ao Senhor porque Ele "me tem feito muito bem".
"A esperança desespera, todavia, o desespero dá esperança". Martim Lutero
Foi dito a respeito de Davi: "Embora ele tenha passado por profundo desespero, o salmista não desiste. (...) Ele se apegou à promessa da aliança de amor de Deus".[6] Davi não estava arrasado pelos seus problemas; em sua situação desafiadora, ele disse: "Confio". Martim Lutero certa vez declarou: "A esperança desespera, todavia, o desespero dá esperança".
É interessante que todos os salmos de lamentação (com exceção do Salmo 88) terminam com louvor a Deus pela libertação e fidelidade mostradas no passado.[8] Claus Westermann descreveu o final da situação de Davi: "Aquele que lamenta seus sofrimentos a Deus não permanece em seu lamento".[9] Davi decididamente colocou sua confiança no cuidado soberano de Deus, a despeito da falta de resposta de Deus. Ele determinou que poria sua confiança naquilo que ele sabia que era verdade sobre o caráter e a fidelidade de Deus em vez de ceder aos seus sentimentos de desânimo e desilusão.
O Dr. Mark McGinniss disse: "O silêncio de Deus não significa a ausência de Deus". Davi resolveu confiar que o Deus soberano a quem ele servia estava agindo por detrás das cenas, a despeito de Sua aparente ausência.
Até quando, Senhor, eu terei que viver com esta doença crônica? Até quando, Senhor, não trarás de volta meu neto desobediente? Até quando, Senhor, terei que continuar desempregado? Até quando, Senhor, não nos darás um filho? Quando nós, como Davi, estamos enfrentando o que parece ser um silêncio sem respostas de Deus – a chamada sem resposta à emergência, quando clamamos pelo Seu nome – devemos seguir o exemplo de Davi: derramar diante de Deus os detalhes do problema; orar, pedindo a Ele por uma resposta; e louvá-lO por quem Ele é, a despeito de como nos sentimos em meio às nossas circunstâncias.
Deus tem um propósito para todas as coisas, até para aquilo que parece ser o silêncio dEle. Todavia, Ele promete que nunca nos deixará, nem nunca nos abandonará (Hb 13.5). Clamar pelo nome do Senhor está apenas a uma chamada de emergência de distância. (Paul Golden — Israel My Glory — Chamada.com.br)
Paul Golden é diretor de admissões no Seminário Bíblico Batista em Clarks Summit, Pennsylvania/EUA.

Notas:

  1. Claus Westermann, The Living Psalms [Os Salmos Vivos], trad. J.R. Porter (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1989), 71.
  2. "Glossary of Literary Tems and Genres" [Glossário de Termos e Gêneros Literários], The Literary Study Bible [A Bíblia de Estudos Literários], www.esvLiteraryBibleStudy.org/glossary#lamnt.
  3. Peter Craigie, Word Biblical Commentary [Comentário Bíblico de Palavras] (Waco, Tx: Word Books, 1983), 19:141.
  4. Kenneth L. Baker e Waylon Bailey, Micah, Nahum, Habakkuk, Zephaniah [Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias], The New American Commentary [O Novo Comentário Americano], (Nashville, TN: Broadman & Holman, 1998), 20:277-278.
  5. Willem A. VanGemeren, "Psalm 13" The Expositor's Bible Commentary [O Comentário Bíblico do Expositor] ed. Frank Gaebelein (Grand Rapids, Mi: Zondervan, 11991), 5:141.
  6. Ibid.
  7. Ibid.
  8. Dr. Mark McGinnis, entrevista pessoal, em 19 de janeiro de 2007.
  9. Westerman, 69.

Extraído de Revista Chamada da Meia-Noite outubro de 2013
Revista mensal que trata de vida cristã, defesa da fé, profecias, acontecimentos mundiais e muito mais. Veja como a Bíblia descreveu no passado o mundo em que vivemos hoje, e o de amanhã também.






Wallace Oliveira Cruz 



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