BASTA AO DISCÍPULO SER COMO O SEU MESTRE
Tony Campolo, servo e ministro do evangelho e escritor, conta a história de um bêbado que foi convertido miraculosamente em um abrigo nos Estados Unidos.
O bêbado chamado Joe era um homem abandonado sem esperança, vivendo com os dias contados. Mas após sua conversão, tudo mudou. Joe se tornou a pessoa mais carinhosa que qualquer pessoa associada ao abrigo já conheceu. Ele gastava seus dias e noites no local, não hesitando nem mesmo para as tarefas mais difíceis. Ele limpava os vômitos, a urina e os bêbados em qualquer estado que se encontrassem. Não havia nada que ele considerasse tão exigente de si mesmo.
Uma noite quando o diretor do abrigo estava compartilhando sua mensagem evangelística para os frequentadores regulares do local, homens mal-humorados e calados com suas cabeças baixas em penitência e cansaço, um homem ergueu-se e caminhou em direção ao altar, ajoelhando-se para orar e clamar para Deus ajudá-lo a mudar de vida.
O bêbado arrependido começou a gritar: "Oh Deus, faça-me igual ao Joe! Faça-me igual ao Joe! Faça-me igual ao Joe!"
O diretor do abrigo inclinou-se e disse ao homem: "Filho, penso que seria melhor se você orasse: "Faça-me igual a Jesus!"
O homem olhou para o diretor com uma expressão embaraçada em sua face e perguntou-lhe: "Ele é igual ao Joe?"
Como seria se vivêssemos de tal maneira que as pessoas que buscam por Deus pudessem orar: "Senhor, faça-me igual aos seus seguidores"?
Como seria se pudesse ser dito a nosso respeito o que o filósofo ateniense Aristides, escrevendo possivelmente ao imperador Adriano César disse acerca da vida dos primeiros cristãos?
Leia o que foi dito acerca dos cristãos:
"Os cristãos ó rei, vagando e buscando, acharam a verdade conforme pudemos achar em seus livros, estão mais próximos que os outros povos da verdade e do conhecimento certo, pois crêem no Deus criador do céu e da terra, naquele em quem tudo é e de quem tudo procede, que não tem outro Deus por companheiro e do qual eles mesmos receberam os preceitos que guardam no coração, com a esperança e expectativa do século futuro. Por isso, não cometem adultério, não praticam a fornicação, não levantam falso testemunho, não recusam devolver um depósito, não se apropriam do que não lhes pertence. Honram pai e mãe, fazem bem ao próximo e, quando em juízo, julgam com equidade. Não adoram os ídolos semelhantes aos homens. O que não desejam lhes façam os outros não o fazem também; não comem alimentos de sacrifícios idolátricos, pois são puros. Exortam os que os afligem, a fim de fazê-los amigos.
Suas mulheres, ó rei, são puras como virgens, suas filhas são modestas. Seus homens se abstém de toda união ilegítima e da impureza, esperando a retribuição que terão no outro mundo. Aos escravos e escravas, bem como a seus filhos se os têm persuadem a tornar-se cristãos, em razão do amor que lhes dedicam, e quando se tornam, chamam-nos indistintamente irmãos. Não adoram a deuses estranhos e vivem com humildade e mansidão, sem qualquer mentira entre eles. Amam-se uns aos outros, não desprezam as viúvas. Protegem o órfão dos que os tratam com violência. Possuindo bens, dão sem inveja aos que nada possuem. Avistando o forasteiro, introduzem-no na própria casa e se alegram por ele, como se fora verdadeiro irmão: pois se dão o apelativo de irmãos, não segundo o corpo, mas segundo o espírito e em Deus.
Se algum pobre passa deste mundo, alguém sabendo, encarrega-se na medida de suas forças de dar-lhe sepultura. Se conhecem um encarcerado ou oprimido por causa do nome do seu Cristo, ficam solícitos a seu respeito e se possível libertam-no. Quando um pobre ou necessitado surge entre eles e não possuem abundância de recursos para ajudá-lo, jejuam dois ou três dias para obter o necessário para o seu sustento. Guardam com diligência os preceitos do seu Cristo, vivem reta e modestamente conforme lhes ordenou o Senhor Deus. Todas as manhãs e horas louvam e glorificam a Deus pelos benefícios recebidos, dando graças por seu alimento e bebida. Mesmo se acontece que um justo entre eles passa deste mundo, alegram-se e dão graças a Deus, ao acompanharem o cadáver, como se emigrasse de um lugar para outro. E assim como quando nasce um filho louvam a Deus, também se ele morre na infância glorificam a Deus, por quem atravessou o mundo sem pecados. Mas vendo alguém morrer na malícia e nos pecados, choram amargamente e gemem por ele, supondo-o ir ao castigo.
Tal é, ó rei, a constituição da lei dos cristãos e tal a sua conduta".
Foi pelo poder de testemunhos assim que o Evangelho se espalhou e conquistou cada vez mais adeptos, mesmo sob ferrenha perseguição, nos primeiros séculos da Era Cristã.
Eu sei que estou longe disso. Mas como disse George Verwer: "O primeiro passo nesta revolução de amor e equilíbrio é querê-la."
E eu quero. Pela graça de Deus e no poder do Espírito Santo, eu quero. Ainda que leve toda a minha vida, de tropeços e confissões, de grandes sonhos e pequenas realizações, eu quero. Por isso, como peregrino no mundo, correndo a carreira da fé, oro: "Senhor, faça-me como Jesus para que Jesus seja visto através de mim!".
Deus te abençoe!
Sérgio Müller