23 março 2011

Cative o Coração dele Lysa TerKeurst Capítulo 12 e 13

 

 

CAPÍTULO 12

O LAR: UM REFÚGIO OU UMA DOR DE CABEÇA?


Tive que rir quando vi um trecho de um dos mais antigos programas de TV. Papai chega em casa do trabalho pontualmen­te às 5h30 da tarde. Mamãe o cumprimenta usando um avental, saltos altos e batom. A campainha do forno toca um minuto depois que ela o cumprimenta com um beijinho no rosto, sinalizando que o assado perfeitamente preparado está pronto. As três crianças felizes, limpas e adoravelmente vestidas. Descem as escadas em fila para saudar papai, uma a uma, e tomam seus assentos na mesa de jantar. Papai tira o paletó e o pendura com capricho no armário bem organizado antes de unir-se à sua feliz família à mesa. Eles comem e conversam amorosamente. Depois do jantar, papai joga bola com Júnior no quintal enquanto as duas garotas arrumam a cozinha e mamãe providencia a sobremesa. Eles se sentam todos juntos na varanda do quintal co­mendo torta de maçã e falando como o seu dia foi agradável.
O motivo pelo qual sorri é que supus que a minha casa seria tão convidativa como esta, para a chegada do meu marido após um longo dia de trabalho. Mas entre as minhas más atitudes e a atmos­fera não tão organizada da minha casa, o retorno diário do meu marido ao lar não era nada parecido com isso. Não estou dizendo que o que aqueles programas mostravam fosse completamente re­alista, mas será que eu tinha que ser justamente o oposto? Suspeito que as minhas atitudes e a atmosfera do meu lar tinham alguma coisa a ver com a diferença.
Em primeiro lugar, as minhas atitudes. Vamos representar a cena e ver se podemos nos identificar com uma das reações.
"Oi, querida, cheguei", ele grita depois de chegar com uma hora de atraso.
PRIMEIRA OPÇÃO: "Onde você esteve? Você deveria ter chegado há uma hora. Você sabe que eu já não agüento mais você dizendo uma coisa e fazendo outra. A companhia telefônica li­gou; o pagamento está atrasado outra vez, mas você se importa? Entre o seu telefone celular, o telefone do escritório, o bip e o fax, eu aposto que você nem liga se nós temos um telefone em casa. Alguma vez você já pensou que o nosso telefone de casa é o meu único contato com o mundo real? Experimente ficar em casa com filhos pequenos o dia todo e ver se não se estressa se amea­çarem cortar o seu telefone! Oh, e as crianças e eu já comemos; assim, uma vez mais, não houve tempo para a família. Rapaz, sentimo-nos realmente importantes. Você nos tem por aqui só para ter uma fotografia da família, como uma lembrança, para colocar em sua mesa no escritório?"
SEGUNDA OPÇÃO: "Oi, estou aqui dentro. As crianças e eu já comemos, mas adoraríamos comer a sobremesa com você. Por que você não vai vestir alguma roupa confortável, e eu vou esquentar o seu jantar? Aposto que você está exausto pelo traba­lho extra. Depois da sobremesa, quero conversar com você sobre algumas coisas".
Eu reagi de acordo com a primeira opção por mais vezes do que gostaria de admitir. Sei como é sentir-se esmagada, estressada e so­licitada além do seu limite. É como se você vivesse esperando aque­le minuto em que ele entra pela porta e lhe oferece algum alívio. Quando esse minuto acontece com uma hora de atraso, é de enlou­quecer! Infelizmente eu também conheço os resultados devastado­res que resultam da minha reação tão mal escolhida. Meu marido se esconde dentro da sua concha e se sente atacado e depreciado.
Quando escolhi ter a reação melhor, a segunda opção, em que ele é saudado com graça e compreensão, o lar se tornou o melhor lugar para ele. Eu poderia acusá-lo por estar atrasado, e resmungar, mas será que isso me traria o resultado que tanto espero? Não. O que quero é um marido feliz. Quero que ele esteja ansioso por chegar e me ajudar. Quero que sinta prazer em passar algum tempo com as crianças e comigo. Se quero que ele aprecie o nosso lar, minha atitu­de é essencial para que isso aconteça. Se há algum assunto a ser discutido, que isso seja feito depois que ele tiver comido e depois que estiver relaxado.
O segundo componente é a atmosfera do meu lar. O nosso lar deveria ser um porto seguro. Um refúgio. Um abrigo. Como pode­mos tornar nosso lar um refúgio e não uma dor de cabeça? Cada marido terá uma definição diferente de refúgio. O meu gosta que a nossa casa esteja bonita, cheire bem e tenha um ambiente agradável. Ele adora entrar em casa sem tropeçar em nada, sentir o aroma de um ambiente perfumado ou do jantar, e ouvir música clássica.
Em minhas entrevistas, houve um homem que disse: "Adoro voltar do trabalho para uma casa arrumada, um lar que é um lugar de paz e não de confusão: nada de pilhas de roupa na cama, nada de louça na pia, nada de objetos ou móveis fora de lugar".
Qual é a definição de refugio de seu marido? Talvez ele não se importe com a bagunça mas queira uma refeição agradável. Ou tal­vez não se importe com a comida, mas queira as camas arrumadas e os brinquedos recolhidos. Só você pode tornar a sua casa bonita e convidativa para ele.
O mundo diria: "O quê? Ela está louca? Ele chega uma hora atrasado e eu devo esquentar o seu jantar e dizer que vista roupas confortáveis! Devo fazer de nosso lar um refúgio para ele depois de tudo o que passei hoje?" Confie em mim. Quando você abençoa o seu marido, recebe também uma bênção — se não a receber de seu marido, certamente a receberá do Senhor. Deus lhe honrará se você honrar o seu marido. Decida-se a honrar ao Senhor, honrando o seu marido com as suas atitudes e a atmosfera que você criar; viva um dia de cada vez e comece a trabalhar para fazer do seu lar o lugar pelo qual o coração dele anseia.

Construindo o seu relacionamento - Pergunte ao seu ma­rido qual é a sua definição de refúgio e faça uma lista de coisas que você pode fazer para que isto se torne realidade.

Pensamento para o dia - Quando escolhi ter a reação melhor, a segunda opção, em que ele é saudado com graça e compreensão, o lar se tornou o melhor lugar para ele.
Lysa TerKeurst



CAPÍTULO 13

OS MARIDOS SÃO CAÇADORES, NÃO DECIFRADORES DE PISTAS

 

A comunicação é algo engraçado. Não precisei de nenhuma outra lição sobre isso, mas de qualquer maneira recebi uma, recentemente, quando imprimimos uma faixa promovendo uma Con­ferência de Natal. A faixa deveria dizer: "O Ministério Provérbios 31 apresenta... a conferência 'Um Natal Inesquecível', sábado, 10 de novembro". Quando enviamos por e-mail o texto para a empresa que faria a faixa, colocamos o nome do tipo da letra que queríamos para o nosso logotipo entre parêntesis.
Estávamos entusiasmados quando nossa faixa finalmente foi es­tendida. Ela estava escrita dos dois lados, estrategicamente colocada em uma rua movimentada no coração da cidade. Muitas pessoas veriam a faixa e esperávamos que fossem levadas a fazer sua inscrição para o nosso evento. Nossa emoção tomou um rumo inesperado quando deixamos de admirar a nossa peça de promoção do evento para descobrir que nela estava escrito: "O Ministério Provérbios 31 (NUPCIAL) apresenta... a conferência 'Um Natal Inesquecível', sábado, 10 de novembro". Opa! "Nupcial" era o tipo de letra que queríamos que usassem. Nunca imaginamos que imprimiriam a palavra nupcial em nossa faixa!
Não sabíamos se devíamos rir ou chorar. Sharon, minha compa­nheira, gracejou: "Bem, talvez as pessoas pensem que é uma oferta especial do tipo 'pague um e leve dois'... ouça ótimas sugestões para o Natal e se case no mesmo dia". Outra amiga tentou consolar-me dizendo: "Bem, pelo menos você não pediu a letra chamada "festa de arromba!"
Definitivamente necessitamos comunicar-nos, mas como é difícil dominar essa arte. Tenho certeza de que você já presenciou isso em primeira mão em seu casamento. No livro que acompanha este volume, dedicado aos maridos, tentei explicar aos homens aquela parte da comunicação feminina, freqüentemente mal entendida, chamada de pistas.
Uma pista é uma maneira que a mulher encontra para dizer alguma coisa ao seu marido sem necessaria­mente chegar e dizê-lo. Por que ela o faz? Porque se chegar e disser, poderá arruinar o resultado que deseja. Por exemplo, se a sua mulher lhe disser: "estou um pouco estressada sobre a quinta-feira. Tenho uma consulta no médico e não consigo encontrar ninguém que fique com a Suzie", você poderia sugerir alguns nomes de pessoas que ela poderia tentar ou até dizer-lhe que marcasse outra consulta. Mas a pista que ela lhe dá é: "Você poderia almoçar mais tarde e ficar com a Suzie enquanto vou ao médico na quinta-feira?" O que ela quer saber é, em resumo, se você está disposto a percorrer esta segunda milha por amor a ela.
Ela usa pistas porque deseja que a idéia seja sua. Ela lhe dá as pistas sobre alguma coisa que você poderia fazer que representaria muito para ela. Se você não entender a pista e não se oferecer para ajudá-la, em sua próxima discussão acalorada ela o lembrará daquela vez em que lhe pediu para ficar com a Suzie e você disse não. Você nem fará idéia do que ela estará falando. Assim se arruína a comunicação e vem outra discussão em que você fica cocando a cabeça imaginando por que as mulheres são tão complicadas.1
Agora você sabe do que é que estou falando? Sou uma mestre em pistas, e isso já me colocou em situações difíceis ao longo dos anos. Na verdade, colocou o meu marido em situações difíceis. Você já viu algo parecido?
Aqui estão alguns comentários de homens que responderam às minhas perguntas:
"Apenas me diga o que você está pensando" - Scott [Sheffield]
"Por favor, faça com que as mulheres entendam que não po­demos ler pensamentos. Precisamos de instruções claras" Jeffrey [Kings Mountain]
"Desenhe um mapa que leve ao seu coração, e ore para que eu pare e leia o mapa ou peça informações" - Jim [Madison]
O que acabei percebendo é que os maridos são caçadores, não "decifradores de pistas". Os homens processam as coisas de uma ma­neira diferente das mulheres. Eles ouvem um problema e instantaneamente procuram uma solução, nos dão a idéia e riscam o problema da sua lista. Eles gostam de soluções rápidas e não emocionais.
As mulheres são apenas emoção. Atrás de muitas das coisas so­bre as quais damos as nossas pistas, estão pedidos subliminares do tipo "mostre-me que você se importa comigo", "mostre-me que sou especial", ou ainda "mostre-me que você pensa em mim durante o dia". Vemos os nossos pedidos como oportunidades de construir um relacionamento. Eles os vêem como problemas que precisam de so­luções. Assim, como resolver esse dilema de comunicação?
Por que não fazer os nossos pedidos diários suficientemente di­retos e simples para que os nossos maridos os entendam, de modo que os ajudemos a encontrar meios criativos para satisfazer as nos­sas necessidades emocionais subliminares? Todos os domingos meu marido e eu nos reunimos para falar da nossa programação para a semana seguinte. Aprendi a deixar as pistas de lado durante essas reuniões e fazer os meus pedidos diretamente. Eu costumava preocupar-me se era demais lhe pedir que fizesse alguma coisa para mim depois do trabalho, ou que apanhasse as crianças em alguma ativida­de extracurricular, mas agora já não me preocupo. Não sou uma supermulher, e não posso fazer tudo sozinha. Ele não se importa em me ajudar, desde que eu não lhe atire essas atividades na última hora. Se ele tiver tempo para processar os meus pedidos e não houver con­flito com a sua programação, ele normalmente está mais do que dis­posto a ajudar.
Sobre as necessidades emocionais subliminares, eis aqui algo que vale a pena tentar. Chama-se "potes do amor". Pegue dois potes vazios e escreva o seu nome em um deles, e o do seu marido no outro. Coloque cinco pedaços de papel em cada um dos vidros e peça ao seu marido para conseguir tempo para participar desta ativi­dade tão excitante. Quando vocês dois tiverem tempo para sentar juntos, peça-lhe que escreva em cada pedaço de papel algo referente ao amor que seria muito especial para ele. Você deverá fazer a mes­ma coisa. Dobrem os papéis ao meio e cada um guarde os papéis no seu próprio vidro. Em cada domingo, nas próximas cinco semanas, cada um de vocês pegará do vidro do outro um papelzinho contendo alguma coisa para fazer durante aquela semana. Guardem segredo e estejam seguros do seu compromisso de fazer para o outro o que o papel dizia. É muito divertido e acrescentará uma faísca de excitação que poderá manter aceso o ânimo em seu lar — sem mencionar o que isso fará para melhorar as habilidades comunicativas do caça­dor e da maníaca por pistas.
Construindo o seu relacionamento - Consiga o material necessário para fazer os "potes de amor" para você e para ele. Planeje começar a atividade dos "potes de amor" no pró­ximo domingo.
Pensamento para o dia - Desenhe um mapa que leve ao seu coração, e ore para que eu pare e leia o mapa ou peça informações.
Jim [Madison]
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